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Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 09 de May de 2008 13:49

Ultimamente tenho passado por uns momentos difíceis em termos de vivência de fé. O corre-corre do casa-trabalho-casa, a família, os filhos, o cansaço etc roubam inevitavelmente tempo.

Isto faz com que se comece a deixar hábitos e a começar outros que muitas vezes não ajudam em nada a manter uma vida espiritual activa. Primeiro vai embora a preparação do evangelho de domingo, depois aquele voluntariado que gostavamos tanto, depois a oração que passa a ser feita na cama já nos últimos instantes do dia...

E depois é como dizem os padres da Igreja, quanto menos se reza menos vontade se tem. Por isso gostava de vos perguntar como conciliar vidas profissionais activas e exigentes com família e ainda a vida espiritual?

Será que podiam partilhar coisas que vos ajudam a manter um nível aceitável de espirirualidade no quotidiano?

Uma das coisas que eu comecei a fazer é as reflexões diárias deste site jesuíta www.pray-as-you-go.org mas ainda assim acho muio pouco.

Em comunhão

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 10 de May de 2008 02:19

A vida no Espírito ocorre no nosso cotidiano, sendo sal da terra, fermento na massa.
A vida espiritual é medida não pelas horas que passamos rezando , ou pelo numero de missas que celebramos ( nao esquecendo que isto nos alimenta espiritualmente ) , mas pela INTENSIDADE que fazemos as coisas cotidianas.
Se fazemos de corpo e alma estamos sendo espirituais e acredite a todo momento você achará oportunidade de dar graças ao Criador , seja dirigindo, seja no metro, no comboio, etc.
Coragem e força na caminhada .
chris

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 10 de May de 2008 02:22

Caro Tilleul:

Excelente tópico! Infelizmente, muitas vezes os tópicos mais importantes acabam por merecer-nos menos atenção… Vou tentar dizer algo, enumerando algumas coisas que parecem importantes, mas talvez pudessem ser colocadas noutra ordem e de uma forma mais sistemática. Sirva isto como um esboço possível (e muito simples) ou talvez como uma provocação para quem quiser comentar ou falar um pouco da sua experiência…

1. Em primeiro lugar, e usando a primeira pessoa do singular, parece-me que me ajuda muito ter uma dada espiritualidade, que me dê uma espécie de «gramática para a vida», que me ajude a encarnar o Evangelho no dia-a-dia, de modo que na adopção dessa espiritualidade encontre uma «unidade de vida» e não me vejam espartilhado. Uma «gramática» que me ajude a integrar a oração e a vida prática, os aspectos doutrinais e «morais» com as minhas opções práticas de cada dia, os meus desejos e sonhos, as minhas limitações e inclusivamente as minhas «linhas de pecado»…

a) Que possibilidades existem? Dentro da tradição cristã e católica há muitas espiritualidades e muitas delas constituíram-se em «escolas»… Que escolas de espiritualidade existem? Há muitas e algumas delas só as conheço pelo nome e pouco mais. Prescindo aqui de muitas classificações técnicas, para me centrar apenas num aspecto de tipo «histórico-genético», isto é, algumas escolas de espiritualidade «clássicas» que muitas vezes nasceram da fundação de uma determinada Ordem religiosa e que depois encontrou algumas variações de acordo com certos tipos de pessoas (por exemplo, uma escola pode ter nascido de uma experiência monacal, mas depois encontrou também uma expressão própria e coerente para leigos)… Este critério permite enumerar algumas «escolas» mais «clássicas» e conhecidas: beneditina, dominicana, franciscana, carmelita, inaciana, ascético-mística (cfr. eremitas), entre muitas outras. Modernamente, surgiram muitas escolas, que às vezes recuperam elementos antigos de outras espiritualidades, com elaboração própria. Estão muitas vezes associadas a movimentos, institutos seculares, associações, etc. Pensemos no «Opus Dei», nos «Focolares», Schönstatt, etc. Talvez, sem grandes pruridos técnicos, também possamos incluir aqui a Comunidade de Taizé.

b) E que espiritualidade devo seguir? Sobre isto diria o seguinte: uma dada escola de espiritualidade não é um fim em si mesma, nem necessariamente é melhor esta que aquela. O que importa é a finalidade de todas elas, que é ajudar-nos a viver melhor o Evangelho ou aquilo a que em espiritualidade é frequente chamar a «união com Deus». União que não é algo «abstracto», mas algo que tem sentido no «dia-a-dia»… O que distingue as diferentes escolas de espiritualidade tem a ver com o sublinhar mais este ou aquele aspecto do Evangelho, de Jesus Cristo ou da vida prática.

