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Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de October de 2008 01:37

O título do tópico é voluntariamente ambivalente, porque vem ao encontro de um problema bastante complicado: o da relação entre educação e homossexualidade. E aqui penso especialmente na educação ministrada nas escolas.

Em «Educação "para" a homossexualidade» tanto é possível interpretar como

a) educar para conviver saudavelmente com a questão da homossexualidade, própria ou alheia, como

b) educar para induzir à homossexualidade.

Se a interpretação correspondente à alínea a) pode causar muitas desconfianças por parte de alguns pais (como acontece em Espanha com a «Educación para la ciudanía»), a alínea b) é ainda muito mais polémica, e, na verdade, não deixa de colocar problemas muito sérios, sobretudo quando, em certos ambientes, se procede a uma promoção de uma certa «subcultura gay» entre crianças e pré-adolescentes. A abertura de escolas secundárias (High School) para gays, lésbicas, transexuais e «transgenders», nos EUA, é uma ilustração disto.

Naturalmente, poder-se-á objectar que da mesma forma que a educação «heterossexual» não evita que haja homossexuais, da mesma forma uma educação «homossexual» não transforma heterossexuais em homossexuais. Mas nem toda a gente concorda com esta resposta. Há quem chame a atenção, por exemplo, para o facto de que habitualmente os pré-adolescentes passam por um período «homofílico», no qual os rapazes só andam com rapazes e as raparigas com raparigas. Argumenta-se, então, que uma educação marcadamente pró-gay facilita uma fixação ou cristalização do pré-adolescente numa fase que normalmente é ou deveria ser transitória.

Estaremos neste caso na presença de um «proselitismo» manipulador? Pode-se «multiplicar» o número de homossexuais? Há quem note que em certos meios, particularmente nos EUA, o número de pessoas que se manifestam homossexuais é consideravelmente alto e fica-se com a impressão de que é «cool» ser tal... Que significado tem isto? Há ali a mesma percentagem de homossexuais que em outros lugares ou há alguns «falsos homossexuais»? Há quem defenda também que há em muitas pessoas uma espécie de bissexualidade latente, na qual emergirá aquela «orientação» que for mais alimentada, num complexo sistema de factores pessoais e «ambientais».

Tinha pensado escrever mais sobre o assunto, mas ficará para outra altura, se se proporcionar. Por agora, deixo apenas um link para uma página onde estão dois vídeos (ou duas partes de um vídeo), que grupos conservadores denunciam como sendo uma «lavagem cerebral» pró-homossexual a crianças. No final, o vídeo tem uns acrescentos bíblicos e alguns comentários, que, obviamente, não fazem parte do vídeo original. Vi a página bastante rapidamente e pareceu-me bastante «homofóbica», mas aqui apenas interessa o vídeo, que parece ser autêntico.

Há alguns aspectos no vídeo que me parecem problemáticos. Um deles é a «ministração» de certos conteúdos a crianças, contra o parecer dos pais…

Em todo o caso, aqui fica a página do vídeo, em inglês. Venham as vossas opiniões.

Alef

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: (IP registado)
Data: 15 de October de 2008 19:53

Não vi o vídeo porque estou no local de trabalho e apesar de estar numa pausa é de bom tom não se ver nada com eventual conotação política.

Eu acredito que haja muitas pessoas que possam ser tanto heterossexuais como homossexuais. Aquilo que de facto serão dependerá de muitos factores, essencialmente sociais.

