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Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 02:38

Mais uns breves apontamentos, agora a propósito das «raízes psicológicas».

1. Parece-me bastante pacífico que existem elementos psicológicos numa tomada de posição ateia, como existe numa tomada de posição crente ou agnóstica. E possivelmente, estas três posições têm inúmeras variantes.

Contudo, não alinho facilmente na ideia de «raízes psicológicas», que, além de ser uma expressão que se presta a muitos equívocos quanto ao seu significado real, levanta outras questões mais complicadas, como as de âmbito moral. Até que ponto são «raízes» e até que ponto condicionam a liberdade do crente/ateu/agnóstico?

Por outro lado, num tempo como o nosso, em que as ciências cognitivas e neurociências estão em grande ebulição e se tende a cair em novos tipos de «mecanicismos» (cfr. algumas discussões a propósito de algumas teses de António Damásio), é conveniente uma distância crítica em relação a certa linguagem. Se há certos elementos psicológicos que estão presentes no acto de fé ou de descrença ou de «suspensão do juízo», isso não significa que tais elementos psicológicos sejam responsáveis por tal coisa ou que quem toma uma determinada decisão no campo da fé é mais saudável que outra... O facto de determinada zona do cérebro se activar quando executo um dado acto de vontade não significa simplesmente que esse acto de vontade seja o resultado da actividade de tal zona do cérebro. Têm sido feitas muitas experiências em pessoas que entram em meditação religiosa e alguns julgam ter encontrado a «zona mística» do cérebro ou coisas parecidas... Conhecer até à exaustão as letras de um poema e o material de que é feito o livro onde ele está impresso não significa tê-lo compreendido ou ter captado o essencial do poema ou que isso seja a causa do poema. Compreender os processos psicológicos presentes na abordagem de Deus não significa que sejamos «títeres» de tais processos.


2. Se alguém tiver curiosidade no assunto, ficam algumas referências bibliográficas protagonistas nas polémicas mais recentes no que diz respeito ao chamado «Novo Ateísmo». Os três primeiros são livros polémicos, eventualmente chocantes para alguns, mas que os cristãos adultos instruídos e interessados devem conhecer.

a) A propósito das «raízes psicológicas», dever-se-á ter em conta o pensamento de um filósofo ateu bastante na moda e precisamente desta área das ciências da mente: Daniel Dennett, autor do Breaking the Spell. Conhecê-lo pode ajudar a olhar com mais cuidado para a argumentação das «raízes psicológicas» do ateísmo... Basicamente, para Dennett, a religião é um fenómeno explicável naturalmente e é desejável que seja ultrapassado. A crença poderá ser tratada como uma anomalia, uma doença. As pessoas que ultrapassaram a obscuridade das crenças religiosas são «brights», um termo agora muito em voga entre os «novos ateus».

b) Já agora, outro «apóstolo» do ateísmo militante é Christopher Hitchens. É jornalista e «polemista», autor do «best-seller» God is Not Great: How Religion Poisons Everything (parece-me um livro menos pertinente para o tema da existência de Deus, mas insere-se na problemática global; é de tom bastante desagradável para os crentes e cheio de disparates, mas vende que nem pipocas...).

c) O já citado «best-seller» de Richard Dawkins, The God Delusion completa aquela que talvez seja a trilogia ateia mais influente neste momento.

d) Naturalmente, este fenómeno está também ligado ao fortalecimento e atitude agressiva do criacionismo e do «Intelligent Design», sobretudo nos Estados Unidos. Tanto Dawkins como Dennett são fervorosos darwinistas. Pela Net se pode ver como a polémica é muito grande (basta ver os títulos de «livros relacionados» nas páginas das «Amazon». Por exemplo, o «best-seller» de Dawkins, The God Delusion, já levou à publicação de vários livros-resposta; um dos mais conhecidos tem por título The Dawkins Delusion?: Atheist Fundamentalism and the Denial of the Divine, do seu colega de Universidade Alister McGrath. Há também um livro que pretende desmontar esta nova vaga de «Novo Ateísmo», abarcando três dos «proselitistas» ateus mais conhecidos, livro que já folheei mas não li: Vox Day, The Irrational Atheist: Dissecting the Unholy Trinity of Dawkins, Harris, and Hitchens.

