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Mundo de loucos
Escrito por: tugacoreano (IP registado)
Data: 18 de January de 2010 15:03

MUNDO DE LOUCOS
P. Álvaro Pacheco IMC

(Escrevi este artigo em Dezembro de 2009, ou seja, antes do tragico sismo que tem causado morte e sofrimento indescritivel no Haiti).

Olá a todos. Sou um missionario portugues que trabalha na Coreia do Sul ha' 13 anos. A minha principal actividade missionária é a de editor de uma revista missionária, chamada “Consolata”, nome tirado do título de Nossa Senhora da Consolata, padroeira do nosso Instituto missionário. A nossa revista tem, como tal, o objectivo de dar a conhecer, fomentar e promover o interesse e colaboração pela actividade missionária da Igreja católica em geral e do nosso Instituto em particular. Tenho, assim, o privilégio não só de dar a conhecer, como de eu próprio conhecer muito sobre países, realidades, pessoas e organizações, bem como sobre assuntos e temáticas bastante diversificadas. Dado que os nossos leitores são, na sua grande maioria, gente que frequenta a igreja, que participa activamente na paróquia, mas que possui um conhecimento limitado sobre a realidade do mundo em geral, é minha preocupação fazer com que adquiram um conhecimento geral bastante variado e enriquecedor. Sendo a Coreia do Sul um país que durante muitos anos esteve “fechado ao mundo”, por causa das sucessivas ditaduras militares que governaram o país após a Guerra que a separou da Coreia do Norte, através da nossa revista quero trazer-lhes o mundo a suas casas, aos seus interesses e preocupações. Mas o “mundo” que lhes transmito não é o mundo ao qual estão habituados. Ou seja, os sul-coreanos têm um fascínio muito especial pelos Estados Unidos e só se interessam por um determinado país quando esse mesmo país está directa ou indirectamente ligado ao seu, ou então quando acontece algo a coreanos que visitam ou residem num certo país. As notícias são sempre muito locais e, como tal, pouco se pode conhecer sobre o mundo além-fronteiras. O mesmo se diga em relação à internet: os coreanos são muito interessados em temas nacionais, sendo a relação com o mundo exterior limitada a interesses particulares. Porém, estas observações são válidas para muitos outros países, nomeadamente a Itália, país onde vivi por um ano (entre Agosto de 1991 e Agosto de 1992) e no qual pouco ou nada se falava em relação ao mundo exterior. Hoje em dia, sei que na Itália se fala muito de outros países, sobretudo por causa das vagas de emigrantes ilegais que tentam entrar no país. Voltando à Coreia: na edição de Janeiro-Fevereiro 2010 da nossa revista, será publicado um artigo sobre um missionário norte-americano que trabalha há vários anos no Haiti. Eu sabia que o Haiti é um país pobre, com imensos problemas políticos, económicos e sociais, mas fiquei sem palavras ao ler o artigo, que encontrei numa nossa revista italiana. Nunca pensei que o povo Haitiano vivesse em semelhante situação de miséria, tristeza e desespero. Traduzo e transcrevo somente uma das frases mais chocantes do artigo: “De acordo com estatísticas oficiais, 40% da população não tem acesso a água limpa e potável, nem a sistemas de esgotos.” O artigo refere que uma das causas desta situação é, como não podia deixar de ser, a corrupção. Mas estejam descansados que não falarei de política, mas sim do absurdo que é o mundo em que vivemos. É mesmo um “mundo de loucos”. Sim, porque para contrastar este artigo sobre o Haiti (para quem estiver interessado em certos dados do mesmo, basta ir à internet e procurar ‘Haiti’ no Google e clicar na secção da Wikipédia), há dias li uma notícia na secção “Gentes” do jornal espanhol Elmundo.es, que me deixou boquiaberto. A notícia referia-se a uma festa de anos de um conhecido rapper e produtor de música norte-americano, P. Diddy. Como a língua espanhola é, para nós “tugas”, de fácil compreensão, deixo-vos parte do texto original: “Es uno de los raperos más reconocidos internacionalmente y, por supuesto, uno de los más ricos. Si para un mortal gastarse más de dos millones de euros en una fiesta de cumpleaños es una completa locura, para P. Diddy es una realidad. Claro, que su fortuna se calcula en 230 millones. Sean Combs, el verdadero nombre de P. Diddy, pagó esa cantidad por el fiestón de su 40 cumpleaños, celebrado el pasado jueves en el Hotel Plaza de Nueva York y al que acudieron 500 personas. Las flores, orquídeas, supusieron nada menos que 20.000 euros del presupuesto. Algunos, desde luego, no saben lo que significa la palabra crisis.”
Pois bem, gastar mais de 2 milhões numa festa com 500 convidados é, como diz o autor, “uma loucura completa”. Certo, dado que o P. Diddy é multimilionário, pode muito bem dar-se a esse luxo. Sem querer estar a fazer juízos de valor, gostaria só de chamar à atenção para a contradição que existe entre estas duas realidades. Não haja dúvida que vivemos num mundo louco, num mundo que cada vez mais separa quem tem muito de quem pouco ou nada tem. Um mundo onde as causas da miséria, da violência, da discriminação, do ódio, de tudo o que torna o ser humano “pior que um bicho” são todas causadas pelo ser humano. Sim, porque há muita gente que culpa Deus ou diz que “é destino”, quando elas próprias são causa do sofrimento de alguém. Falo por mim próprio, não porque culpo Deus e porque não acredito em destino, mas sim porque é sempre fácil atribuir a culpa aos outros. Temos todos algo de louco em nós e, para que a cura seja efectiva, há primeiro que identificar a loucura, assumindo-a com humildade e vontade de a curar. O remédio? Simples e eficaz: amor. Amor unido à célebre frase “faz aos outros o que queres que te seja feito”. Dizia Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres”. Voltando aos milhões que o P. Diddy esbanjou, perguntemo-nos: “E eu? Que desperdiço eu? Que poderia eu fazer pelos outros e não faço por preguiça, por mesquinhez, por ser hipócrita?” Os meus “milhões” são os dons que Deus colocou no coração de cada um de nós. A nossa sociedade “louca” precisa deles, mas primeiro devemos curar-nos da “loucura” e não só preocuparmo-nos com a gripe A. “Que tem a gripe A a ver com o assunto?”, perguntarão vocês. Tem neste caso: Porque aqui na Coreia houve, em Outubro passado, um congresso internacional sobre suicídio. Um dos participantes falou dias depois ao jornal “The Korea Herald” e dizia-se admirado pela quantidade de folhetos, cartazes e avisos relativos à gripe A, enquanto que sobre a prevenção e assistência a pessoas propensas ao suicídio… nem um folheto sequer. Sim, porque o suicídio mata, em média, 30 pessoas por dia aqui na Coreia do Sul. Certo, não podemos mudar o mundo de um dia para o outro, mas podemos mudar o mundo que nos rodeia. E não nos esqueçamos de que quem ama, quem dedica a sua vida aos outros, quem se preocupa pela felicidade dos outros é também considerado “louco” por muitos, tal como Cristo foi considerado “louco” pelos seus próprio familiares e amigos. O nosso mundo precisa desesperadamente desta “loucura saudável” do amor. Amor que passa também, por exemplo, pelo respeito e defesa da natureza.

