Partindo da premissa de que a Alegria é um valor humano que torna a vida agradável a todos: ao próprio e a quem com ele convive... gostava de debater o tema: alegria e crise, nas suas diferentes vertentes...

Acham que pode ser um tema a explorar?

Salve Maria!

Olá Maria José! Até acho este tema legal, poderemos filosofar sobre o assunto,

mas não vejo a alegria como um "valor humano" e sim um sentimento e crise penso

ser um estado em que podemos nos encontrar... e apesar de não ter procurado

acredito que alegria não seja sinônima autêntica de felicidade, talvez uma

"prima", rs! Quando penso em alegria, penso em algo de forma aguda; vou tentar

explicar de uma forma meio doida, mas que dá para vc entender: vc se corta,

aquela dor é aguda! Então sentir alegria é algo assim, acontece uma situação

que de forma aguda nos dá a sensação de alegria. Digo que vejo a alegria como

sentimento porque o que te alegra, pode ser indiferente a mim, ou mesmo me

contrariar... aí falaríamos de assuntos que nos alegrariam.

Quanto a felicidade percebo-a como estado, porque posso não ter motivo alguma

para estar feliz e estar; e posso estar feliz sem estar alegre; por exemplo:

hoje estou com uma porção de problemas para resolver (isto é verdade) mas me

sinto feliz mesmo assim... porque tenho minha fé e por ela a certeza que em

TUDO sou mais que vencedora em Jesus Cristo; porque tenho um marido que admiro,

amo, respeito e sou amada; porque temos o Davi, filho muito amado por nós e por

Deus; porque tenho verdadeiros amigos(as); porque em passos talvez lentos para

o meu gosto vejo-me melhorando como pessoa e Cristã.... Alegre eu ficaria se

meus atuais problemas se resolvessem todos amanhã, ficaria muito alegre! rs!

Crise...

Percebo 4 situações quanto o assunto é crise:

- Pessoas que não sabem viver sem elas; e se elas não aparecem por qualquer

situação, estas pessoas as buscam ou as criam.

- Pessoas que se afundam em alguma crise e não viram a página; elas até tem

razão em estar em crise, mas não viram a página de foram alguma e os anos

passam e ali estão elas com aquela mesma situação...

- Pessoas que a "casa" está caindo e tudo ruindo e não permitem e não admitem

que a coisa não tá legal, fingem para si mesmas, e eu penso que isto deve ser

a pior crise, rsrsrs!

- Pessoas que deixam e permitem os questionamentos e os sofrimentos de uma crise

chegarem, não fingem que estão bem; porém permitem que tudo passe, aprendem

com tudo isto alguma coisa, viram a página e vão viver!



Eu acho que já fiz parte das quatro citações acima, mas hoje procuro muito

aceitar a "crise" se ela vier, mas quando ela quiser ir embora as portas estão

abertas, rsrsrs... e procuro no tempo certo refletir sobre tudo e TOCAR

A VIDA E VIVÊ-LA...



obs: Dei minha opinião particular nada munida de laudos de especialistas no

assunto... simplesmente disse o que penso.



PAX DOMINI.

E quais são os pontos que lanças?

Por crise entendes qualquer ocorrência que perturbe a vivência de uma pessoa ou falas "da" crise que se fala hoje em dia, a crise económico-financeira que assola o mundo?

Cassima

Pois é! Têm razão.

Penso na alegria como algo que existe mas que também pode ser fomentada.

Sem querer podemos cair num mar de lamentações...que destroem o ambiente que nos rodeia. Temos experiência de como é agradável estar com pessoas que estão alegres apesar das dificuldades pelas quais estão a passar...não sei...penso que a tristeza tem a ver com um certo pessimismo...mas...também estou cheia de dúvidas.

Pergunto: será compatível estar alegre quando se passa mal economicamente? Quando estamos a ver , à nossa volta, situações muito complicadas...de desemprego ...de fome...

Estava agora a escrever e lembrei-me da Madre Teresa de Calcutá...

Não sei se o tópico tem pernas para andar...mas...quando o coloquei foi porque me interroguei e interrogo se a crise económica, neste caso, pode deitar por terra a alegria? Ou se a alegria ajuda a que se tomem medidas que resolvam os problemas? etc...

Gostava de debater...mas não sei...vai uma ajudinha?

Citação:

Maria José Ribeiro
Não sei se o tópico tem pernas para andar...mas...quando o coloquei foi porque me interroguei e interrogo se a crise económica, neste caso, pode deitar por terra a alegria? Ou se a alegria ajuda a que se tomem medidas que resolvam os problemas? etc...
Gostava de debater...mas não sei...vai uma ajudinha?

veja a alegria do cristão duma forma diferente. Como nos fala o Papa Bento XVI, talvez seja mais correcto falarmos em esperança. A alegria de vivermos sabendo que somos filhos de Deus, que mesmo quando todos nos parecem faltar saber que Ele olha para mim com um carinho único.

A alegria de saber que Deus tem um plano para mim e que eu posso colaborar com Ele nesse plano, procurando descortinar e cumprir a Sua Vontade.

Sempre, mas com mais força nestes tempos de crise, deve ser essa alegria, a Esperança, a animar-nos.

Cumprimentos

Alpha

Concordo com o Alpha.

Acho que mais importante que a alegria, é a serenidade. E a primeira pode advir da segunda. Numa crise, qualquer que ela seja, o importante é uma pessoa manter-se serena. Desta forma pode enfrentar-se melhor a situação e ajudar os outros a fazê-lo igualmente.

Claro que é muito fácil dizer isto. O difícil mesmo é conseguir encontrar e manter essa serenidade. Encontrando-a, essa alegria de que se fala para enfrentar a crise será uma consequência. Não propriamente hilaridade (que seria um contra-senso) mas o evitar do desânimo em que facilmente se cai.

O problema desta crise económico-financeira, de acordo com uma reportagem que vi, é que não se sente facilmente, até nos cair em cima. Eu explico o que quero dizer: os preços parecem descer, os taxas também, e, se uma pessoa tiver a sorte de manter um emprego, as coisas não parecerão más. O grande problema está no desemprego que está a ser gerado e é daí que os males todos parecem advir.

A forma como se enfrenta uma crise ninguém pode garanti-la à partida. Pessoas aparentemente fortes sucumbem em determinadas situações e outras normalmente fracas demonstram uma fortaleza que surpreende.

Depois há que manter o bom senso. Esta parece uma qualidade "aborrecida", mas é das mais importantes que conheço.

E nem toda a gente parece tê-lo. Li há uns dias uma reportagem sobre casos de crianças mal-nutridas que têm aparecido num hospital da grande Lisboa. Dizia uma das pessoas citadas que havia dois grupos de crianças nestas situações:
- aquelas que apareciam com grandes carências de higiene e cuidado
- aquelas que apareciam bem vestidas e com roupa de marca.

Se o primeiro grupo choca, o segundo escandaliza. E é em situações destas que o bom senso falta de modo gritante.

Com bom senso, a serenidade alcançar-se-á mais facilmente e as crises serão mais facilmente ultrapassadas ou enfrentadas. E será talvez esta a tal alegria que se pode demonstrar e ter nas crises.

Cassima