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Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 19 de July de 2008 22:46

Olá Lena

Achas que os professores não são tão cidadãos como os padres? Fazes distinção entre uns e outros?
Achas que pelo facto de os professores não pregarem a moralidade já podem ser imorais?
Não achas que o trabalho dos professores deve estar acima de qualquer suspeita?

Deve haver um castigo exemplar e proibição de contacto com os jovens. Devem ser sujeitos a um processo de desintoxicação ( se o fazem é porque não sabem ser cidadãos). Acrescento aos padres e professores também os médicos pela confiança que a sociedade neles deposita.
Mas castigo para todos: nos três casos referidos o castigo deve ser agravado. Mas a pedofilia, seja praticada por quem for, deve ser punida.

Não gostei do modo incorrecto como trataste outro colega do fórum!
Pelo que te conhecia nunca pensei que tivesses este modo de tratar outra pessoa. Somos diferentes e temos direito a ser respeitados. Pareceu-me, posso estar
enganada, que sem querer, provavelmente, falaste de um modo pouco respeitoso que gostava que analisasses e tirasses as tuas conclusões. Penso que, de seguida, vais pedir desculpa.

Ao ouvir a transmissão do pedido de desculpas de Bento XVI vi que este homem tem um grande respeito pela dignidade da pessoa humana. Já o sabia, só que o comprovei mais uma vez.

Mas a viagem de Bento XVI não pode ficar reduzida a este tema. Por vezes foca-se muito um aspecto para que a importância deste encontro e dos temas nele tratados seja obscurecida.
São tácticas e técnicas, infelizmente usadas por alguns, para não apresentar toda a Verdade.

Sugiro que voltemos ao tópico.



Editado 1 vezes. Última edição em 19/07/2008 22:49 por Maria José Ribeiro.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 20 de July de 2008 11:22

Ena Maria José, quanto entusiasmo :D

Vamos lá por partes.

Citação:
Maria José Ribeiro
Achas que os professores não são tão cidadãos como os padres? Fazes distinção entre uns e outros?
Achas que pelo facto de os professores não pregarem a moralidade já podem ser imorais?
Não achas que o trabalho dos professores deve estar acima de qualquer suspeita?

Todos somos cidadãos e devemos fazer o nosso trabalho acima de qualquer suspeita. Do professor catedrático ao almeida, do padre à prostituta, todos temos o dever de ser íntegros e de não utilizar posições de poder para abusar de quem quer que seja.

Se um padre cometer erros gramaticais vais ficar tão indignada como se fosse um professor de português?
Um professor de matemática que não saiba aplicar a fórmula resolvente e um padre, é igual?
Um padre que não seja casto e um professor, é igual?
É mentira que o clero se coloca, em nome da Igreja, numa posição moralmente superior e gosta de ser ouvido em questões de ética, de valores sociais, educação?
Então relê, o que eu escrevi.

Citação:
Maria José Ribeiro
Deve haver um castigo exemplar e proibição de contacto com os jovens. Devem ser sujeitos a um processo de desintoxicação ( se o fazem é porque não sabem ser cidadãos). Acrescento aos padres e professores também os médicos pela confiança que a sociedade neles deposita.
Mas castigo para todos: nos três casos referidos o castigo deve ser agravado. Mas a pedofilia, seja praticada por quem for, deve ser punida.

Tirando a desintoxicação que achei exagerada (Laranja Mecânica?) e a questão de colocares professores, médicos e padres num destaque com que não concordo (advogados, policias, políticos, distribuidores dos correios, mecânicos, atendedores numa loja, empregados de mesa... em todos eles nos depositamos a nossa confiança ) e, como tal, merecedores de castigo agravado (pena de morte? castração química?), concordo inteiramente contigo.


Citação:
Maria José Ribeiro
Não gostei do modo incorrecto como trataste outro colega do fórum!
Pelo que te conhecia nunca pensei que tivesses este modo de tratar outra pessoa. Somos diferentes e temos direito a ser respeitados. Pareceu-me, posso estar
enganada, que sem querer, provavelmente, falaste de um modo pouco respeitoso que gostava que analisasses e tirasses as tuas conclusões. Penso que, de seguida, vais pedir desculpa.

:)
Não pude deixar de sorrir com a teu desagrado quando anda por aí, neste fórum, alguém que ofende de modo sistemático todos os católicos. Pergunta ao seven, ele mostra-te.

Se alguém aqui aparecesse com um discurso defendendo a sua superioridade racial com certeza que a indignação de qualquer um de nós seria compreensível. A indignação fala mais alto que a tolerância. E até que ponto devemos ser tolerantes, perante um discurso que nos revolve as entranhas? Só os santos e mesmo esses....
Pois é. O discurso que remete a mulher para um papel de dona de casa americana dos anos 50 revolve-me as entranhas. Eu bem tento, acredita, tento até nem ler, e numa segunda fase tento não comentar, tento ignorar, mas não consigo. Tanta mulher que lutou pela igualdade de direitos e de oportunidades e chegar ao século vinte e um a levar com este discurso? Vindo de uma mulher?!?!
É demais. Nem as velhotas e velhotes que se cruzaram na minha vida seriam capazes de proferir tanta barbaridade sexista. Viverei nalguma redoma revolucionária?!
Numa coisa tens razão, errei ao usar um discurso que a pessoa visada não entende. Não se faz, é maldade. Mas já viste o que eu teria de escrever para tal? Nem eu sou tão má.
Logicamente só irei pedir desculpas no dia em que o "membro" pedir desculpa a todas as mulheres pelo seu discurso redutor.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 20 de July de 2008 14:43

Olá Lena

Não se tratou de entusiasmo mas sim de disponibilidade para intervir.


Quero que saibas que li a tua mensagem e a resposta que me deste.

Como vês temos opiniões diferentes e fez-me pena que do teu discurso possa parecer que divides as pessoas em categorias (tal versus tal). Veja-se, por exemplo:
" Do professor catedrático ao almeida,".

Quanto ao resto já disse o que pensava.