Creio que estes dados bibliográficos também ajudam a compreender um pouco o contexto em que se insere esta campanha dos autocarros. A literatura a propósito de Deus, a favor e contra, vai de vento em popa...


3. Parece-me que este fenómeno do «Novo Ateísmo», com «representantes» em Portugal, é um desafio que merece ser levado a sério, ainda que sem alarmismos. As velhas apologéticas são completamente inúteis para responder convenientemente a estes desafios. É preciso que gente bem preparada científica e filosoficamente continue a dar consistentemente razões da sua fé, de igual para igual. Um cientista ateu dificilmente aceita como interlocutor um zé-ninguém que queira papaguear uma velha cartilha sobre a existência de Deus, mas estará mais aberto a conversar com um crente que também seja cientista e fale «de igual para igual». Os crentes não devem ter medo da ciência.

Como quer que seja, parece-me que tem alguma razão a pastora metodista que terá dito que «esta campanha será uma coisa boa se fizer com que as pessoas pensem nas questões mais profundas na vida». Tenho a forte impressão de que estamos tão habituados a ter tudo tão garantidos e a não nos vermos questionados que a certa altura já nem sabemos bem no que cremos e porque cremos. Estamos preparados para dar razões da nossa fé? Serão essas razões inteligíveis para os nossos interlocutores? Se não forem, onde está o problema?

Alef

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 02:45

Já agora, uma notícia-resumo sobre este fenómeno, na «Época», nº 443.

Alef






Por que um grupo de cientistas partiu para uma cruzada contra a fé no mundo?


Quando o fim de ano se aproxima, o filósofo americano Daniel Dennett costuma ser abordado por crianças nos aeroportos. Elas percebem seu ar bonachão, as bochechas rosadas e a barba branca, e perguntam se ele está vindo do Pólo Norte. Dennett costuma se abaixar, encostar o indicador na boca e fazer "psiu", com um ar conspiratório. Em geral puxadas pelos pais, elas se afastam, sua crença no Natal revigorada. Mal sabem que esse bom velhinho que acabaram de encontrar é um dos maiores inimigos da religião. Ele não é apenas um ateu convicto. É um dos mais eminentes líderes do Novo Ateísmo, uma espécie de religião dos não-crentes, que prega o fim da influência de Deus na vida moderna.

Os novos ateus condenam não apenas a crença em Deus, mas também o respeito pela crença em Deus. Segundo eles, a religião não está apenas errada. Ela é perversa. A face mais visível dessa cruzada contra a religião são as dezenas de livros lançados neste ano por cientistas influentes. Três deles estão causando mais impacto. O primeiro é do zoólogo britânico Richard Dawkins, um dos mais conhecidos pesquisadores do evolucionismo. Respeitado há três décadas por suas pesquisas e seus livros de divulgação científica, ele publicou em setembro o livro The God Delusion (algo como A Ilusão de Deus), baseado em um documentário que fez para a TV inglesa. No mesmo tom, o neurocientista americano Sam Harris publicou Letter to a Christian Nation (Carta a uma Nação Cristã), uma espécie de desafio à fé cristã, amparado em uma crítica racional da religião. O mais ponderado dos três é Dennett. No livro Breaking the Spell [...], ele oferece explicações naturais para o surgimento da fé e questiona o papel das religiões.

Embora usem palavras fortes, esses desafiantes não querem soar desrespeitosos. Eles dizem não pretender abalar a fé dos devotos. Seu público-alvo seriam as ovelhas desgarradas, que já trilham caminhos mais céticos. O objetivo, afirmam, é fazer os agnósticos, gente que alimenta dúvidas sobre Deus, assumir o ateísmo. Para isso, brandem o argumento mais incendiário. Dizem que a religiosidade faz mais mal do que bem à humanidade [...].

Foi nos Estados Unidos que o grupo de militantes ateus ficou mais ruidoso. O fenômeno cultural já pode ser observado nas bancas de jornal e nas livrarias. De acordo com a Associação Americana dos Livreiros, em 2005 as obras que se enquadram na categoria "céticos e ateus" registraram o maior crescimento da História e o segundo maior entre os gêneros catalogados. A Sociedade dos Céticos edita uma revista mensal com a quinta maior tiragem entre as publicações especializadas do país. Na televisão, a dupla de mágicos Penn Jillette e Raymond Joseph Teller desmascara truques místicos e agora prega o ateísmo no programa Bullshit, no canal Fox News (exibido no Brasil pelo canal pago FX).