Contudo, a este propósito há que dizer também o seguinte. É importante evitar «borboletear», de espiritualidade em espiritualidade. Pode acontecer que alguém não encontre logo à primeira a «sua casa», mas não é bom andar a «experimentar» por «experimentar». Se uma determinada espiritualidade me ajuda, adiante com ela!


2. Em segundo lugar, a «pertença» a uma espiritualidade tem que ser algo mais que «teórica». Será necessário ter momentos fortes de encontro com as fontes dessa mesma espiritualidade, de tal modo que eu possa experimentá-las, revivê-las. Isso pode-se fazer de várias formas, mas uma das mais válidas está certamente nos retiros, sobretudo se tais retiros forem de oração e não apenas «conferências» ou «pregações». Quando se fazem tais experiências, a pessoa encontra-se a si mesma com as suas «fontes» fundamentais, «recarrega as pilhas», reavalia a vida, recoloca-se. E então consegue mais facilmente «aguentar» (no sentido positivo) o resto do ano. Aqui está um elemento forte de resposta à tua pergunta. Há muitas pessoas que conseguem fazer anualmente um retiro de fim-de-semana ou de mais dias e isso é óptimo, mas para a maioria tal coisa é um luxo.

Outro elemento que ajuda muito são leituras coerentes com essa mesma espiritualidade que «seguimos», sobretudo os livros «fontanais» e comentários, ou livros que captaram muito bem esse clima em que nós mesmos estamos a viver o Evangelho.


3. Em terceiro lugar, será bom que haja «acordo» entre determinadas práticas espirituais que me são «acessíveis» e a espiritualidade que sigo. Por exemplo, se a minha espiritualidade valoriza muito a «Lectio Divina», devo encontrar esse espaço de coerência, praticando-a. Outro exemplo, pela negativa: talvez seja contraproducente seguir uma espiritualidade que valorize muito a piedade mariana e as práticas devocionais marianas, se eu não sou capaz nunca de rezar o terço, por qualquer que seja o motivo. Uma espiritualidade não pode ser uma «camisa de forças» que me limita e/ou obriga a fazer algo, de fora. Tem que ser um espaço onde eu vejo que o Espírito me «leva», numa linha positiva.

Nisto podem entrar pequenos hábitos que nos podem ajudar. Falo a seguir da oração, mas as práticas de oração entram, claro, nestas «práticas espirituais»… Pegando no exemplo que davas, usar um leitor de MP3 para o «Pray-as-you-go» pode ser um exemplo de bom hábito, acessível a muita gente, que alimenta a oração e o dia… Outro exemplo pode ser ter junto da cama um livro de leituras breves que ajudem a «preparar o dia seguinte»…


4. Em quarto lugar, a questão concreta da oração. À medida que se avança na vida espiritual torna-se mais cada vez mais claro que a oração não é algo «facultativo», opcional, mas que está no centro da existência cristã. Sem oração dificilmente se pode falar em espiritualidade cristã… E a oração não é algo alienante, mas aquilo que realmente nos permite saber «onde» estamos. Nisto há um tema fundamental que várias escolas de espiritualidade tratam, de diferentes maneiras: a relação entre «vida» e oração. Desde o «ora et labora», passando pelo «em tudo amar e servir», até à espiritualidade da santificação pelo trabalho (e estou a simplificar demasiado), há muitas formas. O que é importante é que a espiritualidade que «sigo» me dê instrumentos para eu integrar estas duas componentes de uma forma harmoniosa, de tal modo que a oração não seja vista apenas como uma imposição externa, à qual acedo por «obrigação moral»…

E espero que o que digo a seguir, como exemplo, não soe a heresia aos «ouvidos» mais «tradicionais». Há pessoas que se queixam de não conseguir rezar o terço. Logo, ficam com problemas de consciência porque o pároco «ainda» prega que Nossa Senhora de Fátima pediu que se rezasse o terço todos os dias, etc.… Mas então podemos encontrar algo estranho: como «rezar» significa para muita gente «rezar o terço» e não são capazes de o fazer, estão divididos entre o assumir que pura e simplesmente não rezam ou um enorme complexo de culpa porque gostariam de rezar, mas o terço não lhes «entra»… Mas não haverá alternativas? Claro que sim. A alternativa ao terço não é esquecer a oração, mas encontrar a forma de oração que mais se adeqúe à forma de ser e ao estado de espírito da pessoa… A uns ajudará uma oração mais baseada na leitura meditada da Bíblia, a outros uma oração mais contemplativa… Os métodos são o menos; «métodos» são «caminhos». Então, o importante não é o método A ou B, mas que o método que uso me ajude a encontrar-me mais com Deus.


