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Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Olando de Carvalho (IP registado)
Data: 17 de March de 2004 16:45

Assisti à estreia do filme, integrado num grupo de 300 jovens cristãos (metade católicos e metade ´de outras confissões). Quando acabou a projecção do filme, poucas pessoas se levantaram na sala. O silêncio era grande. Demorou mesmo bastante tempo até as pessoas se decidirem a levantar e abandonar a sala. Houve quem desmaiasse durante a projecção.
Afinal a que estivera eu a assistir?
Eu não assisti, eu participei.
Aquilo não é um filme. Projectado numa igreja (ou mesmo no cinema) trata-se de um verdadeiro acto piedoso de Via Sacra.
Os pormenores do filme, por mais importantes que sejam, acabam por ser irrelevantes para o espectador crente.
Os Dez Mandamentos não foram apenas um marco no cinema, mas no anúncio da Boa Nova através dos meios de comunicação social. E com a Paixão de Cristo acontece o mesmo. Aliás, acontece mais, pois trata-se verdadeiramente de uma celebração, de uma memória, de um "percorrer os últimos passos com Ele".
Os que falsamente se indignam com o sangue, com a realidade crua do filme, deviam, talvez, preocupar-se mais com os cristos que continuam a sofrer, com as crianças violentadas, abusadas e exploradas, como alerta o João Paulo II na mensagem para a Quaresma.
Em verdade, em verdade, é daquele sangue e daquela carne, melhor ou pior retratadas no filme, que eu, e milhões de outras fiéis, se alimentam em cada Domingo para ganharem energias para percorrer o caminho que nos está reservado, a Via Crucis de cada um de nós.
Quando olhaes para Mel Gibson, Senhor Jesus Cristo, e para aqueles que com ele trabalharam, lembra-te que ele foi um instrumento para muitos se aproximarem mais de Ti e do Mistério da Redenção.


Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 18 de March de 2004 01:08

já só me falatav o fantasma do orlando de carvalho.. e eu que pensava que me tinha visto livre dele...

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: CARLOS SANTOS (IP registado)
Data: 18 de March de 2004 21:36

«A PAIXÃO DE CRISTO» APRESENTADA AOS MEMBROS DA CÚRIA ROMANA.

O filme “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, foi apresentado aos membros da Cúria Romana, numa exibição especial, a 15 de Março, no Ateneu Pontifício «Regina Apostolorum». O Pe. Melchor Sánchez de Toca, chefe de Departamento do Conselho Pontifício da Cultura, referiu à agência Zenit que o filme “é uma meditação sobre a Paixão de Cristo, não um documentário”.
“Desde logo é um filme católico; mas não é o filme católico, por mais que alguns quisessem convertê-lo em uma versão oficial canónica da Igreja.
A catolicidade é evidente no protagonismo que tem a Virgem, nos detalhes tomados da tradição, na piedade que jaz, mais próximo à alma hispânica, por exemplo, que a piedade centro-europeia”, acrescentou.
O responsável quis deixar um comentários sobre as acusações de anti-semitismo no filme. “Creio sinceramente que não é um filme anti-semita, mas imagino que os meus amigos judeus se sentirão incómodos vendo o retrato, fortemente negativo, das autoridades do povo.”“Definitivamente, a mensagem do filme é outra.Convida a mudar de vida, a ser melhor”, conclui.

Meus caros interlocutores do forum como se pode ver a Igreja Católica não foge às suas responsabilidades e aprecia tudo, com espírito aberto mas com inteligência, desculpem o elogio, mas como também eu fiquei com a mesma ideia depois de ter visto o filme por duas vezes...

Meu caro João Oliveira continue... porque sabemos em quem colocamos a nossa Fé, como nos diz Paulo.

Abraço para todos e Santa e Libertadora Quaresma, senão não vale apena e não há Quaresma...

Carlos Santos

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 18 de March de 2004 21:50

Carlos,

Acho que a mensagem do Pe. Melchor Sánchez de Toca toca num aspecto que atrás referi: «é uma meditação sobre a Paixão de Cristo, não um documentário. [...] Desde logo é um filme católico; mas não é o filme católico».