Por Alexandre Mansur e Luciana Vicária
Com Mariana Sanches
Revista Época, 443
[revistaepoca.globo.com]



Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 10:01

Estás a confundir psicologia com neurologia. Para além de o abuso não invalidar o uso.

Desses só folheei o do Dawkins, The God Delusion, que tem uma boa colecção de disparates. O facto de um cientista colecionar disparates só reforça a ideia de que este ateismo militante basicamente tem raizes psicologicas, sem as compreenderem todo o esforço é em vão.

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 10:27

Sem grande vontade de continuar a discutir o tópico, só o faço pelo respeito que os foristas que se pronunciaram (e os que leram) me merecem.

Para que não existissem dúviidas, comecei por definir conceitos, nomeadamente o do ateísmo que critiquei. Aquele ao qual o Alef chama "científico".

Se defini conceitos, não foi exactamente para um exercício de escrita, mas para perceberem exactamente o que eu criticava. É que "rótulos" como o de ateu são tão vagos que já não querem dizer nada. Como o caso de um ex-ministro que na RTP disse mais ou menos isto: "Depois da guerra, tornei-me ateu. Mas cumpro os mandamentos de Deus, e o sermão da montanha é para mim regra de vida. Por isso tenho a certeza que me vou salvar."

O conceito que critiquei exige para a existência de Deus uma prova científica. E depois, sem qualquer prova científica quanto à existência ou não existência, proclama o "dogma científico" da não existência de Deus.

Ora, esta posição é uma imbecilidade pois é em si mesmo contraditória: se Deus só se pode provar através de provas científicas, a sua não existência só pode ser provada pelos mesmos meios.

Portanto Lena, não entendo o teu comentário, a menos que te revejas naquela descrição de ateísmo que fiz. É que claramente pelas tuas intervenções não te incluis em tal descrição.

Se existem outros ateísmos? "Provavelmente". Neste cartaz temos um ateísmo "provavelmente" baseado na teoria das probabilidades. Neste fórum temos o ateísmo da Lena. Temos o ateísmo do ex-ministro que citei acima. O Alef e o Vitor citam outros ateísmos.

Por isso, não generalizem o que eu especifiquei, nem o retirem do contexto.

João (JMA)

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 11:13

Inspirada pelo momento, resolvi mudar a minha assinatura.
Espero que gostem.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 12:30

Camilo:

Não confundo psicologia com neurologia. Apenas as aproximo na medida em que são usadas em leituras «deterministas» bastante em voga, ambas passíveis de importantes equívocos. Não que devam ser descartados os aspectos psicológicos e neuro-cognitivos, mas será sempre conveniente ter cuidado com os determinismos. [Creio que esta é uma das críticas de que é passível António Damásio.]

Quanto aos livros citados, é verdade que neles abundam os disparates, muitas vezes por desconhecimento, outras por uma excessiva desconfiança e possivelmente má-vontade. O livro de Hitchens tem passagens de tipo panfletário de nível muito duvidoso. Há também um problema importante e frequente nestas discussões, que é o do «levantamento compulsivo de lebres», de modo que um assunto nunca chega a ser verdadeiramente discutido em profundidade: começa-se a falar da (im)possibilidade da existência de Deus e, sem se ter abordado o problema em profundidade, em breve espaço de tempo já se está a discutir a Inquisição, as Cruzadas, o Banco Ambrosiano e talvez o Holocausto e o Gulag, sem qualquer conclusão digna desse nome. Por outro lado, talvez seja verdade que às vezes o comportamento dos crentes é o argumento mais forte para que muitos não acreditem que Deus existe...

Alef

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 13:52

Pois, pois, o que pode ser um indicio que não estás verdadeiramente a comunicar porque não compreendeste os teus interlocutores, as raizes das suas motivações.
É como podar os ramos de uma árvore e esquecer-se que ela se desenvolve por causa das raizes.