As escolas para gays e lésbicas não me parece que induzam homossexualidade. Suponho que sejam para jovens que já se reconhecem (com algum grau de certeza) homossexuais. Mas tal como não gosto de escolas para pretos ou de escolas para ciganos não gosto de escolas para homossexuais. As minorias podem e devem ter espaços delas, onde se identifiquem, na minha opinião (os católicos temos Igrejas e feriados e até de certa forma um discurso nosso. Os ciganos têm uma cultura própria. Os benfiquistas também temos um mundo nosso. Os homossexuais também devem ter). Mas acho que deve haver equilíbrio, não se deve "guetizar" ninguém. Tenho dificuldade em explicar o porquê não achar mal haver uma escola católica e estranhar haver uma escola para "gays". Mas parece-me que dentro da escola católica deve haver - e penso que geralmente há mesmo, pelo menos em Portugal - lugar para pessoas homossexuais ou para ateus (obviamente respeitando os parâmetros da escola). Ou seja, pode andar-se numa escola católica ignorando-se o facto de ela ser católica.

Eu diria que a maior preocupação é de longe o número de homossexuais que têm de viver e se comportar (são condicionados fortemente nesse sentido) como heterossexuais. Não me parece haver violentação psíquica para que um jovem ou uma jovem se veja como homossexual. Pode parecer cool nalguns sítios, mas devem ser muito poucos os "falsos homossexuais" (nunca conheci ninguém que se dissesse homossexual que me desse a ideia de não o ser... até porque em Portugal e na maioria dos países o preço a pagar é enorme, esmagador mesmo).

Por outro lado, um homem que tem relações sexuais com outro homem é homossexual? Não acho que se possa à partida concluir isso. Pelo que concordo que pode haver falsos homossexuais. Mas nos sítios onde há maior percentagem de homossexuais diria que é por o ambiente ser mais aberto a isso. Se calhar alguns desses até poderiam viver felizes como heterossexuais se o ambiente os reprimisse a isso, acredito que possa haver situações assim de fronteira. Mas devem ser muito poucos. Ao contrário será certamente bem mais.

Em qualquer caso, eu diria que:

a) educação para conviver bem com a homossexualidade própria ou alheia? sim!

b) educação para induzir a homossexualidade? não!

c) educação para induzir a heterossexualidade? também não!

Onde me parece que está o maior perigo não é na alínea b), mas sim no não cumprimento das a) e c). O que não obsta a que eu condene que haja uma educação para induzir um determinado comportamento que penso ser só a própria pessoa a poder definir qual deve ser.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 15 de October de 2008 23:07

Caro Alef.

Obrigado por teres trazido este tema até ao Fórum, em particular, pela divulgação dos vídeos.

Acho que esta iniciativa é mesmo muito, muito má. Sou da opinião que devemos educar para o respeito pelo outro, e pela não discriminação, mas de forma alguma devemos educar para a homossexualidade. Sim, claramente devemos educar para a heterossexualidade!

No segundo vídeo vemos uma criança ler uma composição sobre a experiência dela no último dia da mãe. Como a mãe é lésbica, a criança diz que tem duas mães e que é muito bom ter duas mães. O caso vai ainda mais longe ao propôr a discussão entre as crianças se os homossexuais deveriam ou não poder casar. Isto é muito, muito mau.

É preciso dizer a esta criança que ela tem não duas mães. Duas mulheres não conseguem gerar uma criança. A criança tem uma mãe (e um pai) e a mãe tem uma companheira. Esta segunda mulher, nem mãe adoptiva é. É preciso esclarecer as crianças conforme as coisas são e não confundir as crianças com aspectos que são fundamentais na educação e desenvolvimento da criança - a dimensão emotiva e psico-sexual.

O Zé diz que "Por outro lado, um homem que tem relações sexuais com outro homem é homossexual? Não acho que se possa à partida concluir isso." Não se conclui isso à partida... mas à chegada. Se dois seres do mesmo género têm relações sexuais entre si, que nome se pode dar a isso se não relações homossexuais? Ok, foi apenas uma experiência, nada mais... Só que como é óbvio, um heterossexual nunca teria relações sexuais com alguém do mesmo género, porque simplesmente vai contra a sua natureza.

