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Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: David_ (IP registado)
Data: 06 de March de 2009 22:18

Paz do Senhor...


A notícia, do link abaixo, tem estado nos jornais, principalmente aqui no nordeste do Brasil... Gostaria de saber o que os colegas acham...


[www1.folha.uol.com.br]


Em Cristo

David

[Nota: Editei o tópico para lhe dar um título mais adequado que o original "O que acham disso?". Luís Gonzaga]

_________________________________________________________________________________
"Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo." Salmo 9:2



Editado 2 vezes. Última edição em 06/03/2009 22:46 por Luis Gonzaga.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 06 de March de 2009 23:11

Olá David,

Seria importante contextualizar a situação em causa: trata-se de uma criança de 9 anos que era abusada sexualmente pelo padrasto desde os 6 anos (assim como a sua irmã, agora de 14 anos). A criança de 9 anos engravidou de gémeos e corria risco de vida. Ontem a Lena já tinha dado a notícia aqui.

A notícia tem algumas falhas. Primeiro o arcebispo diz que o aborto é um pecado mais grave que a violação, que me parece correcto segundo a doutrina da Igreja, mas depois diz que o aborto é também um crime mais grave que a violação. Aqui já não tenho tanta certeza, e pedia a algum advogado ou jurista para complementar a notícia, à luz do direito civil, por ventura diferente entre Portugal e Brasil.

EM Portugal, em determinadas condições, o aborto já não é crime sequer. No Brasil, se for uma gravidez de risco, segundo a notícia, também não é crime. Logo, o aborto pode ser pecado mais grave que a violação mas não é crime mais grave, se calhar, nem crime é. São dois âmbitos distintos.

Há outro aspecto da notícia que também não me parece totalmente correcto quando afirma "O quinto mandamento da Igreja é não matar. Então, neste caso em que a mãe, a menina, estava correndo risco gravíssimo de perder a vida, a Igreja diz: deve se fazer todo o esforço possível para salvar a vida desta menina grávida. Mas não se pode, para atender a essa finalidade, eliminar a vida de outros, duas vidas inocentes." Se a vida da mãe estiver em risco evidente, como parece ser o caso, estamos perante uma situação de aborto ou de legítima defesa?

Citação:
«Do acto de defesa pode seguir-se um duplo efeito: um, a conservação da própria vida; outro, a morte do agressor». «Nada impede que um acto possa ter dois efeitos, dos quais só um esteja na intenção, estando o outro para além da intenção». CIC 2263

A legítima defesa pode não ser somente um direito, mas até um grave dever para aquele que é responsável pela vida de outrém. CIC 2265

Obrigado,
Luís Gonzaga

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: David_ (IP registado)
Data: 07 de March de 2009 00:06

Obrigado Luiz... Ficou muito melhor com esse novo título...

Vejam que até o Presidente do Brasil se envolveu no episódio!

[noticias.uol.com.br]

Em Cristo

David

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Editado 1 vezes. Última edição em 07/03/2009 00:11 por David_.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 07 de March de 2009 07:59

Aborto é crime mais grave que violação?

Só na cabeça de gente doente, fanática por uma causa, incapaz de uma reflexão humanista, escrava de dogmas, cega e surda ao sofrimento desse abuso continuado e constante que ceifa a esperança e a capacidade de confiar.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: David_ (IP registado)
Data: 07 de March de 2009 11:59

Do ponto de vista humano, parece que o aborto, por ceifar uma vida, seria mais grave, Lena... No entanto, diante de Deus são pecados iguais... Tanto para um, como para o outro, há o perdão de Deus, em caso de arrependimento.


Mais um link sobre a história... [g1.globo.com]


Em Cristo

David

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Editado 2 vezes. Última edição em 07/03/2009 12:20 por David_.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 07 de March de 2009 12:27

Pediste a opinião das pessoas e eu dei; logicamente a minha fundamenta-se naquilo que acho justo e correcto sem conter a questão Deus ao barulho.