5. Em quinto lugar, uma espiritualidade vivida com outros. Uma espiritualidade vivida isoladamente facilmente tende a esmorecer e a apagar-se. É importante encontrar modos de encontrar-se com outras pessoas que partilham da mesma «gramática», partilhar a oração, impressões, trocar experiências.


6. Em sexto lugar, todas as espiritualidades e todos quantos se preocupam com ter uma vida espiritual «de qualidade», devem partir e convergir na Eucaristia. Ali está tudo. Ali se encontram a dimensão vertical (relação com Deus) com a horizontal (aspecto comunitário) e de alguma forma todos os aspectos que mencionei até agora. A forma como vivemos a Eucaristia e a vida espiritual «corrente» estão intimamente ligadas. Uma «espiritualidade» que esqueça a Eucaristia é um «ente abstracto», eventualmente uma ideologia.


7. Em sétimo lugar, pode ser uma coisa muito importante ter alguém com quem confrontar a experiência. Hoje fala-se talvez menos na figura do «Director espiritual» (às vezes confunde-se com a do Confessor) e há quem prefira falar em «Acompanhante espiritual» ou coisa parecida. Designação à parte, o exercício de verbalizar a alguém a experiência de Deus na minha vida é de enorme riqueza: é uma tomada de consciência da presença de Deus, um momento para ser desafiado, para aferir, exprimir inquietações...


8. «Last but not least», não se pode viver bem uma espiritualidade sem algum elemento de avaliação frequente. Uma vida espiritual que não avalia não avança, esmorece e pode esfumar-se. Há um elemento espiritual fundamental, clássico, que caiu em «desgraça»: o «exame de consciência». O problema começa na designação e na sua caricatura, porque se confunde muitas vezes «exame de consciência» com «caça aos meus podres» ou «fazer a lista dos pecados», e, como não somos propriamente masoquistas, não gostamos de gastar energias nisso. Contudo, há que recuperar esta prática, de uma ou outra forma, talvez com uma nova designação.

E porquê? Porque avaliar a vida espiritual não pode significar simplesmente ver os meus podres, mas reconhecer onde esteve Deus presente ao longo do dia ou dos últimos tempos, a que me vi «inspirado», quais as resistências e (também) quais as falhas… Não apenas para pedir perdão, mas também para agradecer… Na medida em que puder reconhecer essas «presenças», inspirações, e falhas, posso reorientar, ajustar, acertar. Caso contrário, não sabemos para onde vamos nem para onde queremos ir… E lá diz o provérbio oriental que «um barco sem rumo nunca tem vento favorável». Não é por acaso que «Espírito» é «ruah» e «pneuma», respiração, sopro, vento… E a vida espiritual é a vida no Espírito. Somos também «Filhos do Vento»! Amanhã é Pentecostes!

Alef



Editado 3 vezes. Última edição em 10/05/2008 10:45 por Alef.

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 26 de May de 2008 03:52

Vindo uma vez São Francisco de Perusa para Santa Maria dos Anjos com Frei
Leão,
em tempo de inverno, e como o grandíssimo frio fortemente o
atormentasse, (...) Frei Leão perguntou-lhe:

- Pai, peço-te, da parte de Deus, que me digas onde está a perfeita alegria.