Luis

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: tzm (IP registado)
Data: 18 de March de 2004 23:47

Acho que o filme é produto de uma fé recente...e a precisar de aprofundamento.

Cuidado com as tentações de transformar o filme na verdade absoluta.

Meu caro Carlos:

Escreveu: "Vi o filme do Mel Gibson duas vezes e acho que a única certeza que me fica é esta : -que Cristão tão pobre que eu sou, não sou sequer digno de pronunciar o Nome d'Aquele que deu a Sua Vida por mim e por toda a humanidade."

És digno, és. Todos somos. Ele morreu por ti não para redimir dos pecados que comsteste mas para te indicar um caminho para te libertares do pecado. E para que tenhas um Deus a quem possas chamar Pai e que é visivel no rosto do homem teu irmão.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Olando de Carvalho (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 16:08

O fantasma aconselha vivamente a "ana", a "ana almeida", o "tzm", etc. a ver o filme. É triste falar do que não se conhece. Para dizeres aquilo que todos sabem (que o filme é um filme) não queiras transformar a tua imaginação na realidade dos outros.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 16:14

Olando, a mensagem da Ana deve-se ao facto da semelhança do teu nome com um temível professor da Universidade de Coimbra, de nome Orlando de Carvalho... Daí o "fantasma"... ;-)

Curiosamente, um "marxista católico", como se definia... ;-)

Alef

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Olando de Carvalho (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 16:39

Obrigado pela informação. Já me confudiram muitas vezes com esse senhor, que, de facto, foi uma cara importante do MDP nos tempos que se seguiram ao 25 de Abril - até sou também professor numa universidade - mas foi a primeira vez que me chamaram fantasma. Dou esse assunto por encerrado, se a intenção da ana era mesmo essa.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 16:54

:)) era mesmo. Um professor temidíisimo, sobretudo nas orais mas de uma sabedoria extrema.
um mestre, como já não há.
E já diise k não gosto de snuf movies, por isso de certeza absoluta k não vou encher os bolsos de Mr mel Gibson.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 20:11

É preciso que se saiba que o cerne do Cristianismo de Jesus de Nazaré é a busca incessante da plenitude, em todas as dimensões da vida, por parte de cada ser humano, mulher e homem, qualquer que seja a cor da sua pele e a sua condição social ou religiosa.
Mas há por aí, infelizmente, e porventura, até muito mais vigoroso, um outro tipo de cristianismo, totalmente estranho ao Cristianismo de Jesus de Nazaré, e que tem tudo a ver com a concepção religiosa e idolátrica de um Deus que se compraz no sacrifício, na privação, no sofrimento, na aniquilação, na flagelação e na morte antes de tempo das pessoas. E que, naturalmente, leva as pessoas que se deixam influenciar por ele, a buscar o sacrifício, a privar-se dos bens, a buscar o sofrimento pelo sofrimento, a aniquilar-se, a flagelar-se e até a apressar a hora da sua morte com jejuns e cilícios e desleixo de todo o tipo com a própria saúde (entre nós, o caso mais flagrante e mais escandaloso deste tipo de Cristianismo, totalmente estranho ao Cristianismo de Jesus de Nazaré, é o das duas crianças de Fátima, que o Papa João Paulo II, em lugar de denunciar, como coisa demoníaca, acabou por canonizar, como coisa boa, ao beatificar solenemente essas duas crianças, vítimas da chamada senhora de Fátima ...

