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A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 11 de November de 2008 16:01

Somos bombardeados diariamente com notícias de que a Igreja está em crise e de que há graves problemas que precisam de ser resolvidos.

Mas será que a Igreja está mesmo em crise? O que nos faz dizer isso?

E se chegarmos à conclusão de que está mesmo em crise quais são as suas causas?

Os sites tradicionalistas clamam em coro: que a crise da Igreja se deve ao «Novus Ordo» e ao Concílio Vaticano II. Será isto verdade?

Ainda antes do concílio o decréscimo de vocações já se tinha iniciado na Europa. Por outro lado também é verdade que o Concílio Vaticano II não parece ter conseguido travar a enorme vaga de secularização que já se desenhava.

Ou será que que encíclicas como a «Humanae Vitae» e o disciplinar de teólogos mais de “esquerda” levaram a uma geração de desiludidos do Concílio?

Ou por outro lado será que há uma crise de espiritualidade há já vários séculos que antes era mais facilmente disfarçada com o peso das estruturas e pela falta de formação escolar e cristã das pessoas?

Em comunhão

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 11 de November de 2008 22:01

A crise do dólar barato ....hehehe

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 12 de November de 2008 03:28

Chris

O Dólar está a subir:-)

Mas é giro que as igrejas canadianas estão cheias de jovens, adultos e crianças.

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 12 de November de 2008 10:04

Citação:
Tilleul

Ou será que que encíclicas como a «Humanae Vitae» e o disciplinar de teólogos mais de “esquerda” levaram a uma geração de desiludidos do Concílio?

Ou por outro lado será que há uma crise de espiritualidade há já vários séculos que antes era mais facilmente disfarçada com o peso das estruturas e pela falta de formação escolar e cristã das pessoas?

Em comunhão

É? Então porque razão a crise é bem mais profunda entre os protestantes europeus que entre os catolicos europeus?

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 12 de November de 2008 10:36

Camilo:

Parece que o Tilleul não está a optar por uma tese, mas a propor várias possibilidades, para discussão.

Não deixes de dar a tua perspectiva.

Está a Igreja em crise? Se sim, a que se deve tal crise? Qual o seu significado?


Eu também espero cá voltar, já que este tópico me parece muito importante.

Alef

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 12 de November de 2008 11:05

Sim Camilo.

Para te ser honesto até acho que em muitos antes pelo contrário, não só não estamos em crise como em vários aspectos estamos a viver uma autêntica revolução do Espírito Santo.

Honestamente não sei se há memória na História da Igreja dum período tão fértil em novos caminhos, comunidades, formas e famílias espirituais.

Por outro lado falas com padres a dizerem

"Preciso de estar com os outros, não de burcracias e horas em Gabinetes"

O que se passou para isto acontecer? Há crise ou não?

Eu não estou a dizer nem que estamos nem que não estamos, mas antes a pensar um bocadinho no que se passa.

Em comunhão

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 12 de November de 2008 15:43

Uma das razoes que a igreja esta em crise em Portugal, porque os padres nao deviam ter outras profissoes, como darem aulas nas escolas. O padre devia estar apenas na igreja em prol dos paroquianos. Visitar doentes, trabalharem da mesma maneira que antigamente os padres trabalhavam...e terem apenas uma paroquia. Terem uma reforma digna, como tem os politicos...nao estarem a espera das esmolas do povo.

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 12 de November de 2008 19:51

O Vaticano no vermelho

Dólar desvalorizado abre um rombo de
9 milhões de euros nas contas da Santa Sé


Paula Neiva

Os solavancos da economia mundial estão sendo sentidos com a força de um terremoto nos cofres da Igreja Católica. Após três anos consecutivos em que fechou virtuosamente no azul, o último balanço do Vaticano, referente a 2007, exibe um rombo de 9 milhões de euros. Os gastos somaram 245 milhões de euros, enquanto a receita ficou em 236 milhões. O déficit se refere às contas da Santa Sé, sede da Igreja como instituição religiosa e que engloba congregações, conselhos, comissões e outros órgãos cuja função é auxiliar na atuação do papa como líder espiritual. As contas do estado do Vaticano, a área de menos de meio quilômetro quadrado encravada no coração de Roma que tem status de país independente, são feitas em separado e também não apresentaram resultados animadores. O Vaticano, como estado, mantém aplicações no mercado imobiliário e de capitais. No ano passado, esses investimentos renderam 6,7 milhões de euros, contra 21,8 milhões em 2006.

