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Como superar as dores e conseqüências do adultério
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de May de 2008 05:35

Como superar as dores e conseqüências do adultério

O casal cristão deve analisar com paciência e coragem a reconciliação

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O matrimônio está embasado em três grandes princípios: fidelidade, indissolubilidade e fecundidade. O amor dos esposos é comparado, por São Paulo, ao amor “fiel, indissolúvel e fecundo” entre Cristo e a Igreja: “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Mt 5, 25). A quebra da fidelidade conjugal fere e contradiz a união de amor entre Cristo e a Igreja, porque cada casal que se une pelo sacramento do matrimônio sinaliza na terra a união de Deus com os homens, de Cristo com a Igreja.

O adultério é falta grave; ao falar dele o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que: “Cristo condena o adultério mesmo de simples desejo (cf. Mt 5,27-28). O sexto mandamento e o Novo Testamento proscrevem absolutamente o adultério (cf. Mt 5,32; 19,6; Mc 10,11-12; 1Cor 6,9-10). Os profetas denunciam sua gravidade. Vêem no adultério a figura do pecado de idolatria (Os 2,7; Jr 5,7; 13,27)” (CIC §2380).

E mais: “O adultério é uma injustiça. Quem o comete falta com seus compromissos. Fere o sinal da Aliança que é o vínculo matrimonial, lesa o direito do outro cônjuge e prejudica a instituição do casamento, violando o contrato que o fundamenta. Compromete o bem da geração humana e dos filhos que têm necessidade da união estável dos pais” (CIC §2381).

Aqui a Igreja explica bem todo o perigo do adultério; ele fragiliza a aliança matrimonial e põe em risco a estabilidade do lar e a felicidade dos filhos. Por essa razão, o cristão deve lutar com todas as forças contra esse mal. Não se pode brincar com esse perigo porque se pode nele perecer.

Infelizmente, hoje, há muitas forças tenebrosas que empurram as pessoas para o adultério. Uma sexualidade cada vez mais acintosa e provocante, especialmente pela internet, televisão, filmes, revistas, entre outros. Por outro lado, os problemas conjugais, as inseguranças e carências dos cônjuges, criam circunstâncias perigosas que, muitas vezes, empurram alguns para a falta do adultério.

Há o caso do adultério ocasional, cometido uma vez, por fraqueza humana, falta de vigilância e oração; e há também aquele adultério repetido, assumido, consumado, que é muito mais grave e difícil de ser superado. Ambos, sem dúvida, caracterizam falta grave; jamais podem ser justificados. No entanto, o adultério não deve ser automaticamente um motivo de separação do casal. Não. Sempre é possível uma mudança de vida, o arrependimento, o pedido de perdão ao cônjuge ferido e a retomada da fidelidade. Especialmente o Sacramento da Confissão pode apagar toda a culpa e lavar os corações da mancha do pecado. O casal cristão deve analisar – com paciência e coragem – esta recuperação e reconciliação pelo bem deles mesmos e pelo bem dos filhos.

O Código de Direito Canônico diz no Cânon 1152 que: “Embora se recomende vivamente que o cônjuge, movido pela caridade cristã e pela solicitude do bem da família, não negue o perdão ao outro cônjuge adúltero e não interrompa a vida conjugal; no entanto, se não tiver expressado ou tacitamente perdoado sua culpa, tem o direito de dissolver a convivência conjugal, a não ser que tenha consentido no adultério, lhe tenha dado causa ou tenha também cometido adultério. Existe perdão tácito se o cônjuge inocente, depois de tomar conhecimento do adultério, continuou espontaneamente a viver com o outro cônjuge com afeto marital; presume-se o perdão, se tiver continuado a convivência por seis meses, sem interpor recurso à autoridade eclesiástica ou civil”.

Portanto, a Igreja deixa claro que prefere o perdão para o adúltero; evidentemente se este reconhecer a culpa e estiver arrependido. O cônjuge cristão deve lutar com todas as forças humanas e sobrenaturais da fé para superar essa difícil situação. Precisará unir-se profundamente a Deus e contar com a graça dos Sacramentos, especialmente o da Eucaristia e da oração “sem cessar” (cf. 1Tes 5,16). Para Deus tudo é possível; e muitas vezes, um casal se une ainda com mais amor e maturidade após uma situação de adultério. De forma que este não deve ser a decretação do fim do casamento.

Nesse caso, o cônjuge cristão precisa lutar com tranqüilidade e fé, sem deixar que o desespero e o desânimo tomem conta da situação. Nessa hora é preciso rezar muito, dar tempo ao tempo, esperar com paciência e permanecer fiel a Deus e aos filhos. E também pedir a ajuda de pessoas maduras que possam fazer uma mediação entre os dois. De forma alguma a parte traída deverá partir para um novo relacionamento; pois isso complica ainda mais a situação e pode impedir a saudável reconciliação do casal. Muitas vezes, um casal se reconcilia depois até de anos de separação. O tempo passa, os sofrimentos, às vezes, se abatem sobre as pessoas e muitas coisas mudam. Deus age quando rezamos.

