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Exageros da nova liturgia
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 16 de June de 2008 15:46

Decidi abrir um tópico novo para que se possa partilhar o que se passa em algumas celebrações segundo o novo rito.

Na verdade no novo rito sob a capa de criatividade e "contacto com o povo" muitas alterações são introduzidas na celebração.

Admito que todas são introduzidas com bom propósito mas se umas valorizam a participação outras causam escandalo e podem provocar o afastamento dos fieis.

O panorama já foi pior mas aqui e ali ainda proliferam situações que os fieis não compreendem e que os sacerdotes devem evitar. Alguns exemplos.

- Padres prescidem da homilia em favor de leigos.
- Instruções que são dadas na Missa para que não se comungue na boca.
- Padres que optam por não distribuir a comunhão e em vez disso optam por "integrar o coro".

Começo por esta ultima.

Aconteceu numa vila do norte alentejano ontem na Missa de Domingo às 11.00

Lá fui com a minhas filhas à Missa das 11.

Padre novo que transborda felicidade.

Para lá de optimo orador canta e toca viola muito acima da média.

Ns musicas que acompanham a Missa o Padre canta e acompanha com uma violo que ele mesmo toca.

Até aqui tudo bem mas não é que na comunhão o Padre em vez de, como era sua atribuição, distribuir a comunhão aos fieis, cede essa tarefa a jovens da catequese e durante toda a comunhão opta por seguir a Missa no coro, de costa virada para a distribuição de conunhão.

Os paroquianos meio espantados lá foram comungando, O Padre coitado entusiasmado com a musica lá foi cantando e assim se passa no Portugal do seculo xxi.

É um apenas um exempplo do que se passa ainda hoje em muitas Igrejas portugueses em que Padres têm dificuldade em distinguir o essencial do acessório, o sagrado do profanos e a natureza das suas funções sacerdotais.

Também por estas razões muitas pessoas se afastam da prática religiosa.

O afã com muitos procuram a animação das celebrações acaba por, em alguns casos, prejudicar o que ela tem de melhor.

Cristina

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: IAmDudum (IP registado)
Data: 17 de June de 2008 17:02

Bem, então agora sou eu que coloco uma mensagem neste tópico, que é para não o deixar morrer em vão.

1 - Aconteceu-me há algum tempo estar numa missa na qual houve um baptizado. No momento da comunhão, não havendo coro e os fiéis resumirem-se a poucos (dado ser a meio da semana), o sacerdote entrega as duas píxides aos pais da criança baptizada e ala para o seu lugar. Nem coro, nem moiro: apenas se lembrou de dar a outros o que lhe competia fazer.

2 - Como referi noutro tópico, fui a uma missa na qual ninguém (sequer o sacerdote ou o acólito) se ajoelhou na consagração. É que nem ajoelhar, nem genuflectir, nem inclinar, nem nada...

Mas tenho outras histórias, obviamente, e pode ser que as conte mais tarde. Só agradeço a Deus o facto de nenhuma destas situações ter ocorrido na minha paróquia!


IAmDudum

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 17 de June de 2008 23:11

Cristina e Iamdudum

Compreendo que estas questões protocolares vos incomodem, mas para a maioria dos cristãos são meramente secundárias. Ora o melhor será ver como Jesus agia no Evangelho. E não encontro por lá nenhuma preocupação com o tipo de detalhes que vos preocupam.

pontosvista

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 18 de June de 2008 02:25

1. Este tópico sugere-me mais uma vez o velho «aforismo»: «Abusus non tollit usum» (o abuso não destrói/impede o uso).

É evidente que há abusos na Liturgia e sempre houve. Mas os abusos litúrgicos que acontecem no «Novus Ordo» nem são uma novidade desta forma do Rito Romano; não são argumentos que invalidem o mesmo. É pena que se tente insistir nesta tecla. Já falei disto quando, tendo eu aberto um tópico onde se mostrava, com «links» para o «Youtube» como é a missa tridentina, o Sebastião se apressou a colocar um «link» que mostra abusos no «Novus Ordo».


2. As rubricas (determinações litúrgicas, que aparecem em cor «rubra», isto é, vermelho, nos respectivos livros litúrgicos) são importantes na Liturgia, mas não se confundem com ela.


