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Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 11 de May de 2009 18:37

Alpha,

Para começar, gostei muito da tua resposta.

Citação:
Alpha
Olá JMA,
Citação:
JMA
De acordo, trata-se do repúdio.

Entendes, então, que a mensagem de Jesus tem apenas significado no contexto histórico? Condena o divórcio (repúdio) na Judeia e fica por aí, porque actualmente o conceito de repúdio não tem grande sentido? Segundo São Mateus, Jesus já fala em divórcio. Em São Lucas é ainda mais claro. Tal como São Paulo.

Também a Tradição nos ensina isso, que Jesus ensinou que o casamento é indissolúvel.

Não tem "apenas" significado no contexto histórico, naturalmente.

Mas deves convir que, no que respeita à protecção dos mais fracos - que foi sempre um dos pilares do Cristianismo - a situação do repúdio naquela data e naquela sociedade não é comparável ao divórcio hoje, na nossa sociedade.

Quero com isto dizer que me parece que um dos motivos para a proibição do repúdio era o da protecção da mulher naquela sociedade. Situação que não se coloca com tão grande frequência nos nossos dias.

Citação:
Alpha
Citação:
JMA
Por outro lado, não permite que o/a divorciado/a refaça a sua vida com uma terceira pessoa. A aceitação do divórcio por parte dos ortodoxos permite um segundo casamento religioso, em tudo igual ao primeiro. Há aqui uma diferença significativa.

Primeiro, os ortodoxos entendem o o divórcio e um novo casamento como concessão ao pecado humano. No ofício dos segundos casamentos muitas das partes do ofício de casamento normal são substituídas por orações penitenciais. Ou seja, a Igreja Ortodoxa entende o divórcio como um pecado e permite o «recasamento» por motivos de filantropia.

Também só o permite em casos muitos concretos (casamentos coagidos, adultério, infertilidade). Também na Igreja Católica o casamento é nulo se foi um dos noivos o celebrou coagido. No caso do adultério, os Ortodoxos escudam-se em S. Mateus. No entanto a hermenêutica diz que caso haja um texto discordante e todos os restantes sejam claros, essa passagem (a discordante) deve ser «desconsiderada». São Jerónimo, também assim ensinam. Quanto à infertilidade...

Uma coisa que não entendo no caso dos Ortodoxos é permitirem dois «recasamentos» e, segundo o seu direito canónico, impedirem os terceiro e posteriores «recasamentos».Parece-me existir aqui uma incongruência..

No entanto, e para o caso, o que interessa é que a Igreja Ortodoxa considera o divórcio e os recasados como pecado e pecadores, permitindo apenas os recasamentos por filantropia e impondo orações penitenciais nos novos casamentos.

Também não defendo que o divórcio seja um bem. Longe disso. Mas que é uma situação para a qual a Igreja tem de ter resposta.

Os ortodoxos arranjaram uma solução. Como qualquer solução, com limitações, dada a própria natureza da questão. E a Igreja, se me permites, em vez de arranjar soluções assobia para o lado.

Os ortodoxos consideram os divorciados como pecadores. De acordo, eu também. Mas tu conheces quem não seja pecador? Tirando Cristo, faz aí uma lista de uns dez.

Qual será a razão para darem uma segunda oportunidade, e não uma terceira ou uma quarta? Não sei, (não sou ortodoxo) mas terá sentido ao considerarem que o divórcio é um mal menor, mas sempre um mal. Quem errou uma vez, tente não errar segunda. Pelo menos entre os ortodoxos existe mais uma oportunidade do que na Igreja para quem passa pelo sofrimento do divórcio.

Mas calculo que seja mais fácil apontar o dedo e criar uma casta de intocáveis - os divorciados, do que criar uma solução para o problema. Desculpa colocar as coisas assim, mas a Igreja está a fazer dos divorciados um grupo marginalizado, quando devia apoiar quem sofre, não aumentar o sofrimento.

