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Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 00:37

Nem poderia...


Ainda assim, queiras ou não, não perderás vossa parte...


E sorverás até o ultimo gole... queira ou não queira...


OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 00:46

Isto é só gente cheia de certezas, não houve magos, nem magicos nem reis nem ouro nem incenco nem mirra pra dar ao "puto", nem estrelas, nem cometas, nem conjunções de estrelas e planetas, essas hipótese nem se poem, vá lá havia a Maria, o José e o puto que já agora essa de ter sido gerada pelo Espirito Santo também não convence, não tem lógica nenhuma cientificamente, foi o José que gerou o puto pah.
Outros têm a certeza que existiram e eram 3 e até se chamavam Belchior, Baltasar e Gaspar e até sabem o que eles eram e tudo. A verdade é que a Bíblia não diz que eram “três” e nem quantos eram os “magos”. O texto diz apenas que eram “alguns”. Também não diz que eles eram “reis”.
Com tantas certezas que todo mundo tem, eu também tenho a minha, e essa é indesmentível, que havia teologos e religiosos que sabiam onde o Rei dos Judeus nasceria, mas não foram adorá-lo, mas havia outros que nem eram Judeus que sabiam, esperavam e seguiram os sinais das escrituras e foram adorar o desejado das nações, a estrela da manhã, o sol da justiça, Aquele sem o qual nada do que foi feito se fez, O mistério oculto pelos séculos, e com o melhor que eles tinham. É isto que o discipulo de Jesus quer transmitir, não é os fenómenos de astronomia, nem os termos técnicos que não eram conhecidos na altura, mas isso não vai invalidar que possa ter acontecido algum fenómeno astronomico. Nem o fenómeno astronomico vai invalidar outros significados...

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 00:52

É tudo é valido, desde que inventaram o homem e depois o homem se fez deus...

Mas ninguém perde por isto...

Todos ganham, embora não tenham certeza do que podem ganhar...

OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 01:02

Definitivamente, não jogas com o baralho todo.
Rala-te mas é com o teu presente.

Fazias bem melhor se praticasses assim uns exercícios à moda inaciana. Aposto que até perdias esse plural ridiculo.

Sabes uma coisa engraçada? Os jesuítas são muito antigos! Até conseguem ser mais antigos que o CVII. Logo não devias ter medo, nem nojo e praticar um bocadinho.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 01:32

Não perderá sua parte, carissima...


É só esperar.

OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 01:41

Caro Jorge:

Parece-me ter entendido onde queres chegar e concordo com bastantes coisas, embora pudesse matizar outras tantas.

Fazes bem em chamar a atenção para o facto de que não se queira reduzir o relato bíblico a um mero conjunto de «estórias» que poderiam ser reduzidas à pura banalidade de sempre: Jesus, um homem como qualquer outro, com uma história sem nada de extraordinário, a não ser uma mensagem que, sem ser propriamente original, acabou por ser idealizada por uns quantos, que o «reinventaram», também através de livros que impuseram como sagrados, e fabricaram uma religião que se impôs, etc... Na mesma linha vêem-se aqui e ali interpretações meramente morais de certos relatos, como os milagres, incluindo a Ressurreição. Às vezes, com a melhor das intenções, pode-se cair neste género de erro, que é reduzir o Cristianismo a uma espécie de estímulo moral e/ou de auto-ajuda e boa convivência.

Por isso é que me parece importante saber distinguir o que é absolutamente essencial (no sentido de central, à volta do qual todo o resto se organiza e encontra o seu lugar adequado) e o que não é tão essencial. Creio que é para isso que globalmente aponta o teu segundo parágrafo.

E também, uma norma de prudência: não complicar desnecessariamente. Posso ter dúvidas sobre a historicidade de uma coisa ou outra, sem que isso belisque o carácter inspirado da Bíblia. Ter fé não significa não ter qualquer dúvida e ter dúvidas não significa necessariamente falta de fé. A fé não é um mero «ter» ou «não ter», porque a fé está sujeita a crescimento: «Senhor, aumenta a minha fé». Portanto, não me parece que tenha razão o Omega, quando insinua que se tem que acreditar na historicidade de todo e qualquer pormenor escrito na Bíblia e que ter dúvidas sobre isso significa negar a Palavra de Deus.

O que dizes no segundo parágrafo tem muito do que realmente é essencial no relato dos magos. A designação de «reis» não faz mal nenhum à fé e ajuda a ligar a Isaías, mas não perdemos nada também em saber que o texto de Mateus não diz que eram reis, nem fala do número. Houve muitas «tradições» quando ao número de reis: cinco, sete, até mais de dez. O número três impôs-se pela associação aos três presentes oferecidos: ouro, incenso e mirra. Estes são aspectos mais ou menos secundários.

O que realmente é fundamental é a mensagem, que não é meramente histórica: a) o reconhecimento de Cristo, luz das nações, pelos pagãos; b) o acesso a Deus através de vários meios: a natureza (a observação do céu), os outros (perguntam a Herodes e aos seus), a Bíblia (onde acabam por «descobrir» Belém; c) etc. Neste «etc.» podem entrar outras considerações, de tipo espiritual, catequético, etc., como o significado de cada um dos presentes oferecidos, etc. Portanto, se historicamente eram reis ou não, isso não desfigura o centro do mistério, se eram três ou mais, isso é pouco relevante.

Quanto à natureza da estrela, não temos que partir a cabeça para saber se era mesmo uma estrela, se um cometa, uma conjunção/alinhamento de planetas (como muitos sustentam)...

Embora não sejas católico e o que se segue te interesse pouco, refiro um mini-episódio passado no início deste tópico. Alguém contou o conteúdo de uma homilia, onde o homileta terá dissertado sobre aspectos históricos deste ou de outro episódio. O que vi não me agradou nada, porque me parece que isso está bem numa aula, mas não propriamente numa celebração de fé, onde se insere a homilia, porque a homilia se deve centrar naquilo que é realmente vital para a fé e para a motivação à celebração que decorre. O homileta deve ter presente essas coisas e apontar, se necessário, a uma ou outra coisa, mas não deve fazer da homilia uma aula. Confesso que tenho um certo medo dos «padres iluminados» que fazem das suas homilias supostas demonstrações da sua erudição escandalizadora, com o pretexto de que há que actualizar as pessoas. Como aquele que terá dito que se Nossa Senhora subiu ao céu em corpo e alma, precisará de casa de banho no céu... A sua intenção era boa, a de despertar para alguma confusão em que se pode cair ao usar certas expressões, mas equivocou-se completamente de registo e apenas conseguiu que as pessoas se escandalizassem e até se zangassem. Sim, há que formar, mas não assim.