Não sei a quem te referes quando dizes que anda aí alguém que insulta. Eu ,no meu tempo, lembro-me de alguém que parecia actuar assim...mas isso era no meu tempo...e o meu tempo...deve ter sido talvez o ano passado. Agora não sei. O seven tem sido atacado? Os ataques pessoais continuam no fórum?
Lena diz-me o que se passa porque, se continuam os ataques, tenho que decidir. Então " eu volto para a minha ilha". :-(

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 20 de July de 2008 15:10

E um tópico é um tópico.

Há que respeitar quem procura o tópico. Por isso é importante que o assunto não seja adulterado.

E aqui vai :

"Videomensagem do Papa na chegada a Sidney

O caminho que leva a um mundo melhor



Um convite à esperança perante os desafios da pobreza, da injustiça e da avidez humana, foi dirigido pelo Papa ao povo australiano e aos jovens que participam na Jornada Mundial da Juventude em Sidney, numa videomensagem transmitida à sua chegada na tarde de domingo 13 de Julho.

"Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis Minhas testemunhas" (Act 1, 8)

A graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam com todos vós! Dentro de poucos dias, iniciarei a minha Visita Apostólica ao vosso país, para celebrar a 23S Jornada Mundial da Juventude em Sidney. Espero ansiosamente pelos dias que deverei passar convosco e especialmente pela oportunidade de rezar e reflectir com os jovens de todo o mundo.

Antes de tudo, gostaria de expressar a minha estima a todos aqueles que ofereceram tanto do seu tempo, dos seus recursos e das suas oraçoes para apoiar esta celebraçao. O Governo australiano e o Governo estatal do Novo Gales do Sul, os organizadores de todos os eventos e os membros da comunidade comercial que patrocinaram o evento todos vós que de boa vontade apoiastes este evento, e em nome dos jovens que participam na Jornada Mundial da Juventude, agradeço-vos de coraçao. Muitos do jovens fizeram grandes sacrifícios para poder empreender a viagem até r Austrália, e rezo para que eles sejam abundantemente recompensados. As paróquias, escolas e famílias que os acolhem estao a ser muito generosas ao receber estes jovens visitantes e também eles merecem o nosso agradecimento e a nossa estima.

"Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis Minhas testemunhas" (Act 1, 8). Este é o tema da 23S Jornada Mundial da Juventude. Quanto necessita o nosso mundo da renovada efusao do Espírito Santo! Ainda existem muitas pessoas que nao ouviram a Boa Nova de Jesus Cristo, enquanto muitas outras por qualquer motivo, ainda nao reconheceram nesta Boa Nova a verdade salvífica, a única que pode satisfazer o mais profundo dos anseios dos seus coraçoes. O salmista reza: "Se lhes enviais o Vosso espírito, voltam r vida, e renovais a face da terra" (Sl 104, 30). Estou convicto de que os jovens sao chamados a ser instrumentos dessa renovaçao, comunicando aos seus coetâneos a alegria que sentiram através do conhecimento e seguimento de Cristo, e partilhando com os outros o amor que o espírito coloca nos nossos coraçoes, para que também eles se possam encher de esperança e dar graças a Deus por todas as boas coisas que receberam de Deus, nosso Pai celestial.
Actualmente, falta esperança a muitos jovens. Eles estao desorientados com as questoes que se lhes apresentam num mundo confundido, cada vez mais insistentemente, e com frequencia duvidosos sobre a direcçao a tomar para obter respostas. Eles veem a pobreza e a injustiça e anseiam por encontrar soluçoes. Sao desafiados pelos argumentos daqueles que negam a existencia de Deus e tentam imaginar como responder. Eles veem os grandes danos causados ao meio ambiente pela avidez humana e lutam para encontrar o modo para viver numa maior harmonia com a natureza e com os outros.
Onde podemos procurar as respostas? O Espírito indica-nos o caminho que leva r vida, ao amor e r verdade. O Espírito indica-nos a direcçao de Jesus Cristo. Uma frase atribuída a Santo Agostinho: "Se desejas continuar jovem, procura Cristo". Nele encontramos as respostas de que estamos r procura, encontramos os objectivos pelos quais vale a pena viver, encontramos a força para seguir o caminho que nos conduzirá a um mundo melhor. "O nosso coraçao está inquieto, enquanto nao descansar em Vós" como diz Santo Agostinho no início das Confissoes, a famosa narrativa da sua juventude. Rezo para que os coraçoes dos jovens que se reúnem em Sidney para a celebraçao da Jornada Mundial da Juventude possam encontrar a paz no Senhor, e que se encham de alegria e fervor para espalhar a Boa Nova entre os seus amigos, as suas famílias e todos os que encontrarem.

Queridos amigos australianos, apesar de só poder passar alguns dias no vosso país, e de nao poder viajar fora da cidade de Sidney, o meu coraçao alcança todos vós, inclusive aqueles que estao doentes ou enfrentam dificuldades. Em nome de todos os jovens, agradeço-vos o vosso apoio r minha missao e peço-vos para continuar a rezar especialmente por eles. Só me falta renovar o meu convite aos jovens de todo o mundo para se reunirem a mim na Austrália, a maravilhosa "terra meridional do Espírito Santo". Anseio pelo momento de vos encontrar lá! Que Deus vos abençoe a todos.


(©L'Osservatore Romano - 19 de Julho de 2008)

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 20 de July de 2008 15:32

Lena

Se todos os professores pensassem como tu; o mundo estava podre!!!

Lena: Os professores não andam a pregar uma moralidade restritiva em relação ao sexo, nem fazem votos de castidade. [u][/u]

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 20 de July de 2008 15:46

Acho que interessa a todos.

É importante que tenhamos tempo para reflectir.

Aqui vai:


VIGÍLIA COM OS JOVENS
DISCURSO DO SANTO PADRE BENTO XVI

Hipódromo de Randwick
Sábado, 19 de Julho de 2008

Caríssimos jovens,

Nesta noite, ouvimos mais uma vez a grande promessa de Cristo – «ides receber uma
força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós» – e escutamos o seu mandato –
«sereis minhas testemunhas (…) até aos confins do mundo» (Act 1, 8). Estas palavras foram precisamente as últimas que Jesus pronunciou antes da sua ascensão ao céu.

O que é que sentiram os Apóstolos ao ouvi-las, podemos apenas imaginá-lo. Mas sabemos que o seu amor profundo a Jesus e a confiança que tinham na sua palavra os impeliu a reunirem-se e a aguardarem; não a aguardar sem um objectivo, mas juntos, unidos na oração, com as mulheres e com Maria na sala de cima (cf. Act 1, 14).

