Para já fica a pergunta:
Será que a Igreja se vai transformar numa Estação de Serviços?

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Editado 1 vezes. Última edição em 27/10/2012 09:02 por fratal.

E trata-se de uma questão pertinente.
A pós-modernidade, no seu regresso ao religioso, recriou um sagrado de ocasião. Cabe à Igreja, bem consciente da sua natureza, esforçar-se por (r)estabelecer a noção de fé, não como conjunto de rituais e práticas ortodoxas, mas como relação de vida com o Ressuscitado.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

A fé no Ressuscitado é um bom motivo para potenciarmos a lógica de serviço na política, no ensino, no emprego e em tudo o mais que fazemos, enquanto membros de uma civilização que precisa de se rever em testemunhos coerentes.

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Editado 1 vezes. Última edição em 30/10/2012 06:44 por fratal.

Muito forte e oportuna essa relação entre a fé no Ressuscitado e a dimensão de serviço. Isso leva-nos imediatamente a contemplar a dimensão eucaristica da fé, enquanto entrega àquele totalmente Outro, que se fez e faz permanentemente totalmente nosso, como dádiva total de Si.

A Eucaristia, para além de ser celebração liturgica, é um modo de ser: é o modo de ser crístico, envolvido neste movimento ao mesmo tempo descendente (trazendo Deus ao homem), e ascendente (elevando o homem a Deus). E quando se fala deste duplo movimento, evidentemente que se fala em tudo o que é humano, as suas instituições, as suas culturas, o hic et nunc atual do homem, e de cada homem, necessitado de ser revisitado, sublimado e resgatado - resgatado de uma visão que tende a encerrar este mesmo homem e suas realidades no arco curto e fechado de uma visão meramente horizontal, pragmática e utilitarista.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

A Igreja deve servir ao máximo, propor muito e impor nada. Neste contexto como encarar a confissão?. Também aqui devemos manter a perspetiva inicial. A confissão deve em primeiro lugar dizer respeito ao dizer pessoal da fé e às pontenciais incongruências do testemunho pessoal que possam deixar alguém inquieto e com vontade de seguir melhores caminhos. Dizer os pecados? É preciso tomar consciência de que na persptiva neotestamentária o maior pecado é o da omissão, já que o novo mandamento diz:"amai-vos como eu vos amei". Realmente, quem não peca? E as crianças? Bem, que se tome cuidado para que o sacramento não soe a devassar de frágeis intimidades, cuja preocupação é catalogar um pecadito para ter que dizer ao padre:
"papá já tenho um pecado para confessar":
- parabéns filhota.

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Podem achar estranho e acho que para este tempo ainda o será, mas penso que no futuro as coisas serão bastante diferentes. No vaticano II deu-se a aproximação dos leigos ao clero. Eu creio que num futuro concílio, o seguinte ou no próximo se dará a aproximação do clero a ser mais leigo. A dar testemunho no mundo do trabalho do ensino das artes. um pouco por todo o mundo vê-se padres a criar bandas a escrever etc a estar mais inseridos com os leigos. Sem essa comunhão essencial e sem esse aproximar mantendo cada qual na dignidade das suas funções na igreja será muito dificil criar mais Igreja. Agora mais que nunca é impossível pensar numa igreja em que os padres se dedicam a celebrar missas e os sacramentos. É preciso dar testemunho porque ninguém se convence com rituais, que quando não vividos com a verdadeira dignidade, e pureza de coração tornam-se idolatrismo.

A eucaristia deve ser vista como uma doação de Deus, mas o homem se não estiver disposto a dar-se de pouco lhe poderá tirar proveito. Se for lá só para receber então é um idólatra.

BOas festas.

Pois é dando que se recebe ...

[www.paroquias.org]

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