3. Também é importante ter em conta que nem todas as rubricas têm o mesmo grau de importância. Não é o mesmo substituir uma leitura bíblica por uma leitura profana qualquer (este é um abuso e, em alguns casos, muito sério) e omitir o lavabo (uma tendência cada vez mais frequente).

Nos casos concretos contados, têm, naturalmente, graus diferentes. Em princípio, o padre deve distribuir a comunhão e isto pode constituir um abuso importante. No caso do ajoelhar durante a consagração, em princípio o sacerdote deve genuflectir e o acólito ajoelhar, mas isso depende também de outros factores. É normal em Portugal, mas não o é em todos os países e culturas. Sabendo disso, a «Instrução Geral do Missal Romano» diz:

Citação:
IGMR
«43. Os fiéis estão de pé: desde o início do cântico de entrada, ou enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração coleta, inclusive; durante o cântico do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e desde o invitatório "Orai, irmãos", antes da oração sobre as oferendas, até ao fim da Missa, exceto nos momentos adiante indicados.
Estão sentados: durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e durante a preparação dos dons ao ofertório; e, se for oportuno, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão.

Estão de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração.

Compete, todavia, às Conferências Episcopais, segundo as normas do direito, adaptar à mentalidade e tradições razoáveis dos povos os gestos e atitudes indicados no Ordinário da Missa[54]. Atenda-se, porém, a que estejam de acordo com o sentido e o caráter de cada uma das partes da celebração. Onde for costume que o povo permaneça de joelhos desde o fim da aclamação do Sanctus até ao fim da Oração eucarística, é bom que este se mantenha.

Para se conseguir a uniformidade nos gestos e atitudes do corpo na celebração, os fiéis devem obedecer às indicações que, no decurso da mesma, lhes forem dadas pelo diácono, por um ministro leigo ou pelo sacerdote, de acordo com o que está estabelecido nos livros litúrgicos.»


4. Também me parece conveniente uma distinção que nem toda a gente tem presente: uma Eucaristia bem celebrada não é tautologicamente o mesmo que uma missa onde foram respeitadas todas as rubricas a «régua e esquadro». A este propósito dois casos:

a) Estive não há muito tempo numa missa que me «irritou»: o padre (bastante jovem, por sinal) seguiu todas as rubricas, mas, de facto, celebrou uma «missa privada» diante de umas 500 pessoas. No momento em que dizia «O Senhor esteja convosco» não olhava para ninguém. Neste caso, teria sido preferível que a missa fosse tridentina, de costas para o povo, porque, nesse caso, algumas vezes olharia para o povo... Houve ali muita rubrica, mas fraca liturgia, sendo que se tratava de uma celebração muito importante do ano litúrgico.

b) Há uns anos fui a uma ordenação diaconal, onde tudo estava tão «perfeito», tão «perfeito», que os acólitos moviam-se em ângulos rectos, bastante roboticamente, lembrando um «sketch» dos «Monty Python». Em Liturgia, como em tudo, também deve haver bom senso, sensibilidade e equilíbrio. Não confundir a solenidade com a rigidez «militar»!


5. É claro que nisto há algo não «confessado» que tem enorme importância, a saber, a atitude de fundo face às normas. E aqui encontramos gente e atitudes para todos os gostos. As atitudes «extremas» são as mais preocupantes, seja as da rigidez absoluta, seja as das do «vale tudo»...

a) Há pessoas para quem todas as rubricas têm que ser obedecidas com todo o rigor, em qualquer circunstância, enquanto que outras concedem «excepções» de acordo com as circunstâncias... Por exemplo, está mandado que o padre sempre celebre com casula casula, mas alguns não a usam quando está muito calor... Enquanto para os «rigoristas» isto é um abuso, para outros trata-se de uma questão de bom senso...

[A este propósito, recordo a primeira intervenção do s7v7n neste fórum: dizia ele fazer-lhe confusão «haver ordem do Vaticano para que os comungantes não comungem por si mesmos e não levem a Hóstia no vinho, e [...] tanto padre que ensina as pessoas a fazerem». Como ninguém lhe respondeu e insistiu, escrevi: «Se a tua questão é de ordem legal, já tens a resposta, porque sabes o que está escrito "pelo Vaticano"».]

b) Entre o vale-tudo, também abundam os exemplos e normalmente só estes são «sancionados»: já fui a uma missa onde o padre presidiu à Eucaristia, num local de culto aberto ao público, usando apenas estola sobre uma vulgar camisa de manga curta, sendo que havia sacristia e alva disponível... Neste caso, até se poderia pensar que todas as pessoas presentes (umas dezenas) aceitariam isto de bom grado e, portanto, não havia «escândalo», mas muitas pessoas não ficaram nada contentes com a atitude «provocadora» do senhor padre «iluminado»...