Nesta noite, nós fazemos o mesmo. Reunidos diante da nossa Cruz que muito peregrinou e do ícone de Maria, sob o esplendor celeste da constelação do Cruzeiro do Sul, rezamos. Nesta noite, eu rezo por vós e pelos jovens de todos os cantos do mundo.

Deixai-vos inspirar pelo exemplo dos vossos Santos Patronos. Acolhei no vosso coração e na vossa mente os sete dons do Espírito Santo. Reconhecei e acreditai na força do Espírito Santo em vossa vida.

Anteontem falámos da unidade e harmonia da criação de Deus e do nosso lugar nela. Recordámos como nós, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, através do grande dom do Baptismo renascemos, tornamo-nos filhos adoptivos de Deus, novas criaturas. Por isso, é como filhos da luz de Cristo – aqui simbolizada pelas velas acesas que tendes na mão – que damos testemunho no nosso mundo do esplendor que treva alguma pode vencer (cf.Jo 1, 5).

Nesta noite, fixamos a nossa atenção sobre «como» tornar-se testemunhas. Precisamos de conhecer a pessoa do Espírito Santo e a sua presença vivificante na nossa vida. Não é fácil! Com efeito, a variedade de imagens que encontramos na Escritura relativas ao Espírito Santo – vento, fogo, sopro – são sinal da nossa dificuldade em exprimir uma noção articulada sobre Ele. E todavia sabemos que é o Espírito Santo, silencioso e invisível, quem proporciona orientação e definição ao nosso testemunho sobre Jesus Cristo.

Já sabeis que o nosso testemunho cristão é oferecido a um mundo que, sob muitos aspectos, é frágil. A unidade da criação de Deus está enfraquecida por feridas que se tornam profundas quando se quebram as relações sociais ou o espírito humano acaba quase totalmente esmagado pela exploração e o abuso das pessoas. De facto, a sociedade contemporânea está a sofrer um processo de fragmentação por causa dum modo de pensar que é, por sua natureza, de visão curta, porque transcura o horizonte inteiro da verdade – da verdade referente a Deus e relativa a nós. Por sua natureza, o relativismo não consegue ver o quadro inteiro. Ignora aqueles mesmos princípios que nos tornam capazes de viver e crescer na unidade, na ordem e na harmonia.

Qual é a nossa resposta, enquanto testemunhas cristãs, a um mundo dividido e fragmentado? Como podemos oferecer a esperança de paz, cura e harmonia àquelas «estações» de conflito, sofrimento e tensão por onde escolhestes passar com esta Cruz da Jornada Mundial da Juventude? A unidade e a reconciliação não se podem alcançar apenas com os nossos esforços. Deus fez-nos uns para os outros (cf.Gen 2, 24) e, somente em Deus e na sua Igreja, podemos encontrar aquela unidade que procuramos. E todavia, apesar de vermos as imperfeições e desilusões a nível individual e institucional, às vezes somos tentados a construir artificialmente uma comunidade «perfeita». Não se trata de uma tentação nova. A história da Igreja contém muitos exemplos de tentativas para contornar ou saltar por cima das fraquezas e falimentos humanos a fim de se criar uma unidade perfeita, uma utopia espiritual.

Na realidade, porém, tais tentativas de criar a unidade só a minam. Separar o Espírito Santo de Cristo presente na estrutura institucional da Igreja comprometeria a unidade da comunidade cristã, que é precisamente o dom do Espírito. Isto atraiçoaria a natureza da Igreja enquanto templo vivo do Espírito Santo (cf.1 Cor 3, 16). De facto, é o Espírito que guia a Igreja pelo caminho da verdade total e a unifica na comunhão e nos actos do ministério (cf. Lumen gentium, 4). Infelizmente persiste a tentação de «seguir em frente sozinho». Alguns falam da sua comunidade local como de algo separado da chamada Igreja institucional, descrevendo a primeira como flexível e aberta ao Espírito e a segunda como rígida e privada do Espírito.

A unidade pertence à essência da Igreja (cf.Catecismo da Igreja Católica, 813); é um dom que devemos agradecer e amar. Nesta noite, rezamos pelo nosso propósito de cultivar a unidade: contribuir para ela e resistir a toda a tentação de nos irmos embora. Porque é exactamente a amplitude, a perspectiva larga da nossa fé – firme e simultaneamente aberta, consistente e ao mesmo tempo dinâmica, verdadeira e no entanto propensa sempre a um conhecimento mais profundo – que podemos oferecer ao nosso mundo. Amados jovens, porventura não foi por causa da vossa fé que amigos em dificuldade ou à procura de um sentido para a sua vida vieram falar convosco? Permanecei vigilantes. Procurai saber ouvir. Conseguis vós ouvir, através das dissonâncias e divisões do mundo, a voz concorde da humanidade? Desde a criança abandonada de um campo no Darfur, a um adolescente confuso, a um pai em ânsias numa periferia qualquer, ou talvez neste preciso momento das profundezas do vosso coração eleva-se o mesmo grito humano que anela por um reconhecimento, por uma integração, pela unidade. Quem poderá satisfazer este desejo humano essencial de ser alguém, viver imerso na comunhão, ser edificado, ser guiado para a verdade? O Espírito Santo… Esta é a sua função: levar a termo a obra de Cristo. Enriquecidos pelos dons do Espírito, vós tendes a força de ultrapassar as visões parciais, a utopia vã, a precariedade fugaz e oferecer a coerência e a certeza do testemunho cristão.

Amigos, quando rezamos o Credo, afirmamos: «Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida». O «Espírito criador» é a força de Deus que dá vida à criação inteira e é a fonte de vida nova e abundante em Cristo. O Espírito mantém a Igreja unida ao seu Senhor e fiel à Tradição apostólica. É o inspirador das Sagradas Escrituras e guia o povo de Deus para a plenitude da verdade (cf.Jo 16, 13). Por estes variados modos, o Espírito é o «dador de vida» que nos conduz mesmo até ao coração de Deus. Assim, quanto mais consentirmos ao Espírito Santo que nos guie, tanto maior será a nossa configuração a Cristo e mais profunda a nossa imersão na vida de Deus uno e trino.