Para esclarecer, dei o exemplo dos ortodoxos porque são uma Igreja (melhor uma data delas) e não são propriamente uns "relaxados" em termos de moral.

João (JMA)

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 00:56

Jesus fala em divórcio em caso de adultério... e fala que adultério não se restringe a sexo, mas tem a ver com diversos valores que podem ou não gerar uma traição, sejam eles quais forem. Para Jesus, até mais do que os actos, para Ele as intenções, o que brota do interior é o que vale mais lembram-se?, e portanto o pecado e a santidade fazem parte das dimensões mais profundas do ser humano, depende da estrutura do ser, da índole que gera as decisões pois é do interior de onde brota tudo e de onde se transforma tudo.
Falando de casamento, a construção da unidade que constitui o verdadeiro casamento (ser um, uma só carne) só se estabelece com amor, reciprocidade, cumplicidade, fidelidade. Ora quando isso fica em causa/cessa/ está-se a adulterar esse casamento pois está-se a alterar tudo aquilo que existe como sendo "UM"... Qualquer casamento só não é adultério se houver amor...
Casamentos de fachada, sem amor, Deus não quer de ceeteza, até porque O casamento foi feito para o homem, e não o homem para o casamento, tem a ver com o homem e é do interesse do homem. E Deus só se preocupa com amor, verdade, justiça, alegria, sinceridade, arrependimento, sendo assim casamento não é mandamento mas é dádiva! "E viu Deus que não era bom que o homem estivesse só..."

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: nick (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 09:47

Todos sabemos que se analisarmos bem as motivações dos noivos, pelos critérios cristãos, pelo menos uns 70% dos casamentos são nulos.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 11:38

Olá nick,

Baseias-te em quê para chegares a esta conclusão?

«Todos sabemos»? «70%»?

Cumprimentos

Alpha

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Vera (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 14:26

E tu Alpha? Em que te baseias para as conclusões que tens apresentado? E escusas de repetir expressões bíblicas para justificares o teu finca pé.
Já postei este texto neste tópico, mas parece-me necessário repetir para que o possas ler e responder-me ao que até agora não fizeste. Bem esperei, sentada, mas a resposta tarda em vir...

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL SACRAMENTUM CARITATIS DE SUA SANTIDADE BENTO XVI:

"Eucaristia e indissolubilidade do Matrimónio

29. Se a Eucaristia exprime a irreversibilidade do amor de Deus em Cristo pela sua Igreja, compreende-se por que motivo a mesma implique, relativamente ao sacramento do Matrimónio, aquela indissolubilidade a que todo o amor verdadeiro não pode deixar de anelar.(91) Por isso, é mais que justificada a atenção pastoral que o Sínodo reservou às dolorosas situações em que se encontram não poucos fiéis que, depois de ter celebrado o sacramento do Matrimónio, se divorciaram e contraíram novas núpcias. Trata-se dum problema pastoral espinhoso e complexo, uma verdadeira praga do ambiente social contemporâneo que vai progressivamente corroendo os próprios ambientes católicos. Os pastores, por amor da verdade, são obrigados a discernir bem as diferentes situações, para ajudar espiritualmente e de modo adequado os fiéis implicados.(92) O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura (Mc 10, 2-12), de não admitir aos sacramentos os divorciados re-casados, porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia. Todavia os divorciados re-casados, não obstante a sua situação, continuam a pertencer à Igreja, que os acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida, através da participação na Santa Missa ainda que sem receber a comunhão, da escuta da palavra de Deus, da adoração eucarística, da oração, da cooperação na vida comunitária, do diálogo franco com um sacerdote ou um mestre de vida espiritual, da dedicação ao serviço da caridade, das obras de penitência, do empenho na educação dos filhos."


Explica-me agora o teu conceito de pecado mortal à luz das palavras do próprio Bento XVI, se fores capaz...

Aqueles que tu chamas de pecadores, ele chama simplesmente de fieis (quem sabe por serem tão pecadores como qualquer outro...)