Quando, afinal, o Cristianismo de Jesus de Nazaré é a via da radical libertação e da universal salvação da Humanidade, que faz da mesa comum, com abundância de boa comida e de boa bebida para todas e todos sem excepção, o sacramento dos sacramentos, ou a Eucaristia. É igualmente a via de libertação e de salvação que não faz acepção de pessoas, entre justas e pecadoras, pelo contrário, a todas acolhe e integra por igual, e, se alguma distinção faz entre elas, não é as pessoas justas que privilegia, mas as que são tidas como pecadoras. Sobretudo, é a via de libertação e de salvação que é capaz de chegar ao ponto de fazer uma festa de arromba com aquele filho mais novo que, um dia, regressa à casa do Pai, muito tempo depois de dela se ter livremente afastado, e depois de ter dado cabo de todos os bens do Pai, em intermináveis farras com mulheres de má fama ou prostitutas (cf. Lucas 15, 30); ao mesmo tempo que - escândalo dos escândalos, para os que se têm na conta de justos – não se ensaia nada em dar uma solene reprimenda ao filho mais velho que nunca saiu de casa do Pai, nunca deu um desgosto ao Pai, nunca cometeu um deslize, sempre cumpriu rigorosamente o que pensava ser a vontade do Pai e, por isso, agora, que o seu irmão chegou, nem sequer está disposto a associar-se à festa de regresso que o Pai – em seu entender, insensatamente – lhe promove.

Aliás, nem sequer irmão lhe chama, mas apenas, "Esse teu filho que deu cabo de tudo com meretrizes"!...

Esta forma de ver o cristianismo fomenta o farisaísmo e estão na origem do aparecimento de pessoas ao jeito dos fariseus do tempo de Jesus, isto é, que se têm na conta de melhores do que as outras, quando, na verdade, são, muitas delas, pessoas ressequidas, estéreis, sem entranhas de misericórdia, ressentidas, agressivas, autoritárias, incapazes de tolerar a liberdade, a alegria e a festa que vêem nas outras pessoas, quando elas próprias, por amor do seu Deus, têm de viver reprimidas e tristes.
Mais. Essas crenças fomentam um tipo de pessoas que nem sequer podem ouvir ler, como Palavra de Deus, o Cântico dos Cânticos bíblico, só porque este é um livro que ousa cantar, como caminho para Deus, não a auto-castração, mas sim os excessos do amor erótico, livre e não obrigatoriamente matrimonial ...

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 20:19

a grande piada é que este texto é de um padre católico apostólico romano e bem português, digam lá se este forum não está a ficar cada vez mais giro....

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 22:21

Ana,

O texto da tua mensagem de hoje às 20:11 é de que padre?

Luis

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: visitante (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 22:35

Aposto que é do Mário da Lixa...

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: CARLOS SANTOS (IP registado)
Data: 20 de March de 2004 00:04

Autor: ana
Data: 19/03/04 20:11

Minha cara Ana deixe-me que lhe diga que o texto que escreveu acima referido é de muito mau gosto, de pessoa que precisa de ajuda rapidamente, não vá ficar em pior estado.
É que não é forma de tratar as coisas sérias. Sinceramente, se um pretenso "Amigo" meu ou alguém que eu conhecesse escrevesse tais coisas eu repugnava-me a escrevê-las porque não faço publicidade nem difundo mensagens que são aberrações...desculpre a franqueza.
Quanto a si, acho que é uma pessoa que procura a verdade e faz bem, ninguém, muito menos eu, detem a verdade porque só Jesus é a VERDADE.
Faço-lhe, sem qualquer moralismo ok, o convite a ler o capítulo 5 do Evangelho de NSJC segundo S.Mateus.
Fique bem e continue à procura da verdade, porque pior do que andar à procura dela é sermos pretensiosos e quem o não é? e acharmos que já a encontramos.
Um excelente Domingo, dia da VERDADE, da Libertação.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 20 de March de 2004 05:14

Mau gosto? Mas nem seuqer fiu eu que escrevi o texto? porque será que sempre A VERDADE É SEMPRE DE MAU GOSTO?

também jesusu de nazaré dizia e fazia coisas de muito maus gosto como comviver com prostotutas e samaritanas, criticar os fariseus e expulsar os vendilhões do templo, em suma , denenciando e fazendo cair as máscaras...
Por isso foi crucificado...
não tinha nada bom gosto de acordo com os códigos de conduta socailamente dominantes.
Por isso ainda hoje AS SUAS PALAVRAS continuam a ser apelidades de amu gosto.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 20 de March de 2004 05:15

Diga lá quais são as aberrações das mensagen que escrevi.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: CARLOS SANTOS (IP registado)
Data: 21 de March de 2004 19:57