Quando dois homens ou duas mulheres conseguirem gerar uma criança, eu mudarei a minha opinião. Até lá, como já tive oportunidade de dizer no tópico relativo ao casamento de homossexuais, a relação sexual é uma forma sublime de dois seres humanos mostrarem o amor (eros) que sentem um pelo outro e neste amor há o complemento de ambos: masculino e feminino. Este para ser completo, necessita de um homem e de uma mulher. Não estejam sempre a tentar reduzir este argumento ao "apenas genital" porque não é disso que se trata. É todo um ser humano, seja homem ou seja mulher.

Um abraço,
Luís Gonzaga

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 16 de October de 2008 01:30

Citação:
Luís Gonzaga
Esta segunda mulher, nem mãe adoptiva é.

A questão é saber qual o papel da segunda mulher para a criança. Os títulos legais não servem para argumento nestas discussões pois em geral é a atribuição legal dos títulos que está na mesa para discussão.

Citação:
Luís Gonzaga
Só que como é óbvio, um heterossexual nunca teria relações sexuais com alguém do mesmo género, porque simplesmente vai contra a sua natureza.

Não existem apenas dois tipos (homo e hetero) mas sim uma gama desde o exclusivamente homo até ao exclusivamente hetero, passando pelo meio termo. Será que estamos assim tão seguros do que faríamos em circunstâncias mais complicadas?

Citação:
Luís Gonzaga
Não estejam sempre a tentar reduzir este argumento ao "apenas genital" porque não é disso que se trata.

Mas não és tu que, nos argumentos que usas, acabas sempre a reduzir tudo ao genital? Dito de outro modo, com excepção do genital, o que é que é intrinsecamente masculino e intrinsecamente feminino para se poder afirmar

Citação:
Luís Gonzaga
a relação sexual é uma forma sublime de dois seres humanos mostrarem o amor (eros) que sentem um pelo outro e neste amor há o complemento de ambos: masculino e feminino

pontosvista

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 16 de October de 2008 10:18

Como seria de calcular concordo plenamente com o post do Zé.


Apenas alguns apontamentos

Citação:
Alef
a) educar para conviver saudavelmente com a questão da homossexualidade, própria ou alheia, como

b) educar para induzir à homossexualidade.

O verbo educar só faz sentido na a). Em b) não à educação, há condicionamento. Até duvido que seja exequível.
Tanto é assim que mesmo numa cultura em que desde berço o modelo heterosexual é dominante, induzindo as crianças para a heterossexualidade, os homossexuais existem.
Portanto esse medo é, no meu ver, sem sentido.

Na questão de uma Escola para LGBT... se a ideia é promover a tolerância, a segregação nunca me pareceu a melhor opção.

Ainda não tive paciência para ver os videos na integra. o tom politicamente correcto e paternalista com que falam com os miuditos complica-me com o sistema nervoso.
No entanto vi a parte em que a miudita lia o trabalho sobre o dia da mãe.

Aquilo é assim tão chocante?!?! Muito sinceramente achei óptima a recepção dos restantes miudos (boneco para o filme? possivel)
Mesmo que seja uma mera simulação, será que actividades destas não têm sentido no mundo real?

Larguem a questão da homossexualidade, e coloquem a miuda a falar do Ramadão, do casamento cigano, de outro assunto qualquer ligado a algo "estranho" à massa maioritaria.
Não seria esta uma forma de integrar alguém que pode ser considerado um filho de aliens?

Citação:
Alef
Há alguns aspectos no vídeo que me parecem problemáticos. Um deles é a «ministração» de certos conteúdos a crianças, contra o parecer dos pais…

Esta é uma questão complexa.
Não sei se se trata de uma escola pública ou particular.