Não é só afirmar coisas, há que as justificar ;)

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Anori (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 18:08

Falar deste tema na Igreja Católica dá direito a posições diferentes, neste caso a Igreja Católica no Oriente, mais precisamente no Japão e a Igreja Católica na Europa.

Os bispos japoneses, referem-se ao divórcio como um rompimento do que era ideal, no entanto há que acolher o homem e a mulher como jesus os acolheria, e que se sigam os passos para que refaçam a vida. Sem muitas palavras, de forma subtil dizem o que é essencial, porque ser explicito resultaria em problemas com o Vaticano...enfim, é preciso andar às escondidinhas!

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 20:05

Olá Vera,

Aí vamos nós outra vez...

Ou seja, pedes-me que marque golos mas queres tirar-me a bola. Primeiro facto, não colocaste este texto no tópico desde que eu participo nele, é a primeira vez que o fazes. Aludiste a ele uma vez, referindo que o tinhas «postado» algures. Portanto, escusas de estar com o discurso do «espero sentada».

Por outro lado, esta discussão não leva a lado nenhum, porque cada vez que eu falar em pecado apenas vou receber ruído.

Vamos então analisar as palavras de Sua Santidade:

Citação:
SS Bento XVI
Se a Eucaristia exprime a irreversibilidade do amor de Deus em Cristo pela sua Igreja, compreende-se por que motivo a mesma implique, relativamente ao sacramento do Matrimónio, aquela indissolubilidade a que todo o amor verdadeiro não pode deixar de anelar.(91)

Claro como a água. Se sou casado e me quero aproximar da Eucarístia tenho que respeitar a indissolubilidade do Matrimónio. Deriva daqui, que se for separado ou divorciado por força das circunstâncias, ou seja, não fui eu quem provoquei essa situação, posso-me aproximar na mesma deste Sacramento. Ora, o que tenho expresso e o que diz Sua Santidade é idêntico.

Citação:
SS Bento XVI
Por isso, é mais que justificada a atenção pastoral que o Sínodo reservou às dolorosas situações em que se encontram não poucos fiéis que, depois de ter celebrado o sacramento do Matrimónio, se divorciaram e contraíram novas núpcias. Trata-se dum problema pastoral espinhoso e complexo, uma verdadeira praga do ambiente social contemporâneo que vai progressivamente corroendo os próprios ambientes católicos. Os pastores, por amor da verdade, são obrigados a discernir bem as diferentes situações, para ajudar espiritualmente e de modo adequado os fiéis implicados.(92)

Continuando, neste mesmo tópico referi o facto de haver uma pastoral própria para acompanhar os divorciados e os re-casados. Ora, também aqui o que tenho expresso e o que diz Sua Santidade é idêntico.

Citação:
SS Bento XVI
O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura (Mc 10, 2-12), de não admitir aos sacramentos os divorciados re-casados, porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia.
(O sublinhado é meu).
Aqui está o pseudo-busílis da questão. Analisarei por partes este parágrafo. Sua Santidade, recorrendo às expressões bíblicas que me estão vedadas, reafirma que aos divorciados re-casados estão vedados os sacramentos. Ou seja, quanto a esta parte do parágrafo o que tenho expresso e o que diz Sua Santidade é idêntico. Recorremos inclusivé aos mesmos versículos de São Marcos.

Abordando agora a parte sublinha (por mim), Sua Santidade refere que os sacramentos estão vedados aos divorciados re-casados porque, e cito, "o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja". Que estado e condição de vida é essa, então? Não é um estado normal de um casal, caso contrário ser-lhes-ia permitido aproximarem-se dos sacramentos. Apenas o pecado afasta o Homem de Deus, impedindo-o de receber a Graça Santificante própria de cada sacramento, meio indispensável para fortalecer a nosso comunhão coma Igreja e com Deus. Toda esta teologia está expressa ao longo da Bíblia e do Catecismo da Igreja Católica e é Magistério da Igreja desde, pelo menos São Jerónimo e Santo Agostinho.

