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Bíblia e Obra
Escrito por: M. Martins (IP registado)
Data: 10 de November de 2008 12:30

Um amigo meu, está em fase se conversão ao catolicismo. Tem um nível cultural elevado, com bastantes conhecimentos de Filosofia, História e inclusivamente tem notáveis conhecimentos bíblicos. Muito mais do que muitos cristãos praticantes.

O que eu pretendo, é que me auxiliem no seguinte:

Vou oferecer-lhe uma Bíblia anotada. Qual a mais indicada entre as seguintes:

Bíblia de Jerusalém
Bíblia dos “Capuchinhos” (Difusora Bíblica)

E ele queria uma obra (em português) de teologia (sistemática?). que abordasse de uma maneira profunda os temas bíblicos.

Que obra me aconselham?

Grato

Abraços

M. Martins

Re: Bíblia e Obra
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 10 de November de 2008 17:15

Olá amigo,

Alegro-me pelo facto desse amigo se estar converter e estar a fazer um esforço sério, no sentido do aprofundamento da fé. Bem haja.
Acho que essas duas são ambas boas, embora eu só conheça a bíblia dos capuchinhos e tenha desfolhado a bíblia de Jerusalém, mas fiquei também bem impressionado.

Nunca li nada assim de teologia sistemática a não ser aquela respeitante ao culto mariano, por isso devo ficar calado. Acho que seria no entanto melhor, começar pela teologia fundamental.

Re: Bíblia e Obra
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 10 de November de 2008 18:56

Caro M. Martins:


1. Quanto às duas Bíblias colocadas à consideração, eu diria que qualquer uma das duas é boa, mas, como suponho que o que se pretende é uma bíblia para uso corrente e não para estudo académico/científico, recomendo a Bíblia dos Capuchinhos. A Bíblia de Jerusalém é muito boa e tem boas notas, mas o texto brasileiro com um texto francês por trás conduz às vezes a resultados menos bons, sobretudo se for usada em comum com outras pessoas. A Bíblia dos Capuchinhos é bastante mais equilibrada: talvez as notas não sejam sempre cientificamente tão pertinentes, mas o texto português ficou melhor e é uma tradução não muito afastada da tradução que ouvimos na Liturgia. Enfim, esta é a minha opinião; não sou nenhum especialista.


2. Não mencionaste a «proveniência» desse teu amigo antes deste processo de conversão. Digo isto porque isso pode ser importante para a escolha de um livro. Aqui vão umas sugestões rápidas, mesmo repetindo o que já disse por aqui noutros tópicos.


- Para uma pessoa que provém de um «meio» com poucas ou nenhumas referências aos conteúdos da fé cristã, recomendaria, para começar um livrinho de 70 páginas, de François Varillon: Síntese da Fé Católica, da Editorial A.O., Braga. Uma pequena jóia, para ler e reler. Aconselhável também a universitários que fazem o Crisma. Custará uns três euros...


- O mesmo autor tem um livro em que de alguma forma expande o livrinho citado, repassando alguns dos grandes temas da fé cristã. É um livro de 342 páginas, da mesma editorial. Indicação completa: François Varillon, Alegria de Crer e de Viver, Editorial A.O., Braga. Gosto bastante deste autor, porque alia um sentido teológico sistemático com uma perspectiva espiritual segura e sadia.


- Dado o nível cultural do teu amigo, sugiro outro livro, este de 679 páginas: Bernard Seboüé, Pensar e Viver a Fé no Terceiro Milénio, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001. É uma exposição muito boa dos conteúdos da fé cristã, que segue os vários artigos do Credo. É também um bom livro de consulta que todo o católico de cultura média-superior deveria ter (este ou outro equivalente, claro).


