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Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 13 de April de 2010 14:17

Citação:
OmegaStar
Se se sente no direito de não defender sua verdade, é porque de fato não a tens.

Citação:
Mc15,3-5
3Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas. 4Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!» 5Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 13 de April de 2010 15:03

Minha cara Cassima; criar um paralelo entre Cristo e qualquer outro ser, não é nada produtivo.

Estamos em um debate, Cristo estava em julgamento.


Logo, não existe necessidade para criar tal paralelo, até mesmo porque, como deves ter aprendido, Cristo é a verdade e a vida, coisa que nem um outro ser, poderia ser.

O silencio de Cristo fala por meio de seu ministério, por tudo que ensinou, e por tudo que pregou, já o silencio ao qual pretende defender, não tem razão de ser; nada ensina, nada prega, nada esclarece.

Pois trata-se apenas do silencio natural que não encontra meios viáveis e racionais para explicar o "porque" alguém pode ter uma verdade, mas que, todavia, esta verdade não esta conforme à verdade eterna.

Dai então, não ter como explicar a razão que traz em si mesmo, atravéz daquilo que aceitou por verdade.


OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 13 de April de 2010 16:00

Citação:
OmegaStar
Minha cara Cassima; criar um paralelo entre Cristo e qualquer outro ser, não é nada produtivo.

Meu caro OmegaStar

Claro que é! E aliás quem o fez não fui eu, foi Ele: "Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também." (Jo 13, 15)
No Novo Testamento existem imensos paralelos entre Jesus e nós. Inclusive, Ele chegou a pedir-nos que sejamos perfeitos como o Pai. (Mt 5, 48)

Não comparo verdades - obviamente -, apenas pretendo fazer ver que é preciso ter cuidado com afirmações tão taxativas.

Independentemente do contexto, Jesus escolheu não se defender. E isso claro não lhe retira a mínima partícula da Verdade, como sabes, porque é a nossa Fé!

Numa discussão podem-se escolher muitos meios e um deles é o desistir de responder. O ficar em silêncio não tem de pressupor obrigatoriamente que as conclusões são erradas ou que se tenha sido vencido numa discussão.

Apenas significa, as mais das vezes, que se cansou do debate ou que já se explicou e não se quer repetir...

Cassima

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 13 de April de 2010 17:53

Bravissima e intelegentíssima argumentação Cassima.
Ninguém poderia ou deveria replicar a essa argumentação.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 13 de April de 2010 20:21

Obrigada Cassima pela tua generosidade :)
Longe de mim comparar-me; esboço fracas imitações e é quando calha.

Outro mestre disse:


Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos" - Poema IX

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 01:59

Citação:
Cassima
Meu caro OmegaStar
Claro que é! E aliás quem o fez não fui eu, foi Ele: "Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também." (Jo 13, 15)
No Novo Testamento existem imensos paralelos entre Jesus e nós. Inclusive, Ele chegou a pedir-nos que sejamos perfeitos como o Pai. (Mt 5, 48)

Não comparo verdades - obviamente -, apenas pretendo fazer ver que é preciso ter cuidado com afirmações tão taxativas.

Independentemente do contexto, Jesus escolheu não se defender. E isso claro não lhe retira a mínima partícula da Verdade, como sabes, porque é a nossa Fé!

Numa discussão podem-se escolher muitos meios e um deles é o desistir de responder. O ficar em silêncio não tem de pressupor obrigatoriamente que as conclusões são erradas ou que se tenha sido vencido numa discussão.

Apenas significa, as mais das vezes, que se cansou do debate ou que já se explicou e não se quer repetir...

Cassima

Bem, então também poderia seguir este exemplo, dado por Cristo a quem tanto amava.

(São Mateus 23,27) Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.

Ser perfeito minha cara Cassima, é anunciar a verdade e distribuir gratuitamente o reino dos céus, pelo ensino aos homens, e não deixá-los se perder em seus erros.