No caso de ser particular só lá coloca os filhos quem quer, logo no acto da matricula os pais aceitam tacitamente uma política de escola. É dever de todo o educador informar-se primeiro e ponderar os custos (vantagens/desvantagens).
Quanto à escola pública há uma linha educativa definida pelas autoridades. Trabalhar as competências relacionadas com a tolerância são geralmente uma das vertentes prioritárias. Não estão ali a ser defendidos valores que contradigam a Lei do Estado.
Algo semelhante acontece nas nossas escolas públicas relativamente a acções relacionadas com a Sexualidade. Alguns pais não concordam, mas é um direito dos miudos a que as escolas podem dar resposta através de parcerias com os Centros de Saúde. Sem manuais polémicos, com pessoal técnico especializado.
Mas mesmo não concordando, as familias têm o direito e o dever de dialogar com os filhos e aí exercer a sua influência. Só não esqueçam que uma criança não é um porção extensível do nosso eu, é um individuo autónomo em desenvolvimento que, mais tarde ou mais cedo, vai decidir por si.
Educar não é padronizar é fornecer ferramentas para a autonomia.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: (IP registado)
Data: 16 de October de 2008 12:33

Luis,

"É preciso dizer a esta criança que ela tem não duas mães. Duas mulheres não conseguem gerar uma criança. "

Mãe biológica e mãe afectiva não são necessariamente a mesma coisa, Luis. A criança pode até ter duas mães, afectivamente. Não me parece que lhe faça muita diferença que biologicamente uma delas não seja a mãe dela. Podes-lhe dizer que ela não tem duas mães, mas para além de a violentares psicologicamente que ganhas com isso? Ou mais importante, que ganha a criança com isso?

"No segundo vídeo vemos uma criança ler uma composição sobre a experiência dela no último dia da mãe. Como a mãe é lésbica, a criança diz que tem duas mães e que é muito bom ter duas mães. O caso vai ainda mais longe ao propôr a discussão entre as crianças se os homossexuais deveriam ou não poder casar. Isto é muito, muito mau."

Ainda não vi os vídeos, mas se assim é não vejo nada de mal. A criança fala da experiência dela, o que é natural e saudável. Ela diz que é muito bom ter duas mães, o que é também natural, nem que seja como forma de defesa. Num mundo em que tantas pessoas lhe poderão dizer que é estranho/mau ter duas mães, ela afirma e acredita que é bom. Naturalíssimo, não? E que tem de mal propôr a discussão entre as crianças se os homossexuais deveriam ou não poder casar? É um tema tabu? Deve ser um tema tabu? Que mal faz às crianças discutir isso? O bem que possa fazer parece-me mais claro.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de October de 2008 22:22

Zé,

Vou-te dar o primeiro exemplo que me ocorre: quando os pais de uma criança se divorciam e, por exemplo, um ou ambos decidem casar novamente (ou simplesmente juntar-se com alguém), a criança não diz que passou a ter dois pais ou duas mães, mas sim que tem também um padrasto ou uma madrasta. À excepção em que o divórcio se deu em idades muito baixas, ou em casos de falecimento de um dos pais, sempre se fala de padrasto ou madrasta. Nas duas excepções que exemplifico, sim, por vezes eles se referem a estes como pais e mães.

Mas no caso das "mães homossexuais" estas já se chamam de mães como se fosse a coisa mais natural do mundo... ou, para que seja a coisa mais natural do mundo.

Dizes "E que tem de mal propôr a discussão entre as crianças se os homossexuais deveriam ou não poder casar?" Nesse caso, porque não colocar à discussão destas mesmas crianças (não esquecer que estamos a falar de crianças entre 8 e 9 anos) a legalização do consumo de drogas? Da pena de morte? Da eutanásia? Da permissão de porte de arma?

A questão é que com 8 e 9 anos de idade a criança está longe de estar num estádio de desenvolvimento que lhe permita compreender (e discutir) certos assuntos, nomeadamente, éticos ou morais. Qual o desenvolvimento da criança ao nível dos valores com 8 ou 9 anos de idade?

Responder a certas questões antes destas serem questionadas pode ter efeitos perversos.

O que eu acho mesmo muito mau é forma demasiado "natural" como isto é apresentado, como se não houvesse mal nenhum na homossexualidade... aliás, até algumas espécies animais se apresentam nesta condição... Para mim é tudo menos natural.

