Pessoal, tenho aqui uma situação em mãos para a qual gostava de ter toda e qualquer ajuda.
Estou à frente de um grupo de jovens, de uma terra pequena, que enfrenta uma situação de crise. Com o passar do tempo o grupo perdeu a motivação que tinha ao início e a disponibilidade dos jovens tem vindo a diminuir porque muitos estudam fora da terra. Têm entrado poucos membros novos para o grupo e estes têm mostrado pouca maturidade no que toca a assumir certas responsabilidades. No fundo estão-se a apoiar nos mais velhos que começam a ter dificuldades em participar da mesma forma que o faziam dantes.
Neste momento gostava de conseguir motivar os actuais membros e também puxar outros jovens mais novos para integrarem o grupo. Sei que não é situação exclusiva deste grupo, por isso tenho esperança que alguém neste fórum tenha alguma ideia de como enfrentar a situação.
Se precisarem de mais pormenores sobre a situação estejam à vontade em perguntar.
Agradeço-vos desde já.

Antes de mais algumas perguntas.

1-Quais costumam ser as actividades do grupo?

2-O grupo de jovens insere-se em alguma actividade catequética?

3-Quantos são?

4- Fora do grupo, quais costumam ser as actividades dos jovens? Ver Tv, jogar computador, etc,etc...

antes demais não desista seja decidido que Deus há-de o ajudar.



Editado 1 vezes. Última edição em 11/12/2008 22:36 por vitor*.

1-Actividades já tivemos um pouco de tudo. Animar missas, visitar o lar de idosos, fazer encontros de crianças e jovens, realizar vigílias de oração, fazer recolhas de géneros para instituições. Também já fizemos momentos de oração e reflexão só para o grupo,mas perdeu-se o hábito.
2-Alguns estão a preparar-se para o crisma. Nada mais que isso.
3-Somos mais ou menos 15. É difícil dizer quantos somos exactamente porque há alguns que não sabem muito bem se fazem parte ou não. Nem eles nem eu.
4-O normal diria eu. Televisão, hi5, messenger, sair à noite.
Ainda não desisti nem queria desistir. Mas às vezes é difícil aguentar.

Quando estiverem em reunião pergunta a cada um deles o que se poderia fazer. Recolher alimentos para famílias pobres da terra, não seria má ideia.

Corrija-me se eu estiver errado, pq a mim parece que o roteiro dessas crises muitas vezes segue os passos abaixo:

1) "Nascimento" - Amigos se reúnem e criam uma pequena célula para crescerem juntos na fé. É uma fase informal em que o elemento de ligação entre os membros do grupo é a amizade.

2) "Crescimento" - O pequeno grupinho atrai mais pessoas e começa a crescer, diversificam atividades, muitas delas ligadas à igreja como, por exemplo, as já citadas acima. Alguns se animam e se perguntam se não era o momento de "formalizar" alguma coisa: começa a nascer o desejo de institucionalizar o que era até então carisma.

3) "Fase da camisa" - Chamo esse momento de "princípio de morte", mas essa coisa da "camisa" é característica. Alguns têm a brilhante idéia de que chegou a hora do grupo (agora um pouco maior) fazer uma "camisa", que funcionará como um tipo de "sinal de pertença". A palavra chave a partir daí será "responsabilidade", começa a cobrança, e não raramente isso também vai seguido de trabalhos de secretaria, com redação de atas etc. As relações agora passam a ser formais.

4) "Desinterese e morte" - O nome já diz tudo. As pessoas começa aos poucos a se afastar buscando outros interesses.

Infelizmente é mais fácil constatar o problema do que resolvê-lo. Poucos grupos sobrevivem a isso. Vc pediu um conselho e o que te sugiro é "voltar às fontes". Recordem o que fez o grupo nascer: recordem a amizade, cultivem a oração, aceitem o informalismo, não enrijeçam, não se tentem pelos números, deixem que tudo nasça do coração e não da cobrança. Um pequeno grupo animado é melhor do que um grande grupo sem união e sem muito futuro. Um grupo cresce muito quando aumenta a "partilha" entre os seus membros, ele não cresce muito em número, mas cresce em qualidade. (Cuidado: não tente forçar a partilha que o resultado será pior. Isso acontece espontaneamente, pela força da amizade e do encontro em Cristo, ou não acontece bem.)

