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Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 22 de November de 2008 20:38

Só uma pergunta muito directa:

Alguém daqui é contra o aborto

a)em caso de gravidez ectópica?
b)em caso de malformação congénita incompatível com a vida?

[Edit: Luís Gonzaga - Por esta mensagem colocada pelo teixeira no tópico "Re: Quando a Religião e a Política se cruzam... o que faz a diferença?", poder levar-nos para lugares muito distantes do tópico original, separei a mensagem para um tópico específico.]



Editado 1 vezes. Última edição em 22/11/2008 21:41 por Luis Gonzaga.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 23 de November de 2008 11:13

Devo concluír que não há uma única pessoa neste Forum que subscreva a posição da Igreja Católica sobre o tema?



Editado 2 vezes. Última edição em 23/11/2008 11:25 por teixeira.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: M. Martins (IP registado)
Data: 25 de November de 2008 09:41

Sou contra o aborto.

Apenas o acho justificavel em três situações:

1 - Gravidez fruto de uma violação, ou seja , em que um dos intervenientes (a mulher), foi obrigada a manter relações contra a vontade.

2 - No caso da gravidez colocar em risco a vida da mãe.

3 - Em caso de manifesta e acentuada deficiência do feto.

Contrariando a Doutrina Católica, sou a favor das novas técnicas de inseminação, e fertilidade.

M.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 01:06

Em casos que coloque a vida da mãe em risco deve a mãe escolher se quer levar a gravidez ou não para a frente, como é o caso da gravidez ectópica. Ninguém é obrigado a dar a vida por outro. Cristo não foi obrigado, ninguém é obrigado. Mas se o fizer penso que será grande a sua glória no céu. Não sei se a igreja impõe levar a gravidez para a frente, quanto a mim deveria aconselhar a fazê-lo, mas não impôr. Mas respeito a posição da igreja, que provavelmente estará certa e a minha errada. Afinal tem 2000 anos de reflexão, eu só tenho 32. Incomparável. Por isso se alguém tiver que escolher, escolha sempre a posição da Igreja não a posição de homens isolados, que isolados da Igreja de nada valem. Pode a partícula corporal sobreviver fora do corpo? Quanto tempo durará senão se virar para o corpo e o servir como quem serve a cabeça que é cristo?

Em tudo o resto subscrevo a posição da Igreja. Mesmo em mal formação do feto, essas pessoas que vêem ao mundo contam: "são pessoas inteiras de igual dignidade e valor". Alguém aqui contraria a minha afirmação? O Mundo precisa de pessoas também fisicamente não perfeitas, para ajudarem e serem ajudadas a encontrar a salvação.
Stephen Hawking podia falar horas sobre este assunto.
Um moço que conheci no youtube também. Enfim... It all depends of what we do with the time that is given to us.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 07:34

Citação:
"Mesmo em mal formação do feto, essas pessoas que vêem ao mundo contam: "são pessoas inteiras de igual dignidade e valor". Alguém aqui contraria a minha afirmação? O Mundo precisa de pessoas também fisicamente não perfeitas, para ajudarem e serem ajudadas a encontrar a salvação"

Referia-me, a casos de malformação incompatível com a vida - fetos inviáveis que vão ser nados mortos ou morrer em agonia após o nascimento.
Como este caso ou esteou este

( Atenção, almas sensíveis, as imagens são chocantes).

Nestes casos de malformações muito graves - que são aliás muito precocemente diagnosticáveis - a Igreja Católica é contra o aborto , pois acha que as mulheres devem ser violentadas a suportar uma gravidez e um parto nestas circunstãncias.

Pergunto-te- também nestes casos concordas com as indicações da Igreja Católica?



Editado 1 vezes. Última edição em 26/11/2008 07:35 por teixeira.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 07:40

Citação:
"Em casos que coloque a vida da mãe em risco deve a mãe escolher se quer levar a gravidez ou não para a frente, como é o caso da gravidez ectópica. Ninguém é obrigado a dar a vida por outro. Cristo não foi obrigado, ninguém é obrigado. Mas se o fizer penso que será grande a sua glória no céu"

Mas... Repara - em caso de gravidez ectópica a mulher pode salvar-se se recorrer ao aborto. O embrião é inviável. Se amulher morrer. obviamente que o embrião mnorre na mesma.

Trata-se portanto de um suicídio inútil. Nem sequer é para salvar ninguém nem de dar a vida pelo outro - isso seria um suicídio altruísta. È condenar-se a si mesma e ao "outro" a uma morte certa.