Esta participação na própria natureza de Deus (cf.2 Ped 1, 4) verifica-se no desenrolar dos acontecimentos da vida diária, nos quais Ele sempre está presente. Há momentos, porém, em que nos podemos sentir tentados a procurar certas satisfações fora de Deus. O próprio Jesus perguntou aos Doze: «Também vós quereis retirar-vos?» (Jo 6, 67). Talvez um tal afastamento ofereça a ilusão da liberdade. Mas onde nos leva? Para quem havemos nós de ir? De facto, em nossos corações, sabemos que só o Senhor tem «palavras de vida eterna» (Jo 6, 67-69). O afastamento d'Ele é só uma tentativa vã de fugirmos de nós mesmos (cf. Santo Agostinho, Confissões, VIII, 7). Deus está connosco, não na fantasia, mas na realidade da vida. O que temos de procurar é enfrentar a realidade, não fugir dela. Por isso, o Espírito Santo atrai-nos delicada mas resolutamente para aquilo que é real, duradouro, verdadeiro. É o Espírito que nos reconduz à comunhão com a Trindade Santíssima.

O Espírito Santo tem sido, de variadas maneiras, a Pessoa esquecida da Santíssima Trindade. Uma clara noção d'Ele parece estar quase fora do nosso alcance; e todavia era eu ainda pequeno quando meus pais – tal como os vossos – me ensinaram o Sinal da Cruz e, deste modo, depressa cheguei a compreender que há um Deus em três Pessoas e que a Trindade está no centro da fé e da vida cristã. Quando cresci bastante para ter uma certa compreensão de Deus Pai e de Deus Filho – os nomes já significavam muito – a minha compreensão da terceira Pessoa da Trindade continuava muito deficiente. Por isso quando, jovem sacerdote, fui encarregado de ensinar teologia, decidi estudar as testemunhas eminentes do Espírito na história da Igreja. E foi ao longo deste itinerário que dei comigo a ler, entre outros, o grande Santo Agostinho.

A sua compreensão do Espírito Santo foi-se desenvolvendo de maneira gradual; foi uma luta. Na sua juventude, tinha seguido o maniqueísmo – uma daquelas tentativas supramencionadas de criar uma utopia espiritual separando as coisas do espírito das da carne. Daí que Agostinho, ao princípio, olhasse com suspeita para a doutrina cristã da encarnação de Deus; mas, a sua experiência do amor de Deus presente na Igreja levou-o a procurar a sua fonte na vida de Deus uno e trino. Isto fê-lo chegar a três intuições particulares relativas ao Espírito Santo enquanto vínculo de unidade no seio da Santíssima Trindade: unidade como comunhão, unidade como amor duradouro, unidade como dador e dom. Estas três intuições não são meramente teóricas; ajudam a explicar como age o Espírito. Num mundo em que tanto os indivíduos como as comunidades sofrem muitas vezes por falta de unidade e coesão, tais intuições ajudam-nos a permanecer sintonizados com o Espírito e a alargar e esclarecer o âmbito do nosso testemunho.

Por isso, com a ajuda de Santo Agostinho, procuremos ilustrar um pouco da obra do Espírito Santo. Observa ele que as duas palavras «Espírito» e «Santo» dizem respeito àquilo que pertence à natureza divina; por outras palavras, àquilo que é compartilhado pelo Pai e pelo Filho na suacomunhão. Ora se a característica própria do Espírito é ser o que é compartilhado pelo Pai e pelo Filho, então – conclui Agostinho – a qualidade peculiar do Espírito é a unidade. Uma unidade de comunhão existencial: uma unidade de pessoas em recíproca relação de dom constante; o Pai e o Filho que Se dão um ao outro. Deste modo, começamos a entrever – penso eu – quão iluminadora pode ser esta compreensão do Espírito Santo como unidade, como comunhão. Uma verdadeira unidade nunca pode estar fundada sobre relações que neguem igual dignidade às outras pessoas; nem a unidade é simplesmente a soma total dos grupos com que às vezes procuramos «definir-nos» a nós mesmos. De facto, só na vida de comunhão é que a unidade subsiste e a identidade humana se realiza plenamente: reconhecemos a necessidade comum de Deus, correspondemos à presença unificadora do Espírito Santo e damo-nos reciprocamente servindo uns aos outros.

A segunda intuição de Agostinho – o Espírito Santo como amor que permanece – deriva do estudo que ele fez daPrimeira Carta de São João, no ponto onde o autor nos diz que «Deus é amor» (1 Jo 4, 16). Agostinho sugere que estas palavras, embora referindo-se à Trindade no seu todo, também se devem entender como expressão duma característica particular do Espírito Santo. Reflectindo sobre a natureza permanente do amor – «quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele» (1 Jo 4, 16) – Agostinho interroga-se: é o amor ou o Espírito que garante o dom duradouro? E a conclusão a que chega é esta: «O Espírito Santo faz-nos habitar em Deus e Deus em nós; mas é o amor que causa tudo isto. Portanto, o Espírito é Deus enquanto amor» (De Trinitate, 15, 17, 31). É uma explicação magnífica: Deus compartilha-Se como amor no Espírito Santo. Que mais poderemos saber partindo desta intuição? O amor é o sinal da presença do Espírito Santo. As ideias ou as palavras que carecem de amor – ainda que se apresentem sofisticadas ou sagazes – não podem ser «do Espírito». Além disso, o amor apresenta um traço particular: longe de ser permissivo ou volúvel, tem uma missão ou um objectivo a realizar que é o de permanecer. Por sua natureza, o amor é duradouro. Mais uma vez, queridos amigos, podemos dar uma vista de olhos àquilo que o Espírito Santo oferece ao mundo: amor que dissolve a incerteza; amor que supera o medo da traição; amor que traz em si a eternidade; o verdadeiro amor que nos introduz numa unidade que permanece.