Segundo o próprio Vaticano, o rombo nas contas da Santa Sé se deve, principalmente, à queda do dólar com relação ao euro.

Boa parte do orçamento da instituição vem de doações de fiéis e da Igreja em outros países. Entre as três nações de origem das doações mais polpudas estão os Estados Unidos, que evidentemente doam em dólares.
"As doações da Igreja americana à Santa Sé diminuíram pois foram destinadas, em parte, ao pagamento de indenizações", comenta o padre e historiador paulista José Oscar Beozzo.

Os prejuízos dos veículos de comunicação mantidos pela Santa Sé também contribuíram para o vermelho no balanço do Vaticano.
O jornal diário L’Osservatore Romano, publicado em italiano e produzido em versões semanais em outros idiomas, e a Rádio Vaticano, que não aceita publicidade, foram responsáveis por um prejuízo de 15 milhões de euros, consumindo boa parte da receita obtida pela editora e pelas produções audiovisuais da instituição.
Nas últimas décadas, as finanças do Vaticano oscilaram entre o lucro e o déficit. Ao longo de seu papado, João Paulo II fez um grande esforço para sanear as contas, mas elas agora voltam a degringolar...

...ufa , o dólar está subindo !



Editado 2 vezes. Última edição em 12/11/2008 19:55 por Chris Luz BR.

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 12 de November de 2008 19:57

Chris:

Parece-te que quando se fala de crise na Igreja nos referimos a problemas de tipo financeiro?

Alef

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 12 de November de 2008 20:15

Pode ser problema financeiro tambem...mas geralmente e mais a falta de padres e de leigos! Aqui as igrejas estao cheias e ha padres para todas as igrejas e ate demais. Agora na nossa igreja temos um padre jovem brasileiro, creio que nao tenha 30 anos e vai ficar ate o nosso paroco chegar de Roma.

Posso dizer-lhes, que os padres que chegam do Brasil apresentam uma boa formacao crista!!!

A nossa igreja nao esta cheia...mas as igrejas canadianas, sim!

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de November de 2008 13:55

Citação:
Alef
Camilo:
Parece que o Tilleul não está a optar por uma tese, mas a propor várias possibilidades, para discussão.

Não deixes de dar a tua perspectiva.

Está a Igreja em crise? Se sim, a que se deve tal crise? Qual o seu significado?


Eu também espero cá voltar, já que este tópico me parece muito importante.

Alef

Não creio estarem reunidas as condições para que eu possa participar proveitosamente no forum, daí eu reduzir a minha participação exclusivamente ao forum de catequese.
No entanto quis salientar que o Tilleul ao colocar a questão procurou as respostas apenas em razões internas à propria Igreja Católica. No entanto se observarmos o que se passa noutras igrejas e religiões poderemos concluir se há apenas razões internas ou também há razões externas para a eventual crise da Igreja. Talvez até se possam tirar conclusões sobre a importancia relativa dos diversos fatores.

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de November de 2008 15:53

Caro camilo:

Muito bem. Penso que tens razão: há realmente factores que são «exteriores» ou transversais. Só tenho pena que não desenvolvas mais esse teu ponto de vista, que me parece pertinente. Vá lá, anima-te!

Já agora, aproveito para manifestar publicamente o meu apreço pelo excelente trabalho que tens feito no fórum de Catequese.

Alef

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 14 de November de 2008 16:56

Alef
Um pouco de bom humor é muito bom ,caro amigo.
Como hoje só se houve falar em crise mundial,achei engraçado o título : Crise na Igreja e inevitavelmente associei a crise financeira mundial.


Minha realidade de Igreja é com a comunidade , as pastorais que dos leigos dependem em tudo , até financeiramente! Os padres e os diáconos ficam para ministrar os sacramentos, etc..

Quanto aos membros leigos da Igreja , a crise que os afeta acho ser o Tirano do Ego , que traz a competição e a vaidade, e isso gera uma crise interna ...