Sua Santidade optou por não referir expressamente a condição de pecado, pois pretendeu realçar que apesar do "estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja" (deveria ter levado um «que» entre «vida» e «contradizem» para a frase estar correcta, mas optei por não o colocar para manter a frase original de SS Bento XVI), continuam a pertencer à Igreja:

Citação:
SS Bento XVI
Todavia os divorciados re-casados, não obstante a sua situação, continuam a pertencer à Igreja, que os acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida, através da participação na Santa Missa ainda que sem receber a comunhão, da escuta da palavra de Deus, da adoração eucarística, da oração, da cooperação na vida comunitária, do diálogo franco com um sacerdote ou um mestre de vida espiritual, da dedicação ao serviço da caridade, das obras de penitência, do empenho na educação dos filhos."

Em suma, nada do que eu tenho dito contradiz o que escreve o Santo Padre, sou é muito menos subtil.

Como referiu o João (JMA) e bem, um fiel é um pecador, portanto até nisto não existe contradição.

Cumprimentos

Alpha

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 21:42

Olá João,

Agora sou eu que retribuo o elogio, pois a tua resposta abriu nova dimensões, e importantes, à discussão.

Citação:
JMA
Não tem "apenas" significado no contexto histórico, naturalmente.

Mas deves convir que, no que respeita à protecção dos mais fracos - que foi sempre um dos pilares do Cristianismo - a situação do repúdio naquela data e naquela sociedade não é comparável ao divórcio hoje, na nossa sociedade.

Quero com isto dizer que me parece que um dos motivos para a proibição do repúdio era o da protecção da mulher naquela sociedade. Situação que não se coloca com tão grande frequência nos nossos dias.

Concordo contigo que o contexto histórico - condição feminina na Judeia - não deve ser uma realidade alheia ao ensinameno de Nosso Senhor. Não me parece, no entanto, que essa seja a principal razão. A relação matrimonial é referida ao longo dos Antigo e Novo Testamentos, sempre na perspectiva da indissolubilidade. Logo no Génesis encontras a primeira referência: “Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24).

A ideia é reafirmada por Nosso Senhor: "Os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer? Respondeu-lhes Jesus: Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu" (Mt 19,3-6).

e continua : "Eles, porém, objectaram: «Então, porque é que Moisés preceituou dar-lhe carta de divórcio, ao repudiá-la?» Respondeu Jesus: «Por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi assim. Ora Eu digo-vos: Se alguém se divorciar da sua mulher - excepto em caso de união ilegal - e casar com outra, comete adultério.»" (Mt 19,3-6).

Ou seja, não se trata de um ensinamento isolado sobre o repúdio ou o divórcio, mas sim do complementar de uma ideia maior, a da indissolubilidade. A verdade é que a sociedade actual vive um paradigma, parece-me, essencialmente relativista, sendo incapaz de reconhecer o carácter absoluto de certos valores. O Matrimónio é uma das maiores vítimas.

«protecção dos mais fracos - que foi sempre um dos pilares do Cristianismo», parece-me que hoje se mantém, sendo nós os fracos que tendemos a olhar para a vida e as relações humanas numa perspectiva relativista e imediatista.

Relativamente à segunda parte da tua resposta, acho que se resume em dois aspectos essenciais:

Citação:
JMA
Também não defendo que o divórcio seja um bem. Longe disso. Mas que é uma situação para a qual a Igreja tem de ter resposta.

Associo aqui a parte final ("Mas calculo que seja mais fácil[...]")

Concordo contigo, que esta situação necessita de uma resposta mais clara da Igreja. Porque resposta já existe, em forma de Pastoral e de Comissão de Acompanhamento e Estudo. O Santo Padre deu um sinal claro do caminho a seguir: A Igreja acolhes estas pessoas, mas sem deixar de olhar para os valores que o Senhor nos ensinou. E isto remete-me para o segundo aspecto!

