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Novidades Paroquias.org: Meditação Cristã e Fórum Espiritualidade e Oração
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 01 de June de 2009 21:19

Caros amigos.

Aproveitando a celebração do Pentecostes, lançámos ontem duas novidades:

1) Em colaboração com a "Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal", o livro "A Meditação Cristã" de Laurence Freeman, OSB, está completamente disponível on-line para leitura.

2) Abrimos (finalmente) o fórum Espiritualidade e Oração. Este não é um fórum de "discussão". É um fórum de partilha, de caminho, de crescimento espiritual. É um fórum para partilhar e aprender.

Estas duas novidades vão ao encontro dos objectivos que definimos para o Paroquias.org, sermos cada vez mais um espaço de Espiritualidade e Oração (além de Formação e Comunidade).

Convido-vos a todos a lerem o livro "A Meditação Cristã" e a começarem a praticar a meditação cristã diariamente, se possível, de manhã e ao final da tarde. Podem também contactar a "Comunidade Mundial de Meditação Cristã em Portugal" que organiza diversos encontros semanais para meditação em conjunto.

Muito obrigado,
Luís Gonzaga



Editado 1 vezes. Última edição em 09/07/2009 02:53 por Luis Gonzaga.

Re: Novidades Paroquias.org: Meditação Cristã e Fórum Espiritualidade e Oração
Escrito por: engrsc (IP registado)
Data: 01 de June de 2009 23:42

obrigado . Era o que andava a procura.

Re: Novidades Paroquias.org: Meditação Cristã e Fórum Espiritualidade e Oração
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 04 de June de 2009 00:12

Luís

Estive a dar uma olhadela e fiquei sem perceber... pareceu-me que isto não é a oração cristã. Pareceu-me mais um modo de relaxar...uma meditação que não é oração. Meditar, acho eu, pode ser sobre qualquer coisa.

Não vi com o pormenor suficiente mas pareceu-me uma mistura com ingredientes incompatíveis. Não sei porquê, se calhar pelo adiantado da hora , lembrei-me do "nirvana". E esse estado não é o de quem faz oração.

Obrigada
Maria José

Re: Novidades Paroquias.org: Meditação Cristã e Fórum Espiritualidade e Oração
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 04 de June de 2009 04:04

Li o livro colocado on-line e a minha apreciação global é bastante positiva. Talvez a partir daqui nos entusiasmemos um pouco em falar de coisas sérias ;o)

Naturalmente, há alguns matizes mais caros a uns ou a outros.

Uma das dificuldades deste texto vem da sua «facilidade»: é um livro muito breve, pelo que fica muito por dizer. Aproveito para chamar a atenção para alguns pontos que considero importantes, mesmo que «ao correr das teclas».

1. O comentário da Maria José faz-me pensar que muitas vezes a literatura deste tipo é vista com grande desconfiança por muitos cristãos. Ou porque conhecem apenas «um modelo» ou porque temem levar «gato por lebre» ou serem enganados para algo que não é genuíno. A sua preocupação de que isto não seja propriamente oração cristã ilustra bem o problema.

2. É verdade que no campo da espiritualidade em geral e das «ajudas para a oração» em particular há «muita coisa», nem sempre genuína. Há que ter prudência, mas que isso não signifique não ousar conhecer algo mais da nossa própria Tradição… Colocando um exemplo extremo, se eu considerar que a única forma válida de oração cristã é o terço, ao rezá-lo faço bem, mas se pretender que os outros cumpram a mesma regra talvez esteja a fechar-me a formas de oração riquíssimas devidamente valorizadas pela Tradição e a impedir que outros conheçam a fundo esses tesouros.

3. Ao contrário do que alguns pensam, a Tradição da Igreja é muito vasta e bastante plural no que diz respeito à espiritualidade. Neste aspecto, o que fez John Main e muitos outros foi «resgatar» alguns de entre tantos outros elementos «meio esquecidos» mas genuinamente cristãos.