Re: Mundo de loucos
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 21 de January de 2010 21:26

Dinheiro mal ganho, dinheiro mal gasto.

*=?.0

Re: Mundo de loucos
Escrito por: dimensao7 (IP registado)
Data: 27 de January de 2010 03:35

Na sequência do tema, mais um exemplo de grande tolerância e racionalidade vindo de terras do islão.


Bangladesh: Chicotadas por engravidar em violação

Aldeia aplicou lei islâmica



Uma adolescente do Bangladesh foi condenada a 101 chicotadas por ter engravidado na sequência de uma violação. Essa pena, decorrente da lei islâmica em vigor, foi decidida pelos anciãos da sua aldeia, os quais ilibaram o violador.

A rapariga de 16 anos ia a caminho do liceu quando foi violada por Enamul Mia, de 20 anos, em Abril. A sua família chegou a combinar um casamento com um homem de outra aldeia, mas a união foi desfeita quando se verificou que ela já estava grávida de seis meses.

O castigo foi aplicado pelo líder da aldeia e a rapariga, que entretanto fez um aborto, acabou por perder os sentidos com as dores, forçando uma interrupção de duas horas.

O pai da vítima também foi obrigado a pagar uma multa à aldeia para evitar ser ostracizado pelo resto da comunidade.

Activistas de organizações de Direitos Humanos do Bangladesh já foram à aldeia e um responsável da polícia garantiu que irá investigar a ocorrência se alguém apresentar queixa.


Correio da Manhã - 26 de Janeiro de 2010



Depois disto ainda é capaz de haver por aí umas gentes maldizentes a dizer que a nossa justiça anda pelas ruas da amargura.
Vai lá, vai!...

Re: Mundo de loucos
Escrito por: dimensao7 (IP registado)
Data: 26 de August de 2010 11:55

Em pleno séc. XXI em terras da Nigéria, pobreza, ignorância e o imoral aproveitamento pelas seitas religiosas, expostos nesta reportagem da CNN:


Children abused, killed as witches in Nigeria



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