Editado 3 vezes. Última edição em 14/11/2008 17:06 por Chris Luz BR.

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 14 de November de 2008 17:10

Camilo,
se você nao está em condições de participar proveitosamente , quem entre nós estará ?
Partilhe seus pensamentos! Eu com certeza , vou ter algum proveito disto sim, pois aprenderei contigo também.



Editado 1 vezes. Última edição em 14/11/2008 17:11 por Chris Luz BR.

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 14 de November de 2008 17:21

E eu tambem...gosto do que escrevo o Camilo.

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de November de 2008 22:07

Gostaria de chamar a atenção para um tópico algo esquecido, já no «Arquivo»: «O futuro da Igreja e a Igreja do Futuro».

A razão é simples: que queremos dizer quando dizemos que há ou não uma crise na Igreja? Como se mede? Que significa, a haver, tal crise? Podemos, certamente, fazer um bom diagnóstico da situação -- e ele é importante --, mas mal seria se nos ficássemos por uma atitude defensiva e utópica do «ó tempo, volta p'ra trás», do sonho do regresso à Cristandade. Queiramos ou não, não voltaremos à Igreja da «Cristandade» (o citado tópico sobre o futuro da Igreja é interessante para ver isto). Portanto, será conveniente ter em mente: feito o diagnóstico, a que nos desafia esta crise, se ela existe?

Se tomarmos por analogia o crescimento de uma pessoa, veremos que toda a pessoa passa por algum momento de crise, desde o nascimento (que é também um momento de crise para o «modelo da vida intra-uterina»). Mas será toda a crise necessariamente negativa? Há ou não crises de crescimento?

Analogamente, queiramos ou não, o modelo de Igreja a que nos habituámos durante décadas, nomeadamente no que diz respeito à presença e papel do clero e dos leigos, sofreu um enorme abanão e a consequente mudança será sentida cada vez mais.

Por exemplo, no caso da falta de padres, ela vai acentuar-se ainda mais. Há umas semanas lia na revista «Vida Nueva» umas notícias impressionantes a propósito do País Basco. Veja-se aqui um resumo. Alguns dados impressionantes, comparando 1966 e 2008:

- San Sebastián tinha 453 seminaristas; agora tem 0 (zero)!
- em Bilbao havia 537 seminaristas; agora há 3 (três);
- em Vitoria havia 403 seminaristas; agora há 1 (um).

Ou seja, o País Basco tinha em 1966 um total de 1393 seminaristas e em 2008 tem quatro seminaristas. E a população aumentou e muito.

A notícia em questão (na verdade é um dossiê) atribui uma grande parte deste descalabro a razões políticas, mas muitas outras razões estão presentes.

Parece que se pode dizer que o tempo pós-Conciliar foi bastante traumático no que diz respeito ao clero e aos consagrados. Não apenas houve uma baixa brutal no número de candidatos, como foram muitíssimas as saídas. Se bem me lembro, calcula-se que desde o final do Concílio 150.000 padres deixaram o exercício do seu ministério e muitos institutos religiosos perderam entre 40 e 60% dos seus efectivos. Sendo o panorama português dos menos graves, veja-se que hoje os párocos têm cada vez mais paróquias e a média de idades é cada vez mais avançada. Com mais trabalho e mais idade também os seus serviços vão sendo mais fragmentários. Muitos passam uma vida de correria, o que não ajuda muito para uma vida espiritualmente sadia e fecunda.

Enquanto isso, a resposta da hierarquia nem sempre prima pela rapidez, embora se percebam as dificuldades. A ordenação de padres casados pode estar no horizonte, mas não será para breve; a ordenação das mulheres está oficialmente fora de discussão; os leigos não podem substituir os padres em várias funções e em muitos sítios os padres não confiam nos leigos.

Mas esta crise atingiu um pouco toda a gente. O Camilo lembrava e com razão que, se tomarmos como critério de prática do catolicismo a participação na Eucaristia dominical, temos talvez uns 20% de católicos praticantes e desses apenas uma minoria recorre, por exemplo, ao sacramento da Reconciliação. E começa a ser difícil encontrar padres dispostos a confessar, em boa parte pela vida agitada que levam. E tudo isto, apesar de um enorme esforço, já desde os anos 70 do século passado de muita divulgação e formação católica (por exemplo, é impressionante a quantidade de livros de divulgação bíblica, sobretudo se compararmos com os anos 60 ou 50).