4. Neste texto expõe-se grosso modo um método de oração. Há muitos outros. «Método» significa «caminho». É importante saber que o «método» não é tudo, muito embora nos ajude e devamos seguir algum. Este, em concreto, tem vários pontos de contacto com a «oração de Jesus», a que aludi no tópico livro «“Relatos de um Peregrino Russo”» e a “Oração de Jesus”», sendo que no caso da «Meditação Cristã» pela «mão» de John Main se realçam algumas «técnicas»…

5. Ao ler livros como este de Laurence Freeman pode haver um risco, numa leitura superficial: o de nos fixarmos nas «técnicas», ficando-se com a impressão de que a oração e o que se consegue com ela é resultado «devido» de um certo conjunto de técnicas, uma espécie de caminho seguro e rápido de ter o sagrado nas mãos e usufruir dele, com paz, quietude, etc… O risco é, em primeiro lugar, repito, do leitor apressado e não tanto da intenção de quem escreve, que, se prestarmos atenção, veremos que diz coisas completamente diferentes e até em sentido oposto. De qualquer forma, a tentação utilitarista está sempre à espreita… E se tivermos um «deus» que nos faça umas massagens grátis, ficamos mais «crentes» (carentes)…

6. Ora bem, a oração não é uma mera questão de técnicas, mas é importante dispor-se convenientemente para que a oração seja verdadeira e melhor vivida. E nisto as «técnicas» podem ajudar. Mas uma coisa é que sejam ajudas, outra é que confundamos a oração com as técnicas… Entre as «técnicas» ou modos de nos predispormos melhor para a oração há alguns elementos fundamentais. Um deles está devidamente sublinhado: o silêncio. Várias coisas podem ajudar ao silêncio: o espaço para a oração, a posição do corpo, luz, ruídos exteriores… O silêncio mais difícil e determinante é o silêncio interior. Sobre a posição do corpo, de facto uma das coisas mais importantes é a respiração: costas bem direitas! O corpo também reza. Mas, de novo, que não nos fixemos exclusivamente nas «técnicas», da mesma forma que num bom jantar o determinante não são os talheres, mesmo que estes sejam importantes.

7. Por isso, e aqui entram já questões de matizes, apesar de compreender o que se diz sobre o não instrumentalizar a oração, o não esperar nada, etc., creio que é fundamental que a oração seja referida a Deus. Há por aí muita «escola» de «meditação» «a-teia», ou de referência a Deus bastante difusa ou confusa, quando não exclusivamente auto-referente. Podem ser de grande ajuda em muitos aspectos, incluindo o psicológico, mas creio que não é ainda «oração cristã». O texto de Laurence Freeman parece conhecer bem essa objecção, pois dedica-lhe um apartado. Aí diz explicitamente: «Estas várias formas de oração são cristãs porque se centram em Cristo». Talvez nesse apartado se pudessem dizer ainda mais coisas. De qualquer forma, o essencial é isso: oração é cristã quando tem Cristo e a oração de Cristo como referência. Eu diria mais: a oração cristã é trinitária e reza a cada uma das Pessoas da Ssma. Trindade. Quando assumimos isto, a nossa oração muda.

8. Um dos aspectos mais importantes do texto (e também mais difícil) é que a oração não tem que ser um tempo absolutamente discursivo, palavroso. Cuidar o «estar», o «silêncio total», sem descuidar o «com Quem» estamos em silêncio. O que se diz no texto sobre a pobreza é muito importante.

9. Pequenos pontos de divergência.
- Embora compreenda a escolha, não aprecio muito o uso do termo «mantra», porque originalmente implica algo que é alheio e contrário à oração e tradição cristã, que é o elemento mágico (*). Dizer que os Padres do Deserto pronunciavam «mantras» precisa de alguma «precisão»…
- O texto parece usar indistintamente as palavras «meditação» e «contemplação», que na Tradição Cristã e católica não são exactamente a mesma coisa.
- Embora compreenda o que se quer dizer quando se recomenda que não se avalie a meditação, tenho uma visão diferente do assunto, porque a oração deve estar ligada ao discernimento e este não se faz sem avaliação, também da oração; não propriamente para «medir», mas para «recolher» e «afinar»… Não levo, pois, muito a sério a frase que diz: «O que acontece enquanto meditamos não é relevante». Porque é relevante. E muito. Mas, claro, pode-se aceitar se com isto se quiser dizer que não se vai à oração para trazer isto ou aquilo ou que queremos que Deus se encaixe nos nossos esquemas, ou, lembrando Santa Teresa de Jesus, mais importante que as consolações de Deus é o Deus das consolações. De qualquer forma, mesmo não «medindo» o «espiritual» é importante avaliar. Digo eu.