6. Nisto dos «exageros» ou maus exemplos litúrgicos há muitos outros elementos a ter em conta, que vão para lá das «rubricas». Aqui ficam alguns exemplos, ao correr das teclas:

- homilias mal preparadas ou nada preparadas e longas, «levando» (para «compensar» o tempo perdido) ao...

- ...uso exclusivo da Oração Eucarística II, que é a mais breve, a correr, às vezes atropelando as palavras;

- leituras pessimamente mal lidas (e em igrejas de má acústica), a correr, como se fossem para o próprio leitor e não para uma assembleia;

- cânticos mal executados, arrastados e/ou abandalhados;

- o péssimo costume de chegar atrasado à missa, perturbando em muitos casos a escuta e compreensão das leituras (ou mesmo da homilia!);

- nas missas com poucas pessoas, uma pessoa por cada dois ou três bancos, bem longe umas das outras (dando tantas vezes uma imagem algo deprimente);

- interpolações injustificadas dentro da Eucaristia, mesmo com a melhor das intenções: por exemplo, em algumas festas populares com missas cantadas e sermão no momento da homilia o «senhor padre pregador» começa e termina o sermão com um «Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo...» e às vezes alguma oração mais, como se tivéssemos uma liturgia autónoma dentro da liturgia. Isto mostra falta de sentido litúrgico. O mesmo se diga dos padres que rezam em voz alta «Avé-Marias» no momento da Acção de Graças. Não é o momento litúrgico adequado!

- o «kitsh» religioso: há ainda, infelizmente, muito mau gosto estético na nossa «tradição» latino-portuguesa, nas imagens, nas músicas... A elevação do Latim do rito tridentino parece não ter conseguido grande coisa a este nível. Este é também um problema cultural... Nisto, quando vejo a tradição oriental, nos seus ícones, nos seus cânticos, sinto uma certa inveja... E nisto do mau gosto, que me perdoem os mais «tradicionais», mas as alvas cheias de rendas, dos pés à cintura, são um pouco... estranhas... E aquelas imagens dos santos (sobretudo as pagelas ou «santinhos»), com todos os santos com cara de meninos imberbes são... fraquinhas... Felizmente isto tem vindo a mudar, para melhor, mas ainda há muito a fazer;

- o abuso do microfone por parte do sacerdote: não haverá quem diga aos padres que não é muito recomendável sobrepor a sua voz ao coro, arruinando tantas vezes os cânticos?

Alef

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 18 de June de 2008 23:48

Caros Cristina e IAmDudum,

É fácil todos concordarem que tais exageros e abusos são erros que devem ser evitados e corrigidos. Creio que todos estamos de acordo com isso. Talvez um misto de boa vontade e falhas na formação possam ser a causa destas situações.

Aquilo que eu não compreendo é porque não se defende apenas a correcção destes erros, e parte-se logo para a substituição do rito litúrgico.

Se as falhas de formação continuarem e reinar apenas a boa vontade, o que impediria que estes ou outros abusos também acontecessem no rito tridentino?

Obrigado,
Luís Gonzaga

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: IAmDudum (IP registado)
Data: 20 de June de 2008 14:43