Mas o contrário também pode causar dano. Insistir desnecessariamente em alguns literalismos pode até desvirtuar o sentido catequético que têm muitos dos textos bíblicos, sobretudo no Novo Testamento. Muitas vezes o acento não vai tanto para o carácter «jornalístico» do acontecimento, mas para o seu sentido profundo. Isso é muito claro no evangelho de S. João, onde normalmente a seguir a um «sinal» vem um discurso. S. João não nos quis simplesmente insistir que Jesus fez mesmo milagres, mas apontar para o significado profundo do sinal. Por isso é que, por paradoxal que pareça, certos fundamentalismos podem constituir uma leitura extremamente superficial dos textos bíblicos, porque se fixam no «histórico» e perdem o catequético, teológico, espiritual...

Alef

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 10:43

Citação:
OmegaStar
Não perderá sua parte, carissima...

É só esperar.

Não posso. O quietismo é heresia.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 11:57

Citação:
Lena
Não posso. O quietismo é heresia.


Esperar então significa ficar inativo.

Não afirmei para praticar alguma especie de heresia, na pratica do quietismo, apenas afirmei que não perdes por esperar, posto que, todos, esperam atingir um fim com toda certeza, embora não compreenda qual será este fim.

OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 13:14

Omega

És um católico muito estranho, pois tens o sentido de humor de um adventista, a capacidade de adaptação de um mormon e o saber ouvir de um tj. A tua falta de educação é tipo Hugo Chavez, um ateu.


M. Martins

não dizes mais nada?
Depois da tua síntese, e retirando o pó das estrelas, já houve mais contribuições.
Continuas seduzido por uma leitura mais chegada à letra?

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 18 de April de 2010 18:17

Olá a todos

Nas próximas semanas vou andar por aqui...

Na minha opinião o Jorge Gomes e o Alef disseram tudo, e com muita sensatez. Não podemos reduzir as Sagradas Escrituras a um mero conjunto de símbolos, nem cair no extremo oposto considerando que tudo o que está contido na Bíblia aconteceu de facto tal como foi descrito pelos autores sagrados.

O que a doutrina católica ensina como verdade de fé é a inerrância da Sagrada Escritura e a sua inspiração divina. Claro, essa inerrância não significa que tudo quanto está contido na Escritura seja histórico ou se deva aplicar do mesmo modo às diferentes épocas e culturas.

O que não se pode é também pretender que nada seja histórico e tudo seja simbólico. Isso equivaleria a negar o carácter inerrante da Sagrada Escritura.

Neste caso específico, não interessa muito se foi uma estrela ou outra coisa qualquer que levou os pagãos a Cristo. Considero importante acreditar que determinado número de pagãos recebeu um sinal – não importa qual – e foi adorar o Menino Deus recém nascido. Se eram reis, se eram magos, se eram três, o que importa isso? Mas creio muito importante acreditar na sua existência, independentemente do número e do sinal recebido.

Omega,
Vou à Missa Tridentina e penso mais ou menos como tu, mas acho que deves aprender a expressar-te melhor, tanto gramaticalmente quanto mesmo ao nível da educação e do diálogo com os interlocutores. Podias fazer um esforço, se os outros também fizessem um esforço semelhante.

Os epítetos de fundamentalista, os rótulos, a etiquetagem também não ajudam muito ao diálogo, criam logo uma barreira. Podíamos todos melhorar nisto!

Salve Maria! Pax Christi!

Ut inimicos sanctae Ecclesiae humiliare digneris, te rogamus, audi nos!

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 19 de April de 2010 18:35

Comissão Pontificia Bíblica

Distinção entre sentido literal e literalismo

"1. Sentido literal

É não apenas legítimo mas indispensável procurar definir o sentido preciso dos textos tais como foram produzidos por seus autores, sentido chamado de « literal ». Já são Tomás de Aquino afirmava sua importância fundamental ( S. Th., I, q.l, a. 10, ad. 1).

O sentido literal não deve ser confundido com o sentido « literalista » ao qual aderem os fundamentalistas. Não é suficiente traduzir um texto palavra por palavra para obter seu sentido literal. É preciso compreendê-lo segundo as convenções literárias da época. Quando um texto é metafórico, seu sentido literal não é aquele que resulta imediatamente do palavra por palavra (por exemplo: « Tende os rins cingidos », Lc 12,35), mas aquele que corresponde ao uso metafórico dos termos (« Tende uma atitude de disponibilidade »). Quando se trata de um relato, o sentido literal não comporta necessariamente a afirmação de que os fatos contados tenham efetivamente acontecido, pois um relato pode não pertencer ao gênero histórico, mas ser uma obra de imaginação.
O sentido literal da Escritura é aquele que foi expresso diretamente pelos autores humanos inspirados. Sendo o fruto da inspiração, este sentido é também desejado por Deus, autor principal. Ele é discernido graças a uma análise precisa do texto, situado em seu contexto literário e histórico. A tarefa principal da exegese é de bem conduzir esta análise, utilizando todas as possibilidades das pesquisas literárias e históricas, em vista de definir o sentido literal dos textos bíblicos com a maior exatidão possível (cf. Divino afflante Spiritu: E. B., 550). Para esta finalidade, o estudo dos gêneros literários antigos é particularmente necessário (ibid. 560).

O sentido literal de um texto é único? Geralmente sim; mas não se trata aqui de um princípio absoluto, e isso por duas razões. De um lado, um autor humano pode querer se referir ao mesmo tempo a vários níveis de realidade. O caso é comum em poesia. A inspiração bíblica não desdenha esta possibilidade da psicologia e da linguagem humana; o IV Evangelho fornece numerosos exemplos disto. De outro lado, mesmo quando uma expressão humana parece ter um único significado, a inspiração divina pode guiar a expressão de maneira a produzir urna ambivalência. Este é o caso da palavra de Caifás em Jo 11,50. Ela exprime ao mesmo tempo um cálculo político imoral e uma revelação divina. Estes dois aspectos pertencem um e outro ao sentido literal, pois eles são, os dois, colocados em evidência pelo contexto. Se bem que ele seja extremo, este caso é significativo; ele deve advertir contra uma concepção muito estrita do sentido literal dos textos inspirados"

Sobre o fundamentalismo bíblico

"F. Leitura fundamentalista

A leitura fundamentalista parte do princípio de que a Bíblia, sendo Palavra de Deus inspirada e isenta de erro, deve ser lida e interpretada literalmente em todos os seus detalhes. Mas por « interpretação literal » ela entende uma interpretação primária, literalista, isto é, excluindo todo esforço de compreensão da Bíblia que leve em conta seu crescimento histórico e seu desenvolvimento. Ela se opõe assim à utilização do método histórico-crítico, como de qualquer outro método científico, para a interpretação da Escritura.

A leitura fundamentalista teve sua origem na época da Reforma, com uma preocupação de fidelidade ao sentido literal da Escritura. Após o século das Luzes, ela se apresentou no protestantismo como uma proteção contra a exegese liberal. O termo « fundamentalista » é ligado diretamente ao Congresso Bíblico Americano realizado em Niagara, Estado de New York, em 1895. Os exegetas protestantes conservadores definiram nele « cinco pontos de fundamentalismo »: a inerrância verbal da Escritura, a divindade de Cristo, seu nascimento virginal, a doutrina da expiação vicária e a ressurreição corporal quando da segunda vinda de Cristo. Logo que a leitura fundamentalista da Bíblia se propagou em outras partes do mundo ela fez nascer outras espécies de leituras, igualmente « literalistas », na Europa, Ásia, Africa e América do Sul. Esse gênero de leitura encontra cada vez mais adeptos, no decorrer da última parte do século XX, em grupos religiosos e seitas assim como também entre os católicos.