10. O mais importante de tudo isto é a prática da oração.

Alef

_______________
(*) Nota: diz do «mantra» a «New Catholic Encyclopedia»: «MANTRA. A sacred formula believed to have a magic power. The term was used originally of the verses of the VEDAS, the sacred books of the Hindus, chanted at the time of sacrifice. However, certain verses were believed to have a special power, of which the most famous is the Ga¯yatr¯ı, the invocation of the Sun-God, used on all the most solemn occasions. The most sacred word of all is the syllable Om, which is held to contain in itself all sounds and to symbolize the universe, so that by its repetition it is possible to realize one’s identity with the Absolute. The theory of the mantra, developed in later times, is that the sacred word or sound makes present what it signifies. Thus, by repetition of a mantra under proper conditions it is possible to obtain all power. A mantra can absolve from sin, avert danger, secure success, and confer sanctity. In certain mantras, it is believed, all wisdom is contained».

Re: Novidades Paroquias.org: Meditação Cristã e Fórum Espiritualidade e Oração
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 09 de June de 2009 14:46

Estive a ler o livro da Meditação Cristã.

Sinceramente não sei bem o que pensar. Ou, melhor dizendo, fiquei com sentimentos e sensações contraditórias. Há que ter em conta o facto de que eu sou uma leiga nestes assuntos.

Nunca experimentei a meditação como ela é apresentada, pelo menos conscientemente, se bem que frequentes vezes vou à Igreja e me limito a sentar-me diante do Santíssimo, sem mais. Aquela concentração absoluta sei que sou capaz dela [(perguntem às pessoas que me rodeiam quando estou a ler. Já quase levei por não responder a pessoas a dois passos de mim. :)]. Mas é perfeitamente involuntária, ou seja, eu não a consigo reproduzir consciente e propositadamente.

A meditação da forma como é apresentada parece-me ser uma espécie de auto-hipnose. Uma pessoa senta-se confortavelmente e vai repetindo uma fórmula até atingir esse estado de meditação.

Não gosto da utilização da palavra mantra. Parece que se foi importar uma técnica e se fez uma mistura entre a meditação budista ou hindu e a cristã. Não que daí venha mal algum, mas fez-me sentir como se algo estranho tivesse entrado no meu mundo. E depois leva a questões como esta: Mas a meditação cristã não existiu antes das mantras? Claro que sim. E como a levavam eles a cabo?

No encerramento do livro está a seguinte frase: "É no ensinamento sobre a oração pura dos Padres do Deserto que ele [John Main] encontra a prática do mantra." Ou seja, John Main foi inspirar-se na mais antiga tradição cristã. E a palavra mantra tende a desviar as atenções disso.

A meditação, como é apresentada, foge de tudo aquilo que eu estou habituada na minha relação com Deus e a religião. A oração, umas vezes mais fervorosa, outras mais humilde, outras mais interesseira, outras mais aérea, outras mais coloquial, tem sido sempre "racional", sentida, pensada. Ou seja, estou consciente do que falo, do que peço, do que sou. A meditação segundo o livro, indica uma nova forma de estar com Deus. Segundo as palavras do autor "não pensando em Deus, mas sim em estando com Deus". Eu até aqui sempre pensei em Deus, não me parece que tenha estado com Deus. Isto dito desta forma parece que tenho vivido sem Ele. Não é esse o sentido. Tem a ver com a unidade entre mim e Deus. Como dizia há uns dias, nós temos sido sempre dois: eu e Ele.

Não sei se a meditação nestes moldes se me adequa. Mas suponho que poderei sempre tentar. A olhar para o que o livro diz, os resultados serão recompensadores.

Cassima



Editado 1 vezes. Última edição em 09/06/2009 14:47 por Cassima.

Re: Novidades Paroquias.org: Meditação Cristã e Fórum Espiritualidade e Oração
Escrito por: Ana Cruz (IP registado)
Data: 27 de June de 2009 09:50

Gostaria de saber se funciona no Porto algum grupo de oração na linha da Meditação cristã. Venho há tempos tentando utilizar esta "metodologia" individualmente mas considero que o empurrão de um grupo seria mto bom
AnaCruz



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