Vera

Também não compreendo; uma menina educada na igreja e não quer fazer o que a igreja lhe impõe! Eu se gostasse muito de ser católica, claro que fazia o que a igreja ou o meu pároco me pedia! Tinha honra nisso...

Ana se calhar temos apenas conceitos de honra e justiça diferentes. Posso ser nova ainda, mas não aceito imposições injustificadas. A Igreja pode impor o que bem entender, mas a quem concordar com isso.
E já agora, o que é que me pedem Ana? Tens noção disso? Não tens! Não podes ter.
Sabes, é muito fácil colocar álcool na ferida alheia...
Espero, e acredita que é de coração, que nunca venhas a ver um filho teu casar e ser abandonado depois. Ser trocado como quem troca um par de sapatos. Porque aí, gostava de te ver ficar contra ele/ela no momento em que refizesse a sua vida. Gostava de te ver ter coragem de lhe impor que passasse o resto da vida a chorar o infortúnio. E gostava de te ver dizer à pessoa que estivesse com ele/ela para se afastar pois era o que a Igreja impunha.
Sabes Ana, infelizmente para a pedra no sapato alheio todos temos boa solução.
É o caso da Igreja. Resolve bem os problemas dos outros, quando na verdade tem muito que resolver "em casa".
E uma coisa é ponto assente: eu posso acabar por não ficar com o meu namorado por qualquer motivo, pois a vida às vezes prega-nos partidas, mas porque a igreja impõe nunca!

Deve ser terrível a mulher abandonar a casa e os filhos. Ou o marido abandonar a mulher e os filhos. Mas elas se fazem isso há algo no casal que já não está bem...pensa nisso. Quem é feliz permanece!

Ai Ana... Tão fácil julgar...

Eu podia contar-te toda a história sem problemas. Apenas não o faço porque não tenho o direito de expor em público a vida do meu namorado. A minha liberdade termina onde começa a dele. Por isso, o que me diz respeito a mim é público sem qualquer problema. Quanto ao que se passou com ele não tenho esse direito.
Mas se a tua preocupação é que me tenham contado o conto do vigário, não te preocupes. Em toda a cidade foi conhecida a história. Não há quem não a conheça, até mesmo a Polícia e a imprensa local a conhecem bem de dentro ;)

Que Deus te proteja, a ti e aos teus, pois ninguém merece passar por uma situação idêntica. Que a tua vida te permita não teres que pensar nisto "de dentro".

Peço-te apenas que não julgues. Nenhum de nós aqui tem competência para julgar.

Vera

Nao estou a julgar ninguem; apenas discuto o assunto! que daqui a 20 anos penses igual:-)

Esta conversa de afastar/não afastar do culto e da erosão da fé, fez-me pensar que preciso de voltar a dar catequese. Tenho andado nas últimas semanas a só ir à missa de domingo e a rezar à noite. Isso não chega, para mim, nem que tivesse tido uma visão de Cristo. Sou mais facilmente tentado a cair em erros de fé, a cair numa fé ignorante como eu dizia.

"Mas elas se fazem isso há algo no casal que já não está bem...pensa nisso. Quem é feliz permanece!"

Estás a fazer uma afirmação. E com a qual até podia concordar, mas referes apenas "elas" o que me leva a uma interpretação simples de que estás ao de leve a tocar um caso em particular.
E como já disse antes, o dito caso deveria servir apenas para enriquecer a discussão. Isso está a funcionar para alguns, e até falamos de coisas interessantes e de extrema importância, como o baptismo dos filhos. Podíamos ter falado de outros, como esses recasados poderem/deverem ser padrinhos de baptismo. Mas não. Parte-se para o "pequenino", o maldito pecado.
Como dizia a Irmã Celina, "ai Cristo, volta cá e dá um jeito nisto".

Perdoa-me a franqueza Ana, mas parece-me que a determinada altura deste debate enveredaste pelo caminho de me tentar mostrar a remissão do meu pecado.

"Vera

Também não compreendo; uma menina educada na igreja e não quer fazer o que a igreja lhe impõe! Eu se gostasse muito de ser católica, claro que fazia o que a igreja ou o meu pároco me pedia! Tinha honra nisso..."

E nem preciso de citar mais nada para fundamentar a minha opinião.

Um divorciado é uma pessoa! Tem deveres e direitos. Mesmo que tenha errado na relação, não poderá pagar por isso pelo resto da vida. Merece amar e ser amado. Viver com vontade de acordar todos os dias, tem direito de rir, de chorar, de ter problemas. E tem sim direito de ter ao seu lado quem o apoie no caminhar. Todos temos! E ninguém tem o direito de negar isso ao seu semelhante, independentemente da posição que ocupe ou religião que professe.

Quanto a padres, os que conheço e me conhecem (e não falo propriamente de jovens), não o tendo assumido directamente e por A+B, não me disseram para fazer coisa nenhuma.
O "mais crescido", arranhando a cabeça por baixo dos cabelos brancos, só me disse "és uma pessoa justa, vai e sê feliz".

E se nunca pensei duas vezes, muito menos pensarei agora.
Vivemos um namoro normal. Ele frequenta a casa dos meus pais, com quem se entende muito bem. Eu frequento a casa dos pais dele, que são pessoas extraordinárias.
Partilhamos as coisas boas e as menos boas. Choramos de tanto rir, juntos. Rimos de tanto chorar, juntos. Quando a vida corre menos bem e os problemas surgem nos diversos âmbitos, enfrentamos com coragem e força, que vamos muitas vezes buscar um ao outro. Ao contrário do que possa parecer, não sou nenhuma miúda imatura e inconsequente, para só perceber da vida daqui a 20 anos.

O irónico é que para Igreja eu até podia casar com uma besta e levar porrada. Era mau. Mas não era pecado. Assim... Já sei que no dia que casar com ele passo a ser pecadora sem retorno (agora ainda tenho, se o deixar).

Mais uma coisa a esclarecer.
Se de algum modo parecer que entre a Igreja e o meu namorado, o escolhi a ele, acreditem que é errado. Limitei-me a escolher-me a mim. A seguir o que sinto e o que acredito. Tenho cabecinha para pensar. Não sou um computador que pode ser programado. Nem eu, nem ninguém.

Sê feliz". Os meus votos:-)

Obrigado :)

Citação:

Vera
"Se de algum modo parecer que entre a Igreja e o meu namorado, o escolhi a ele, acreditem que é errado. Limitei-me a escolher-me a mim. A seguir o que sinto e o que acredito. Tenho cabecinha para pensar"

Parabéns!

Sê feliz!

Obrigado Teixeira. Vou lutar por essa felicidade a cada dia.

Ontem uma senhora conversou comigo: esta a viver com o terceiro homem. O primeiro deixou-a. O segundo morreu. Agora tem um companheiro bom e queria casar. Ja falou com um padre, ele disse-lhe que nem se queria meter nisso! Ela gostava de poder comungar e seguir a igreja. O companheiro tambem e divorciado...