A pergunta é sobre crime e não pecado.
Crime é ou não de acordo com a Lei.
A violação desta criança é crime tanto que o abusador foi detido e será julgado.
O aborto efectuado não foi crime pois foi efectuado dentro da Lei.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de March de 2009 00:21

Lia há pouco no rodapé da SIC Notícias que a rapariga de 9 anos tinha sido excomungada por ter abortado. Ora isso não corresponde à verdade porque a pena de excomunhão não se aplica a menores.

Luís

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 08 de March de 2009 13:25

Lol, então a Igreja ia excomungar a pobre da menina? Mas que manipuladores que estes jornalistas são. Querem é lançar a confusão. Só faltava dizer que o Vaticano ordenou a morte da menina....enfim, é por causa deste tipo de notícias maldosas que nunca se deve ter um julgamento pronto apenas porque veio nas notícias. Há que apurar a verdade primeiro.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Vera (IP registado)
Data: 09 de March de 2009 11:36

Até me dói pensar que haja quem afirme que esta criança deveria sujeitar-se a esta gravidez, que provavelmente a levaria à morte. É tão fácil ser egoísta quando se trata da vida dos outros...
E comparar o referido aborto com o crime abominável praticado de forma continuada durante anos, é quase tão abominável como a violação em causa.
E perdoem-me mais um desabafo, mas nem tudo tem perdão. Este tipo de crimes são um exemplo disso.
O mínimo que esta criança tem direito depois de tudo o que sofreu, é continuar a viver, não vos parece?

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 09 de March de 2009 17:37

Esta mensagem chegou-me ao e-mail vinda originalmente do Brasil assinada pelo padre de Alagoinha, região onde reside a menina de 9 anos. Quem ma fez chegar foi um padre conhecido meu.

Não a cheguei a ler toda.


Para conhecemento geral - muito importante!

--------------------------------------------------------------------------------

GRÁVIDA DE GÊMEOS EM ALAGOINHA

O lado que a imprensa deixou de contar


Há cerca de oito dias, nossa cidade foi tomada de surpresa por uma trágica notícia de um acontecimento que chocou o país: uma menina de 9 anos de idade, tendo sofrido violência sexual por parte de seu padrasto, engravidou de dois gêmeos. Além dela, também sua irmã, de 13 anos, com necessidade de cuidados especiais, foi vitima do mesmo crime. Aos olhos de muitos, o caso pareceu absurdo, como de fato assim também o entendemos, dada a gravidade e a forma como há três anos isso vinha acontecendo dentro da própria casa, onde moravam a mãe, as duas garotas e o acusado.


O Conselho Tutelar de Alagoinha, ciente do fato, tomou as devidas providências no sentido de apossar-se do caso para os devidos fins e encaminhamentos. Na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, sob ordem judicial, levou as crianças ao IML de Caruaru-PE e depois ao IMIP (Instituto Médico Infantil de Pernambuco), de Recife a fim de serem submetidas a exames sexológicos e psicológicos. Chegando ao IMIP, em contato com a Assistente Social Karolina Rodrigues, a Conselheira Tutelar Maria José Gomes, foi convidada a assinar um termo em nome do Conselho Tutelar que autorizava o aborto. Frente à sua consciência cristã, a Conselheira negou-se diante da assistente a cometer tal ato. Foi então quando recebeu das mãos da assistente Karolina Rodrigues um pedido escrito de próprio punho da mesma que solicitava um “encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato”. A Conselheira guardou o papel para ser apreciado pelos demais Conselheiros colegas em Alagoinha e darem um parecer sobre o mesmo com prazo até a segunda-feira dia 2 de março. Os cinco Conselheiros enviaram ao IMIP um parecer contrário ao aborto, assinado pelos mesmos. Uma cópia deste parecer foi entregue à assistente social Karolina Rodrigues que o recebeu na presença de mais duas psicólogas do IMIP, bem como do pai da criança e do Pe. Edson Rodrigues, Pároco da cidade de Alagoinha.