Eu não defendo a liturgia tridentina por qualquer tipo de erro ou abuso que possa existir na celebração da missa bugniniana, por qualquer confronto com os Santos Padres ou mesmo por considerar que os sacerdotes actualmente não estão preparados para o ser. A questão é que este é um problema de fundo. Começando pelas péssimas traduções (o eterno exemplo do "Ele está no meio de nós" ou o, mais grave, "por vós e por todos".) Mas não é por um mero erro eventual que defendo a missa gregoriana.
Os Santos Padres sempre souberam interpretar bem a Cátedra que o Divino Espírito Santo lhes atribuiu. Desde São Pedro a Bento XVI, de João XXI ao Beato João XXIII, de Alexandre VI a São Pio X. E quanto aos sacerdotes, os que estão junto do povo, os que diariamente mantêm paróquias e capelas por todo o mundo, continuam com a consciência de que a Renovação do Sacrifício da Cruz é o núcleo central (passe o pleonasmo) de cada Santa Missa. Mas a fé esvai-se por entre as brechas abertas na Igreja e que tanto dão para passar para lá a fé, como para cá o que se sabe. E quanto menos fé, quanto mais fraca é a nossa fé, mais deixamos de ser tudo aquilo que temos de ser, enquanto católicos (e com maior responsabilidade para os crismados): Soldados de Cristo.
Mas isso daria para outra discussão maior, mas o tempo urge e logo escrevo uma resposta que dê para satisfazer as dúvidas existentes. Li noutro tópico que o JMA escreveu que "Incapazes de responderem às questões que levantei, pela simples razão de que não têm resposta para elas, partem para novos delírios". Bom, não tinha prestado muita atenção às perguntas - para não dizer nenhuma - mas logo respondo, talvez para a semana. Só gostaria de responder desde já a este comentário que fez: "Os protestantes saíram não aceitando o Concílio de Trento; os Velhos Católicos não aceitando o 1º Concílio do Vaticano; os Lefebvrianos não aceitando o 2º Concílio do Vaticano." Dizer isto é desconhecer um erro. Os protestantes iam contra os ensinamentos da Igreja desde sempre, assim como os Veteros ao saírem da Igreja foram contra os seus ensinamentos. Dom Lefebvre nunca saiu da Igreja nem pretendeu sair. Mas os críticos do Concílio Vaticano II contam-se para além das fileiras dos apoiantes do Monsenhor: Desde os Cardeais mais importantes da altura (Ottaviani e Bacci) aos padres que no povo viviam (São Pio de Pietrelcina, bem como inúmeros sacerdotes anónimos).

Agora, o Luís pergunta "porque não se defende apenas a correcção destes erros, e parte-se logo para a substituição do rito litúrgico". Talvez por serem os defensores da Missa de Sempre quem se mais preocupa com o estado a que isto chegou (falo no geral).

"O que impediria que estes ou outros abusos também acontecessem no rito tridentino?" Uma questão, vamos lá, de 'uniformização da jurisprudência'. Até porque é mais difícil inventar e variar em latim, a língua perfeita (e isto vai para além de qualquer concepção doutrinária) da missa perfeita.

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 20 de June de 2008 14:49

Luis

É obvio que o problema não está no rito.

Podem existir (e há comcerteza) abusos na forma extraordinária e missa na forma ordinária que

Agora não devemos negar que algumas pessoas procuram a forma extraordinária como reacção aos abusos que proliferam na forma ordinária.

A reforma veio trazer o apelo à criatividade que (quando mal interpretada) pode dar disparate.

Na forma extraordinária está tudo mais "disciplinado" é tudo mais "by the book".

Para uns será uma desvantagem para outros será uma vantagem.

Não posso deixar de terminar sem clarificar que nunca usei este argumento para apregoar um regresso à forma extraordinária.

Não apregoei porque não defendo. Defendo a coexistencia das duas formas do rito latino num clima de paz liturgica. Penso que existem condições para tal e que essa diversidade ~só vai enriquecer a igreja.

Cristina

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 23 de June de 2008 08:47

Quando os efeitos do Concílio Vaticano II chegaram à nossa terra, parecia que a Igreja emergia novamente e em força como espaço de encontro, deixando de ser um mero espaço de formatação de pessoas. Assim na liturgia de pequenos grupos era normal haver homilias partilhadas, oração dos fiéis partilhada, sentido de fraternidade, com cânticos escolhidos a gosto das pessoas e tudo o mais que é sinal de espontaneidade e força do Espírito Santo, tal como teria acontecido nas reuniões dos bispos.
Exagero é querer voltar à formatação maquinal das liturgias. Entendo que gostos não se discutem e, se o rito tridentino nunca foi abrogado, o que é justo, não entendo todo este frensim à volta de um motu próprio, que nada diz de novo. De coisas novas é que estamos a precisar.

*=?.0

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 23 de June de 2008 10:34

Albino

O Motu Proprio não diz nada de novo?

Em que mundo é que vives?

O Motu Proprio liberalizou a Missa na forma extraordinária.

Qualquer Sacerdote pode celebrar a Missa na forma extraordinária em qualquer parte do mundo.