Pois de que forma pretende ser luz do mundo, fazendo união como o erro?

Repito, em nada se relaciona por necessidade sua afirmação, sobre o silencio de Cristo com a presente abordagem, ora tratada.

1º Que seu ministério já havia se cumprido.

2º Se houvesse influenciado Pilatos de alguma forma, acabaria por ser solto.

3º Já havia confirmado sua divindade, afirmava ser Rei, e afirmava haver nascido para dar testemunho da verdade.


Portanto, Cristo não silenciou por necessidade de quem não tem respostas, pois sendo a verdade, é tudo.

Pilatos não entendeu a mensagem

Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz. (João 18, 37)

Logo em seguida pilatos responde com uma nova pergunta: Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?... Falando isso, saiu de novo...

Onde Cristo se calou, ou pretendeu não se defender, de forma a que não ficasse claro seu ministério, missão e divindade? (Pois já afirmara que Seu reino não era deste mundo, no versículo anterior (João 18, 36 )

Pilatos, depois tendo visto o estado em que Cristo ficou, teve medo ao saber pelo judeus sobre sua divindade, (coisa que ele não tinha compreendido ao certo) e somente então procurou se certificar quem era Cristo; ora, Cristo já havia dito tudo o que necessitava, não era agora, na hora de sua agonia, que iria se justificar frente a Pilatos.

No capitulo 19 vrs. 7-12, podemos perceber o quase pavor de Pilatos, que buscava solta-lo; teve então a ideia de soltar um prisioneiro, como era costume no indulto da Pascoa, e o resto nós sabemos...

Cristo não se calou minha cara, somente não poderia evitar seu sacrifício, pois para isto veio ao mundo

Logo, sua colocação não se justifica.

Não existe como embasar seu evangelho Cassima...

Pois Cristo deu exemplo de que, sendo Deus se humilhou para salvar; mas não se humilhou frente aos erros do hipócritas para estes pudessem ser condenados, pois desta forma, estaria fazendo o joguinho sujo do mal, e isto seria um absurdo, carissima.



OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 10:55

Amava? Afirmas que deixei de amar? Puro engano... Muito imperfeitamente, com muitas contradições, mas amo muito Jesus.

Eu não tenho como pretensão ser luz do mundo para ninguém, OmegaStar, já me dá trabalho que chegue procurar a luz por/para mim mesma.

Quanto aos exemplos de Jesus, gostava muito de seguir todos, mesmo esse, que também se aplica bem a mim. Que a relação entre o que se deve e o que se pode e o que se faz não é a melhor. Mas vou-me esforçando. "Não que já o tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus."

Quanto ao resto...

Cassima

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 11:54

.

Você esta a confundir alhos com bugalhos minha cara.


A afirmação é sobre Cristo, e não existe paralelo entre esta afirmação e o que você diz:


Foi dito >> Bem, então também poderia seguir este exemplo, dado por Cristo a quem tanto amava.


Estou dizendo que você poderia seguir o exemplo de Cristo.

Aqueles que Cristo amava, não entra como baliza do enunciado para efeito de raciocínio, pois Cristo os amava já que deu Sua vida para ele e por todos nós; também amava, não no sentido que não ama mais; também os amava, não no sentido que censurando-os deixou-os de amar.

Mas você aplica esta oração, ao sentido de que é você (diz que eu tenha afirmado) que amas imperfeitamente a Cristo; ora Cassima, corrija sua bússola minha cara, você está misturando o teor das abordagens criando uma congestão nos pareceres.

Citação:
Eu não tenho como pretensão ser luz do mundo para ninguém, OmegaStar, já me dá trabalho que chegue procurar a luz por/para mim mesma.

A emenda ficou pior que o soneto.

Mas quem disse que você tem alguma pretensão? Ou ainda não compreende o que seja a palavra de Deus? Mas você diz que dá trabalho procurar a luz, ora desculpe-me caríssima, mas o diálogo está bastante difícil

Cristo afirmou: (São Mateus 5,14) Vós sois a luz do mundo.