Bem, mesmo escrevendo à pressa, há que dizer de passagem que também há muita coisa positiva que importa realçar. Hoje ser católico (praticante, claro) significa uma opção de coragem e muitos são os católicos que vivem a sua fé com um enorme sentido de responsabilidade, participação e integração espiritual. Em muitos lados (menos em Portugal…) há grupos de oração, grupos bíblicos, etc. Há movimentos laicais muito dinâmicos, que desenvolvem os mais variados tipos de trabalho, quer no campo social quer no campo da formação religiosa.

Tudo isto significa uma grande mudança, que tem os seus custos. Por exemplo, as muitas possibilidades dadas às raparigas de hoje de viverem uma vida de entrega pelo Reino de Deus sem ter que passar pelas estruturas apertadas dos Institutos religiosos faz com que a vida religiosa feminina tenha sofrido uma hecatombe em termos de vocações. Muitas preferem participar em movimentos de voluntariado durante uns anos ou fazer parte de Institutos Seculares.

Tudo isto está possivelmente a permitir à Igreja uma imagem mais humilde (sal, fermento...) e menos triunfalista...

Enfim, postais da «crise» ou da mudança…

Como quer que seja, creio que não vale de nada lamuriar-nos, ou chorar sobre o leite derramado. Possivelmente a crise é também uma oportunidade, como indica a feliz ambivalência chinesa do termo. Acreditamos que o Espírito Santo não abandonou a sua Igreja e cabe-nos procurar discernir aquilo que «o Espírito diz às Igrejas». A Igreja tem tido uma capacidade extraordinária de sobrevivência às piores crises, de todo o tipo, e esta também não será a última crise.

Com isto não quero, de modo nenhum, «matar» o tópico, como se significasse isso que os diagnósticos não valem nada. Evidentemente, são necessários. Mas, se tivermos em conta o «futuro» que nos espera, mais livres estaremos para fazer um diagnóstico de que possamos realmente tirar proveito.

O Camilo já apontou um factor importante da crise e espero que o desenvolva, como lhe pedi. Há, de facto, um elemento fundamental que a Europa experimenta há muito tempo: a crescente secularização, que atingiu não apenas os Católicos, mas também os Protestantes (talvez ainda mais). Creio que no caso da Igreja Católica há outro elemento ligado a este: o fim de certas estruturas mais ou menos rígidas pôs mais a descoberto a crise de espiritualidade. Quando os serões não eram inteiramente ocupados pela televisão ou pela Internet era mais fácil garantir a oração diária; os padres estavam entre as pessoas mais instruídas e gozavam de prestígio social; havia uma mentalidade envolvente de luta por «valores fortes». Mas, queiramos ou não, a fragmentariedade, o fim dos «grandes relatos», a correria e cultura do instante própria da pós-modernidade, está aí.

E perante isto não podemos continuar a falar como se estivéssemos diante de uma Igreja de Cristandade. O Evangelho é válido para todas as culturas e tempos, pelo que o que há que encontrar são as linguagens apropriadas que mostrem que ele continua a ser uma proposta exigente e, contudo, um caminho seguro de felicidade. Mas há um trabalho muito para lá das linguagens. A superação da crise e a grande mudança na Igreja dar-se-á pelo interior de nós mesmos. Não podemos vencer a crise sem uma aposta clara por uma via fortemente espiritual, a começar pela oração.


Volto a recomendar a leitura do tópico «O futuro da Igreja e a Igreja do Futuro».

Alef

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 19 de November de 2008 00:19

Queiramos ou não, não voltaremos à Igreja da «Cristandade» (o citado tópico sobre o futuro da Igreja é interessante para ver isto).

Já dizia Deus da sua própria boca: o que é impossível aos homens é possível a Deus.

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 19 de November de 2008 05:43

Caro Vitor,

Será que queremos voltar à idade da Cristandade? Aos tempos em que ser diferente dava lugar a viver à parte da sociedade condenados pela Igreja?