No sábado, dia 28, fui convidado a acompanhar o Conselho Tutelar até o IMIP em Recife, onde, junto à conselheira Maria José Gomes e mais dois membros de nossa Paróquia, fomos visitar a menina e sua mãe, sob pena de que se o Conselho não entregasse o parecer desfavorável até o dia 2 de março, prazo determinado pela assistente social, o caso se complicaria. Chegamos ao IMIP por volta das 15 horas. Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial. Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade.


Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava, me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado “alguns papéis por lá”. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos.


Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital. Perguntei pelo estado da menina. A mãe me informou que ela estava bem e que brincava no apartamento com algumas bonecas que ganhara de pessoas lá no hospital. Mostrava-se também muito preocupada com a outra filha que estava em Alagoinha sob os cuidados de uma família. Enquanto isso, as duas conselheiras acompanhavam a menina no apartamento. Saímos, portanto do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus”.


Na segunda-feira, retornamos ao hospital e a história ganhou novo rumo. Ao chegarmos, eu e mais dois conselheiros tutelares, fomos autorizados a subirmos ao quarto andar onde estava a menina. Tomamos o elevador e quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues. Entramos em sua sala eu, Maria José Gomes e Hélio, Conselheiros de Alagoinha, Jeanne Oliveira, Conselheira de Recife e o pai da menina, o Sr. Erivaldo, que foi conosco para visitar a sua filha, com uma posição totalmente contrária à realização do aborto dos seus netos. Apresentamo-nos à Assistente e, ao saber que ali estava um padre, ela de imediato fez questão de alegar que não se tratava de uma questão religiosa e sim clínica, ainda que este padre acredite que se trata de uma questão moral.


Perguntamos sobre a situação da menina como estava. Ela nos afirmou que tudo já estava resolvido e que, com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito.


Justificou-se com base em leis e disse que se tratava de salvar apenas uma criança, quando rebatemos a idéia alegando que se tratava de três vidas. Ela, desconsiderando totalmente a vida dos fetos, chegou a chamá-los em “embriões” e que aquilo teria que ser retirado para salvar a vida da criança. Até então ela não sabia que o pai da criança estava ali sentado ao seu lado. Quando o apresentamos, ela perguntou ao pai, o Sr. Erivaldo, se ele queria falar com ela. Ele assim aceitou. Então a assistente nos pediu que saíssemos todos de sua sala os deixassem a sós para a essa conversa. Depois de cerca de vinte e cinco minutos, saíram dois da sala para que o pai pudesse visitar a sua filha. No caminho entre a sala da assistente e o prédio onde estava o apartamento da menina, conversei com o pai e ele me afirmou que sua idéia desfavorável ao aborto agora seria diferente, porque “a moça me disse que minha filha vai morrer e, se é de ela morrer, é melhor tirar as crianças”, afirmou o pai quase que em surdina para mim, uma vez que, a partir da saída da sala, a assistente fez de tudo para que não nos aproximássemos do pai e conversássemos com ele. Ela subiu ao quarto andar sozinha com ele e pediu que eu e os Conselheiros esperássemos no térreo. Passou-se um bom tempo. Eles desceram e retornamos à sala da assistente social. O silêncio de que havia algo estranho no ar me incomodava bastante. Desta vez não tive acesso à sala. Porém, em conversa com os conselheiros e o pai, a assistente social Karolina Rodrigues, em dado momento da conversa, reclamou da Conselheira porque tinha me permitido ver a folha de papel na qual ela solicitara o parecer do Conselho Tutelar de Alagoinha favorável ao aborto e rasgou a folha na frente dos conselheiros e do pai da menina. A conversa se estendeu até o final da tarde quando, ao sair da sala, a assistente nos perguntava se tinha ainda alguma dúvida. Durante todo o tempo de permanência no IMIP não tivemos contato com nenhum médico. Tudo o que sabíamos a respeito do quadro da menina era apenas fruto de informações fornecidas pela assistente social. Despedimo-nos e voltamos para nossas casas. Aos nossos olhos, tudo estava consumado e nada mais havia a fazer.