Sobretudo, o cônjuge cristão ferido pelo adultério deve saber que está em paz com Deus e com sua consciência, enquanto o outro está no pecado e não pode viver em paz. Portanto, deve permanecer em sua missão de esposa (o) fiel, servindo aos filhos com muita atenção e carinho para superar as dores da ausência do companheiro (a).

Essa é uma ocasião também para se refletir profundamente nas possíveis causas que puderam ter provocado a situação de adultério. Por que o amor do casal arrefeceu? Por que o outro caiu no adultério? Faltou a atenção recíproca, faltou o carinho conjugal, faltou harmonia sexual? Enfim, as causas devem ser analisadas objetivamente para serem removidas, de forma a se possibilitar a reconciliação.

Evidentemente todo casal deve se precaver para que um dos cônjuges não seja levado ao adultério. A prevenção sempre é a melhor terapia. Para isso é preciso que o casal alimente a vida espiritual, a vida de oração e sacramental; pois está provado que esses casais normalmente vivem a fidelidade conjugal. Por outro lado, o carinho, a atenção constante com o outro e tudo o que alimenta o amor conjugal, deve ser cultivado dia a dia. É muito difícil hoje um casal se manter verdadeiramente fiel um ao outro se faltar para eles a vida espiritual, o cultivo do amor recíproco e um diálogo sempre aberto sobre todos os problemas.

O casal com dificuldades conjugais precisa procurar logo a ajuda de um orientador (a) maduro (a) e capaz de auxiliá-los. Tudo isso é possível e fundamental para o bem da família e do casal.

A felicidade da sociedade depende das famílias e dos casais; por isso, todo esforço é necessário para lutar contra o adultério.



Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias".

Re: Como superar as dores e conseqüências do adultério
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de May de 2008 10:34

Uma boa forma de superar as dores do adultério é um divórcio rápido.

católica praticante

Re: Como superar as dores e conseqüências do adultério
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de May de 2008 11:05

Não entendo que tipo de reconciliação esperam nas situações em que para lá do adultério, há humilhação, chantagem psicológica, dependência económica, violência doméstica... cheira-me a escravatura e a burrice, nunca a piedade ou perdão.
Depois aparecem a dizer que a culpa é do individualismo, que as pessoas hoje pensam demais em si e menos nos outros.
Pois eu digo que quem quer pensar e fazer algo pelos outros, tem de pensar primeiro em si.
Que tipo de mensagem transmite uma mulher às suas filhas e filhos quando é usada pelo marido que chega bêbado a casa e lhe bate sistematicamente? Que tipo de valores são transmitidos? Como podemos ensinar a respeitar quando admitimos que não nos respeitem?

E essa de desculpabilizar o adultério com as tentações do mundo... mas as pessoas são feitas de quê? São fantoches que andam ao sabor do vento, sem vontade, sem capacidades?
É a cultura do maria vai com as outras...

Não vivemos em ambientes assépticos, temos de criar mecanismos de prevenção, de resposta imunitária e isso passa pela valorização da nossa individualidade e não pelo "encarneiramento". Só quem sabe pensar pela sua cabeça toma decisões, o resto rasteja.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Como superar as dores e conseqüências do adultério
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de May de 2008 11:31

Lena:

Concordo com a tua reflexão.

Do texto aqui postado só posso deduzir que o Prof Filipe Aquino está disposto a desculpar o adultério da sua mulher.

Agora que isso se aplique a outros casais e seja uma "norma moral a seguir".....

Repara que o próprio Direito Canónico admite o "divórcio" ou separação devido aa uma situação de adultério chamando-lhe eufemisticamente dissolução da convivência conjugal ...

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 21/05/2008 11:36 por catolicapraticante.

Re: Como superar as dores e conseqüências do adultério
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de May de 2008 17:27

Há quem já pensasse como a Lena e como a CP. Só que a traição bateu-lhes a porta. Umas, porque os pais o foram, foi-lhes mais fácil aceitar a traição. Outras tiveram uma família maravilhosa, mas ficaram com os maridos por causa dos filhos. Outros as mulheres fogem com outros e depois ainda as aceitam para trás. E o mundo da traição! E quantas/os andarão enganadas/os?

Acho que cada um deve fazer o que o seu coração lhes indicar a fazer...E Deus que tenha compaixão de quem sofre por essas causas...E felizes dos casais que sabem respeitar-se a si mesmo e aos outros!

Re: Como superar as dores e conseqüências do adultério
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de May de 2008 19:51

Ficar com alguém por causa dos filhos é assinar uma declaração de incapacidade social.
Conheço quem diga que é por causa dos filhos. Curioso que eles crescem e até saem de casa, seguem as vidas deles e a desculpa mantém-se, assim como as viagens ao estrangeiro, os carros, a roupa de marca... os amigos coloridos vão mudando.

Há uma velha canção que gosto mas que sempre odiei a letra. As Helenas desta música são o oposto total do (meu) desejável.

Mulheres de Atenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seu maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas
Quando eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas
Obscenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas
Helenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas


Ahhh, gosto muito da maneira como penso e ajo. Obrigada.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Como superar as dores e conseqüências do adultério
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de May de 2008 21:11

"Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas "


Por isso aceitam viver com maridos adúlteros.

católica praticante

Re: Como superar as dores e conseqüências do adultério
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 22 de May de 2008 04:52

Deus que fale...



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