Citação:
JMA
Os ortodoxos consideram os divorciados como pecadores. De acordo, eu também. Mas tu conheces quem não seja pecador? Tirando Cristo, faz aí uma lista de uns dez.

A «polémica» neste tópico, desde que entrei em discussão reside na constatação que acabaste de fazer. Todos somos pecadores. Por uma coisa ou outra, todos falhamos e devemos reconciliarmo-nos com Deus. A natureza e gravidade do pecado em causa está descrita no CIC §2384 :

"O divórcio é uma ofensa grave à lei natural. Pretende romper o contrato livremente consentido pelos esposos de viver um com o outro até a morte. O divórcio lesa a Aliança de salvação da qual o matrimónio sacramental é o sinal. O facto de contrair nova união, mesmo que reconhecida pela lei civil, aumenta a gravidade da ruptura; o cônjuge recasado passa a encontrar-se em situação de adultério público e permanente:

Se o marido, depois de se separar de sua mulher, se aproximar de outra mulher, se torna adúltero, porque faz essa mulher cometer adultério; e a mulher que habita com ele é adúltera, porque atraiu a si o marido de outra."

Esta condição é bastante complicada e ingrata para a Igreja: por um lado quer acolher e orientar estas pessoas, por outro, não pode escamotear que esta condição é contrária ao ensinamentos de Nosso Senhor.

A partir daqui coloco-te a questão: achas que o caminho deverá ser idêntico ao dos ortodoxos, optando pelo mal menor e avalizando uma situação que continua a considerar contrária ao valores morais e para a qual não pode ministrar a Reconciliação?


Citação:
JMA
Para esclarecer, dei o exemplo dos ortodoxos porque são uma Igreja (melhor uma data delas) e não são propriamente uns "relaxados" em termos de moral.

Foi o que me pareceu!

Cumprimentos

Alpha



Editado 1 vezes. Última edição em 12/05/2009 21:46 por Alpha.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 21:47

Olá Anori,

Citação:
Anori
Os bispos japoneses, referem-se ao divórcio como um rompimento do que era ideal, no entanto há que acolher o homem e a mulher como jesus os acolheria, e que se sigam os passos para que refaçam a vida. Sem muitas palavras, de forma subtil dizem o que é essencial, porque ser explicito resultaria em problemas com o Vaticano...enfim, é preciso andar às escondidinhas!

Pode-se saber qual a tua fonte?

Cumprimentos

Alpha

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Vera (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 22:30

Alpha voltas a não tocar nos pontos chave. Por mais voltas que dês continuo à espera do pecado mortal explicadinho por A+B...
O que dizes repetidamente é o blá blá blá que todos já conhecemos, que estão vedados os sacramentos, que não estão de acordo com o princípio do matrimónio indiddolúvel, etc., etc., etc...
Já te tinha dito antes que achava injusta a posição da igreja, tu já afirmaste que eu estou errada. Passa essa parte à frente!
Apenas me limito a pedir que expliques porque te achas no direito de chamar de pecadores, aqueles a quem o papa continua a chamar de fieis, já que sempre me recordo da expressão "todos somos pecadores". Além disso, fizeste uma afiração suficientemente grave, de tal modo que me parece justo que a justifiques. E continuo sentada...
Imputar a quem quer que seja "pecados mortais" por muito que seja fácil não deverá ser algo banal e que se faça de ânimo leve. E por muito que escrevas, não acrescentas qualquer novidade ao que já disseste. Isso tudo já eu sei.
Outra coisa, quando começaste a responder ao tópico, podias perfeitamente ter visto o histórico do mesmo. Está disponível, daí que não me parece razão a que deste para não teres visto o texto. Também havemos de convir que não deverias estar muito interessado, pois com a mesma facilidade que postas um comentário, bastava teres perguntado em que página eu teria colocado tal texto. Foi na 10 deste mesmo tópico. Mas enfim... Em pouco se vê a vontade. Em menos se vê a legitimidade... Infelizmente em quase nada já resta justiça...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 23:35

Olá Vera,

Disse-te anteriormente que não alimentava mais esta discussão porque tornas-te o assunto de tal forma pessoal, que tudo que seja dito apenas servirá para nos magoarmos mutuamente. Quando referi a palavra «pecado», entendeste-te como pecadora e esquecestes por completo o que estava a dizer: o caso geral é este (pecado mortal - CIC § 1650; CIC § 1756; CIC § 1856; CIC § 1858; CIC § 2052; CIC § 2384), depois cada caso é um caso e deve ser acompanhado por um sacerdote.