E se os conseguires verdadeiramente vencer num determinado ponto desse tipo não contes que te dêem razão, apenas os irritaste mais. Tambem caí muitas vezes nessa armadilha, basta ver alguns dos debates que por aqui.

É como combater os sintomas de uma doença em lugar de eliminar a causa que a provoca. Sei, por vezes nas doenças também é necessário combater os sintomas, mas para a vencer é preciso atacar a sua causa.

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 14:08

Camilo:

Tenho a leve impressão de que estamos a falar de coisas ligeiramente diferentes. Se bem percebi, tu pensas que é ao nível das raízes psicológicas que se deve afrontar o problema. Falaste no medo e do ódio. Não sei se com isso queres dizer que as razões dos ateus vêm apenas como acrescento para justificar uma atitude psicológica «prévia» de medo/ódio a Deus, pelo que é inútil discutir com ateus a temática de Deus.

Em todo o caso, pergunto: se for assim, qual deve ser, no teu entender, a abordagem cristã ao ateísmo? Se, como disseste antes, centrar a discussão nos conteúdos filosófico-teológicos, é errar o alvo, qual deve ser a prioridade? Fica algum lugar para os conteúdos? Se sim, como devem ser tratados? Por onde começar?

Possivelmente podemos daqui tirar algumas reflexões interessantes.

Já agora, uma questão adicional, expressa em várias perguntas: tendo em conta que a apologética tradicional é inútil diante destes novos ateísmos, há ainda lugar para a apologética? Deve ser repensada? Quais os instrumentos mais credíveis para responder ao ateísmo militante?

Alef

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 15:25

Nem sempre as raizes psicologicas são tão importantes mas neste caso são "Não te preocupes e goza a vida"

Claro que fica um lugar para os conteudos, mas formar estes conteudos com uma caixa de ressonancia às lebres largadas pelos ateus ou seja qual for o outro debatente não é, nem de perto, a melhor forma de os construir.

Não diria que a apologetia tradicional seja inutil, talvez insuficiente.

O que estou a tentar dizer é que há uma diferença entre o discurso evidente, que racionaliza a oposição à fé, e as motivações profundas.

Neste caso penso que grande parte da resposta passa por uma clara demarcação do criacionismo e outras posições anti-cientificas de alguns grupos extremistas religiosos. Aqui será necessario mostrar que o pensamento religioso não é irracional, apenas tem uma "arquitetura" diferente do raciocinio cientifico. O que creio implicar um separar de águas entre o que é especificamente religioso e especificamente ciencia. Estas águas andam um pouco turvas nalguns grupos pentecostais americanos. A religião usa os dados da ciencia, como doutras formas de conhecimento, para refletir sobre o mundo mas não condiciona a ciencia. Isto creio ser a parte mais facil.

Outra parte passa por desmontar imagens erradas de Deus que foram apresentadas a muitos ateus. Creio que isto é fundamental. Tanto assim que as refutações ateias normalmente não são verdadeiras refutações a Deus tal como é apresentado pelo cristianismo mas sim a caricaturas de Deus.

Há ainda uma 3ª razão que leva muitos ao ateismo, a exigencia moral da fé cristã. E aqui seria necessario apresentar essa exigencia não como uma listagem de proibições, uma série de "nãos" mas de uma forma positiva. Ora isto é muito dificil, implicar ultrapassar o egoismo que nos leva a querer gozar a vida de forma autocentrada. Este 3º ponto anda intimamente interligado com o 2º ponto e parece-me que nestes 2 pontos é que geralmente está a genese do ateismo e do sentimento anticlerical.

Talvez tenha alguma importancia mostrar que os actos de violencia feitos em nome da fé não são fruto de uma grande força de fé daqueles praticantes mas pelo contrario da sua fraqueza de fé.