Quer outra sujestão? No início dê umas "férias" para o grupo. Reúnam-se e vão assistir um bom filme na casa de alguns de vcs, comam muita pipoca, divirtam-se e recordem os bons tempos. Esses momentos são bons para alegrar e unir o grupo. Os "líderes" frequentemente se esquecem que ninguém é obrigado a pertencer ao grupo: se tudo é cobrança e "responsabilidade", pode contar que os garotos vão rapidamente procurar outra coisa para fazer que seja menos aborrecida. Características de uma boa liderança nesse caso serão: a amizade, o desejo de estar com os membros do grupo, o respeito às diferenças, paciência, diálogo, saber ouvir, entre outras. Menos cobrança e mais exemplo.

Paz e Bem.

sugeria que colocasses a mesma questão no forum das edições salesianas. Os salesianos estão muito habituados a trabalhar com grupos de jovens e creio que poderás encontrar por lá quem te ajude.

[www.edisal.salesianos.pt]

pelo menos acho que vale a pena tentar. Para escrever lá tens de te registar primeiro.



Editado 1 vezes. Última edição em 12/12/2008 14:08 por camilo.

Caro JorgeArauto

Nunca fiz parte de nenhum grupo de jovens de forma que não sei muito bem o que sugerir. Mas como as novas tecnologias são algo que atrai as camadas mais novas, poderão arranjar actividades que as integrem com a componente religiosa.
Sei lá, por exemplo:
- organizar a página da paróquia,
- organizar conteúdos dinâmicos nessa mesma página de acordo com o calendário litúrgico,
- organizar apresentações sobre determinados eventos, santos, festas e que possam apresentar ao resto da população
- organizar orações comunitárias "multi-média", ou mesmo a própria missa, com a parte da homilia ocupada com uma apresentação orientada pelo pároco de acordo com as leituras
- etc...

São apenas umas sugestões...

Cassima

JorgeArauto

Covida os jovens todos a fazerem o Presepio.

De vez em quando actividades que os jovens gostem como competiçoes de futebol, musica, aprender tocar instrumentos, visitas culturais, canoagem, rappel, etc, a ideia das actividades é ouvir o que eles querem, oração pai nosso antes e depois das actividades.



Editado 1 vezes. Última edição em 12/12/2008 15:13 por Jorge Gomes.

o jorge já tem aqui algumas sugestões. Eu ia sugerir a mesma coisa da cassima. De facto actividades multimedia atraem muito os jovens, desde que não fujamos do essencial viver em cristo, com cristo e por cristo.
O firefox também deu algumas achegas que me pareceram muito pertinentes.

O que o firefox disse faz sentido. Houve uma altura em que as coisas começaram a ser mais formais, mas também porque o grupo cresceu e havia necessidade de alguma organização. Sempre tentei que estas formalizações e burocracias não afectassem directamente os membros, talvez isso tenha acontecido sem eu me aperceber.
Já falámos várias vezes sobre o assunto, sobre que coisas é que devíamos fazer para ir ao encontro daquilo que procuramos no grupo. As conclusões a que cheguei é que eles próprios não sabem, porque às vezes sugerem coisas e depois na prática depois fazem o contrário.
Li todas as vossas sugestões com atenção. Tenho estado a reflectir bastante sobre o assunto. Tenho algumas ideias que quero pôr em prática brevemente com base no grupo que é porque são pessoas com quem convivo há algum tempo e conheço-os mais ou menos.
Se tiverem mais sugestões podem continuar a dizê-las. Eu vou-os informando quando tiver avanços.
Agradeço a todos pela vossa ajuda.