3. Embora não fosse perguntado, creio que vale a pena uma nota importante: para uma pessoa em processo de conversão (e para as outras também!) é muito importante a oração e também alguma literatura sobre oração e temas de espiritualidade adequados à pessoa. Nisto entram algumas questões de gosto e sensibilidade. Para uma pessoa com um bom nível cultural poderá ajudar meter-se com os grandes mestres de espiritualidade: Santa Teresa de Jesus (Ávila), S. João da Cruz, etc., e também poderão ser de ajuda alguns autores recentes conceituados. François Varillon é um bom exemplo, como o são Anselm Grün, o Cardeal Martini (vários livros editados nas Paulinas), Piet van Breemen, Dolores Aleixandre, Henri Nouwen, Irmão Roger, para citar apenas alguns dos que mais conhecidos em Portugal.

Alef

Re: Bíblia e Obra
Escrito por: M. Martins (IP registado)
Data: 10 de November de 2008 19:34

Amigos Vitor e Alef;

Muito obrigado pelas vossas sugestões.

Estava precisamente a pensar oferecer-lhe a Bíblia dos Capuchinhos. É também a que eu uso mais, embora por vezes consulte as notas da Bíblia de Jerusalém.

Esse meu amigo, vem do meio Evangélico. O facto, é que, como diz ele, esse meio é uma autêntica Torre de Babel, em que cada igreja interpreta a Escritura de forma própria, e muitas vezes entram em contradição.

Uma vez, confessou-me que não conseguia entender, como é que o Espírito Santo poderia guiar os fiéis das várias igrejas a interpretações tão dispares.

Assim, decidiu voltar á "fonte", ou seja, a Igreja Católica.

A Bíblia que ele usava era uma tradução do João Ferreira de Almeida. Portanto, sem os Deuterocanónicos.

Vamos lá ver, se se "habitua" á dos Capuchinhos.

Quanto á obra, vou pelo conselho dado pelo Alef: Bernard Seboüé, Pensar e Viver a Fé no Terceiro Milénio, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001.

Como não o tenho, aproveito, e vou comprar um para mim.

Grato por tudo

M. Martins

Re: Bíblia e Obra
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 10 de November de 2008 22:21

Olá M.Martins.

Entre as duas Bíblias que identificas há dois aspectos que convém referir: a Bíblia de Jerusalém está em Português do Brasil (pode ser importante para algumas pessoas), e embora não seja uma valor elevado, custa cerca do dobro da edição da Difusora Bíblica. Um bocado mais fora de mão tens a Bíblia TEB - Tradução Ecuménica da Bíblia, editada pelas Edições Loyola, e a rondar os €60. Tal como a Bíblia de Jerusalém, é uma tradução para Português do Brasil, a partir da tradução em Francês.

Seguindo a sugestão do Alef sobre a Oração, eu recomendaria também os livros de Thomas Keating. Se o inglês for um problema, as Edições Loyola já traduziram vários livros do Thomas Keating para português. Recomendo o "Open Heart, Open Mind".

Obrigado,
Luís

Re: Bíblia e Obra
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 11 de November de 2008 22:17

Para conversão deve haver convivencia com a comunidade. A fala , o olhar de um agente de pastoral, o gesticular, o tom da voz... Não dá para ser autodidata.
A experiencia de Deus nao está no fim de uma leitura de vários livros.
Acho que o maior milagre que já vi , é a conversão , mas ela só se completa no caminho de uma vida inteira, ouvindo seu eu verdadeiro.
Porém há uma Bíblia :


A Bíblia do Peregrino de Alonso Schökel
Paulus Editora lançou, no ano 2000, uma nova Bíblia, chamada Bíblia do Peregrino. A Bíblia do Peregrino foi publicada inicialmente em 1996 na Espanha. E encontra-se, hoje, traduzida em vários idiomas.

Em meio a tantas traduções existentes em português, esta não é apenas mais uma. Ela vem ocupar um espaço ainda vazio no que se refere tanto ao tipo de tradução quanto ao comentário do texto, presente nas abundantes notas e introduções.

Duas são as características mais importantes da Bíblia do Peregrino: a tradução idiomática e a abundância de notas.
A tradução idiomática sai do clima das traduções literais, que, ao reproduzirem as línguas bíblicas - grego, hebraico e aramaico - com a maior fidelidade possível, ficam prisioneiras de uma linguagem arcaica e anacrônica, enfraquecendo a mensagem pela clausura das expressões antigas. Por outro lado, a tradução idiomática não se guia por equivalências literais diretas, mas por equivalências dinâmicas proporcionais, buscando reproduzir o gênio das línguas antigas nas línguas modernas.