O Ana assim não ok.
Eu não quero ser fariseu e tudo farei para não cair no friseísmo mas também nunca me deixarei invadir pelo maniqueísmo.
Discordar sim, achincalhar não, assim não vale.
Também não acho que Deus se compraz com o sofrimento humano e quem procura o sofrimento como forma de se redimir acho que não está no caminho, a meu ver, certo, contudo?
Quem sou eu?
Também procuro Deus, de coração sincero e acho que o consigo encontrar nos outros, em primeiro lugar, quer creiam ou não, ok.
Um homem quando sonha é Deus, quando reflecte torna-se um mendigo e é isso mesmo que eu sou - reflicto e ando à procura de conhecer Deus, de uma forma mais absoluta, até hoje ainda não o consegui e porventura não o irei conseguir senão seria Deus.
Serei mendigo toda a vida - dom de Deus.
Quanto ao seu texto as partes mais estranhas, para mim, a roçar o mau gosto, pelo menos na linguagem, são aquelas que reproduzo abaixo.
Já agora Fátima não é dogma de Fé, ok.
Mas que Fátima incomoda e toca, lá isso faz... se ainda lá não foi vá lá...o demónio por lá dá-se mal... a não ser no comércio em excesso, aí sim, parece dar-se bem, mas como não vou a Fátima em busca do comércio mas do Deus que, também ali como aqui, está, aproveito, repouso e tento entrar na Sua intimidade (muitas vezes não consigo é claro...).
Fique bem e um execelente Domingo (já é final de tarde...).
Boa Semana...


(entre nós, o caso mais flagrante e mais escandaloso deste tipo de Cristianismo, totalmente estranho ao Cristianismo de Jesus de Nazaré, é o das duas crianças de Fátima, que o Papa João Paulo II, em lugar de denunciar, como coisa demoníaca, acabou por canonizar, como coisa boa, ao beatificar solenemente essas duas crianças, vítimas da chamada senhora de Fátima ...
Esta forma de ver o cristianismo fomenta o farisaísmo e estão na origem do aparecimento de pessoas ao jeito dos fariseus do tempo de Jesus, isto é, que se têm na conta de melhores do que as outras, quando, na verdade, são, muitas delas, pessoas ressequidas, estéreis, sem entranhas de misericórdia, ressentidas, agressivas, autoritárias, incapazes de tolerar a liberdade, a alegria e a festa que vêem nas outras pessoas, quando elas próprias, por amor do seu Deus, têm de viver reprimidas e tristes.
Mais. Essas crenças fomentam um tipo de pessoas que nem sequer podem ouvir ler, como Palavra de Deus, o Cântico dos Cânticos bíblico, só porque este é um livro que ousa cantar, como caminho para Deus, não a auto-castração, mas sim os excessos do amor erótico, livre e não obrigatoriamente matrimonial ...

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 22 de March de 2004 01:00

Hum.........

Mas o que te escandalizou, precisamente? A oposição a fátima?
A frase sobre o farisaísmo?
A referência ao amor erótico na bíblia?
Quais as palavras que consideras linguagem de mau gosto?
E temas de mau gosto?

Afianl concordamos os dois quanto á concepção de que deus não quer o sofrimento humano ( ou divino, o que ainda seria mais absurdo).nem precisa dele para redimir os pecados.
Mendiga também eu sou.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: João Leal (IP registado)
Data: 22 de March de 2004 14:43

Já fui ver o filme e sobre as polémicas que causou acho que têm pouca razão de ser. Em relação à violência, para um não crente, está na linha de filmes como O Resgate do Soldado Ryan ou da Lista de Schindler. Para os crentes acho que esta violência não é gratuita, mas decorre de uma interpretação do que vem escrito, salvo erro, no Envangeho de São João. É claro que podia ter menos sangue ou um olhar mais discreto sobre a flagelação, por exemplo, mas foi esta a visão do realizador. A mim não me chocou, talvez por ir já preparado.