A terceira intuição – o Espírito Santo como dom – Agostinho deduz-la da reflexão sobre uma passagem evangélica que todos conhecemos e apreciamos: o diálogo de Cristo com a samaritana junto do poço. Aqui Jesus revela-Se como o dador de água viva (cf.Jo 4, 10), que em seguida será especificada como sendo o Espírito (cf. Jo 7, 39; 1 Cor 12, 13). O Espírito é «o dom de Deus» (Jo 4, 10) – a fonte interior (cf. Jo 4, 14) – que sacia verdadeiramente a nossa sede mais profunda e nos conduz ao Pai. A partir desta observação, Agostinho conclui que o Deus que Se concede a nós como dom é o Espírito Santo (cf. De Trinitate, 15, 18, 32). Amigos, uma vez mais lancemos um olhar sobre a Trindade em acção: o Espírito Santo é Deus que eternamente Se dá; como uma nascente perene, Ele oferece-Se precisamente a Si mesmo. Observando este dom incessante, chegamos a ver os limites de tudo o que perece, a loucura duma mentalidade consumista. De forma particular, começamos a compreender por que motivo a busca de novidade nos deixa insatisfeitos e desejosos de algo diferente. Porventura não andamos nós à procura de um dom eterno? À procura da fonte que jamais se exaurirá? Com a samaritana exclamemos: Dá-me desta água, para que eu não sinta mais sede (cf. Jo 4, 15).

Jovens caríssimos, vimos que é o Espírito Santo quem realiza a maravilhosa comunhão dos crentes em Cristo Jesus. Fiel à sua natureza de dador e simultaneamente de dom, agora Ele está a actuar por meio de vós. Inspirados pelas intuições de Santo Agostinho, fazei com que oamor unificanteseja a vossa medida; o amor duradouro seja o vosso desafio; o amor que se dá a vossa missão.
Amanhã o próprio dom do Espírito será solenemente conferido aos nossos candidatos ao Crisma. Assim rezarei: «Dai-lhes o espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de ciência e de piedade e enchei-os do espírito do vosso santo temor». Estes dons do Espírito –cada um deles, como nos recorda São Francisco de Sales, é um modo de participar no único amor de Deus – não são um prémio nem um agradecimento. São simplesmente dados (cf.1 Cor 12, 11); e exigem da parte de quem os recebe apenas uma resposta: «Aceito». Enxergamos aqui algo do mistério profundo que é ser cristão. O que constitui a nossa fé não é primariamente aquilo que fazemos, mas o que recebemos. Aliás, muitas pessoas generosas que não são cristãs podem realizar muito mais do que fazemos nós. Amigos, aceitais vós ser introduzidos na vida trinitária de Deus? Aceitais ser introduzidos na sua comunhão de amor?

Os dons do Espírito que actuam em nós imprimem a direcção e dão a definição do nosso testemunho. Orientados por sua natureza para a unidade, os dons do Espírito ligam-nos ainda mais estreitamente ao conjunto do Corpo de Cristo (cf.Lumen gentium, 11), colocando-nos em melhores condições para edificar a Igreja e, assim, servir o mundo (cf. Ef 4, 13). Chamam-nos a uma activa e jubilosa participação na vida da Igreja: nas paróquias e nos movimentos eclesiais, nas aulas de religião na escola, nas capelanias universitárias e nas outras organizações católicas. Sim, a Igreja deve crescer na unidade, deve revigorar-se na santidade, rejuvenescer e renovar-se constantemente (cf. Lumen gentium, 4). Mas com que critérios? – Os do Espírito Santo. Voltai-vos para Ele, amados jovens, e descobrireis o verdadeiro sentido da renovação.

Nesta noite, reunidos aqui sob a beleza deste céu nocturno, os nossos corações e as nossas mentes estão repletas de gratidão a Deus pelo grande dom da nossa fé na Trindade. Recordamos os nossos pais e avós que caminharam ao nosso lado quando – éramos nós crianças – sustentaram os primeiros passos do nosso caminho de fé. Agora, passados muitos anos, eis-vos aqui reunidos como jovens adultos ao redor do Sucessor de Pedro. Inunda-me uma profunda alegria por estar convosco. Invoquemos o Espírito Santo: é Ele o artífice das obras de Deus (cf.Catecismo da Igreja Católica, 741). Deixai que os seus dons vos plasmem. Assim como a Igreja realiza a sua viagem juntamente com a humanidade inteira, assim também vós sois chamados a exercitar os dons do Espírito nos altos e baixos da vida diária. Fazei com que a vossa fé amadureça através dos vossos estudos, trabalho, desporto, música, arte. Procurai que seja sustentada por meio da oração e alimentada através dos sacramentos, para deste modo se tornar fonte de inspiração e de ajuda para quantos vivem ao vosso redor. No fim de contas, a vida não é simplesmente acumular, e é muito mais do que ter sucesso. Estar verdadeiramente vivos é ser transformados a partir de dentro, permanecer abertos à força do amor de Deus. Acolhendo a força do Espírito Santo, podereis também vós transformar as vossas famílias, as comunidades, as nações. Libertai estes dons. Fazei com que a sabedoria, o entendimento, a fortaleza, a ciência e a piedade sejam os sinais da vossa grandeza.

E agora, enquanto nos preparamos para a adoração do Santíssimo Sacramento, em espera silenciosa repito-vos as palavras pronunciadas pela Beata Mary MacKillop quando tinha precisamente vinte e seis anos: «Acredita naquilo que Deus sussurra ao teu coração!» Acreditai n'Ele! Acreditai na força do Espírito do amor!
Ao final da vigília, o Papa saudou em vários idiomas. Em português, disse:
Meus queridos amigos, recebei o Espírito Santo, para serdes Igreja! Igreja quer dizer todos nós unidos como um corpo que recebe o seu influxo vital de Jesus ressuscitado. Este dom é maior que os nossos corações, porque brota das entranhas da Santíssima Trindade. Fruto e condição: sentir-se parte uns dos outros, viver em comunhão. Para isso, jovens caríssimos, acolhei dentro de vós a força de vida que há em Jesus. Deixai-O entrar no vosso coração. Deixai-vos plasmar pelo Espírito Santo.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 20 de July de 2008 17:40

Agradecia Maria José que não adulterasses o que escrevi.

É um facto que para se ser professor catedrático é necessária comprovada e longa formação académica, para almeida nada disso é necessário. São as profissões que estão nos pólos, não as pessoas. Isso não torna nada, nem ninguém mais válido, melhor pessoa nada.
Nada no meu texto anterior podia levar à inferência que dizes "poder parecer".
Se as pessoas não sabem interpretar texto, azarito, aprendam que eu também aprendi.