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 15:26

Lena

Achei excelente a tua nova frase de assinatura.

pontosvista

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 17:02

ler :[en.wikipedia.org]

ler: [en.wikipedia.org]

Não concordo que o meu raciocínio seja inconsistente se atentarmos nos recentes estudos que apontam uma grande prevalência de ateísmo em cientistas muito principalmente em cientistas das ciencias materiais. É óbvio que isso só por si não fundamenta a minha tese, mas uma coisa é verdade o método cietifico é completamente ateu. Um cientista nunca mas mesmo nunca poderia admitir que uma determinada cura se deveu a um milagre. Quando muito concluiria:

"Mais análises necessitam de ser feitas"
Ou então:
"Os resultados revelaram-se inconclusivos"

Ao passo que para um cristão, um facto médico não explicado reflecte um milagre. Para um cientista isso não pode acontecer. Não faz parte do método cientifico. Isto quanto a mim fundamenta que é mais fácil ser cientista e ser ateu, como é mais fácil andar em cima de uma tábua a dois metros de altura sem que galhos de árvore se atravessem no caminho. Um ateu não admite excepções na natureza, logo isso esta mais coadunante com o método cientifico, que se baseia na observação em vez da revelação, como nas religiões.

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Vera (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 17:53

No meio disto tudo, quem move a campanha goza a vida e nós é que andamos aqui entretidos a discutir o assunto! :D
Não levem a mal a brincadeira, mas encaremos com leveza as opiniões uns dos outros, as crenças uns dos outros. A mim só me parece ridícula a necessidade de o espalhar, de o publicitar por via de autocarros. Um autêntico vender do peixe, quando acreditar na existência de Deus ou não é um sentimento de cada um. Uns sentem-no, outros não. E acreditem que isso não faz de nós melhores nem piores pessoas.
E por isso, estou com o colega pontosvista, a frase de assinatura da Lena é simplesmente excelente!
Parabéns Lena. Muito a propósito para desanuviar. Haja Amor, pois sem ele nada somos.

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 18:24

Lena!

Eu tambem gosto mais dessa!

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 14 de January de 2009 21:29

Pensava que as ovelhas desgarradas eram o público alvo de Jesus, ou nao ?

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 15 de January de 2009 07:55

A avaliar pela diversidade de religiões que existem no planeta e todas elas com pretensões de ocuparem todo o espaço disponível, provavelmente Deus gosta de discussões, polémicas, debates e dialécticas. Provas? claro que não... O que existe são argumentos a favor e argumentos contra e outros nem de argumentos precisam. E se de argumentos precisarmos o melhor é procurá-los, não no segundo que passou, mas no segundo que está acontecer...
(Se provas houvesse, provavelmente um dos jogos mais empolgantes da nossa existência perderia sentido).

*=?.0

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 15 de January de 2009 09:58

O que está em causa, quando discutimos Deus, é o ser humano e isto parece ser especialmente evidente a partir de Jesus Cristo.

*=?.0

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 18 de January de 2009 00:53

Em Itália, via BBCBrasil:


Ônibus com slogan ateu são proibidos de circular na Itália



Guilherme Aquino
De Milão para a BBC Brasil


A associação italiana União dos Ateus e Agnósticos Racionalistas (UAAR) foi proibida de divulgar uma campanha publicitária nos ônibus de Gênova.

A concessionária de publicidade nos meios de transporte públicos IgpDecaux considerou que o slogan “Má notícia: Deus não existe; Boa notícia, você não precisa dele” é provocatório e não se enquadraria no código de ética da propaganda italiana.

“Não esperávamos a proibição da campanha, mas levávamos em conta o risco que corríamos. O contrato já estava pronto para ser assinado”, disse à BBC Brasil Giorgio Villella, organizador dos eventos da UAAR e ex-secretário nacional da associação.

A IgpDecaux, com sede em Milão, argumentou que segundo os códigos 10 e 46 de autodisciplina regulamentar, a publicidade não deve ser ofensiva e as campanhas não devem lesar o interesse de ninguém.

“Se irão apresentar outro slogan poderemos examinar. Não se trata de seguir ou não as indicações da Igreja”, afirmou Fabrizio DuChene, administrador-delegado da empresa ao jornal La Repubblica.

A UAAR promete lutar contra a proibição de veicular a mensagem de que Deus não existe.

“Vamos pedir que à prefeitura de Genova revogue o contrato com a IgpDecaux. A prefeita da cidade, que é laica, tinha se declarado favorável à campanha, realçando o direito de liberdade de expressão. E iremos até a Corte de Justiça Européia se for necessário”, disse Villella.