Você está procurando sua luz? E ainda tem trabalho para encontrar a luz?... sem comentários!

Citação:
Quanto aos exemplos de Jesus, gostava muito de seguir todos, mesmo esse, que também se aplica bem a mim. Que a relação entre o que se deve e o que se pode e o que se faz não é a melhor. Mas vou-me esforçando. "Não que já o tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus."

Sua afirmação diz que >>> ...a relação entre o que se deve e o que se pode e o que se faz não é melhor... (???)


Você diz não existir distinção alguma entre o que se deve fazer, entre o que se pode fazer, e entre o que efetivamente se faz.

O que distingue a relação entre uma e outra ação, é o princípio de bem ou mal que carrega em si; sem distinção destas ações, tudo se torna sem razão.

Se é indistinta a ação, não saberíamos se fazemos o que é certo ou o que é errado minha cara.

Assim você estaria correndo em vão, pois não distingue o dever, do fazer, do que se pode ou não fazer!

Perdoe-me Cassima, mas não existe base em suas argumentações que possam fornecer uma sólida compreensão a alguém, e assim você acaba correndo sem motivo, já que não distingue dever e fazer, pois afirma que: >>>Que a relação entre o que se deve e o que se pode e o que se faz não é a melhor

Nivelando todas as ações ao mesmo plano não sendo uma melhor que a outra, em função de que, em seu entender, não tenha alcançado a perfeição; o que é absurdo

OmegaStar



Editado 1 vezes. Última edição em 14/04/2010 11:58 por OmegaStar.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 12:15

Caro OmegaStar

Tenho, naturalmente, limitações. A má interpretação de textos e mau português não é uma delas.

Quando dizes: "Bem, então também poderia seguir este exemplo, dado por Cristo a quem tanto amava." a forma verbal de amar só se pode aplicar à pessoa com quem falas e o "a quem" implica que o alvo desse amor e(ra) Cristo. Se pretendes dizer que é Cristo que ama, então deverias ter escrito "Bem, então também poderia seguir este exemplo, dado por Cristo que tanto amava. "

Ao dizeres que "Pois de que forma pretende ser luz do mundo, fazendo união como o erro?" e estando a dirigires-te a mim estás a enunciar uma pretensão minha (as palavras até têm a mesma origem).

E dá trabalho, sim. Esforço-me. Luto comigo e com muita coisa. Sem vergonha nenhuma. E sabes o melhor? A luzinha vai-se mantendo acesa.

E quanto ao "Que a relação entre o que se deve e o que se pode e o que se faz não é a melhor", podes tirar os pontos de interrogação. É simplesmente o meu reconhecimento de que sei o que deve ser feito, sei o que posso fazer e sei o que realmente faço para cumprir o que Jesus manda. E que não faço tanto quanto o que posso e o que deveria. Consigo perfeitamente distinguir e balancear todas as três realidades.

Parece-me que anda por aqui uma falta de compreensão entre os falares de Portugal e do Brasil. Não sejas tão apressado a ler o que não está. Afinal, tu és adepto do literalismo...

Cassima

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: p_veiga (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 12:16

O maior exemplo que Jesus deixou foi o da humildade, podia referir aqui todas as partes que Ele refere isso, em Mateus por exemplo... mas julgo que todos conhecem essas passagens.

Mas voltado ao tema base do topico criado.