Se bem que o fundamentalismo tenha razão em insistir sobre a inspiração divina da Bíblia, a inerrância da Palavra de Deus e as outras verdades bíblicas inclusas nos cinco pontos fundamentais, sua maneira de apresentar essas verdades está enraizada em uma ideologia que não é bíblica, apesar do que dizem seus representantes. Ela exige uma forte adesão a atitudes doutrinárias rígidas e impõe, como fonte única de ensinamento a respeito da vida cristã e da salvação, uma leitura da Bíblia que recusa todo questionamento e toda pesquisa crítica.

O problema de base dessa leitura fundamentalista é que recusando de levar em consideração o caráter histórico da revelação bíblica, ela se torna incapaz de aceitar plenamente a verdade da própria Encarnação. O fundamentalismo foge da estreita relação do divino e do humano no relacionamento com Deus. Ele se recusa em admitir que a Palavra de Deus inspirada foi expressa em linguagem humana e que ela foi redigida, sob a inspiração divina, por autores humanos cujas capacidades e recursos eram limitados. Por esta razão, ele tende a tratar o texto bíblico como se ele tivesse sido ditado palavra por palavra pelo Espírito e não chega a reconhecer que a Palavra de Deus foi formulada em uma linguagem e uma fraseologia condicionadas por uma ou outra época. Ele não dá nenhuma atenção às formas literárias e às maneiras humanas de pensar presentes nos textos bíblicos, muitos dos quais são fruto de uma elaboração que se estendeu por longos períodos de tempo e leva a marca de situações históricas muito diversas.

O fundamentalismo insiste também de uma maneira indevida sobre a inerrância dos detalhes nos textos bíblicos, especialmente em matéria de fatos históricos ou de pretensas verdades científicas. Muitas vezes ele torna histórico aquilo que não tinha a pretensão de historicidade, pois ele considera como histórico tudo aquilo que é reportado ou contado com os verbos em um tempo passado, sem a necessária atenção à possibilidade de um sentido simbólico ou figurativo.

O fundamentalismo tem muitas vezes tendência a ignorar ou a negar os problemas que o texto bíblico comporta na sua formulação hebraica, aramaica ou grega. Ele é muitas vezes estreitamente ligado a uma tradição determinada, antiga ou moderna. Ele se omite igualmente de considerar as « releituras » de certas passagens no interior da própria Bíblia.

No que concerne os Evangelhos, o fundamentalismo não leva em consideração o crescimento da tradição evangélica, mas confunde ingenuamente o estágio final desta tradição (o que os evangelistas escreveram) com o estágio inicial (as ações e as palavras do Jesus da história). Ele negligencia assim um dado importante: a maneira com a qual as próprias primeiras comunidades cristãs compreenderam o impacto produzido por Jesus de Nazaré e sua mensagem. Ora, aqui está um testemunho da origem apostólica da fé cristã e sua expressão direta. O fundamentalismo desnatura assim o apelo lançado pelo próprio Evangelho.

O fundamentalismo tem igualmente tendência a uma grande estreiteza de visão, pois ele considera conforme à realidade uma antiga cosmologia já ultrapassada, só porque encontra-se expressa na Bíblia; isso impede o diálogo com uma concepção mais ampla das relações entre a cultura e a fé. Ele se apóia sobre uma leitura não-crítica de certos textos da Bíblia para confirmar idéias políticas e atitudes sociais marcadas por preconceitos, racistas, por exemplo, simplesmente contrários ao Evangelho cristão"

Palavra do magistério do Papa

[www.vatican.va]

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 20 de April de 2010 01:23


Humani Generis


Sobre algumas doutrinas errôneas

Carta encíclica do Papa Pio XII
12 de agosto de 1950.


1. As discórdias e os erros do gênero humano, em matéria de religião e de moral, foram sempre para todos os bons, e principalmente os fiéis e sinceros filhos da Igreja, causa de profundo pesar, mas são-no hoje de modo especial, quando vemos atacados por todas as partes os princípios mesmos da civilização cristã.

2. Não é de estranhar que fora do redil de Jesus Cristo tenham sempre existido tais dissensões e erros. Pois, embora a razão humana, absolutamente falando, possa chegar com suas forças e lume naturais ao conhecimento verdadeiro e certo de um Deus pessoal, que governa e protege o mundo com sua Providência, bem como chegar ao conhecimento da lei natural impressa pelo Criador em nossas almas, contudo, de fato, muitos são os obstáculos que impedem a mesma razão de usar eficazmente e com resultado desta sua natural capacidade. As verdades que se referem a Deus e às relações entre os homens e Deus são verdades que transcendem completamente a ordem das coisas sensíveis e quando estas verdades atingem a vida prática e a regem, requerem sacrifício e abnegação. A inteligência humana, na aquisição dessas verdades, encontra dificuldades tanto por parte dos sentidos e da imaginação como por parte das más inclinações provenientes do pecado original. Donde vemos que os homens em tais questões facilmente procuram persuadir-se de que seja falso ou ao menos duvidoso aquilo que não desejam que seja verdadeiro.

3. Por tais motivos se deve dizer que a Revelação divina é moralmente necessária para que aquelas verdades que em matéria de religião e moral, mesmo na presente condição do gênero humano, não são de sua natureza inacessíveis à razão, possam ser por todos conhecidas com facilidade, com firme certeza, sem mistura alguma de erro. (Conc. Vaticano I, Const. De fide catholica, c.2, De revelatione).

4. Mais ainda, a mente humana pode até, às vezes, encontrar dificuldade em formar um juízo certo sobre a "credibilidade" da fé católica, apesar de serem tantos e tão admiráveis os sinais e argumentos externos, concedidos por Deus em seu favor, a tal ponto que ainda somente com o lume da razão natural se pode provar com certeza a origem divina da religião cristã. É que o homem, movido por preconceitos ou instigado pelas paixões e pela vontade pervertida, não só pode rejeitar a evidência dos sinais e argumentos externos que se lhe apresentam, como também resistir às celestes inspirações que Deus lhe infunde na alma.

5. Quem quer que lance os olhos sobre aqueles que vivem fora do redil de Cristo, facilmente poderá distinguir os principais caminhos por onde enveredaram muitos dos homens que se dizem cultos e doutos. Há-os que, sem a devida prudência e discernimento, admitem e propugnam como extensivo à origem de todos os seres o sistema evolucionista, que nem mesmo no campo das ciências naturais está indiscutivelmente demonstrado, e com ousadia temerária se entregam à hipótese monista e panteísta de um universo sujeito às leis de uma contínua evolução. Desta hipótese logo se aproveitam os fautores do comunismo para propugnar e exaltar com mais eficácia o seu "materialismo dialético" e arrancar das mentes toda a idéia de Deus.

