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um pedido de ajuda
Escrito por: Mena (IP registado)
Data: 14 de July de 2013 23:11

Precisava de desabafar com alguém uma questão.
Andei a sair com um homem que supostamente está casado. Ele sempre me falou numa história que envolve o casamente, que me iria contar mas nunca o fez.
Cheguei a falar com ele sobre a possibilidade de anulação. Ele foi receptivo, mas mostrou que as questões legais trariam muitos problemas a nível da obtenção do divórcio civil. Talvez dinheiro ou assim, nunca me contou.
Pelo meio, contraí um problema do sistema nervoso e terminei com um esgotamento/histeria. O que levou a que há vário tempo tenho tendência para gritar com ele, desconfiar de coisas,e outro tipo de coisas assim meio depressivas.
Acontece que ele embora sempre tivesse tido paciência, agora, de repente, deixou-me, depois de me ter proposto casamento, logo que resolvesse o dele.
Foi na fase em que, segundo o médico, eu mais precisava do apoio dele.
falei com um sacerdote, que me perdoou as asneiras. Disse-me para rezar.
Mas eu não consigo evitar questionar porque é que Deus deixou que esta situação se arrastasse 3 anos quase, para terminar assim de repente.
Sempre rezámos a pedir luz para perceber a verdade.
Parece-vos que vale a pena tentar lutar por ele? Ou será melhor desistir?
Tanto numa coisa como noutra, nunca sinto plena paz. O sacerdote sempre me manda rezar mais, mas estou a perder a força e a saúde não está a recuperar.
Parece que quanto mais rezo mais perdida fico.
Ainda por cima, porque foi a única pessoa que realmente amei. Se Deus não quer que fiquemos, eu aceito, mas porquê tanta dor e sofrimento? Porquê tudo tão de repente?
Eu sei que fui uma boa ajuda na vida dele. Terá sido apenas isso que Deus pretendia? Apesar dele parecer mais perdido na vida do que nunca.
Que fariam no meu caso?

Re: um pedido de ajuda
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 16 de July de 2013 14:06

Olá Mena.

Citação:
Que fariam no meu caso?


Essa questão é traiçoeira.
Em cada caso está a pessoa e sua história, a sua circunstância, os seus valores, etc.
Daí ser dificil dizer o que faria no seu caso.

Mas há alguns aspetos interessantes.

Citação:
Ele sempre me falou numa história que envolve o casamente, que me iria contar mas nunca o fez.

Se não o fez, qual terá sido o motivo? Será que não queria que você soubesse da história dele? E porquê?

Citação:
Ele foi receptivo, mas mostrou que as questões legais trariam muitos problemas a nível da obtenção do divórcio civil. Talvez dinheiro ou assim, nunca me contou.

Eu tenho a impressão que ele nunca quis se divorciar...
O mais certo é ele mesmo estar mal resolvido na sua situaçã amorosa.
E você... lamento dizê-lo, mas creio que se deixou levar na conversa melada.

E a partir do momento em que você passou a ser uma parceira problemática, devido à sua doença, ele, egoista como é, em busca do seu próprio bem, satisfação e prazer, "deu de frosques"!

Citação:
Mas eu não consigo evitar questionar porque é que Deus deixou que esta situação se arrastasse 3 anos quase, para terminar assim de repente.

Deus deixou a sua liberdade e a liberdade dele fazerem o que quisessem. Não responsabilize Deus. Vocês os dois são OS ÚNICOS responsáveis morais da vossa situação.

Citação:
Tanto numa coisa como noutra, nunca sinto plena paz.

A sua falta de paz não se resolve nem de uma maneira nem de outra.
O problema, neste momento, é você mesma, devido ao seu problema clinico.
Enquanto isso não se resolver, não tente adquirir mecanismos de compensação: vai dar barraca.

Aceite esse desgosto amoroso como uma oportunidade para, com calma, firmar mais a sua resistência às adversidades da vida, bem como para aumentar o seu espaço de visão: o mundo, a vida, a realidade, não se limitam a esse problema.