Barbáries, contradições e enganos á luz do conhecimento actual, são facilmente detectáveis nas escrituras, não vou aqui enumera-las, porque mesmo os fundamentalistas da palavras as conhecem e omitem a todo o custo, creio que muitos deles se pudesse eliminavam essas partes. Mas eu sou um pouco como Kepler, o Kepler toda a sua vida tentou encontrar uma ordem para o universo, a partir dos poliedros perfeitos de Platão no que respeita ás orbitas dos planetas gastou nisso quase toda a sua vida, Kepler desde pequeno achou que esse era o seu propósito para agradar a Deus, ele sempre viveu em colégios, mas as teorias deles não batiam certo, e por causa de 8 minutos, ele próprio disse se pudesse ignorar esses 8 minutos (e podia o ter feito), mas não o fez, e mudou radicalmente as suas opiniões criando o que vai ser conhecido pelas leis de Kepler, actual no século XVII e nos dias de hoje, mas para mim o grande mérito foi o facto de ele ter conseguido abandonar as ideias dele depois de muitos anos de ardo trabalho, e encontrar assim a realidade, mesmo que isso fosse contra os princípios religiosos dele como foi.

E é essa capacidade que eu admiro, porque eu próprio ao fazer as minhas leituras sobre as escrituras deparo-me com situações que me causam rejeição, mas ao invés de riscar o que não me interessa procuro encontrar a lógica que está por detrás, é por isso que a teologia do período medieval não me satisfaz, e foi essa a razão de eu vir ate aqui, na esperança de encontrar mentes esclarecidas e capazes de esclarecer.

Um dia, ainda espero estar em uma tertúlia com alguns membros, para horas de debate…

P Veiga

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 12:36

Eu disse >>> Bem, então também poderia seguir este exemplo, dado por Cristo a quem tanto amava.

>>> dado por Cristo >>a quem >>tanto amava

__________________
Você disse >>> então deverias ter escrito "Bem, então também poderia seguir este exemplo, dado por Cristo que tanto amava. "

_____________________

Que tanto amava (???)

Vejamos

Quem Jesus tanto amava?

Jesus amava os judeus a quem censurava, e por isto os censurava


Que Jesus tanto amava???

Jesus Amava todos os homens.


Seu raciocínio é inválido.


Citação:
Ao dizeres que "Pois de que forma pretende ser luz do mundo, fazendo união como o erro?" e estando a dirigires-te a mim estás a enunciar uma pretensão minha (as palavras até têm a mesma origem).


A pretensão não parte do ser, pois neste caso é Jesus que afirma VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO.

Portanto, o que se pretende é justamente ser o que Cristo anuncia; e isto não poderia ser pretensão que parte do querer humano, mas sim, pelo fato de que Cristo afirma isto.

Pretender recai então sob a afirmativa de ser naturalmente a luz do mundo, anunciada por Cristo.

Raiocínio inválido.

Citação:
E dá trabalho, sim. Esforço-me. Luto comigo e com muita coisa. Sem vergonha nenhuma. E sabes o melhor? A luzinha vai-se mantendo acesa.


Não entra no mérito da questão, e não tem relevância alguma, seu parecer é seu.

Muitos podem crer estar no céu... mas isto é irrelevante...

Citação:
E quanto ao "Que a relação entre o que se deve e o que se pode e o que se faz não é a melhor", podes tirar os pontos de interrogação. É simplesmente o meu reconhecimento de que sei o que deve ser feito, sei o que posso fazer e sei o que realmente faço para cumprir o que Jesus manda. E que não faço tanto quanto o que posso e o que deveria. Consigo perfeitamente distinguir e balancear todas as três realidades.
Parece-me que anda por aqui uma falta de compreensão entre os falares de Portugal e do Brasil. Não sejas tão apressado a ler o que não está. Afinal, tu és adepto do literalismo...

Irrelevante; você deu um nó na abordagem do tema, e não consegue dar vazão à situação.

O que consegues de perfeito ou imperfeito, não me cabe se não enquanto posso distinguir vosso erro e anucia-lo, com pressa ou não.

Só estás desviando a abordagem na qual entrou... sem nenhuma razão.