6. As falsas afirmações de tal evolucionismo, no qual se repudia tudo o que é absoluto, firme e imutável, prepararam o caminho às aberrações de uma nova filosofia, que, fazendo concorrência ao idealismo, ao imanentismo e ao pragmatismo, tomou o nome de existencialismo, porque, rejeitando as essências imutáveis das coisas, só se preocupa com a existência de cada indivíduo.

7. A essas correntes se vem juntar um falso historicismo que se atém somente aos acontecimentos da vida humana e subverte os fundamentos de toda e qualquer verdade ou lei absoluta, seja no campo da filosofia, seja no dos dogmas do cristianismo.

8. Em meio de tão grande confusão de idéias algum conforto nos traz ver o bom número daqueles que, imbuídos outrora dos postulados do racionalismo, desejam agora voltar às fontes da verdade revelada por Deus e proclamam a palavra de Deus conservada na Sagrada Escritura como fundamento da ciência sagrada. Mas é ao mesmo tempo doloroso verificar que não poucos dentre esses mesmos, quanto mais firmemente aderem à palavra de Deus, tanto mais deprimem a capacidade da razão humana, e quanto mais de boa vontade exaltam a autoridade de Deus Revelador, com tanto maior acrimônia desprezam o Magistério da Igreja, instituído por Cristo Nosso Senhor para guardar e interpretar as verdades reveladas. Tal desprezo não só está em contradição aberta com as Sagradas Letras, mas até mesmo pela experiência se tem mostrado errado. Quanta vez os próprios dissidentes, que se separaram da verdadeira Igreja, são os primeiros a lamentar publicamente a confusão e discórdia que entre eles reina no campo dogmático, reconhecendo assim, embora a seu pesar, a necessidade de um Magistério vivo!



I - A Igreja Católica face aos erros modernos


1- O papel dos teólogos e dos filósofos

9. Pois bem, essas tendências que mais ou menos se desviam do reto caminho da verdade, não podem ser ignoradas ou deixadas de lado pelos teólogos e filósofos católicos, aos quais incumbe a grave missão de defender as verdades divinas e humanas e difundi-las entre os homens. Mas ainda, é preciso que conheçam bem tais sistemas, já pela razão de que as doenças não se podem curar se não forem primeiro bem conhecidas, já porque nessas falsas teorias muitas vezes está latente alguma parcela de verdade, já finalmente porque esses mesmos erros incitam a inteligência a perscrutar e a examinar certas verdades filosóficas e religiosas com maior atenção e agudeza.

10. Se os nossos filósofos e teólogos procurassem somente colher de tais doutrinas, cautelosamente assim estudadas, esses frutos que acabamos de mencionar, não haveria suficiente motivo para uma intervenção do Magistério da Igreja. Mas, embora estejamos cientes que em geral os professores e estudiosos católicos se guardam de tais erros, consta-Nos outrossim que não falta também hoje, como nos tempos apostólicos, quem, aliciado mais do que convém pela novidades, ou temendo por ventura ser tido por ignorante das descobertas da ciência nesta época de progresso, procure subtrair-se à submissão devida ao Sagrado Magistério da Igreja, correndo o perigo de se afastar insensivelmente da mesma verdade revelada por Deus e arrastar consigo outros ao erro.

11. Há, além disso, outro perigo ainda maior, porquanto vai mais encoberto sob a aparência de virtude. São muitos os que, deplorando a discórdia a que chegou o gênero humano e a confusão de idéias que hoje reina, levados de um zelo imprudente, se sentem impelidos vigorosamente por um desejo ardente de destruir as barreiras que separam entre si a tantos homens retos e honestos. E abraçam, em conseqüência, um gênero de irenismo, que, pondo de lado as questões que dividem os homens, pretendem não só obter uma união de forças para repelir a avalanche avassaladora de ateísmo, mas chegam a querer conciliar as oposições que existem no próprio campo dogmático. E assim como em tempos passados houve quem perguntasse se a apologética tradicional da Igreja não era um obstáculo, mais que um auxílio, para ganhar almas a Cristo, assim hoje não falta quem chegue ao ponto de levantar a questão: se a teologia e os métodos que se usam com aprovação da autoridade eclesiástica no ensino hodierno, não devem ser, não já aperfeiçoados, mas completamente reformados, para que o reino de Cristo possa ser propagado com mais eficácia no mundo inteiro, entre os homens de qualquer cultura e de qualquer opinião religiosa.

12. Se esses tais não tivessem em mira senão introduzir algumas inovações para adaptar com mais acerto o ensinamento eclesiástico e os seus métodos às condições e necessidades hodiernas, quase não haveria razão para temer; mas arrebatados desse imprudente irenismo, alguns chegam a julgar como óbices, para se restaurar a união fraterna, aquelas mesmas instituições que se baseiam nas leis e princípios promulgados pelo próprio Jesus Cristo, bem como quanto constitui a defesa e o sustentáculo da integridade da fé. Se isto se abate, tudo será unificado, sim, mas nos escombros de uma ruína geral.

13. Essas novas opiniões, nascidas quer de uma deplorável ânsia de novidades quer mesmo de louváveis intenções, nem sempre são propostas com a mesma intensidade, com a mesma clareza, ou com os mesmos termos. Nem sempre os seus propugnadores estão em perfeito acordo entre si. O que hoje está sendo ensinado veladamente por alguns, com cautelas e distinções, amanhã será proposto publicamente e sem rebuços por outros mais audazes, com escândalo de muitos, especialmente de jovens sacerdotes, e com detrimento da autoridade eclesiástica. E se geralmente se usa mais cautela nos livros que se publicam, o mesmo assunto é tratado com mais liberdade em folhetos distribuídos em particular, em lições datilografadas, em reuniões. E não só entre os membros do clero secular e regular, nos seminários e institutos religiosos vão sendo divulgadas tais opiniões, mas até entre os leigos, especialmente entre os que se dedicam à educação e instrução da juventude.