Não ter ido ver o histórico não fere em nada a legitimidade ou a a justiça com que abordo o problema. Apenas voltei ao tema porque deste a entender que havia uma diferença entre o que eu disse e o que disse o Santo Padre. Como viste, não.

Cumprimentos

Alpha

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Vera (IP registado)
Data: 12 de May de 2009 23:51

LOOOOOOOOL Alpha...
Ofendermo-nos mutuamente? Acorda para a vida. Não me ofendo com opiniões ou julgamentos. Seria uma frustrada.
Quanto a tornar pessoal ou não, é secundário. O que digo seria o que diria em qualquer circunstância. Não me entendi como pecadora, porque à luz dos teus critérios o meu fim é sabido, mas ainda não aconteceu. Não vivo com o rapaz! (Com pena minha, pois a saudade doi. Sei que o dia vai chegar, basta esperar com fé e confiança.)
Quanto ao resto da discussão, se havia aqui alguma coisa a mostrar relativamente a uma qualquer diferença, tu fizeste-me o favor de mostrar tudo sozinho. Nem me darei mais ao trabalho. Basta quem quiser ler.
E antes que te magoe, sê feliz.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Desconhecido (IP registado)
Data: 18 de May de 2009 03:02

Boas pessoal, eu acho que quando duas pessoas deixam de se amar, é como se se divorciassem. O casamento no papel não passa disso mesmo, assim como o divorcio no papel. São meras formalidades.

Quando um casal se ama, é como se estivessem casados. Penso que seja o verdadeiro significado de "Não separe o homem o que Deus uniu" - Não separe o homem duas pessoas que se amam. Se deixam de se amar, é como se deixassem de estar unidas.

É a minha interpretação do assunto

cumps a todos

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Isabella (IP registado)
Data: 18 de May de 2009 16:32

Sou separada. Meu marido batia-me, tinha amantes, bebia muito e jogava no casino. Tinha uma vida miserável. Não o podia ignorar como a igreja pede. Se tiver outro homem na minha vida, poderei comungar? Ou para comungar não posso ter um companheiro? Com tantos problemas que tinha ainda serei mais castigada pela igreja?

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Anori (IP registado)
Data: 18 de May de 2009 23:13

Alpha,

Só vi agora o teu pedido, foi a propósito da procura de um livro "Misterios do oriente", de um padre, teólogo jesuíta, que encontrei uma entrevista, onde ele refere além desse aspecto, a conduta pouco ""católica" da católica", chamando a atenção para as pressões.

in
[religionline.blogsome.com]


Isabella,

Eu no teu lugar "pip" nisso...É uma exigência mesmo ridicula, masoquista...não tem ponta por onde se pegue. Atenção que não é preciso ser de outra religião para discordar disto, foi sempre a minha opinião! Achas mesmo que Deus, jesus, qualquer pessoa no seu perfeito juízo te ía pedir para continuares a arrastar essa relação? Ninguém, é claro, são delírios! Se o casamento é amor, sem amor não há casamento.