Jorge eu tenho alguma experiência em trabalhar com jovens e de facto sei bem o quanto custa manter um grupo. Tendo em conta que depois de sair da minha mão as coisas descambaram, acho que nem me safei muito mal.
Pela experiência que tenho, posso dizer que não adianta muito conversar e explorar com eles as causas, pois só serve para "chover no molhado". Regra geral são os jovens que vêm as suas vidas mudadas e o afastamento é uma consequência. Nas ditas conversas limitam-se a procurar argumentos para justificarem o afastamento com causas internas ao grupo. Aí passa-se o que referiste, "eles próprios não sabem, porque às vezes sugerem coisas e depois na prática depois fazem o contrário".
Mas como pediste a nossa ajuda para os "trazer de volta", fica pelo menos a tentativa de dar o meu contributo...
Falaste que os jovens se interessam pela tecnologia, que ocupam o tempo, entre outras coisas, com messenger, hi5...
A minha ideia é a seguinte:
Organizarem uma recolha de material informático. Se recorrerem a empresas há sempre aquele computador que foi substituído e que vos poderá ser oferecido. Certamente, no grupo, haverá quem se entenda bem com o funcionamento dos computadores e afins. Podem também recorrer à junta de freguesia por exemplo no que respeita à linha de internet, pois a maioria das freguesias já disponibiliza internet gratuita.
Depois de organizada a questão dos meios informáticos é só pôr mãos à obra.
A ideia era usar esses meios para integrar as pessoas mais idosas nas tecnologias, permitindo-lhes ver os filhos e netos que estão longe por exemplo, percebendo o que tanto os aproxima da tal máquina esquisita.
Este seria um projecto mais a longo prazo, que possivelmente cativaria o interesse de uma boa parte deles.
Desistir é que não!

Devo-vos uma explicação depois de tanto tempo sem dizer nada.
A verdade é que ainda não consegui introduzir grandes medidas no grupo e por isso ainda não tinha dito nada aqui. Mas também é verdade que o espírito no grupo se tem tornado melhor sem que eu perceba porquê. Nas últimas actividades notou-se um grande empenho de todos.
Entretanto percebi que o problema é maior que o que eu pensava. Na nossa paróquia há catequese do 1º ao 10º ano. Em cada ano cada catequista tem liberdade de dar catequese como entender. O que acontece é que se dá catequese aos anos mais altos da mesma forma que se dá aos primeiros. Os jovens desmotivam-se porque acham que a catequese é uma seca e não vêem nada na Igreja que lhes interesse. A partir da primeira comunhão a redução de jovens na catequese é grande e só voltam para fazer o crisma.
Portanto neste momento a ideia é tentar propôr alterações ao nosso pároco para a catequese para se conseguir motivar os adolescentes a partir da primeira comunhão. Desta forma acredito que consigamos motivar adolescentes e jovens. Quer para a catequese que para fazerem parte do nosso grupo.
Agradeço toda a colaboração que me foi dada aqui neste tópico.

Ola Jorge

Creio que esta é uma das mais sentidas experiência de qualquer animador, o desanimo. Não querendo fazer juizo de valor, muitas vezes é maior a vontade do animador do que a vontade dos animandos, sendo assim a "morte" do grupo é natural.
Muitas vezes inventam-se propostas para se continuar o "grupo" mas esse grupo já naõ existe, por vezes é bom declarar o seu obito, pois muitas vezes estamos presos por recordações e não por "vontade" de ser mais.
Acho que primeiro tens de ser coerente com o proprio "grupo" e perceber se existe razão de ser e continuar. Convém saber das convicções pessoais de cada um dos membros e depois criar um itenerario concreto.
Existem muitas propostas, os Salesianos têem o GPS, outros movimentos outros projectos.
Talvez o projecto maior seja o da integração na vida comunitaria, nos diferentes grupos que a comunidade tem: Liturgia, Coro, Vicentinos, Ens, enfim a Igreja propões varias soluções.
O que não adianta mesmo é querer levar um "grupo" a fazer coisas que eles não querem fazer ou ser.

Cumprimentos

Sérgio Lopes