Bom senso

Membros da cúria comentaram o cancelamento da campanha. Para o Monsenhor Marco Granara, reitor do Santuário de Nossa Senhora della Guardia, “venceu o bom senso".

“Todos os problemas deste tipo, o ateísmo, a homossexualidade não devem ser enfrentados com batalhas, mas sempre através do espaço para o diálogo”, disse ele ao jornal La Repubblica.

Durante a fase de discussão sobre a campanha alguns motoristas cristãos da empresa de transporte público de Gênova ameaçaram não conduzir ônibus que carregassem a propaganda ateísta.

A veiculação da campanha custaria cerca de 8 mil euros (cerca de R$ 23 mil). Dois ônibus circulariam a partir do dia 4 de fevereiro durante quatro semanas.

A iniciativa é semelhante à que está sendo realizada em Londres, Washington e Barcelona. Na Austrália, a proposta também foi vetada.

Apesar da proibição, a UAAR, que existe há 22 anos, disse ter atingido o objetivo de "atrair visibilidade para a associação".

Segundo Villella, a associação de 3 mil sócios recebeu em poucos dias mais de 500 novas inscrições.

Ainda segundo ele, a UAAR já recebeu mais de 13 mil euros em doações, que vão ser usados na “batalha judicial para dar voz a quem não acredita em Deus”.




Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 18 de January de 2009 01:17

A notícia anterior, sobre a campanha ateísta em Itália, tem dois aspectos curiosos.

Em primeiro lugar, é muito mais agressiva que as congéneres de outros países: «La cattiva notizia è que Dio non esiste. Quella buona è che non ne hai bisogno», o que fez despertar reacções mais negativas.

Em segundo lugar, é curioso notar que na prática o agnosticismo não se limita a não tomar posição, mas a tomar a posição dos ateus. A iniciativa pertence à União dos Ateus e Agnósticos Racionalistas (UAAR). Talvez a chave esteja em «Non ne hai bisogno» («não precisas disso»), que acaba por ser, a meu ver, a parte mais agressiva do slogan...

Estava aqui a pensar: como se sentiriam os crentes deste fórum a viajar num autocarro com esta publicidade? Não será realmente «incómodo», para dizê-lo de modo suave? Estou mesmo a ver uma foto desses autocarros com alguma religiosa de hábito lá dentro... Tem sentido que um serviço público, favoreça campanhas que vão CONTRA as convicções religiosas de parte dos seus utentes e contribuintes? Não se pode fazer publicidade contra outras empresas ou marcas e pode-se fazer publicidade contra as convicções religiosas das pessoas? E creio que aqui não se pode aplicar como caso inverso ou recíproco a publicidade a um grande acto religioso. A este caso da publicidade a um acto religioso equivaleria o caso da publicidade a um congresso de ateus... Publicitar um dado evento de crentes ou ateus não é o mesmo que usar de um meio público para uma publicidade que se dirige objectiva e agressivamente contra as convicções religiosas das pessoas, prestando-se, inclusivamente, à chacota (cfr. o exemplo da religiosa de hábito).

Já agora, uma proposta: estender a campanha ateia à Arábia Saudita...

Alef



Editado 2 vezes. Última edição em 18/01/2009 01:21 por Alef.

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 18 de January de 2009 02:41

"como se sentiriam os crentes deste fórum a viajar num autocarro com esta publicidade?"


Muitíssimo confortável.


E acho muitíssimo bem que esta campanha se estendesse à Arábia saudita.

Já gora se o autocarro com slogan ateu fot proibido de circular na Itália ér porque a Itália é mais parecida com a Arábia saudita do que pensava.



Editado 2 vezes. Última edição em 18/01/2009 02:57 por teixeira.

Re: «Provavelmente Deus não existe. Portanto, deixe de se preocupar e goze a vida»
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 18 de January de 2009 18:15

Uma pergunta aos ateus(gosto sempre de lançar esta):

Se Deus não existe, então como é que o nada que era no início pode gerar alguma coisa. Não se esqueçam, no início era então tudo um grande vazio sem partículas sem nada, zero, nickles. Total ausência de tudo. E então como é que o nada gera algo?"Ah e tal por artes mágicas." Mas de quem se não existe nada? "Apareceu do nada." Do nada? Onde é que o nada gera algo?

Divirtam-se!

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

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