Pontosvista,

Dizes "Não existem apenas dois tipos (homo e hetero) mas sim uma gama desde o exclusivamente homo até ao exclusivamente hetero, passando pelo meio termo". Admito que posso ser um bocado "limitado", mas para além do hetero e do homo, só me lembro do "bi" - aquele para qual o género é indiferente, tanto podem ter um parceiro homem, como mulher, e podem ir alternando com o tempo.

Se para o "homo" é preciso algum esforço de compreensão, o "bi" está para lá da minha compreensão e se existe algo para lá desse, resta-me admitira novamente a minha limitação.

Obrigado,
Luís

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: (IP registado)
Data: 16 de October de 2008 22:38

Luis,


Dizes: "A questão é que com 8 e 9 anos de idade a criança está longe de estar num estádio de desenvolvimento que lhe permita compreender (e discutir) certos assuntos, nomeadamente, éticos ou morais. Qual o desenvolvimento da criança ao nível dos valores com 8 ou 9 anos de idade? "
Eu parto do princípio que os valores em causa são os da igualdade e não discriminação. Qualquer criança pode discutir esses valores. É natural que vejas outros valores em causa, mas para mim não estão em equação. Os nossos pontos de partida são muito distintos.

"O que eu acho mesmo muito mau é forma demasiado "natural" como isto é apresentado, como se não houvesse mal nenhum na homossexualidade... aliás, até algumas espécies animais se apresentam nesta condição... Para mim é tudo menos natural. "

Compreendo que penses assim. Certamente também compreenderás que eu possa achar também muito mau que não encares a homossexualidade como natural. Parece-me que discutir estas coisas leva a pouco. No fundo, a discussão tem de ser sobre o preconceito (sentido lato) inicial: se se considera a homossexualidade um mal em si ou não. O resto é tudo consequência natural da posição de partida que se adopta, diria eu.

"Admito que posso ser um bocado "limitado", mas para além do hetero e do homo, só me lembro do "bi" "

O que é um homossexual ou um heterossexual? Conheço um homem que ao longo da vida teve um relacionamento (namoro) com um homem, esteve casado durante uns 20 anos com uma mulher com a qual teve filhos (a mulher divorciou-se dele por motivos que não vêm ao caso) e agora diz que apenas se sentirá completo com um homem. Ah, sempre foi fiel (para que não venha a ideia de que uma pessoa assim seria intrinsecamente promíscua). Este é um homem heterossexual ou homossexual? Porventura, terá sido heterossexual a maior parte da vida e agora é homossexual. Estes conceitos não são imutáveis.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 17 de October de 2008 16:42

Desculpem ...mas o tópico faz-me lembrar...será que este "educar" é o mesmo que "educar para a cidadania"?

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: (IP registado)
Data: 17 de October de 2008 16:47

Eu diria que sim. Tal como educamos para o racismo (sentido: para que este não exista), devemos educar para a homossexualidade (sentido: para que esta não seja discriminada).

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 23 de October de 2008 20:20

...e a noticia continua completamente fora da temática do tópico.

Voltando ao tema aqui fica um link de algo que foi feito cá.

Uma brochura com o título EDUCAR PARA A DIVERSIDADE - Um Guia para Professores sobre Orientação Sexual e Identidade de Género complemnetar de uma outra vocacionada para os alunos - Perguntas e Respostas sobre Orientação Sexual e Identidade de Género


Aqui ficam os respectivos links:
[www.rea.pt]
[www.rea.pt]

O grupo que esteve na base desta iniciativa tem um fórum arejado e muito simpático. Foi pelo menos esta a impressão que colhi nas breves pesquisas que lá fiz.
Quando somos encarados nos olhos com um sorriso de boas vindas, até os dias mais negros cheiram a flores. Este é um trabalho importantíssimo que faz parte daquilo que entendo ser Educação para "qualquer coisa"; não há Leis nem gestos que compensem uma baixa auto-estima.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 00:07

Lena,

Li apenas na diagonal, mas é curioso a segunda brochura ter o seguinte texto:

Citação:
P: A homossexualidade é um pecado?
R: De acordo com alguns investigadores, algumas partes da Bíblia foram mal traduzidas e/ou mal interpretadas, levando a que a homossexualidade seja erradamente considerada um pecado por alguns religiosos.