OmegaStar



Editado 2 vezes. Última edição em 14/04/2010 12:50 por OmegaStar.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 13:20

Caro Omega:

Tenho seguido as tuas discussões recentes e francamente parece-me que desacertas em três coisas importantes. Em primeiro lugar, será bom refrear os ímpetos de «despejar» os teus materiais apologéticos tradicionalistas quando isso não vem a propósito. Em segundo lugar, parece-me que seria bom evitar algumas considerações de tipo pessoal aos teus interlocutores, já que convém evitar discutir pessoas e centrarmo-nos nas ideias. Em terceiro lugar, creio que desacertas na questão bíblica.

É sobre este terceiro aspecto que quero deixar algumas considerações.

Por aquilo que me foi dado ver, a tua interpretação bíblica está mais na área do fundamentalismo que daquilo que a Igreja Católica considera aceitável. Porque não é o mesmo o sentido literal e o literalismo fundamentalista. Por literalismo entendo a leitura fundamentalista, que considera que a Bíblia tem que ser lida «ipsis verbis» em TODOS os seus detalhes, ou seja, que todos os detalhes são absolutamente verdadeiros. Há aqui um conceito distorcido de inerrância. Por exemplo, se o texto bíblico fala da criação em seis dias, teremos de aceitar que se trata mesmo de seis dias em sentido literal (ignorando que o relato dos seis dias é um de dois relatos, sendo o outro muito diferente); que se se fala de uma estrela que guiou os magos, temos de aceitar obrigatoriamente que se tratava mesmo de uma estrela em sentido literal, astronómico... E que os magos eram mesmo reis, etc.

Com isto, parece-me que em muitas coisas que aqui escreveste usas uma argumentação mais próxima de algum protestantismo fundamentalista que do que pensa a Igreja Católica sobre a interpretação bíblica. Então, ignoram-se os géneros literários, confunde-se o essencial com o acessório, cai-se em concordantismos artificiais que trazem prejuízos e aporias desnecessárias.

Por exemplo, quando um dos relatos das bem-aventuranças sugere um espaço plano e outro sugere uma montanha, tu recorres à ideia (já muito conhecida) do planalto, mas este tipo de harmonizações é muito problemático ou mesmo impossível em muitos outros casos, a começar pelos dois capítulos iniciais da Bíblia, passando pelos relatos do Êxodo, etc., etc.

Em tempos tive longas discussões por cá com a Andréia (protestante) a propósito da leitura literalista da Bíblia. Algumas discussões chegaram a ter exemplos hilariantes. Por exemplo, quando a interpelei sobre os relatos da criação: se após o pecado a serpente é amaldiçoada, condenada, segundo o relato, a comer do pó da terra e a rastejar, a minha interlocutora concluiu que antes do pecado original a serpente não rastejava como actualmente e seria, portanto, como uma lagartixa ou jacaré, porque estes animais comem menos pó da terra!...

Claro, então pergunto se isto só se aplicou àquela serpente, se a todas as serpentes, de todas as espécies, se a outros animais que rastejam e não são serpentes, etc... Com todo o respeito que as pessoas me merecem, estas conjecturas e semelhantes são completamente insensatas.

O fulcro da mensagem bíblica não está neste tipo de detalhes. A Igreja está contra este tipo de literalismo fundamentalista. Por isso acho muito aconselhável a leitura serena do documento «A Interpretação da Bíblia na Igreja», da Pontifícia Comissão Bíblica. Aí verás claramente que o fundamentalismo bíblico é rejeitado.

Alef

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 13:49

Meu caro OmegaStar

Se não fosse tão hilariante, eu até era capaz de te levar a sério.

Até um dia destes (e com isto quero dizer que me estou a despedir)

Cassima

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 14:54

OmegaStar.

Que queiras colocar a minha "sabedoria" no lugar, é sempre legitimo.
Só não sei em qual lugar a pretendes colocar.
Aliás, esse teu estilo magistral, pontifical, só por si diz como funciona o teu pensamento, que te dá a soberba de te julgares, pois, um grande mestre e sábio, com legitimidade para pôr os outros "em ordem".
Talvez tivesses qualidades que te permitissem colocar a "minha sabedoria" no lugar, não fosse o facto de eu não ver em ti tal capacidade.
E não vejo, porquê?