Qualquer grupo de católicos pode participar em qualquer paroquia do mundo na Missa sona forma extraordinária.

Com o Motu Proprio muito mudou.

Para teres uma ideia no ultimo ano foram rezadas Missas na forma extraordinária em centenas de locais incluindo cerca de 30 catedrais que não tinham essa experiencia desde o inicio dos anos 70. Para te dar dar alguns exemplos emblemáticos tal sucedeu na Catedral de Burgos, em Westminster e na Notredame.

Cristina

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: Jacob (IP registado)
Data: 23 de June de 2008 11:13

IamDudum,

Sinceramente, e sem qualquer maldade, há certas expressões que me fazem um pouco de impressão: "Missa de sempre", "missa perfeita", "língua perfeita". Já dizia o outro: "Perfeito, perfeito, só se a superbock fosse mini". :-)
Missa de sempre, na minha opinião, é a da "fracção do pão" e a do memorial de Cristo. O resto não passa de ritos ou liturgias. A fracção do pão, essa sim, é transversal a toda a história do cristianismo.
Missas perfeitas também não as há: basta ler um pouco da história da Igreja para saber. Quanto abusos não se cometeram, mesmo antigo ordo! E quanto à língua perfeita: latim? A língua "perfeita" é aquela que serve a sociedade, a comunicação entre os seus membros, aquela que torna compreensível e veicula conteúdos. Ora, o latim não serve para estes intuitos. Sabes falar esta língua perfeita? Falas com os teus colegas o latim? Ou consideras a hipótese de todo o mundo voltar ao latim, tal como o sonho do Esperanto?
Por fim, afirmares categoricamente que os defensores da "missa de sempre" são os que, no geral, mais se preocupam com o estado a que isto, na tua opinião, chegou é francamente abusivo.
O novo rito tem poucas dezenas de anos de existência. Naturalmente necessita de aprofundamento, de solidificação e até de ser potencializado. E para que isso aconteça é necessário o contributo de todos, corrigindo fraternalmente os abusos e louvando o que de bom o novo rito trouxe.

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 23 de June de 2008 13:22

Jacob

Concordo que nem tem tudo é mau no rito da reforma.

Foi importante ter havido uma reforma e é bom que haja um clima de paz liturgica.

Não faz sentidos os catolicos se andarem a criticar contra uma ou outra forma do rito latino.

Ambas são formas do sacrificio de Nosso Senhor Jesus Cristo e nessa dimensão são ambas perfeitas.

Há assuntos e desafios tão importantes que o que devemos prosseguir é um clima de paz liturgica

Cristina

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de June de 2008 13:49

Que o retrocesso ao latim veio destruir.

católica praticante

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 23 de June de 2008 14:09

Curiosa ideia essa de que a permissão da missa em latim veio destruir o clima de paz liturgica.

Mas é exactamente o contrario com o Motu proprio passou a ser possível existir Paz Liturgica para além do regresso de movimentos à plena comunhão.

É indisfarcável o mau estar que alguns sectores destilam com a permissão da Missa na forma extraordinária.

Andaram décadas a afirmar que se tratava de um rito revogado.


Esta reacção denota uma falta de fé no Missa da reforma que é preocupante.

Unidade na diversidade é o que enriquece a Igreja e não formulas unícas que não respondem a todas as propensões.

Cristina

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de June de 2008 14:24

Parece-me que essa tranquilidade litúrgica existia.
A minoria que seguia o rito tridentino, em clara ruptura com a igreja católica , continuava alcantilada no seu reduto minoritário, sem grande visibilidade externa e sem perturbar a globalidade da Igreja.

Com o Motu Proprio nada se alterou. Essa minoria radical continua a insultar o Papa , os Bispos e o Concílio vaticano II, e a defender um processo de ruptura,havendo mesmo fortes cisões internas nesses grupelhos.

A Igreja propriamente dita e as várias comunidades eclesiais tiverem alguma dificuldade em interpretar com serenidade este retrocesso a uma questão que estava resolvida há quarenta anos.
O rito tridentino, enquanto versão extraordinária, nada traz de verdadeiramente novo ou vivificante às comunidades cristãs, nem nenhum contributo positivo para a prática litúrgica.
O Motu Proprio gerou um clima de alguma turbulência litúrgica, com os tradicionalistas a sentirem as suas posições bélicas e radicais ( algumas claramente sedevacantistas) mais reforçadas. Deu-se-lhes uma visibilidade social quando são um epifenómeno com uma expressão residual e sem qualquer impacto na vida das comunidades cristãs.