Quem são os autores da dita brochura e que autoridade têm para dizer o que é ou deixa de ser pecado? E com base em quê é que afirmam que a Bíblia está mal traduzida ou mal interpretada?

Qualquer dia ainda temos este tipo de conteúdos a fazer parte dos programas do Min.Educação...

Obrigado,
Luís

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 00:24

Essa pergunta sobre a autoridade pode ser levantada em muitos outros casos, Luís. De qualquer modo, parece-me impossível negar que há correntes fortes e lógicas que defendem que a Bíblia não condena a homossexualidade. Pelo menos não mais que as mulheres de cabeças sem véu ou que se coma carne de porco.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 00:53

Luís
Os autores eles estão identificados no fim. Embora seja algo já com alguns anos penso que os contactos ainda existem.

Quanto aos conteúdos, referes-te à temática da homossexualidade ou da Bíblia?

Se pegares nos manuais de Biologia e Geologia, sempre que Ciência e Bíblia se cruzam as críticas, quando acontecem, são sempre contextualizadas numa época e cultura. Fala-se inclusivamente no travão que a hierarquia de Roma colocou no desenvolvimento da ciência, nas lutas e dificuldades que a ciência sofreu no passado por ir contra dogmas.
O texto em si e a crença das pessoas, não são postos em causa. O que é questionado é a influência dos jogos de poder na construção do conhecimento científico. Não é má vontade, não é querer fazer teologia.

Assim, tal como se pode afirmar que a Bíblia não apoia o fixismo e que aqueles que no passado, ou ainda hoje negam a evolução, estarão a usar uma má interpretação/tradução dos textos originais, não me choca esse tipo de considerações sobre o "pecado" da homossexualidade.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 09:14

é giro não é? Fala-se do travão que a dada altura a hierarquia colocou mas não se fala do imenso contributo que tambem deu em muitas alturas. É algo do genero da antiga constituição sovietica que dava liberdade de culto e liberdade de propaganda antirreligiosa. Não dava é liberdade de propaganda religiosa.

Podem continuar...

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 09:47

Camilo

custa muito entender que o que se está a tratar numa aula de Biologia não é a história da Igreja, nem de nenhuma religião, mas simplesmente momentos da evolução do pensamento científico?!?!
Quando se fala da resistência operada pelo poder temporal na evolução do conhecimento cientifico em temas como a evolução biológica e a geohistória estamos a dizer alguma mentira? Não. São factos. Mas se estamos a abordar deriva continental não vou estar a dizer q o Mendel até era religioso e fez umas coisas fantásticas na genética sem saber o que era um cromossoma.

A hierarquia fez muita porcaria. Provavelmente ainda faz. Isso em nada desmerece a religião em si. Se confundem as coisas o problema já é vosso.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 10:17

copernico tambem era religioso
e curiosamente o papa do tempo de galileu era favoravel às teses de galileu

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 13:03

Sem dúvida que a Igreja Católica deu e dá muitos contributos positivos. Sem dúvida que dá muitos contributos negativos. Na minha opinião, o balanço é positivo. Mas temos de ser mais exigentes, mais caridosos, mais cristãos.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 17:38

São Boaventura :
"Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspeção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça".



Editado 2 vezes. Última edição em 24/10/2008 17:50 por Chris Luz BR.

Re: Educar «para» a homossexualidade
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 24 de October de 2008 19:36

Obrigada Chris pelo que escreveste.

O único problema é que a vida é tão apressada que nem temos tempo para pensar na profundidade do texto e tirar as nossas conclusões.

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