Dada a repercussão do fato, surge um novo capítulo na história. O Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, e o bispo de nossa Diocese de Pesqueira, Dom Francisco Biasin, sentiram-se impelidos a rever o fato, dada a forma como ele se fez. Dom José Cardoso convocou, portanto, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais ligados ao caso para estudar a legalidade ou não de tudo o que havia acontecido. Nessa reunião que se deu na terça-feira, pela manhã, no Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social frente a nós e especialmente com o pai, ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto das crianças. E assim se fez.


Um outro encontro de grande importância aconteceu. Desta vez foi no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, na tarde da terça-feira. Para este, eu e mais dois Conselheiros, bem como o pai da menina formos convidados naquela tarde. Lá no Tribunal, o desembargador Jones Figueiredo, junto a demais magistrados presentes, se mostrou disposto a tomar as devidas providências para que as vidas das três crianças pudessem ser salvas. Neste encontro também estava presente o pai da criança. Depois de um bom tempo de encontro, deixamos o Tribunal esperançosos de que as vidas das crianças ainda poderiam ser salvas.


Já a caminho do Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, por volta das cinco e meia da tarde, Dom José Cardoso recebeu um telefonema do Diretor do IMIP no qual ele lhe comunicava que um grupo de uma entidade chamada Curumins, de mentalidade feminista pró-aborto, acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, teriam ido ao IMIP e convencido a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o que a mãe teria aceito. Sem saber do fato, cheguei ao IMIP por volta das 18 horas, acompanhado dos Conselheiros Tutelares de Alagoinha para visitar a criança. A Conselheira Maria José Gomes subiu ao quarto andar para ver a criança. Identificou-se e a atendente, sabendo que a criança não estava mais na unidade, pediu que a Conselheira sentasse e aguardasse um pouco, porque naquele momento “estava havendo troca de plantão de enfermagem”. A Conselheira sentiu um clima meio estranho, visto que todos faziam questão de manter um silêncio sigiloso no ambiente. Ninguém ousava tecer um comentário sequer sobre a menina.


No andar térreo, fui informado do que a criança e sua mãe não estavam mais lá, pois teriam sido levadas a um outro hospital há pouco tempo acompanhadas de uma senhora chamada Vilma Guimarães. Nenhum funcionário sabia dizer para qual hospital a criança teria sido levada. Tentamos entrar em contato com a Sra. Vilma Guimarães, visto que nos lembramos que em uma de nossas primeiras visitas ao hospital, quando do assédio de jornalistas querendo subir ao apartamento onde estava a menina, uma balconista chamada Sandra afirmou em alta voz que só seria permitida a entrada de jornalistas com a devida autorização do Sr. Antonio Figueiras ou da Sra. Vilma Guimarães, o que nos leva a crer que trata-se de alguém influente na casa. Ficamos a nos perguntar o seguinte: lá no IMIP nos foi afirmado que a criança estava correndo risco de morte e que, por isso, deveria ser submetida ao procedimentos abortivos. Como alguém correndo risco de morte pode ter alta de um hospital. A credibilidade do IMIP não estaria em jogo se liberasse um paciente que corre risco de morte? Como explicar isso? Como um quadro pode mudar tão repentinamente? O que teriam dito as militantes do Curumim à mãe para que ela mudasse de opinião? Seria semelhante ao que foi feito com o pai?


Voltamos ao Palácio dos Manguinhos sem saber muito que fazer, uma vez que nenhuma pista nós tínhamos. Convocamos órgãos de imprensa para fazer uma denúncia, frente ao apelo do pai que queria saber onde estava a sua filha.


Na manhã da quarta-feira, dia 4 de março, ficamos sabendo que a criança estava internada na CISAM, acompanhada de sua mãe. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM) é um hospital especializado em gravidez de risco, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Lá, por volta das 9 horas da manhã, nosso sonho de ver duas crianças vivas se foi, a partir de ato de manipulação da consciência, extrema negligência e desrespeito à vida humana.