As notas de rodapé, que ocupam cerca de 60% da obra, foram escritas com dupla intenção: exegética e teológico-pastoral. Diz Alonso Schökel no "Prólogo" da Bíblia do Peregrino: "Quanto ao modo mais freqüente de expor, começo com uma visão global da perícope ou seção, na qual dou a orientação substancial. Dentro dessa unidade menor me detenho quando algum versículo requer uma explicação particular ou quando nos oferece algo substancioso em que nos deter. Quando o leitor desliza o olhar pela página, essas linhas concisas lhe servem de advertência: 'Preste atenção ao que diz este versículo', e certamente o leitor agradece porque o ajudaram a deter-se. E o que importa não é a linha do comentário, mas sim a frase bíblica que a nota aponta".

A intenção do autor, ao publicar esta Bíblia, foi a de oferecer um comentário completo e homogêneo de toda a Bíblia. Uma obra de uso múltiplo: para as aulas de exegese, manual de estudo pessoal, guia para meditação e pregação.

Sobre suas opções, comenta Alonso Schökel no citado "Prólogo": "O meu comentário avança com a corrente geral, no rumo já traçado por muitos. Concretamente, por uma região mediana ou moderada. O meu mentor, colocando-se no lugar de um leitor médio, recomendou-me evitar hipóteses mais audazes ou chocantes. Confesso-o, para tranqüilidade de muitos leitores, porém e mais ainda para não desautorizar outros comentadores que aceitam o risco das hipóteses com o desejo de progredir na compreensão. Não sendo especialista do NT nem de qualquer um de seus livros, eu me senti mais independente de outros comentadores nos conteúdos, embora livre na formulação.

Essa minha limitação confessa é o que define o perfil deste comentário. Sou e tenho sido por muitos anos especialista do AT, professor de teologia bíblica, quer dizer, de temas sintéticos; e autor de amplos comentários a muitos livros do AT. Como habitante espiritual do AT, reli amplamente, meditei e estudei o NT; e creio ter encontrado nele algumas ressonâncias não apontadas por outros; padrões ou estruturas, imagens e símbolos, instituições, conceitos, expressões semíticas.

Meu pressuposto hermenêutico é que os autores do NT tinham como pátria espiritual os livros que nós chamamos Antigo Testamento, e que eles denominavam Escritura ou Lei e Profetas ou designavam com o nome de Moisés, Davi etc. As citações expressas são a manifestação palpável dessa nacionalidade bíblica. Na constituição conciliar Dei Verbum descreve-se o Antigo Testamento como preparação, profecia e prefiguração. As citações do AT no Novo demonstram com que amplidão de critérios os autores consideravam a profecia e a prefiguração. Essa liberdade nos orienta, ensina e nos convida a ampliar o raio de correspondências. O que eles faziam inspirados, nós o fazemos com modéstia e confiança".



Editado 2 vezes. Última edição em 11/11/2008 22:31 por Chris Luz BR.

Re: Bíblia e Obra
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 11 de November de 2008 22:58

"A Teologia fundamental é como uma porta e se não abre bem essa porta, todo o resto pode ficar comprometido." Celso Carias :
Um professor de Teologia Fundamental ou Bíblica - a fonte ,que nos indicou alguns livros

*Livro : Fé em busca da compreensão de Karl Barth .

*Livro: Por trás das Palavras - do holandês Carlos Mesters, um grande biblista.

Livro * Historia Humana - Revelação de Deus R$ 41,00 .Autor: Schillebeeckx, Edward editora: Paulus

II _ Teologia Sistemática - A palavra sistema, significa costurar, constituir, vai pegar o fundamento da Bíblia e através de um conjunto de tratados que permitirá ter a base do cristianismo e todo seu conteúdo doutrinário e da vida.

* Cristologia
* Tratado da Trindade
* Tratado da Graça
* Antropologia Teológica
* Sacramentos
* tratados de escatologia
* etc.



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