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 23/06/2008 14:27 por catolicapraticante.

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 23 de June de 2008 15:21

Durante algum tempo sentia-se que era importante responder às leituras com cânticos "sentidos". Mas à medida que os compositores de música litúrgica desenvolveram formas musicais próprias para os salmos, começou a ser claro que a melhor resposta à 1ª leitura era cantar o salmo responsorial, tal como proposto pelo ordinário, até porque os salmos são 150 o que "dá pano para muitas magas". Também admito que o usar o latim para dizer partes do ritual cujo sentido toda a gente conhece pode ser enriquecedor, segundo o princípio de que só se ama aquilo que se conhece. A arte não surge por geração espontânea, mas exige esforço de síntese e construção.

*=?.0



Editado 1 vezes. Última edição em 23/06/2008 15:22 por Albino O M Soares.

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: IAmDudum (IP registado)
Data: 24 de June de 2008 02:10

Caro Jacob,

Como é evidente não falo com os meus amigos em latim. Tampouco percebo pouco mais do que o 'latim de missa' (Pai Nosso, Avé Maria, etc.) Mas também São João Maria Vianey não entendia nada de latim, mas a sua paixão pela Santa Missa levou a que hoje seja o padroeiro dos sacerdotes. Mas isso não impede que reconheça a importância do latim como sendo uma língua essencial, a matemática básica das Letras (assim como reconheço a importância da matemática mesmo sem entender as grandes equações e teoremas).
Depois, quando afirmei "categoricamente que os defensores da 'missa de sempre' são os que, no geral, mais se preocupam com o estado a que isto [chegou]" é uma constatação de um facto: quem é que começou este tópico?
Por último, essa da "'fracção do pão' e a do memorial de Cristo." deixa muito a desejar, relativamente à doutrina católica. Mas estou em crer que foi uma questão de expressão que utilizaste. E, sendo assim, concordo quando dizes que "há certas expressões que me fazem um pouco de impressão".

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 24 de June de 2008 07:48

1 -
Citação:
Dududm
Como é evidente não falo com os meus amigos em latim.
Porquê?

Citação:
Jesus
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
Citação:
Jesus
Já não vos chamo servos, (...)mas chamei-vos amigos...
2 -
Citação:
Dudum
a importância do latim como sendo uma língua essencial, a matemática básica das Letras
Não usamos a matemática cada vez que vamos ao supermercado ou fazemos as rotinas básicas de organizar o nosso quotidiano??
Terá o latim a mesma utilidade, importãncia ou universalidade?

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 24/06/2008 08:01 por catolicapraticante.

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: IAmDudum (IP registado)
Data: 25 de June de 2008 01:35

Francamente não entendi nada, ó "CatólicaPraticante". Então se eu não falo em latim com os meus amigos... é porque não falo latim! Mas reconheço a sua importância. Evidentemente que não tem igual à matemática, porque cada coisa tem de sua medida tabela. Mas ao falar falas latim. É certo que modificado, mas é latim. O latim é uma língua viva, minha cara, mais viva do que muitas.

Mas já agora aproveito para comentar esta tua frase: "O Motu Proprio gerou um clima de alguma turbulência litúrgica, com os tradicionalistas a sentirem as suas posições bélicas e radicais ( algumas claramente sedevacantistas) mais reforçadas."

"Disse Jesus: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: 'Filho, vai hoje trabalhar na vinha.' Mas ele respondeu: 'Não quero.' Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi. Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: 'Vou sim, senhor.' Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Responderam eles: «O primeiro.»" (Mateus 21:28-31)

E eu pergunto: quem mais faz a vontade do pai? Será quem se afirma praticante e afinal age de modo diferente?

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 25 de June de 2008 08:13

Citação:
IAmDudum
O latim é uma língua viva, minha cara, mais viva do que muitas.

A menos que se tenha tratado de uma hipérbole, declarar que o Latim é uma língua viva é um erro.
Ninguém tem o latim como língua nativa. Não há bebés a aprenderem o latim como primeira língua.
É uma língua morta, ponto.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Exageros da nova liturgia
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 25 de June de 2008 10:46

Seria interessante um novo latim, pelo menos sem aquela pirosada das declinações.

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