Porque vejo que não estudaste exegese bíblica;
Porque vejo que nem sabes ler a bíblia como deve ser;
Porque a tua formação teológica deve ser à base de memorizar fórmulas;
Porque vejo que a fé, para ti, reduz-se ao binómio dogma/heresia.

Quando me dizes, acerca da questão do vaticano II, que "afirmáramos" que o mesmo nada impõe, dizes que eu e tu afirmámos isso, ou usas o plural magestático, bem ao estilo dos romanos pontifices?
Se dizes que eu disse isso, mentes; eu disse nque impõe!
Se usas o plural magestático, sofres de demência pontifical, pois o teu magistério e pontificado são um magistério e pontificado de coisa nenhuma.

Mas como tu pretendes colocar no lugar a sabedoria dos outros, e aceitando que a Escritura quer o rigor formal histórico daquilo que narra em seus detalhes, vamos então colocar as nossas "sabedorias" no seu lugar:

Sinopticos e João: Onde está o formalismo histórico na data da morte do Senhor?

Mateus e Lucas: onde está o formalismo histórico sobre o lugar da proclamação das bem-aventuranças?

Lucas 3,2: Onde está o formalismo histórico, quando se sabe que só Caifás era sumo-sacerdote?

Daniel 8,14: onde está o formalismo histórico, quando a abominação da desolação de que fala Daniel não durou nem 2300 hereb/bogger, nem 1150 dias?

Daniel 9,24-27: Onde está o formalismo histórico, quando, desde o tempo da deportação para a babilónia e a restauração dada por Ciro, o persa, não foi de 490 anos?

Jeremias 25,11: Onde está o formalismo histórico, quando o exilio na babilónia durou, não setenta anos, mas 44 (de 582 a 538 a.C)?

Pentateuco: Onde está o formalismo histórico, quando o Pentateuco nos apresenta vários diferentes trajectos feitos pelo povo de Deus no deserto, trajectos esses que não são concordantes?

É com isto que me pretendes colocar no lugar??

O teu problema são vários problemas:
1 - Devias estudar;
2 - Devias ser humilde para aprender algo, em vez de, soberbamente, te entederes a ti mesmo muito "iluminado", quando acabas por dizer reais disparates sobre a bíblia.
3 - Devias tentar perceber que o facto do texto bíblico ser inspirado, não significa que a inspiração tenha pretendido alguma vez formalidade histórica; ou seja, sofres de um preconceito em relação ao texto bíblico.

Mas para que não caias na tentação de me procurares pôr no devido lugar, recordo-te que aquilo que sabes, também eu sei; com a diferença de que aprofundei as questões, e sei o que digo.
Para que não caias nessa tentação de seres uma espécie de "doutor" fundamentalista, com a pretensão de me dares catequese, não te esqueças que continuas às voltas com as questões por responder na última mensagem.
Para que não caias na tentação de me colocares "no lugar" (eu é que sei o meu lugar, não tu), basta recordar os teus principio básicos de inspiração bíblica:

Porque a bíblia é inspirada, é palavra de Deus.
Se é palavra de Deus, tudo o que é relatado é verdade.
Se tudo o que é relatado é verdade, então essa verdade é histórica.

O teu problema é que nada obriga a que Deus tenha querido colocar na Sua palavra a historicidade, pois não é isso que a palavra de Deus pretende.
A Palavra de Deus, autenticamente interpretada (tu não és intérprete autentico; julgas que és), trata de verdades teológicas/cristológicas/pneumatológicas e eclesiológicas, mas não tem como principal preocupação a narração histórica rigorosa.

De facto colocas a "minha sabedoria" no lugar... no lugar longe de ti!

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 19:37

Olá M.