Ana
citaste um frase minha.

Eu ensino uma disciplina, não tenho o direito de pregar os meus moralismos aos meus alunos. Isso compete às famílias.
Mas pelos vistos este meu princípio torna o mundo podre...
Preferias que eu impusesse o meu pensar, e penalizasse quem mantivesse sensibilidades diferentes das minhas?!?

Tu não deves ter entendido o que eu escrevi.
Quase que aposto que pensas que eu defendo o envolvimento sexual entre professor e alunos. (...suspiros)

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 20 de July de 2008 21:13

Lena
Profissões nos pólos??? Não concordo. Não aceito essa bipolarização.
Quanto à análise de conteúdo não tenho dificuldades. Posso dizer que não referi tudo o que se poderia inferir do que escreveste na intervenção que tinhas feito.

Achas que estás a contribuir para a discussão no fórum ou para discussõezitas que parecem querer desviar do tema em análise?

Volto a repetir o que já disse em intervenção anterior, por pensar que talvez se possa aplicar aqui. Aqui vai o que escrevi:
Citação:
Mas a viagem de Bento XVI não pode ficar reduzida a este tema. Por vezes foca-se muito um aspecto para que a importância deste encontro e dos temas nele tratados seja obscurecida.
São tácticas e técnicas, infelizmente usadas por alguns, para não apresentar toda a Verdade.

Sugiro que voltemos ao tópico.


E voltemos ao Assunto deste tópico e discutamos sobre ele. Apresento apenas o início da homilia.

CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
PARA A XXIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
HOMILIA DO SANTO PADRE BENTO XVI
Hipódromo de Randwick
Domingo, 20 de Julho de 2008

Queridos amigos,
«Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós» (Act 1, 8). Vimos hoje cumprida esta promessa. No dia de Pentecostes, como ouvimos na primeira leitura, o Senhor ressuscitado, sentado à direita do Pai, enviou o Espírito sobre os discípulos reunidos no Cenáculo. Com a força deste Espírito, Pedro e os Apóstolos foram pregar o Evangelho até aos confins da terra. Em cada idade e nas mais diversas línguas, a Igreja continua a proclamar pelo mundo inteiro as maravilhas de Deus, convidando todas as nações e povos a abraçar a fé, a esperança e a nova vida em Cristo.

Nestes dias, vim também eu como Sucessor de Pedro a esta maravilhosa terra da Austrália. Vim para confirmar-vos, meus jovens irmãos e irmãs, na vossa fé e abrir os vossos corações ao poder do Espírito de Cristo e à riqueza dos seus dons. Rezo para que esta grande assembleia, que congrega jovens «de todas as nações que há debaixo do céu» (Act 2, 5), se torne um novo Cenáculo. Que o fogo do amor de Deus desça sobre os vossos corações e os encha, a fim de vos unir cada vez mais ao Senhor e à sua Igreja e enviar-vos, como nova geração de apóstolos, para levar o mundo a Cristo.(...)

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de July de 2008 00:37

Relembro que não fui eu quem colocou 3 profissões como sendo especiais. Bem pelo contrário coloco-as todas ao mesmo nível.Todas.
Explicando o óbvio... As diferenças são inerentes à sua especialização, ao seu campo de intervenção.

Tratar mulheres violadas como culpadas é uma discussãozita?!
Pelos vistos estou indignada por causa de um assunto menor. Deve ser por isso que a igreja demora tanto a reconhecer certos erros.

Ser mulher continua a ser complicado ... é o problema das cruzes invisíveis. A primeira começa logo quando nos identificam como fêmeas, depois é sempre a abrir.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de July de 2008 13:46

Lena:Ser mulher continua a ser complicado ... é o problema das cruzes invisíveis. A primeira começa logo quando nos identificam como fêmeas, depois é sempre a abrir.



A mim nada me afecta de ser mulher. Antes pelo contrário; sempre gostei e gosto de ser mulher.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 22 de July de 2008 00:06

No one can you make you feel inferior without of your consent. ( Ellanor Roosevelt)

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 22 de July de 2008 13:55

Um tsunami de fé e alegria.

Esta frase inundou os jornais da Autralia como a que resume a viagem do Papa.

Os discursos do Papa que estão disponiveis em www.vatican.va são qualquer coisa de maravilhoso.

Não resisto em partilhar o que mais me tocou e que foi proferido pelo Papa a uma comunicade de jovens em recuperação de drogas, nos termos do programa

"Alive"
"O nome do programa que seguis leva-nos a formular esta pergunta: Que quer dizer realmente estar «vivo», viver plenamente a vida? Isto é o que todos nós queremos, especialmente na juventude, e é isto o que Cristo quer para nós. Assim falou Ele: «Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância» (Jo 10, 10). O instinto mais radicado em todo o ser vivo é conservar a vida, crescer, desenvolver-se e transmitir aos outros o dom da vida. Consequentemente é de todo natural questionar-se sobre o modo melhor que há para realizar tudo isto.

Esta questão era tão premente para quantos viviam no Antigo Testamento com o é para nós hoje. Sem dúvida ouviam com atenção quando Moisés lhes dissera: «Coloco diante de ti a vida e a morte, a felicidade e a maldição. Escolhe a vida, e então viverás com toda a tua posteridade. Ama o Senhor, teu Deus, escuta a sua voz e permanece-Lhe fiel, porque Ele é a tua vida» (Dt 30, 19-20). Era claro o que tinham de fazer: deviam afastar-se dos outros deuses e adorar o verdadeiro Deus que Se tinha revelado a Moisés e deviam obedecer aos seus mandamentos. Talvez no vosso pensamento vos pareça muito improvável que, no mundo actual, as pessoas adorem outros deuses. Mas, às vezes as pessoas adoram «outros deuses» sem dar por isso. Os falsos «deuses» – independentemente do nome, da imagem ou da forma que lhes atribuamos – estão quase sempre ligados à adoração de três realidades: os bens materiais, o amor possessivo, o poder. Deixai-me explicar o que pretendo dizer.