Esta atitude só leva a um caminho, à extinção do matrimónio. A maior parte dos casamentos que tive oportunidade de testemunhar, não são nada...é muito bonitinho, mas a maior parte dos casais não sabe o que está a fazer! Alguns deles nunca tinham metido um pé na Igreja, não sabem nem o Pai Nosso, nem o que é a Páscoa, isto é alguma coisa? Para a Igreja é...quantidade, qualidade ficou na loja. Ver ateus a casar, então é um delírio, eu conheço um caso, "mas tu és ateia?...justificação "ah! Mas é uma cerimónia tão bonita!"...resultado, fui passar precisamente esse fim-de-semana a Madrid...que hipócrisia...e agora vem o baptizado do filho, deve ser para breve! Isto quanto a mim é uma palhaçada. É impossivel a concordância porque a Igreja exige uma fidelidade a Deus que eles não reconhecem...pior são estas situações, onde um é crente...não sei se é mais flexivel nestas situações.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Desconhecido (IP registado)
Data: 19 de May de 2009 12:56

Citação:
Isabella
Sou separada. Meu marido batia-me, tinha amantes, bebia muito e jogava no casino. Tinha uma vida miserável. Não o podia ignorar como a igreja pede. Se tiver outro homem na minha vida, poderei comungar? Ou para comungar não posso ter um companheiro? Com tantos problemas que tinha ainda serei mais castigada pela igreja?

Não há melhor forma de comungar do que viver a vida com Cristo no coração. A cerimonia na igreja não passa de uma cerimónia se quem comunga não vive dessa maneira. O que interessa é o que temos no coração, e não um "ritual".

Que reencontres a felicidade.

Cumps a todos

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 19 de May de 2009 22:16

Citação:
Desconhecido
Citação:
Isabella
Sou separada. Meu marido batia-me, tinha amantes, bebia muito e jogava no casino. Tinha uma vida miserável. Não o podia ignorar como a igreja pede. Se tiver outro homem na minha vida, poderei comungar? Ou para comungar não posso ter um companheiro? Com tantos problemas que tinha ainda serei mais castigada pela igreja?

Não há melhor forma de comungar do que viver a vida com Cristo no coração. A cerimonia na igreja não passa de uma cerimónia se quem comunga não vive dessa maneira. O que interessa é o que temos no coração, e não um "ritual".

Que reencontres a felicidade.

Cumps a todos

Hmmmm, a tua síntese entre Cristianismo e o espiritismo/bruxaria é interessante: Cristianismo às malvas, toca a fazer o que nos dá na cabeça!

Cumprimentos

Alpha

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Anori (IP registado)
Data: 19 de May de 2009 23:31

Alpha,

Citação:
Alpha
"...Hmmmm, a tua síntese entre Cristianismo e o espiritismo/bruxaria é interessante:..."

Depois quando ouvem aquilo que não querem queixam-se! Não fica nada bem...se eu fizer uma alusão do género ao cristianismo?

Cristianismo/... ou Cristianismo/...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Vera (IP registado)
Data: 19 de May de 2009 23:31

Citação:
Alpha

Hmmmm, a tua síntese entre Cristianismo e o espiritismo/bruxaria é interessante: Cristianismo às malvas, toca a fazer o que nos dá na cabeça!

Alpa, perante o drama de vida da Isabella o teu comentário resume-se a um insulto às crenças da Anori... Muito bem! Deves orgulhar-te do teu bom senso.
Independentemente das crenças e das crendices, deixa o facto da Anori ser espírita para o tópico adequado e respeita o assunto que a Isabella tocou e as dúvidas que pediu ajuda para esclarecer. Se não a pretendes ajudar, então não uses as respostas que lhe foram dadas para "atacar" outra forista relativamente a um assunto que tenhas atravessado.
És tão previsível nessa tua visão privilegiada do teu próprio umbigo...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Anori (IP registado)
Data: 19 de May de 2009 23:45

:) Vera,

O post dizia respeito a comentários do "desconhecido", mesmo não sendo espírita, achei interessante chamar a atenção para o facto de estar a fazer aquele tipo de referências, que para além de não terem nenhuma opinião de valor para o tema em discussão, eram simplesmente sem sentido, e exactamente como referes de um bom senso invejável.



Editado 1 vezes. Última edição em 19/05/2009 23:50 por Anori.

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