Em relação à outra polémica, a do anti-semitismo, concordo com quem aqui rebateu esse argumento. Só admitiria que existisse na cena em que um romano ordena ao Simão de Cirene, salvo erro, com a enfase que dá à frase "mexe-te... judeu". Nesse momento saltei logo para recordações de filmes que tratam do nazismo e aí os judeus são as vítimas.

Como disse atrás a violência não me afectou, mas emocionei-me bastante com o sofrimento de Maria e de Maria Madalena. Gostei das interpretações do actores, de alguns promenores visuais e gostei muito da banda sonora.

Do que menos gostei foi do pouco relevo dado à Ressurreição, pois para mim a Ressurreição é que dá sentido a tudo resto na vida de Jesus Cristo. Sem aqueles poucos segundos finais este filme bem que podia ser uma versão do musical Jesus Christ Superstar, onde, para espanto meu quando o vi, não havia Ressureição.

Outro aspecto menos positivo, a meu ver, é que para quem não tem um contacto habitual com o Evangelho e com a vida de Jesus, ou vai centrar-se na violência, ou vai ter uma noção errada do cristianismo, julgando que valoriza só o sofrimento, quando, na minha opinião, o que importa é a vida, pois Deus fez-se homem para que tenhamos vida em abundância.

Em resumo acho que é um bom filme para se ver na Quaresma e que não terá grande utilidade para "angariar" novos crentes.

João Leal


Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 23 de March de 2004 13:37

"E la nave va..."

Alef

"A Paixão de Cristo" Bate Recordes de Bilheteira nos EUA


Ao fim de três semanas e meia nos cinemas americanos, "A Paixão de Cristo" já angariou 295,2 milhões de dólares (240 milhões de euros) nas bilheteiras. Os analistas da indústria cinematográfica julgam que o filme de Mel Gibson deverá alcançar entre 350 e 400 milhões de dólares só nos EUA - um número que o coloca acima de "blockbusters" como "Matrix", "Homem-Aranha" e até "O Senhor dos Anéis - O Regresso do Rei".

Como é que um filme que descreve violentamente as últimas horas da vida de Jesus Cristo, falado em duas línguas mortas, conseguiu tanto sucesso? As respostas a estas perguntas podem revolucionar Hollywood - mudando não só o tipo de filmes que são feitos no cinema americano, mas também a forma como eles são financiados e promovidos.

"A Paixão de Cristo" é um filme de autor, um projecto muito pessoal de Mel Gibson. O actor/realizador pagou integralmente do seu bolso os 25 milhões de dólares que a produção custou. Gibson optou por actores menos conhecidos, em vez de estrelas para os principais papéis.

Receosos de controvérsia, e sabendo que filmes de teor religioso normalmente não têm bons resultados de bilheteira, os grandes distribuidores americanos recusaram-se a comprar o filme (acabou por ser a independente Newmarket a distribuí-lo). Em Hollywood, muita gente pensou que "A Paixão" seria um "flop" que determinaria a decadência da carreira de Mel Gibson.

Afinal, Gibson vai encher os bolsos de dinheiro (ver caixa). Mas as consequências do filme podem ser muito mais importantes. Hollywood poderá regressar aos filmes de inspiração bíblica; obras como "A Última Tentação de Cristo", de Martin Scorsese (que também gerou uma enorme controvérsia na altura da sua estreia), assustaram os grandes estúdios em relação a temáticas religiosas.

A tendência de usar séries de televisão ou personagens de banda desenhada como base para "blockbusters" poderá ser suplantada por uma série de filmes bíblicos. Afinal, com filmes bíblicos nem sequer é preciso pagar "royalties" aos autores da obra original.

Polémica religiosa atraiu público

Por que é que o filme teve tanto êxito? Há duas explicações fundamentais. Primeiro, o lançamento foi precedido de uma longa controvérsia sobre o seu alegado anti-semitismo. Várias organizações judaicas queixaram-se publicamente de que o filme retratava os judeus como os assassinos de Jesus; teólogos cristãos queixaram-se de que Gibson usou uma visão deturpada da Bíblia.

O debate gerou enorme atenção mediática. Muitos espectadores terão sido atraídos pela curiosidade. A segunda razão tem a ver com o apelo do filme a um público cristão; muitos líderes religiosos americanos louvaram o filme e algumas igrejas decidiram usá-lo como instrumento evangélico.