Em si mesmos, os bens materiais são bons. Não poderíamos sobreviver por muito tempo sem dinheiro, vestuário e uma casa. Para viver, temos necessidade de alimento. Mas, se formos glutões, se recusarmos partilhar o que temos com o faminto e o pobre, então transformamos estes bens numa falsa divindade. Quantas vozes se levantam na nossa sociedade materialista dizendo-nos que a felicidade se encontra dotando-se da maior quantidade possível de bens e de objectos de luxo! Mas isto significa transformar os bens em falsas divindades. Em vez de nos trazer a vida, levam-nos à morte.

O amor autêntico é certamente uma coisa boa. Sem ele, a vida dificilmente seria digna de ser vivida. O amor dá satisfação à nossa carência mais profunda; e, quando amamos, tornamo-nos mais nós mesmos, tornamo-nos humanos de forma mais plena. E todavia como se pode facilmente transformar o amor numa falsa divindade! As pessoas muitas vezes pensam que estão a amar, quando na realidade procuram possuir ou manipular o outro. Por vezes tratam-se os outros mais como objectos para satisfazer as próprias necessidades do que como pessoas que se devem prezar e amar. Como é fácil ser enganado por tantas vozes que, na nossa sociedade, defendem um uso permissivo da sexualidade, sem qualquer consideração pela modéstia, pelo respeito de si mesmo e pelos valores morais que conferem qualidade às relações humanas! Isto é adorar uma falsa divindade. Em vez de nos trazer a vida, leva-nos à morte.

O poder que Deus nos deu para plasmar o mundo que nos rodeia é certamente uma coisa boa. Utilizado de modo apropriado e responsável, permite-nos transformar a vida das pessoas. Todas as comunidade têm necessidade de guias capazes. Como é forte, porém, a tentação de agarrar-se ao poder por si mesmo, de procurar dominar os outros ou explorar o ambiente natural para os próprios interesses egoístas! Isto é transformar o poder numa falsa divindade. Em vez de nos trazer a vida, leva-nos à morte.

O culto dos bens materiais, o culto do amor possessivo e o culto do poder levam muitas vezes as pessoas a «comportar-se como se fossem Deus»: procurar assumir o controle total, sem ter qualquer consideração pela sabedoria ou pelos mandamentos que Deus nos deu a conhecer. Este é o caminho que conduz à morte. Pelo contrário, a adoração do único Deus verdadeiro significa reconhecer n’Ele a fonte de tudo o que é bem, confiarmo-nos nós mesmos a Ele, abrirmo-nos à força regeneradora da sua graça e obedecer aos seus mandamentos: este é o caminho para quem escolhe a vida.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 22 de July de 2008 15:31

Discurso bonito mas inconsistente na prática. Os célebres sapatos de Bento XVI, o luxo dos panamentos, e não me parece que comam baratinho lá pelo Vaticano.

Gostava de saber o que é um uso permissivo da sexualidade. Exemplos onde esse uso não tenha consideração pela modéstia, onde há comprovadamente falta de respeito de si mesmo e já agora quais são os tais valores morais que conferem qualidade ás relações humanas.

O problema destes discursos é que são tão generalistas que tudo cabe. É um discurso politico que não compromete. Agrada a gregos e troianos.
Depois anda o resto do mundo a citar o papa para defender a sua sardinha. Grandes discussões e nada de conclusivo.

Discurso bonito com a utilidade do sino da igreja - uma rapariga estava em dúvida se devia casar ou não com um rapaz e foi pedir conselho ao padre. Vai este disse: "Minha filha, ouve o sino da igreja e ele te dará a resposta".
A rapariga ficou à escuta e ouviu... ca-sa-te, ca-sa-te, ca-sa-te... e casou-se.
Passado pouco tempo aparece lavada em lágrimas junto do padre que era muito infeliz, o marido era um traste. O padre responde: "Milha filha, não ouviste bem o sino. Ora escuta." E ela ouviu o sino dizer... não-te-cases, não-te-cases...

Assim são os discursos políticos do papa.
Mas são bonitos.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de July de 2008 04:23

Momentos chave das JMJ:

1 - o PAPA recebeu e acolheu dois homens e duas mulheres que foram abusadas sexualmente por padres enquanto crianças e deixou uam mensagem clara - a igreja não mais pactuará ou encobrirá esses comportamentos.

2 - Afirmação do Diálogo inter-religioso e do Ecumenismo.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 23/07/2008 04:23 por catolicapraticante.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 24 de July de 2008 14:57

Lena

Qual é o problema dos sapatos do Papa.

Não deves ter lido o discurso.

Se há coisa que não é é politicamente correcto.

Numa altura em que o amor livre impera falar como o Papa falou é obra.

Num mundo em que ter dinheiro é tudo falar como o Papa falou não é indiferente.

Enfim mas há sempre quem prefira embirrar com o sapatinhos com o casaco e com a Cruz.

Cristina

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: lcarlos (IP registado)
Data: 24 de July de 2008 22:02

Se esta igreja fosse como Jesus deseja, não faria nada disto, pois teria que andar fugida e escondida dos poderosos, pois foi os poderosos que lhe deram a morte de cruz, por que ele os incomodava, mas como esta igreja está de bem com os poderosos do mundo, os novos césares, e os não incomoda tanto como Jesus incomodaria, lá vai andando a entreter meninos e meninas, como ovelhas sem pastor.

Quanto dinheiro foi gasto neste evento? Muito possivelmente daria para não deixar morrer umas quantas crianças no mundo inteiro, muito possivelmente daria para construir mais um hospital, possivelmente daria para muita coisa. Mas optaram por mais umas jornadas da juventude, onde se FALA da fome, mas quem a tem NÃO esteve lá, porque já morreu.

Interessante. Sentir estas coisas na nossa alma.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 25 de July de 2008 08:38

Icarlos

Ignoras o bem que é para a sociedade acontecimentos como este, a importância que tem na vida das pessoas? E não só daquelas que nele participaram. Em muitíssima gente. A relevância que tem para a sociedade. O bem que daí resulta?

Neste assunto colocar a questão do dinheiro é aquilo que muitos fazem para que não se faça nada. Em nome do dinheiro querem a apatia, querem as consciências adormecidas. É mais cómodo.

Acontecimentos em que se fazem apelos a "valores mais altos" são muito importantes, mesmo que se tenha de gastar dinheiro.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 25 de July de 2008 10:29

Citação:
cristina dinis saraiva

Qual é o problema dos sapatos do Papa.