Parecia quase mal eu entra neste tópico e não comentar as questões que puseste. Há dois pontos que gostava de comentar:
- a tua mensagem inicial sobre os problemas que se te levantaram com a leitura dos livros do Padre Ariel Valdez
- As abordagens à Bíblia, que resumiste na mensagem de 12 de Abril de 2010 16:30.

Ponto 1:

Sobre os livros do Padre Ariel, devo dizer-te que li todos os da série "Que sabemos da Bíblia" e "Os Enigmas do Novo Testamento" (os do Velho estava esgotado). E gostei imenso, como partilhei aqui.

Ele apresentou-me abordagens diferentes da leitura da Bíblia e cruzamentos com o Antigo Testamento que eu não conhecia nem faria sozinha. Das explicações que dava nem todas eu achava plausíveis (nomeadamente a explicação do milagre da multiplicação dos pães), mas achei muito interessantes outras (por exemplo, a questão da estalagem cheia aquando do nascimento de Jesus).

Será que estas novas leituras dos acontecimentos me fizeram confusão? Nenhuma! Talvez eu tenha uma visão simplista demais das coisas de tal modo que essas conclusões não entram em choque ela. Ou talvez tu tenhas uma visão mais complexa (mais completa tens de certeza!) em que aquelas mesmas conclusões te tiraram da tua área de conforto. E talvez o teu passado e bagagem como antigo evangélico possam ajudar para esse desconforto.

Na minha perspectiva, não acho que seja muito importante que tenha havido uma estrela, ou que Jesus tenha nascido numa gruta ou num estábulo ou num quarto da estalagem, ou que não tenha havido matança dos inocentes (já agora, não achas que para governante arguto, despachado e cruel, Herodes foi um atadinho que deu o nome da terra aos reis magos e ficou à espera que eles regressassem com o número da porta? Bastava varrer Belém de ponta a ponta ou mandá-los seguir...). O importante é a mensagem de Jesus e a Sua Ressurreição.

Ponto 2:

Sobre as abordagens à leitura da Bíblia, sou adepta do "entendimento do Rui Vieira". Creio que qualquer outra é desperdiçar os talentos (nomeadamente de inteligência) que Deus nos deu. Que importa para a verdade da salvação se o morcego foi considerado uma ave e depois, com o avanço do conhecimento
humano se descobriu que era um mamífero? E como sustentar então a verdade científica desse ponto? Ou outros semelhantes?

Já agora, para terminar, uma nota sobre a frase de Tomé:
a) Tomé não disse essa frase.
Porque não? O facto de evitar a idolatria ao imperador romano, não implica que não pudesse tê-la dito também.

b) Que a intenção de João ao escrever essa frase era apenas evitar a idolatria ao imperador romano.
Não tem de ser obrigatório. Além disso, poderá querer reafirmar a divindade de Jesus como único Deus e Senhor.

c) Que se essa frase foi apenas um artifício literário, o que afinal tem de real a narração da (s) aparições de Jesus ressuscitado?
Em que é que esse artifício literário, se o foi, invalida as narrações de Jesus ressuscitado?
Se essa frase não foi realmente proferida isso não implica que Jesus não tenha lá estado e falado com eles. Mas realmente não importa. A cena de Tomé e essa frase são das mais lindas e tocantes da Bíblia! E se Tomé disse "Jesus!" ou "Mestre!" ou "Meu Senhor!" seria igual para mim.

Um abraço

Cassima

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 14 de April de 2010 22:03

Caro Alef

Dizes que >>> A Igreja está contra este tipo de literalismo fundamentalista


Não me preocupa o que seja fandamentalismo ou não por isto, pois para isso, posso entender o ecumenismo; Cristo não muda, sua palavra não muda, e a matéria de fé sempre será a mesma, a menos que seja pervertida em seu sentido.

No mais, felicidades.


_______________

Cara Cassima, é obvio que não poderias levar a sério; elementar.


