Comecei a ler "Jesus de NAzaré" do Gnilka. Como me parece que não sou o único deixo aqui uma boa discussão sobre o que se vai lendo.

Alguns pontos que me levantaram dúvidas.

A primeira impressão de que o autor dá um caráter escatológico ao Reino de Deus.

A impressão de que Jesus se havia enganado quando diz ao discipulos que eles não acabariam de percorrer as ruas sem que se manifestasse o Filho do Homem.

Não estou nem contra nem a favor, ou melhor na primeira sinto-me inclinado para o contra, na segunda para a favor, mas não enganado, mas sim foi desiludido. Só gostava de aprender com as vossas leituras.

Infelizmente ainda não tive tempo de o ler. Já o folheei algumas vezes mas tive que o colocar de lado. Neste momento estou a "lutar" com um programa de edição musical bastante complexo que não me dá tempo para mais nada :-(

Mas vou adiantando trabalho com os vossos comentários :-)

Vitor, o que achas da obra em geral? (Pelo menos até onde a leste).

M. Martins

O autor não é prolixo na medida em que usa as palavras com sabedoria e facilmente se consegue perceber o texto.
Para dizer mais alguma coisa, tenho que me adiantar no texto. O que reparei foi nesses dois pormenores que estão nas primeiras 20 páginas do livro.

Jesus era um homem. E um homem é homem inserido em meio a uma cultura, a espectativas, a opiniões.

é absolutamenmte natural que Ele partilhasse as espectativas apocalipticas.
E isto vem muito a propósito daquela questão da omnisciência em Jesus. Só a terá na ressurreição.

Porém, é também certo que o Reino de Deus, a Escatologia, vem, acontece, surge, na ressurreição: o tal "já, mas ainda não da escatologia". Já veio, mas não atingiu a completude.

Citação:

Rui Vieira
Porém, é também certo que o Reino de Deus, a Escatologia, vem, acontece, surge, na ressurreição: o tal "já, mas ainda não da escatologia". Já veio, mas não atingiu a completude.

É nisso que eu me sinto inclinado a acreditar também.

Esta visão teológica é a que predomina em João: a do fim dos tempos que já veio em Jesus.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)