Não deves ter lido o discurso.

Se há coisa que não é é politicamente correcto.

O papa condena o luxo no discurso, certo? E depois vive na maior das humildades, certo? Errado!
Não sou eu que condeno ele ter bens materiais luxuosos, é ele.

Ele não é politicamente correcto?!? Nas questões de sexo não é, mas na dos dinheiros é sim. Sobre isto a primeira parte da intervenção do Icarlos foi certeira. Já a segunda não subscrevo.


Citação:
cristina dinis saraiva
Numa altura em que o amor livre impera falar como o Papa falou é obra.

O amor livre impera?!?! Uau, gostas mesmo de frases feitas e paraste nos anos 60/70.
Aliás esse termo é enganador, o Amor deve ser mesmo livre, sem amarras, sem condicionalismos.
Mas já sei, querem falar sobre sexo, tal como o papa quer, mas nunca chamam os bois pelos nomes nestas ocasiões, e lá andam com rodeios permitindo um milhão de leituras.
De facto é obra falar sobre algo, ter montes de gente a aplaudir e não ter falado coisa nenhuma de relevante. Não é para qualquer um, mas os papas geralmente são bons nisto.

Vamos ver de mais perto....

Citação:
papa
O amor autêntico é certamente uma coisa boa. Sem ele, a vida dificilmente seria digna de ser vivida. O amor dá satisfação à nossa carência mais profunda; e, quando amamos, tornamo-nos mais nós mesmos, tornamo-nos humanos de forma mais plena.

Totalmente de acordo! Amar em liberdade é isto.

Citação:
papa
E todavia como se pode facilmente transformar o amor numa falsa divindade! As pessoas muitas vezes pensam que estão a amar, quando na realidade procuram possuir ou manipular o outro.

A violência doméstica, física e emocional, encaixa aqui direitinho. Muitos homens dizem amar a sua mulher mas falam dela e tratam-na como se elas fossem coisas, objectos. Muitos pais vêem os filhos como propriedade sua não os respeitando enquanto indivíduos distintos. Muitas mamãs fazem aquela chantagem emocional torpe para levar os filhos por onde elas bem querem. O pedófilo diz amar as crianças.
Posse, manipulação.
Até aqui quem pode discordar do papa? Ninguém de juízo.

Citação:
papa
Por vezes tratam-se os outros mais como objectos para satisfazer as próprias necessidades do que como pessoas que se devem prezar e amar.

Calma... começa o lado dúbio. Esta frase pode ser a continuação perfeita do que está antes, mas também prepara o que vem a seguir.
Frase venenosa que nos tenta por de acordo com algo que não é terreno pacífico.

Citação:
papa
Como é fácil ser enganado por tantas vozes que, na nossa sociedade, defendem um uso permissivo da sexualidade, sem qualquer consideração pela modéstia, pelo respeito de si mesmo e pelos valores morais que conferem qualidade às relações humanas! Isto é adorar uma falsa divindade. Em vez de nos trazer a vida, leva-nos à morte.

Ta-rammmmm!!!
Chegou ao sexo! Como sempre, lol.
Estará ele a falar da pornografia? daqueles programas com meninas em trajos muito menores? dos concursos de beleza? dos salões automóveis com meninas estendidas sobre os carros? das meninas dos ring de box com plaquinhas a dizer round 3? do carnaval no RJ? dos clubes de strip? etc...

Aposto que a maioria vai dizer que tb se referia ao casamento homossexual, ao divórcio, ao sexo antes do casamento, ao uso de preservativo, ao fim do celibato... o pacote inteiro dos temas polémicos.
Mas está lá escrito? Não! Cada um lê nas entrelinhas o que bem entende.
Foi isso que eu falei no outro post...

Citação:
Lena
Gostava de saber o que é um uso permissivo da sexualidade. Exemplos onde esse uso não tenha consideração pela modéstia, onde há comprovadamente falta de respeito de si mesmo e já agora quais são os tais valores morais que conferem qualidade ás relações humanas.
O problema destes discursos é que são tão generalistas que tudo cabe. É um discurso politico que não compromete. Agrada a gregos e troianos.
Depois anda o resto do mundo a citar o papa para defender a sua sardinha. Grandes discussões e nada de conclusivo.

E ainda estou à espera dos exemplos... sentada, claro.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 25/07/2008 10:37 por Lena.

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 25 de July de 2008 12:50

Eu dou-te os exemplos

Swing
Clubes de strep que há em cada esquina
Banalização da prostituição
Abuso sexual de crianças

Cristina

Re: Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 25 de July de 2008 13:37

Citação:
cristina dinis saraiva
Eu dou-te os exemplos
Swing
Clubes de strep que há em cada esquina
Banalização da prostituição
Abuso sexual de crianças

Cristina


Citação:
papa
Como é fácil ser enganado por tantas vozes que, na nossa sociedade, defendem um uso permissivo da sexualidade, sem qualquer consideração pela modéstia, pelo respeito de si mesmo e pelos valores morais que conferem qualidade às relações humanas!

Swing - não me parece ser prática normal entre cristãos e não há assim tantas vozes a defender esta prática. Não vejo que aqui se aplique o "Como é fácil ser enganado por tantas vozes que, na nossa sociedade, defendem..."

Clubes de strip em cada esquina - uau, onde moras? hehe
Geralmente está associado à prostituição, se não estiver não vejo grande diferença entre isto e uma praia de nudismo ou um concurso de beleza.

Banalização da prostituição - se não for banal já pode?
Qual a diferença entre alguém que faz sexo por dinheiro com um homem (dentro do casamento) ou com vários?
Já alguma vez viste um programa que dá à noite na SIC radical chamado Rancho das coelhinhas? É muito interessante. Uma das prostitutas que lá está nunca teve relações sexuais com os clientes e no entanto eles voltam lá para ela.
Algo bem diferente da prostituta de rua que precisa do guito para a droga; para essas coitadas a prostituição é o menor dos problemas.

Abuso sexual de crianças - este não é um exemplo que possa encaixar nas palavras do papa. Quem, na nossa sociedade, defende tal? Já nem peço que o façam com um discurso que se torne enganador...

Já agora, porque escolhestes estes exemplos e não outros?

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 25/07/2008 13:38 por Lena.

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