2. Os perigos do relativismo dogmático

14. No que se refere à teologia, alguns pretendem reduzir, quanto podem, o significado do dogma e libertar este do modo de exprimir-se, já desde muito usado na Igreja, e dos conceitos filosóficos em vigor entre os doutores católicos, para voltar, na exposição da doutrina católica, às expressões da Sagrada Escritura e dos Santos Padres. Assim esperam eles que o dogma, despojado dos elementos que dizem extrínsecos à revelação divina, possa ser proveitosamente comparado com as opiniões dogmáticas daqueles que se separam da Igreja e deste modo se possa chegar pouco a pouco à assimilação mútua do dogma católico e das opiniões dos dissidentes. Além disso, reduzida a estes termos a doutrina católica, pensam eles que desembaraçam o caminho para, com a satisfação dada às necessidades do mundo hodierno, poder exprimir o dogma com as categorias da filosofia de nosso tempo, quer sejam do imanentismo, quer sejam do idealismo, quer sejam do existencialismo ou de qualquer outro sistema. E alguns mais audazes sustentam que isso se pode fazer e se deve fazer, porque os mistérios da fé, afirmam os tais, não se podem exprimir por meio de conceitos adequadamente verdadeiros, mas somente por meio de conceitos aproximativos e sempre mutáveis, através dos quais a verdade se manifesta, sim, mas ao mesmo tempo necessariamente se deforma. Daí que não crêem absurdo mas absolutamente necessário que a teologia, segundo as várias filosofias de que se sirva como de instrumentos no decurso dos tempos, substitua as noções antigas por outras novas e assim, de maneiras diversas, e até sob certos aspectos contrários, mas – como dizem – equivalentes, traduza em linguagem humana as mesmas verdades divinas. Acrescentam que a história dos dogmas consiste em apresentar as várias formas sucessivas de que se revestiu a verdade revelada, segundo as diversas doutrinas e opiniões que no volver dos séculos foram aparecendo.

15. É claro, do que dissemos, que essas tendências não somente levam ao relativismo dogmático, mas de fato já o contém. Relativismo esse que é por demais favorecido pelo desprezo que mostram para com a doutrina tradicional e para com os termos em que ele se exprime. Todos sabem que as expressões desses conceitos, usadas tanto no ensino das aulas como no mesmo Magistério da Igreja, podem ser melhoradas e aperfeiçoadas; é por outra parte bem sabido que a Igreja nem sempre usou constantemente determinadas expressões; é evidente também que a Igreja não pode estar ligada a um qualquer efêmero sistema filosófico; mas tais noções e tais expressões que com geral consenso foram através dos séculos encontrados e formuladas pelos doutores católicos para chegar a algum maior conhecimento e inteligência do dogma, sem dúvida que não se apóiam em um fundamento tão caduco. Apóiam-se, sim, em princípios e noções deduzidas de um verdadeiro conhecimento das coisas criadas; e na dedução de tais noções, a verdade, revelada como estrela, iluminou por meio da Igreja a inteligência humana. Portanto não é de maravilhar que algumas dessas noções tenham sido usadas em Concílios Ecumênicos, e que deles tenham recebido tal sanção que a ninguém é lícito afastar-se delas.

16. Por esses motivos, ter em pouco caso ou rejeitar ou privar do seu justo valor conceitos e expressões que foram encontradas e aperfeiçoadas para exprimir com exatidão as verdades da fé, por pessoas de inteligência e santidade nada vulgares, num trabalho muita vez plurissecular, sob a vigilância do Magistério da Igreja, e não sem uma ilustração e direção do Espírito Santo, e querer agora substituí-las por noções hipotéticas e por certas expressões flutuantes e vagas da nova filosofia, que à semelhança da flor dos campos hoje verdeja e amanhã já secou, é por certo uma grandíssima imprudência. Seria reduzir o dogma à condição da cana agitada pelo vento. O desprezo dos termos e das noções usadas pelos teólogos escolásticos por si mesmo conduz ao enfraquecimento da teologia denominada especulativa, que tais inovadores julgam, por se apoiar em razões teológicas, desprovidas de verdadeira certeza.

3. O papel do Magistério da Igreja


17. Infelizmente esses amantes de novidades passam facilmente do desprezo da teologia escolástica ao pouco caso e até ao desprezo do próprio Magistério da Igreja, que dá com sua autoridade tão notável aprovação a essa teologia. O Magistério Eclesiástico é apresentado por eles como um empecilho ao progresso e um estorvo para a ciência; ao mesmo tempo que é considerado por certos acatólicos como um freio já injusto para alguns teólogos mais cultos que procuram renovar a sua ciência. E embora este Sagrado Magistério deva ser para qualquer teólogo a norma próxima e universal de verdade em matéria de fé e de moral (pois Cristo Senhor Nosso lhe confiou todo o depósito da fé - Sagrada Escritura e tradição divina - para guardá-lo, defendê-lo, interpretá-lo), contudo por vezes é ignorado como se não existisse o dever que têm os fiéis de fugir também daqueles erros que em maior ou menor medida se aproximam da heresia, dever portanto de "observar as constituições e decretos com os quais essas falsas opiniões foram proscritas e proibidas pela Santa Sé" (Código de Direito Can., cân. 1324; cf. Conc. Vaticano I, Const. De fide catholica, c.4, De fide et ratione, depois dos cânones). O que as Encíclicas dos Sumos Pontífices expõem sobre o caráter e a constituição da Igreja é por alguns intencional e habitualmente deixado de parte com o intuito de fazer prevalecer um conceito vago, que eles dizem terem tomado dos antigos Padres, especialmente Gregos. Os Sumos Pontífices, dizem tais propugnadores, não tencionam dirimir as questões disputadas entre teólogos; é portanto necessário voltar às fontes primitivas e com os escritos dos antigos se devem explicar as posteriores constituições e decretos do Magistério Eclesiástico.

18. Tais afirmações, feitas muito embora com elegância de estilo, estão cheias de falácia. É verdade que geralmente os Sumos Pontífices deixam livres os teólogos naquelas questões em que os melhores doutores se acham divididos entre várias posições, mas a história mostra como muitas questões que em certa época eram objeto de livre discussão, posteriormente já não o puderam ser.

19. Nem se deve crer que os ensinamentos das Encíclicas não exijam per se o assentimento, sob o pretexto de que os Pontífices não exercem nelas o poder de seu Supremo Magistério. Tais ensinamentos fazem parte do magistério ordinário, para o qual também valem as palavras: "Quem vos ouve, a mim ouve" (Lc 10,16), além do que, quanto vem proposto e inculcado nas Encíclicas pertence já, o mais das vezes, por outros títulos, ao patrimônio da doutrina católica. Ademais, se os Sumos Pontífices no exercício do seu magistério emitem de caso pensado uma decisão em matéria até então controvertida, é evidente que tal questão, segundo a mente e a vontade dos mesmos Pontífices, não pode já constituir objeto de livre discussão entre os teólogos.