Sobre os suicídios com motivação religiosa, também os nossos irmãos muçulmanos acreditam que "grande é a glória deses suicidas no céu."
Será a Igreja Católica é a favor do suicídio ?



Editado 2 vezes. Última edição em 26/11/2008 07:44 por teixeira.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 11:24

No caso concreto de um embrião ser inviável e colocar a vida da mãe em risco, não tenho grandes dúvidas que a consciência manda salvar a vida viável, a da mãe, com prejuízo para a vida inviável.

A situação contrária, sacrifício de uma vida viável que pode ser salva, por conta de uma vida inviável que não pode ser salva, é imoral. Pertence a uma cultura de morte, não a uma cultura de vida.

Porque os sacrifícios humanos estão proibidos desde os alvores da civilização bíblica, tal situação não pode ser aceitável em meu entender.

Mas, como sempre, aguardo que me apresentem argumentos contrários para rever a minha posição.

João (JMA)

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 15:51

[/b]JMA:

Tens noção de que esse entendimento contraria [b]a Doutrina oficial da Igreja Católica sobre o tema.


O aborto é inadmissível, quaisquer que sejam as circunstãncias, mesmo em caso de gravidez ectópica, ou quando a gravidez coloca em sério risco a vida ou a saúde da mulher.

E não se pense que esta atitude surge por a Igreja Católica considerar inviolável a vida da pessoa humana.
Não. A Igreja tem alguma flexibilidade doutrinária relativamente ao tema, admitindo a "guerra justa", e mesmo a pena de morte, recuperando o conceito jurídico de legítima defesa.

Portanto, apenas para o embrião humano ( e não para a pessoa humana)
o direito à vida é inviolável
em qualquer circunstância, mesmo que isso implique a condenação à morte da mulher grávida.
E sim, provavelmente este duplo padrão moral resulta de uma ou conduz a uma "cultura de morte".



Editado 3 vezes. Última edição em 26/11/2008 15:56 por teixeira.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 16:44

Teixeira,

Não apresentaste nenhum argumento contrário para que eu reveja a minha posição.

Como já te deves ter apercebido todas as minhas posições são discutíveis, mas carecem de ser apresentados argumentos para tal. Aguardo.

João (JMA)

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: Onac (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 17:07

Estive a procurar informação sobre o chamado princípio do "duplo efeito" na bioética, mas tenho a impressão de que já perdi essa bibliografia. Seja como for, do insuspeito Daniel Serrão, mebro da Academia Pontifícia para a Vida:

"B – Bem diferente é a situação das mulheres que têm a infelicidade de terem uma doença grave, como leucemia ou cancro do útero, e que estão grávidas, porque o tratamento destas situações – quimioterapia, radioterapia, ablacção do útero – vai levar à morte do feto ou à sua extracção prévia.
Ou a situação das mulheres em que a gravidez é de um feto tão profundamente malformado que não viverá depois de nascer ou nascerá sem poder ser nunca o suporte biológico de uma vida humana. O médico propõe à mãe a extracção deste produto anormal e a mãe dá o seu assentimento ao tratamento que lhe é proposto.
Mas não chamemos a estes actos médicos de necessidade – abortamentos. E que a mulher, como qualquer outra pessoa doente, seja livre para aceitar ou recusar o tratamento que lhe é proposto pelo médico".

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 17:27

Repito que não é esse o entendimento do Vaticano nem a Doutrina oficial da Igreja sobre o tema.

Em nenhum momento a Igreja considera que um embrião é ( e passo a citar o texto referido), um produto anormal que possa ser extraído.

Citação:
O médico propõe à mãe a extracção deste produto anormal

No caso de gravidez ectópica não é claramente nenhum produto anormal mas um embrião humano normal.O mesmo acontece nas situações referidas no texto (leucemia ou certos carcinomas na mulher quando existe concomitantemente uma gravidez e há que fazer opções).

Quanto às malformações incompatíveis com a vida a Igreja Católica tem-se oposto formal e publicamente contra o abortamento nestas circusntâncias.

( Claro que esta postura oficial viola todos os princípios básicos da moral e da Bioética mas é a posição da Igreja).



Editado 1 vezes. Última edição em 26/11/2008 17:30 por teixeira.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 17:35

JMA:

Eu não disse que tens de rever a tua posição nem que ela não é válida ou moralmente sustentada.

Apenas afirmei que a posição da Igreja católica é contrária à tua .