Eu sei o que é um forte desgosto amoroso. Mas acredite, isso vai passar, e um dia destes você vai olhar para trás e ver que tanta dor não valia a pena.
Mais: você vai ver que a sua dor tinha mais a ver com sentimento de posse frustrado do que com amor!

Siga em frente: o mundo é muito vasto.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: um pedido de ajuda
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 01 de August de 2013 05:21

Olá Mena, espero que essa resposta atrasada te encontre melhor.

É sempre difícil dar palpite na vida dos outros, a dor é algo muito pessoal, mas pediu uma ajuda e no pouco que podemos fazer alguns conselhos talvez sejam úteis.

Não tenho como te dizer o que fazer, sinceramente acho que isso não seria a melhor ajuda. Porque a responsabilidade e as consequências dos atos serão suas e vão te atingir primeiro, é sua a "liberdade obrigada" da escolha. Acho que te fará bem assumir como "autora" na sua vida. Acredite que Deus não é o culpado das dificuldades que está enfrentando, mas pode ser o melhor amigo para te ajudar a sair delas, se você deixá-lo ajudar. Talvez alguns conselhos do Rui pareçam muito "duros", mas não são mais duros do que dureza da realidade. O homem que descreveu... racionalmente, é capaz de dizer que confia em alguém que no momento de dificuldade - você disse maior dificuldade - te abandona? Apesar da dor agora, talvez seja para seu bem, muitos processos de "cura" são doloridos mesmo. Não perca a esperança.

Você falou sobre "oração" e "paz". Não sei como entende "orar mais", se isso significa um esforço para "desligamento da realidade". Também não sei como entende "paz", se segue no caminho de interpretação como "desligamento". Diferente disso, a "paz" pode ser um processo de luta intensa - Sto Agostinho falava de uma "paz inquieta" - e se vc sente que está pisando firme na direção do bom caminho, sente que está no bom combate, então pode, mesmo diante de todas as dificuldades, sentir "paz". Jesus tinha essa paz, e muitos dos seus discípulos também a têm. Não é algo fácil, mas é possível e está ao nosso alcance. Com isso em vista, fica mais fácil falar da "oração". Em que medida ela te leva a perceber conscientemente a presença de Deus? Ela é um diálogo com Deus? Vc a entende como uma "arma" no bom combate? As orações de petição não são más, muito pelo contrário, mas existe mais do que isso. O aprendizado não é fácil.

Confie em Deus, Ele pode.
Paz e Bem.

Re: um pedido de ajuda
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 08 de August de 2013 01:16

Acho que a melhor ajuda que você pode ter neste momento é ajuda médica, pois como disse o seu estado de saúde mental não é o mais favorável para entender o que lhe está a acontecer e o que aconteceu.
Por vezes a nosso estado de saúde é tão débil que nos achamos incapazes de ser responsáveis pelo que nos aconteceu, mas de facto somos co-autores da nossa vida. A nossa vida é e deve ser como uma bíblia em que Deus toma parte como co-autor, mas o homem também deve assumir as suas responsabilidades. Quando não as assume coisas não muito boas acontecem, como a queda do templo de jerusalém. Mas Deus tão bom enviou-nos outro templo não feito de pedra, mas de humanidade em Jesus Cristo, dizendo-nos que está sempre disposto a reconciliar-se connosco se nos arrependermos e assumirmos as nossas responsabilidades enquanto filhos e servos. A nossa relação com Deus não deve ser nunca à de um homem que fica parado à espera que a chuva venha, mas daquele que pega nos seus bois e vai ao rio encher as bilhas. É uma diferença substancial porque no primeiro estamos à espera de ser servidos no segundo vamos nós ser servos da nossa causa. A nossa relação para com Deus deve ser a de servir de ser servo, nunca de ser servido, ou de esperar que Deus nos sirva. E isto diz bem das nossas responsabilidades na co-autoria da nossa vida. Se esperamos ser servidos estamos a dar lugar à superstição em vez da fé e da alegria da esperança.
Por isso as suas responsabilidades neste caso são todas pois teve sempre opção de escolher de modo diferente em vez de ficar à espera que Deus mudasse ou desse sinal de algo diferente. É sempre melhor ir com os bois ao rio do que ficar à espera de que chova.

Bem haja.



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