Isto foi relatado para que se tenha clareza quanto aos fatos como verdadeiramente eles aconteceram. Nada mais que isso houve. Porém, lamentamos profundamente que as pessoas se deixem mover por uma mentalidade formada pela mídia que está a favor de uma cultura de morte. Espero que casos como este não se repitam mais.


Ao IMIP, temos que agradecer pela acolhida da criança lá dentro e até onde pode cuidar dela. Mas por outro lado não podemos deixar de lamentar a sua negligência e indiferença ao caso quando, sabendo do verdadeiro quadro clínico das crianças, permitiu a saída da menina de lá, mesmo com o consentimento da mãe, parecendo ato visível de quem quer se ver livre de um problema.


Aos que se solidarizaram conosco, nossa gratidão eterna em nome dos bebês que a esta hora, diante de Deus, rezam por nós. “Vinde a mim as crianças”, disse Jesus. E é com a palavra desde mesmo Jesus que continuaremos a soltar nossa voz em defesa da vida onde quer que ela esteja ameaçada. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo, 10,10). Nisso cremos, nisso apostamos, por isso haveremos de nos gastar sempre. Acima de tudo, a Vida!



Pe. Edson Rodrigues
Pároco de Alagoinha-PE




Editado 2 vezes. Última edição em 09/03/2009 17:39 por vitor*.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 09 de March de 2009 18:50

Eu li tudo e só tenho a lamentar que permitam que pessoas estranhas à família e aos serviços médicos e sociais metam o nariz num assunto tão delicado.

Quanto ao risco que a menina corria ele era real dada a sua idade e desenvolvimento físico, não precisa de ser um risco imediato para serem tomadas previdências. Quanto mais cedo fosse a intervenção, menor seria o risco para a menina, menores serão as sequelas físicas e psicológicas.

Lamentável todo o procedimento deste pároco... ele acha-se com razão, mas felizmente está longe de ter procuração sobre a vida daquela família.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 09:15

Depois de entre marido e mulher não metas a colher temos esta nova versão do autismo familiar. Apenas o omnipotente pode meter aí a colher, na cultura actual o omnipotente não é Deus, é o estado.

O crime é aquilo que está na lei definido como crime. É certo, mas quantas vezes há coisas que são crimes e são moralmente muito correctas e outras que não o são e são pecados hediondos.

No regimes dos kmer vermelhos falar uma lingua estrangeira, professar uma religião, usar óculos era um crime. Não sei mas provavelmente não denunciar um crime tambem seria crime. Esta visão do que é crime, meramente burocratica, corta radicalmente a ligação da lei com a moral. Ora o que se passa é o contrario, é o sentir moral de uma determinada população com a sua cultura que acaba por dar forma à lei.

Agora sobre o caso em si, duas linhas.
O direito à vida dos embriões (que para quem não saiba tambem são seres humanos, pequenos, com poucas capacidades mas são-no) pode colidir com o direito à vida da menina. Analisando o que é mais perfeito do ponto de vista moral teria de se fazer uma avaliação do risco que a gravidez representa para a menina. O caso, com as envolventes que tem, é dos menos apropriados para se fazer finca-pé na luta contra o aborto e invocar a excomunhão da familia.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 09:32

Citação:
Lena
Eu li tudo e só tenho a lamentar que permitam que pessoas estranhas à família e aos serviços médicos e sociais metam o nariz num assunto tão delicado.


Não é preciso ler tudo, para perceber que o homem tem muitas dimensões antropológicas, que vão muito mais além do que diz um médico ou serviços sociais.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 09:53

vitor*

enquanto se discute (sem chegar a conclusão nenhuma) as dimensões antropológicas a miuda grávida franzina, 3 anos violada por alguém que devia cuidar dela, que se lixasse.
Há alturas na vida que o frio pragmatismo racional é mais caridoso que mil cabeças piedosas cheias de reflexão antropológica.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 10:58

Citação:
Lena
vitor*
enquanto se discute (sem chegar a conclusão nenhuma) as dimensões antropológicas a miuda grávida franzina, 3 anos violada por alguém que devia cuidar dela, que se lixasse.
Há alturas na vida que o frio pragmatismo racional é mais caridoso que mil cabeças piedosas cheias de reflexão antropológica.