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 17:40

Onac,

Portanto, se bem entendo, um caso como o que descrevi não é sequer considerado como aborto / abortamento, mas acto médico de necessidade.

A mulher terá a decisão sobre o que fazer.

Teixeira,

Parece que afinal a minha posição não é contrária à da Igreja.

João (JMA)

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 17:46

Pelos princípios da ética médica.

Mas não pelos princípios da Igreja católica.

Catecismo da IC:
"§ 2270
A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. "

§ 2274.
O diagnóstico pré-natal é moralmente licito "se respeitar a vida e a integridade do embrião e do feto humano, e se está orientado para sua salvaguarda ou sua cura individual..
Está gravemente em oposição com a lei moral quando prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto. Um diagnóstico não deve ser o equivalente de uma sentença de morte".

Ou seja, caso se diagnostique uma malformação embrionária grave e sem cura, nada se deve fazer a não ser obrigar a mulher a parir aquela coisa.



Editado 1 vezes. Última edição em 26/11/2008 17:47 por teixeira.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 17:58

A minha preparação académica não é na área da medicina, pelo que posso estar a fazer alguma confusão com conceitos dessa natureza.

Mas eu não vejo contradição entre o Catecismo e a posição de Daniel Serrão, citada pelo Onac.

O Catecismo, por natureza, dá normas gerais e abstractas. Caberá, no meu entender, aos elementos da Academia Pontifícia para a Vida determinarem em rigor as especificidades de tipos de situações médicas e de qual será a resposta adequada.

Ou seja, enquanto o Catecismo conterá um norma geral, caberá aquela Academia uma definição mais concreta dos conceitos em discussão com os avanços da medicina.

Refere o citado Daniel Serrão que, num caso destes, não existe um abortamento. OU seja não se aplica o referido no Catecismo a tal situação.

João (JMA)

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 18:02

O princípio do duplo efeito afirma que é aceitável e ético o efeito secundário de uma acção directa promovida por uma razão moral.

Trocado por miúdos: numa gravidez ectópica é um pecado horrível fazer uma incisão na trompa para tirar o embrião ou dar um medicamento antes que a trompa rebente e a mulher corra o risco de morrer por hemorragia interna.
Mas é completamente moral esperar que essa ruptura ocorra, mutilar desnecessariamente a mulher e tirar-lhe a trompa numa cirurgia de urgência, pondo em risco a sua vida e a sua futura fertilidade.

Se a mulher tem um cancro no útero que se não for removido antes da viabilidade do feto causará a morte da mulher é «moral» remover o útero para evitar a morte da gestante sabendo que isso indirectamente provocará a morte do embrião.
Mas é um crime horrível remover só o embrião sem mutilar a mulher, conservando o útero.

Já se a mulher tem um cancro noutro sítio é sempre um pecado abortar. A mulher deve fazer quimio ou radioterapia grávida e esperar que o embrião/feto morra do tratamento.
Isto pode demorar semanas e é sempre uma experiêcia trumática ainda por cima para alhuém que já está a sofrer uma doença terrível.
Mas claro, é tudo em nome da vida.
Do embrião, não da mulher, como é óbvio.



Editado 3 vezes. Última edição em 26/11/2008 18:11 por teixeira.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 18:08

"
Citação:
num caso destes (gravidez ectópica) não existe um abortamento. OU seja não se aplica o referido no Catecismo a tal situação."

Tecnicamente, um embrião viável é eliminado da trompa através intervenção médica - através de cirurgia ou medicamentos.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 18:14

Se o que referi é, ou não, uma gravidez ectópica não faço ideia.

Se tu o dizes acredito que seja.

João (JMA)

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 19:57

Que salganhada que aqui vai.

Convinha acordarem sobre o que entendem por aborto, porque dizer que uma situação é e outras não consoante encaixa nos interesses de cada grupo não é nada.

Eu pessoalmente vou por critérios médicos.
Interromper uma gravidez é aborto.

Quando se opta pelo discurso do Catecismo, não há cá mas mas e o que Daniel Serrão refere como "actos médicos de necessidade" incluem-se na categoria aborto por mais voltas que queiram dar.

Por favor não tentem conciliar o inconciliável, O discurso dos que admitem excepções entra em rota de colisão clara com o texto do Catecismo.

Assumir isto não os torna anti-católicos, anti-catecismo, anti-vida, nada disso.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto em situações de risco
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 26 de November de 2008 20:29

Nem abortistas moderados, expressão aqui usada pelo Alef...

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