Estas duas razões justificariam a estreia robusta de "A Paixão de Cristo" - mas, depois dos primeiros dias, o filme continuou a atrair dezenas de milhares de pessoas. Alguns observadores esperavam que, depois de a curiosidade inicial ser saciada, as receitas de bilheteira diminuíssem (como de resto acontece com todos os "blockbusters" hoje em dia). Isso não aconteceu.

O entusiasmo do "público cristão" também não explica tudo. Em sociedades menos fervorosamente religiosas que os EUA (nomeadamente na Europa), o filme também está a ter grande êxito. Outras razões têm sido avançadas na imprensa americana: a violência intensa do filme atraiu "teenagers" que vêem "A Paixão de Cristo" como um filme de terror; as campanhas de igrejas e outras organizações cristãs estimularam espectadores que normalmente não vão aos cinemas.

Em Hollywood há questões sobre se este sucesso é caso único, ou se é sintomático de que a indústria cinematográfica tem ignorado largos segmentos do público, que se sente alienado por "blockbusters" de acção e estaria disposto a ir aos cinemas para ver filmes com um teor mais "espiritual".

Mel Gibson pode ainda ter aberto caminho a uma nova tendência. Ele assumiu o risco de pagar o filme do seu bolso, o que lhe permitiu ter total controlo sobre a produção e recolher muito mais dos lucros.

É possível que outras estrelas de Hollywood (Tom Cruise? Julia Roberts? Harrison Ford?) optem por um modelo semelhante - em vez de auferir salários de 20 milhões de dólares, mais uma percentagem dos lucros, serem donos dos seus próprios filmes.

Mel Gibson, encorajado pelo êxito de "A Paixão", já se prepara para outra. Ele revelou à rádio ABC estar a pensar em fazer um novo filme bíblico, baseado numa história do Velho Testamento, a que dá origem ao feriado judeu da Hanukkah. Se Gibson avançar, desta vez provavelmente nem teria de se preocupar com acusações de anti-semitismo.

Por PEDRO RIBEIRO, NOVA IORQUE
«Público», Terça-feira, 23 de Março de 2004
[jornal.publico.pt]


254 Mil Portugueses Já Viram a "Paixão de Cristo"


O filme de Mel Gibson chegou às salas portuguesas a 11 de Março e em 11 dias já foi visto por 254 mil pessoas. Logo na primeira semana, 105 mil espectadores viram o filme que retrata as últimas doze horas da vida de Cristo. Mesmo depois de uma ante-estreia em que alguns consideraram o filme muito sangrento, "A Paixão de Cristo" pode tornar-se um dos maiores sucessos de bilheteira em Portugal. No ano passado os três maiores sucessos foram "O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei" (450 mil espectadores em 79 dias), "O Último Samurai" (320 mil pessoas em 56 dias) e "O Amor Acontece" (300 mil espectadores em 97 dias). Se o ritmo se mantiver, "A Paixão de Cristo" poderá bater o recorde do último "O Senhor dos Anéis" em apenas 20 dias

Por C.G.A.
«Público», Terça-feira, 23 de Março de 2004
[jornal.publico.pt]


Mel e Os Outros "Blockbusters"


Receitas nas bilheteiras americanas de alguns dos principais "blockbusters" de Hollywood nos últimos anos. Valores em milhões de dólares.

"Titanic": 604
"Homem-Aranha": 403
"O Senhor dos Anéis - O Regresso do Rei": 371 (*)
"À Procura de Nemo": 339
"A Paixão de Cristo": 295,2 (**)
"Matrix Reloaded": 283

(*) Estreou nos EUA no final de 2003, continua em exibição; as estimativas apontam para uma receita total na casa dos 400 milhões.
(**) Estreou nos EUA no final de Fevereiro; o valor não inclui os valores deste fim-de-semana; as estimativas apontam para uma receita final entre os 350 e os 400 milhões.

«Público», Terça-feira, 23 de Março de 2004
[jornal.publico.pt]

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