20. Também é verdade que os teólogos devem voltar sempre às fontes da revelação divina do Magistério vivo "se encontrem já explícita ou implicitamente" (Pius IX, Inter gravissimas, 28 Oct. 1870, Acta, vol. I, p. 260) na Sagrada Escritura ou na divina Tradição. Acresce que ambas as fontes da Revelação contém tais e tantos tesouros de verdade que se não poderão jamais, de fato, exaurir: As ciências sagradas com o estudo das fontes da revelação sempre rejuvenescem; enquanto, pelo contrário, a especulação que negligencia um estudo mais profundo no depósito sagrado, consta pela experiência que se torna estéril. Mas por isso mesmo a teologia, mesmo a chamada positiva, não pode ser equiparada a uma ciência meramente histórica. Juntamente com as sagradas fontes, Deus deu à sua Igreja um magistério vivo para iluminar e pôr em relevo aquilo que no depósito da fé não se acha senão obscuramente e como que implícito. Este depósito, não foi a cada fiel nem mesmo aos teólogos, que o Divino Redentor o entregou para que o interpretassem autenticamente, - mas somente ao Magistério da Igreja. Se a Igreja desempenha este seu múnus, como o fez inúmeras vezes no decurso dos séculos, já com o extraordinário, é claro que é completamente falso o método de explicar as coisas claras pela obscuras: muito ao invés, o contrário é o que se impõe a todos. Pelo que o Nosso Predecessor de imortal memória, Pio IX, ao ensinar que é nobilíssima incumbência da teologia mostrar como a doutrina definida pela Igreja esteja contida nas sagradas fontes, acrescentou estas palavras "naquele mesmo sentido no qual foi definida pela Igreja".

4. A autoridade da Sagrada Escritura


21. Voltando, pois, às novas teorias, a que acima aludimos, por alguns vão sendo proferidas e ensinadas certas doutrinas que põem em perigo a autoridade da Sagrada Escritura. Alguns permitem-se a ousadia de deturpar o sentido da definição do Concílio Vaticano, a respeito do doutrina que diz ser Deus o autor da Sagrada Escritura e renovam a opinião, já várias vezes condenada, de que a imunidade de erro que compete às Sagradas Letras se estende somente ao que se refere a Deus e aos assuntos religiosos e morais. Mais; falam com pouco acerto de um sentido humano dos Livros Sagrados, sob a qual estaria latente um sentido divino, único que têm como infalível. Na interpretação da Sagrada Escritura não querem ter em conta a analogia da fé e a tradição da Igreja e sustentam que a doutrina dos Santos Padres e do Sagrado Magistério se deve regular pela Sagrada Escritura explicada pelos exegetas sob aspecto meramente humano, em vez de ser a Sagrada Escritura que deva ser exposta segundo a mente da Igreja constituída por Cristo Nosso Senhor guarda e intérprete de todo o depósito da verdade revelada.

22. Além disso, o sentido literal da Sagrada Escritura e sua exposição, elaborada, sob a vigilância da Igreja, por tantos e tão grandes exegetas, deve ceder o passo, segundo caprichosamente afirmam, à nova exegese, que chamam espiritual e simbólica, e pela qual a Sagrada Bíblia do Antigo Testamento, que, segundo eles, hoje na Igreja está como fonte selada, será finalmente aberta a todos. Desta forma, asseveram, desvanecer-se-ão todas as dificuldades, que não podem causar embaraço senão àqueles que se atêm ao sentido literal da Escritura.

23. Todos vêem como todas estas doutrinas se afastam dos princípios e das normas hermenêuticas justamente estabelecidas pelos Nossos Predecessores de feliz memória, Leão XIII na Encíclica Providentissimus e Bento XV na Encíclica Spiritus Paraclitus, como também por Nós na Encíclica Divino Afflante Spiritu.



II - Penetração dos erros modernos

1. No terreno da teologia

24. Não deve causar maravilha que tais inovações tenham produzido seus frutos envenenados em quase todas as partes da teologia. Põe-se em dúvida que a razão humana sem a ajuda da Revelação divina e da graça possa demonstrar, com argumentos tirados das criaturas, a existência de um Deus pessoal: nega-se que o mundo tenha tido início e afirma-se que a criação do mundo é necessária, porque procede da necessária liberalidade do amor divino; como também se afirma que Deus não têm presciência eterna e infalível das ações livres do homem; opiniões todas contrárias às declarações do Concílio Vaticano (Cf. Conc. Vaticano I, Const. De fide catholica, c. I, De Deo rerum omnium creatore)

25. É posto em discussão por alguns se os anjos são pessoas e se existe uma diferença essencial entre matéria e espírito. Outros desnaturam o conceito da gratuidade da ordem sobrenatural, sustentando que Deus não pode criar seres inteligentes sem ordená-los e chamá-los à visão beatífica. Nem basta ainda, pois deixando de lado as definições do Concílio de Trento, chegam a destruir o verdadeiro conceito de pecado original e juntamente o de pecado, em geral, como ofensa de Deus, bem assim o conceito da satisfação que Jesus Cristo deu por nós. Nem falta quem sustente que a doutrina da transubstanciação, porquanto fundada num conceito de substância já antiquado, deva ser corrigida, de modo que se reduza a presença real de Cristo na Eucaristia a um simbolismo, pelo qual as espécies consagradas não seriam outra coisa senão sinais eficazes de uma presença espiritual de Cristo e da sua íntima união, no Corpo místico, com os membros fiéis.

26. Alguns não se julgam obrigados a professar a doutrina que expusemos numa das Nossas Encíclicas, fundada nas fontes da Revelação, segundo a qual o Corpo Místico de Cristo e a Igreja Católica Apostólica Romana são uma só e mesma coisa (Cf. Enc. Mystici Corporis Christi, A.A. S. vol. XXXV, p. 193 s.). Alguns reduzem a uma fórmula vã a necessidade de pertencer à verdadeira Igreja para obter a salvação eterna! Outros, finalmente, não admitem o caráter racional dos sinais de credibilidade da fé cristã.

27. É sabido que esses erros e outros semelhantes se andam espalhando entre alguns de Nossos filhos, levados a engano por um zelo imprudente ou por uma ciência de falso cunho, e a esses filhos somos obrigados a repetir, com o coração dolorido, verdades conhecidíssimas e erros patentes, indicando-lhes com preocupação os perigos de tais erros.

2. No terreno da filosofia

28. Todos sabem quanto apreço dá a Igreja à razão humana no que concerne à sua capacidade de demonstrar com certeza a existência de um Deus pessoal, de provar iniludìvelmente pelos sinais divinos os fundamentos da própria fé cristã, de exprimir com justeza a lei natural que o Criador imprimiu na alma humana, de conseguir por fim uma inteligência limitada mas utilíssima dos mistérios (Cf.Conc. Vaticano I). Esta atribuição podê-la-á a razão desempenhar convenientemente e com segurança, se estiver nutrida daquela sã filosofia que constitui como que um patrimônio de família, herdado das precedentes gerações cristãs e que reveste uma autoridade superior, pois que o mesmo Magistério da Igreja confrontou com a própria verdade revelada os seus princípios e as suas principais asserções, precisadas e fixadas lentamente através dos séculos por homens de inegável talento. Esta mesma filosofia, confirmada e comumente admitida pela Igreja, defende o genuíno valor do conhecimento humano, os indestrutíveis princípios da metafísica - a saber: de razão suficiente, de causalidade, de finalidade - e propugna a capacidade da inteligência de atingir a verdade certa e imutável.