Houve realmente nessa altura Santos de uma profundidade e amor a Deus impressionantes mas será que queríamos voltar ao tempo dos conventos cheios de segundos filhos, filhas que não queriam casar com quem o pai queria e em que quem tinha dinheiro era servido pelos que não tinham dentro do convento?

Ando um pouco sem tempo para escrever mas realmente estou de acordo com Alef e dou um passo mas a diante.

Percebendo bem as coisas não há uma crise na Igreja mas um período de mudança, metarmofose. E estes periodos metamorfosicos não são novos na Igreja. O que é novo são estas mudanças acontecerem no espaço de tempo tão curto.

Imaginemos o que terão dito quando apareceram as ordens medicantes, ou quando o papa impôs o celibato obrigatório. Embora não seja especialista em História da Igreja houve com certeza tensões com palavras de ordem dos a favor e dos contra as mudanças.

Por a haver crise, será no modelo actual da Igreja e que me perdoem os tradicionalistas e os puristas, este modelo não tem 2 mil anos. Tal como a missa Tridentina não tem dois mil anos. A Igreja já foi democrática, mais colegial, mais autónoma localmente, a diferença entre leigos e ordenados muito mais ténue e por aí fora.

Em comunhão

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 20 de November de 2008 19:02

Não concordo com a ideia de que a Igreja está em crise.

1 - Há menor número de "praticantes" na Europa? Não sei. Depende do conceito de "praticante".

Se um "praticante" for mais um número a "assistir à missa", então há menos do que na altura do Concílio.

Se um "praticante" for alguém a "participar na missa" então há muitos mais do que na altura do Concílio.

Se um "praticante" for aquele que pratica as vistudes cristãs então igualmente há muitíssimos mais do que na altura do Concílio.

2 - Há menos comunhões? Que estranho, claro que ninguém sabe porquê...

Não deve ter nada a ver com algumas questões da designada "moral católica", nem com documentos promulgados pelo Papa contra a opinião da Comissão que estudou o assunto...

Nem com essa questão, menor, da "comunhão dos recasados"...

Não, disparate meu...

3 - Sacramento da Reconciliação - sim, aí é que pode estar um problema. Não tanto a questão em si, mas o que a mesma poderá reflectir de uma sociedade com falta de humildade para confessar em voz alta os seus erros...

Mas daí a retirar a conclusão "crise na Igreja"?? Sintoma de crise social, talvez...

4 - Haverá crise nos seminários? Pelos números do Alef, e outros similares penso que sim.

Mas eu tinha ideia que na questão das vocações o Espírito Santo tinha uma participação forte... Claro que a adesão/resposta humana a essa vontade do Espírito Santo também é um elemento fundamental.

Mas não há pessoas que têm essa vocação e que são impedidos de a realizar por questões que nada têm a ver com a Sagrada Bíblia ou a Sagrada Tradição?

Então não deve ser grande problema...

E será que o Espírito Santo está desatento? Ou está atento e a mandar uma alerta para (nós os desatentos) verificarmos outras "veredas" para os trabalhadores da vinha do Senhor?

João (JMA)

Re: A Igreja em crise? Porque?
Escrito por: jxb99 (IP registado)
Data: 02 de December de 2008 20:47

A Igreja em crise?
Diria antes, a sociedade em crise.
A Igreja tem é que trabalhar para tirar a sociedade da crise onde está.
O "ter", "ter", "ter" e de preferência mais e melhor do que o vizinho está a acabar com o que há de bom no nosso meio. A inveja e ganância estão a matar-nos.
A mensagem da Igreja tem que se sobrepor aos fumo provocado por um conjunto de meios de negócio instalado na nossa sociedade que provoca alienação de todos os valores de sociedade. Por exemplo, há um aproveitamento económico das festas religiosas, que a Igreja se devia opor e combater.

Eu posso dizer que estive afastado durante uns anos, por várias razões. A maior delas foi a preguiça.
Um dia em conversa com o pároco da minha paróquia ele fez-me a pergunta: "A Igreja fez isso por você e o que é que você pode fazer pela Igreja e pela comunidade?". Fez-se luz. "Click". Fez-se luz.

Não serão precisas mais perguntas destas a quem se tem afastado? Não será necessário uma pedagogia mais forte, sobre o que é "comunidade", "partilha", "ajudar"?
O que andamos cá fazer? A passar tempo?

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