_______________


Sr Rui.


O sr, não conseguiu resolver o dilema da negação da palavra divina, e, por conseguinte, continua negando a Deus.

É justamente este o seu lugar, o lugar de quem nega a palavra de Deus.

Pois se não der razão de sua negação, é elementar que seus comentários, serão só comentários.

Pois existe uma fé através da história, ou então invalidamos os quatro evangelhos, e fica tudo certo.

Pois se fosse necessário formalismo para ter fé, segue-se que os três evangelhos ao menos, deveriam, naquilo que relatam sobre os mesmos fatos, dizerem as mesmas coisas, e se possível, trazer a data e o imprimatur Apostólico; dai então seria formalismo.

Bem ficamos conversados, o sr. garante que não houve estrela e os reis magos, não necessitamos de uma peleja para provar algo tão elementar, e não será baseado em suas afirmações que poderás se sustentar, já que negas a Deus em sua palavra.




OmegaStar



Editado 1 vezes. Última edição em 14/04/2010 22:08 por OmegaStar.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 15 de April de 2010 01:17

Citação:
Que queiras colocar a minha "sabedoria" no lugar, é sempre legitimo.
Só não sei em qual lugar a pretendes colocar.
Aliás, esse teu estilo magistral, pontifical, só por si diz como funciona o teu pensamento, que te dá a soberba de te julgares, pois, um grande mestre e sábio, com legitimidade para pôr os outros "em ordem".
Talvez tivesses qualidades que te permitissem colocar a "minha sabedoria" no lugar, não fosse o facto de eu não ver em ti tal capacidade.
E não vejo, porquê?

Porque vejo que não estudaste exegese bíblica;
Porque vejo que nem sabes ler a bíblia como deve ser;
Porque a tua formação teológica deve ser à base de memorizar fórmulas;
Porque vejo que a fé, para ti, reduz-se ao binómio dogma/heresia.

Bem, então ao sr. se não trouxer o selo dos homens não vale nada correto?

Argumento sem razão.

Falas do que não sabe, e, posto que isto seja sua opinão, não diz nada que não pudessemos esperar de si.

Citação:
Quando me dizes, acerca da questão do vaticano II, que "afirmáramos" que o mesmo nada impõe, dizes que eu e tu afirmámos isso, ou usas o plural magestático, bem ao estilo dos romanos pontifices?
Se dizes que eu disse isso, mentes; eu disse nque impõe!
Se usas o plural magestático, sofres de demência pontifical, pois o teu magistério e pontificado são um magistério e pontificado de coisa nenhuma.

Na seja cômico sr. Rui, afinal, conheces a Deus?

Bem, ao negar sua palavra divina, prova que não; e fica registrado para a posteridade, o resto, é o que sobrar

Pois se sabes o que diz, tanto pior porque entende, que negas a verdade.

Provamos isto a muito, só não o reconheces porque não quer.


OmegaStar

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 15 de April de 2010 04:39

Omega

por uma questão de coerência e modéstia, fala no singular. Aqui não representas ninguém a não a ti próprio.
O teu uso do plural não é estilo, é desconexo, desagradável e indispõe.

Os teus juízos de valor são ofensivos e extrapolam em muito a tua competência de mera criatura.
Até à data, neste tópico, o único sepulcro caiado que vi foste tu mesmo.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: OmegaStar (IP registado)
Data: 15 de April de 2010 10:29

Verdade?


Vindo de vossa parte, agradeço"

Re: Qual será a Verdade?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 15 de April de 2010 11:28

Chegaste a ler o link colocado pelo Alef?
Bastante interessante pois, tratando-se de um documento oficial, vem provar que até mesmo antes do Vaticano II o teu tipo de leitura era já considerado incorrecto.
Incorrecto e sinónimo de incapacidade ou má vontade. A escolha é tua.

Não precisas de agradecer. O prazer tirado em cascar em cabeças duras já me dá satisfação qb.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

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