Foi assim que quiçá pensou a igreja, mas pelo lado oposto.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 11:44

Não estou a tomar posição. Só aquela que me distancie desse tipo de posições radicais, tanto a tua, como aquela que quiçá tenha tomado a Igreja, embora me pareça que no fundamental, o facto de ter sido cometido um pecado(pelo pai), não justifica outro. (não é plausivel que um individuo que seja empurrado por uma ravina abaixo, se sobreviver, venha a atirar esse mesmo, pela ravina também. Não gosto, nem acredito nesse tipo de justiça. Muito menos plausível é, que o faça a outro, que nada tem a ver com o caso.) Terá que haver outras justificações, se é que são possíves de serem verficadas.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 14:35

Ao tomar conhecimento da notícia, a minha reacção não foi boa porque tinha percebido que a menina tinha sido excomungada. Tinha percebido mal.

Este é um caso infeliz, daqueles que, como diz o camilo, não deve ser usado por ninguém para defender qualquer posição que seja, em termos gerais ou como conceito.

Tem de se ver concretamente, especificamente, o caso. É uma MENINA, de 9 anos, que segundo o DN tem "33 quilos e mede 1,36 metros". Como podia ela levar a termo sem riscos uma gravidez, e de gémeos? Mas mesmo que o pudesse, quais seriam os danos psicológicos que ela sofreria? Como poderia ela levar a termo essa gravidez sem enormes traumas? Segundo o mesmo DN, ela desconhece toda a situação e pensa ter tido "parasitas intestinais".

Parece-me que, quer o bispo quer o presidente brasileiro se estão ambos a esticar: o primeiro porque não precisava de provocar uma polémica ao pretender, aparentemente, usar este caso como exemplo, o segundo porque resolveu usar o cargo e a exposição que tem para se pronunciar, como católico e indivíduo, sobre as consequências (em termos religiosos) que estão associadas à prática do aborto e que poderia ter criticado noutras situações. Mas não estou bem informada sobre o caso e não quero tirar muitas ilações.

Parece-se um daqueles casos em que ninguém ganha: nem a Igreja, nem as pessoas envolvidas. Apenas a menina que, na realidade, não ganhou, mas não ficou a perder mais do que poderia. No caso dela, fosse pela vertente física fosse pela psicológica, os riscos existiam e eram graves.

Apenas uma correcção: Vítor, o pecado não foi cometido pelo pai. Foi pelo padrasto.

Cassima

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 20:24

Citação:
vitor*
Terá que haver outras justificações, se é que são possíves de serem verficadas.

9 anos
33 Kg
1.36 m
Que mais é necessário?

Por favor vão à saída de uma escola primária e olhem para miúdas de 9 anos.
Quem de sã consciência pode pedir a crianças assim para serem mães quando elas nem entendem o que isso é, quando os seus corpos ainda não estão preparados para isso?

Sou radical por achar absurda a continuação da gravidez neste caso? Seja, mas considero que estou a ser apenas sensata e realista.

Isto não tem nada a ver com defesa do direito a interromper uma gravidez a simples pedido da grávida. Isto tem a ver com um caso bem específico. Ela não é uma bandeira, é uma pessoa. É uma criança com 9 anos, 33 Kg e 1.36 m.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 22:13

Vìtor:

Tem Filhas?

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: rachel moura (IP registado)
Data: 11 de March de 2009 01:02

A verdade é que a Igreja nao deveria ter se metido nisso. Nossa estado é laico! Nossa lei nao está atrelada a nenhuma religião, entao se para a lei brasileira nao é crime, a Igreja perdeu uma boa oportunidade de ficar calada!

Agora, se a Igreja quer excomungar o médico que fez isso. Ela está no seu direito, se a Igreja entende assim. Só acho que temos um claro caso de 2 pesos e 2 medidas. Pq a igreja tbm nao excomungou os padre pedófilos? ou tantos outros que falaram ou cometeram heresias?

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