Devem-se respeitar as aquisições definitivas da filosofia

29. Nesta filosofia há certamente muitas coisas que não dizem respeito à fé e à moral, nem direta nem indiretamente e por isso a Igreja as deixa à livre discussão dos competentes na matéria; mas não existe a mesma liberdade com respeito a muitas outras questões, especialmente com respeito aos princípios e principais asserções de que acima falamos. Pode-se dar à filosofia, também nessas questões essenciais, uma veste mais conveniente e mais rica; poder-se-á reforçar a mesma filosofia com expressões mais eficazes, despojá-la de certos meios escolásticos menos adequados, enriquecê-la ainda - com prudência porém - de certos elementos que são frutos do progressivo trabalho da inteligência humana. Não se deverá, porém, jamais subvertê-la com falsos princípios, nem estimá-la só como um grandioso monumento de valor puramente arqueológico. Pois a verdade e toda a sua manifestação filosófica não pode estar sujeita a mudanças cotidianas, especialmente tratando-se dos princípios evidentemente e diretamente conhecidos como tais pela razão humana ou daquelas asserções, referenciadas já pela sabedoria dos séculos, já pela harmonia com os dados da Revelação divina. Qualquer verdade que a razão humana por meio de uma pesquisa sincera for capaz de descobrir, não poderá jamais estar em contraste com uma verdade já anteriormente demonstrada; porque Deus, suma Verdade, criou e rege o intelecto humano, não para que às verdades já adquiridas ele contraponha cada dia outras novas, mas para que, removendo os erros que eventualmente se forem introduzindo, acrescente verdade a verdade, na mesma ordem e com a mesma harmonia, onde a inteligência humana vai haurir a verdade. Por isso o cristão, seja filósofo ou teólogo, não abraça sem mais, com precipitação e leviandade, todas as novidades que aparecem, mas as deve examinar com a máxima diligência e as deve ponderar no seu justo peso, para não perder a verdade já adquirida ou corrompê-la, certamente com perigo e dano para a sua fé.


.......

III - A Fé e as ciências positivas


34. Resta agora falar daquelas questões, que, ainda que pertençam às ciências positivas, são mais ou menos relacionadas com as verdades reveladas da fé cristã. Não poucos são os que pedem insistentemente que a religião católica tenha em máxima conta estas ciências, o que é sem dúvida coisa louvável, quando se trata da fatos realmente demonstrados. Mas é preciso ser muito cauto quando se trata de puras hipóteses, embora de algum modo fundadas cientificamente, e nas quais se toca a doutrina contida na S. Escritura ou na tradição. E se tais hipóteses vão direta ou indiretamente contra a doutrina revelada, então de modo nenhum se podem admitir.

1. Biologia e Antropologia

35. Por essas razões o Magistério da Igreja não proíbe que, em conformidade com a atual estado das ciências e da teologia, sejam objeto de pesquisas e de discussões, por parte dos competentes em ambos os campos, a doutrina do evolucionismo, enquanto ela investiga a origem do corpo humano, que proviria de matéria orgânica preexistente (a fé católica nos obriga a professar que as almas são criadas imediatamente por Deus). Isto, porém, deve ser feito de tal maneira, que as razões das duas opiniões, isto é, da que é favorável e da que é contrária ao evolucionismo, sejam ponderadas e julgadas com a necessária seriedade, moderação, justa medida, e contanto que todos estejam dispostos a se sujeitares ao juízo da Igreja, à qual Cristo confiou o oficio de interpretar autenticamente a S. Escritura e de defender os dogmas da fé (Cf. Alocução Pontifícia aos membros da Academia das Ciências. 30 nov. 1941 A. A. S. vol. XXXIII p. 506). Mas alguns ultrapassam temerariamente esta liberdade de discussão procedendo como se estivesse já demonstrado com certeza plena que o corpo humano se tenha originado de matéria orgânica preexistente, argumentando com certos indícios achados até agora e com raciocínios baseados sobre tais indícios; e isto como se nas fontes da revelação não existisse nada que exija neste assunto a maior moderação e cautela.

36. Quanto, porém, à outra hipótese, isto é, ao poligenismo, os filhos da Igreja não gozam, de modo nenhum, da mesma liberdade, pois os fiéis não podem abraçar uma opinião cujos fautores ensinam que depois de Adão existiriam nesta terra verdadeiros homens que não tiveram origem, por via de geração natural, do mesmo Adão, progenitor de todos os homens, ou então que Adão representa um conjunto de muitos progenitores. Ora, não se vê de modo algum como estas afirmações se possam conciliar com os que as fontes da revelação e os atos do Magistério da Igreja nos ensinam acerca do pecado original, que provém de um pecado verdadeiro cometido individualmente por Adão e que, transmitido a todos por geração, é inerente a cada um como próprio (Cf. Rom 5, 12-19; Conc. Triden., sess. V, cân. 1-4).

2. Ciências Históricas

37. Como nas ciências biológicas e antropológicas, também nas históricas há quem ousadamente ultrapasse os limites e as cautelas estabelecidas pela Igreja. De modo particular se deve deplorar certo sistema de interpretação demasiado livre dos livros históricos do Antigo Testamento; e os fautores desse sistema, para defender suas razões, apelam infundadamente para a carta não há muito enviada ao Arcebispo de Paris pela Pontifícia Comissão Bíblica (16 de janeiro de 1948: A. A S., vol. 40 pp. 45-48). Esta carta com efeito, faz notar que os 11 primeiros capítulos do Gênese, ainda que propriamente falando não concordem com o método histórico usado pelos melhores autores gregos e latinos e pelos bons historiadores do nosso tempo, pertencem contudo ao gênero histórico em verdadeiro sentido, mas que deve ser ainda mais estudado e determinado pelos exegetas: os mesmos capítulos, nota ainda a citada carta, com um modo de falar simples e figurado, adaptado à mentalidade de um povo de cultura elementar, ensinam as principais verdades que são fundamentais para a salvação eterna e contém além disso uma narração popular sobre a origem do gênero humano e do povo eleito.

38. Se alguma coisa os antigos hagiógrafos tomaram de outras narrações populares (o que pode ser concedido), é preciso não esquecer que eles o fizeram com o auxílio da inspiração divina, que na escolha e na valorização dos documentos os premunia contra todo e qualquer erro. Portanto as narrações populares inseridas na S. Escritura não podem de maneira alguma ser postas no mesmo plano das mitologias ou gêneros semelhantes, as quais são fruto mais de uma fantasia exaltada do que amor à verdade e à simplicidade. Este amor à verdade e esta nativa simplicidade ressalta de tal modo nos Livros Inspirados, inclusive nos do Antigo Testamento, que colocam os nossos hagiógrafos indiscutivelmente acima dos antigos escritores profanos.





É o desvelar do modernismo.



OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 20 de April de 2010 01:41

Não por acaso foi dito:

Ai de vós, doutores da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar.



Ai de vós, significa... maldito de vós doutores da lei... com a chave da ciencia não entram e não deixam outros entrarem.

Perdoem-me a rudeza, talvez devesse ser mais comodo aos interesses da maioria; mas sigo o caminho qe me foi proposto.



OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 20 de April de 2010 13:57

Um texto ‘fundamentalista’ para ser lido até ao fim, com muita atenção e sem preconceitos apriorísticos:
[www.permanencia.org.br]

Este sacerdote é insuspeito de tradicionalismo, do modo pouco correcto como muitos o têm entendido. Esteve sempre em ‘plena comunhão’, conhecia muito bem os corredores do Vaticano... Ou seja nunca foi ‘discípulo’ de Monsenhor Marcel Lefebvre...

Não subscrevo tudo o que ele diz, nem o modo como o faz. É inegável que há muita agressividade nas suas palavras, mas isso não retira legitimidade às críticas que apresenta ao método histórico-crítico.

Além da encíclica colocada pelo Omega, outro documento muito bom para estudo é a encíclica Providentissimus Deus, do Papa Leão XIII – coloco o link em espanhol, por não saber se todos lêem inglês:
[www.vatican.va]

Como disse antes, não me causa particular confusão assumir que determinadas situações descritas na Escritura não se deram exactamente do modo como são apresentadas na Bíblia. Outra coisa, muito diferente, seria sermos cada um de nós um exegeta católico, arrogando-nos o direito de saber o que é que foi histórico e o que não, aumentando nós mesmos cada vez mais os episódios não históricos. Até segunda ordem, acredito nos pagãos que foram adorar Jesus.

Também não creio que um pronunciamento da Comissão bíblica seja magistério do Papa, pelo menos não magistério semelhante às encíclicas apresentadas; não magistério que vincule do mesmo modo.

Pax Christi!

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: sol (IP registado)
Data: 22 de April de 2010 02:58

Citação:
OmegaStar
Assim, nada obsta que Gênesis tenha sido escrito por Moisés, dado à profundidade daquilo que é exposto (ou sera que ficou quarenta dias para escrever duas tábuas de pedra junto a Deus?) ...

OmegaStar

Bem, quem tira agora o chapéu ao Moisés sou eu. Escrever aquele calhamaço todo em 40 dias, sem correctores ortográficos, haja mãos! Precisava de um colaborador assim para a minha tese, às tantas peço-lhe ajuda. É que eu mesma, para escrever 3 linhas sobre coisa nenhuma, posso demorar 3 meses, imagino para escrever não só 10 balizas fundamentais para a ética e fé mas ainda o génesis todo! E e 40 dias!

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 22 de April de 2010 09:37

Bem, talvez pode ser que Moisés apenas tenha feito as ___________________> linhas na pedra e depois, tenha lembrado de cada linha que ainda não havia sido escrita, pois ninguém nos garante que ele tenha escrito mais que 03 linhas de coisa nenhuma (se é que coisa nenhuma possa ser transcrito) em uma pedra, da qual se tenha valido e, neste caso, pode ser que necessitasse de muitos camelos e cavalos só para carregar um unico livro, na medidade em que ia lembrando de cada linha, isto é lógico, depois de receber um auxilio divino, inscrito nas pedras da lei por fax celestial.


OmegaStar



Editado 1 vezes. Última edição em 22/04/2010 09:48 por OmegaStar.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: sol (IP registado)
Data: 23 de April de 2010 03:06

Citação:
OmegaStar
Bem, talvez pode ser que Moisés apenas tenha feito as ___________________> linhas na pedra e depois, tenha lembrado de cada linha que ainda não havia sido escrita, pois ninguém nos garante que ele tenha escrito mais que 03 linhas de coisa nenhuma (se é que coisa nenhuma possa ser transcrito) em uma pedra, da qual se tenha valido e, neste caso, pode ser que necessitasse de muitos camelos e cavalos só para carregar um unico livro, na medidade em que ia lembrando de cada linha, isto é lógico, depois de receber um auxilio divino, inscrito nas pedras da lei por fax celestial.

OmegaStar

eu espero que isto tenha sido propositadamente escrito sem nexo.
3 linhas de coisa nenhuma = 3 linhas de assuntos banais. em comparação com a bíblia. claro.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 23 de April de 2010 13:55

Omega,
Sabes que concordo quase sempre contigo, defendemos o mesmo!

Mas, será mesmo necessário insistir nisso de Moisés? Não será isso um pouco inútil e sem muita relevância para a qualidade da fé e da doutrina que gostaríamos que os outros seguissem e tivessem?

Um grande abraço, meu amigo! Em Jesus e Maria, sempre no amor à verdadeira Fé Católica sem mancha!

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 23 de April de 2010 23:09

De fato Miriam, é significante que tenhamos uma cátedra de Moisés, como afirma Cristo (Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés...), assim situamos o antigo testamento dentro da história humana e que abarca toda uma aliança; e então, não menos importante para o homem é o assentimento natural da razão, que tendo Deus por autor, corrobora, legitimando de certa forma a nova aliança; estando pois unidas em laços estreitíssimos (já que ambas as alianças procedem da vontade de divina), forçoso seria se não houvese uma primeira cátedra que desvele uma sequencia história dentro da natureza humana.

Pois na verdade carissima Miriam, se conhecessemos 0,1% a verdadeira doutrina segundo a piedade que procedem dos santos que perspassaram a história e de maior vulto na estirpe judaica e cristã, não haveria hoje 5% das heresias que vemos e ouvimos; nós somos de ontem, sob uma verdade perene que não muda, nem se altera com os séculos; uma verdade imutável que brilha mais que o sol, e no qual brilham no firmamento da eternidade, homens imortais dos quais se afirma.

Ezequiel 14
ainda que houvesse nessa terra Noé, Daniel e Jó, esses três homens só salvariam a si próprios, devido à sua justiça - oráculo do Senhor Javé.15.Se eu deixasse os animais ferozes percorrerem a terra para devorar as crianças e transformarem-na em deserto, onde ninguém, por temor dessas feras, ousasse passar, 16.e se esses três homens se encontrassem nessa terra - por minha vida! - oráculo do Senhor Javé -, eles não poderiam salvar nem seus filhos nem suas filhas; somente eles escapariam e a terra continuaria deserta.

Portanto, a base da nova aliança advinda do judaismo, nos traz homens, que por sua justiça, tem a eternidade garantida, e muitos de nós, com Cristo, andamos como cegos, às apalpadelas, em pleno meio dia.


Por Cristo, Senhor Nosso.

Grande Abraço.

OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 12:42

A fé será mais do que um conjunto de crenças em factos improváveis e maravilhistas. Como padrão de maravilha não preciso mais do que olhar a natureza e o Universo e, para ir mais além, procuro moldar a minha vontade no confronto com os paradigmas da lei de Deus e da graça, que dimanam do pão e vinho partidos, repartidos e partilhados em Jesus Cristo.
Fé também não é fantasia, embora esta nos proporcione pontos de rotura com uma existência pouco sentida.
A Bíblia também é palavra de Homens àcerca da perspectiva que têm de Deus e do sentido e propósito para a vida. Mas também temos de conviver com o facto de que há outros livros, por vezes com expectativas e perspectivas substancialmente diferentes.

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