Segundo li num livro , os envangelhos foram escritos a maior parte parir de escritos iniciais, e ajuntado alguns temas , pelo que assim podera dar a 2 vindas de cristo?
Rui Costa

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Editado 1 vezes. Última edição em 15/03/2010 21:42 por Alef.

Não se percebe qual é a pergunta.

João (JMA)

Boa noite R. Costa

Não. Não há 2, 3, ou 4 vindas de Cristo, tal como não há 2, nem 3 nem 4 histórias de Cristo.

O que há são tradições teológicas diferentes acerca do acontecimento Jesus Cristo.
Os relatos evangélicos são relatos de acontecimentos, acontecimentos esses narrados já com interpretações teológicas das comunidades cristãs primitivas.
Por conseguinte, é um erro abordar os relatos dos evangelhos na procura de rigor histórico. Não é essa a intenção do autores. A intenção dos autores dos evangelhos é fazer teologia.

Os peritos entendem que na base dos 3 evangelhos canónicos sinópticos estiveram pelo menos 2 fontes, designadas S e Q. Os Evangelhos Mateus, Marcos e Lucas são assim produto dessas duas fontes, acrescentando-se o trabalho redacional de cada autor, que diz respeito a relatos exclusivos do seu evangelho, e a pormenores que se prendem com a teologia e a intenção narrativa de cada um deles.
Pode-se pensar numa interdependencia entre os sinopticos, o que permite supor como hipotese plausivel que os textos terão tidos fases de redação diversas, até terem a actual forma literária. Certo é, porém, que Mateus e Lucas dependem da fonte de Marcos, ou mesmo de Marcos.
O evangelho de João, embora tendo material da Quelle e da Source, procede de uma fonte diferente.

Discute-se se essas fontes eram apenas tradições orais, ou se se tratavam de documentos escritos.

Desta sorte, nada de escandalos pelo facto de haver contradições nos relatos dos Evangelhos. É muito normal.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)