E São Francisco assim lhe respondeu:

- Quando chegarmos a Santa Maria dos Anjos, inteiramente molhados pela chuva
e transidos de frio, cheios de lama e aflitos de fome, e batermos à porta do
convento, e o porteiro chegar irritado e disser: Quem são vocês? E nós
dissermos: Somos dois dos vossos irmãos, e ele disser: Não dizem a verdade;
são dois vagabundos que andam enganando o mundo e roubando as esmolas dos
pobres; fora daqui;

- E não nos abrir, continuou São Francisco, e deixar-nos estar ao tempo, à
neve e à chuva, com frio e fome até à noite: então, se suportarmos tal
injúria e tal crueldade, tantos maus tratos, prazenteiramente, sem nos
perturbarmos e sem murmurarmos contra ele (...) escreve que nisso está a
perfeita alegria. E se ainda, constrangidos pela fome e pelo frio e pela
noite batermos mais e chamarmos e pedirmos pelo amor de Deus com muitas
lágrimas que nos abra a porta e nos deixe entrar, e se ele mais
escandalizado disser: Vagabundos importunos, pagar-lhes-ei como merecem; E
sair com um bastão nodoso e nos agarrar pelo capuz e nos atirar ao chão e
nos arrastar pela neve e nos bater com o pau de nó em nó: se nós suportarmos
todas estas coisas pacientemente e com alegria, pensando nos sofrimentos de
Cristo bendito, as quais devemos suportar por seu amor; ó irmão Leão,
escreve que aí e nisso está a perfeita alegria.

- E ouve, pois, a conclusão, irmão Leão. Acima de todas as graças e de todos
os dons do Espírito Santo, os quais Cristo concede aos seus amigos, está o
de vencer-se a si mesmo, e voluntariamente pelo amor suportar trabalhos,
injúrias, opróbrios e desprezos (...)".

Fonte: Fioretti



__._,_.___

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 16 de June de 2008 13:54

Alguns conselhos simples, a maior parte dos quais colhidos de S. Francisco de Sales.

É melhor orar de manhã que à noite. À noite estamos já demasiado cansados para nos compenetramos. Orar de manhã ajuda-nos a centramo-nos em Deus durante o resto do dia.

Como disse a Chris Luz BR, a intensidade é importante. Li algures que Santo Inacio de Layola dizia que 15 minutos bastavam quando a alma estava bem compenetrada na oração. (as palavras eram diferentes mas parece-me que a ideia era esta). Mesma no corre-corre de uma vida sobrecarregada procura reservar um pouco de tempo, nem que sejam só 5 minutos, para orares compenetradamente de manhã.

Depois dizia o grande doutor da Igreja que era muito importante, precisamente para quem vivia no meio de uma vida profissional exigente, fazer ao longo do dia pequenos intervalos, basta 1 ou 2 minutos, para uma pequena oração compenetrada. E como disse a Chris, pode até ser no metro. Isto ajuda bastante a vermos Deus presente na nossa vida diaria, na nosso vida profissional. Os muçulmanos fazem isto, 5 pequenas orações diarias. Talvez venha daí parte do grande fervor que muitos têem.

A isto acrescento eu.

Como todos dizem a Eucaristia é fundamental. A alma alimenta-se da Eucaristia de forma similar à que o corpo se alimenta da comida. Já outros o disseram mas nunca é demais sublinha-lo.

Tenta fazer alguma oração em família. É importante.

Se puderes aproveita o Domingo (ou se tiveres folga noutro dia, aproveita esse dia) para dedicares mais um pouco à oração e à meditação.

De resto remeto para os conselhos do Alef, sem esquecer o último.

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: manzarra (IP registado)
Data: 16 de June de 2008 15:23

Boa tarde:
Sou novo neste forum. Acabo de chegar de uma semana em Taizé e deparei com estes comentários que me incitaram a partilhar convosco a minha vivencia. Converti-me á cerca de tres anos, pois embora nascesse numa familia católica, na minha adolescencia que por acaso até foi passada num colégio de Jesuitas (S. João de Brito), não tive da parte da Igreja respostas as minhas perguntas interiores e desde aí fui budista, hinduista, segui mestres e gurus e fiz muitas praticas espirituais. Agora que estou de regresso decidi, como faço com tudo na vida mergulhar na fé católica e a minha pratica diaria consiste na Missa, Terço, Liturgia das horas, terço da Misericórdia e e pelo menos uma hora de meditação cristã. Ando no Renovamento Carismático (aprendi a tocar viola para acompanhar o meu grupo), oficinas de oração, Lectio Divina, Cursos Biblicos, dou catequese, trato da net da minha paróquia, coordeno os leitores da Missa, ando no coro. Tudo isto corresponde a uma entrega diária de cerca de seis horas no mínimo de serviço e oração. No entanto confesso a minha grande dificuldade em aceitar uma grande parte da Biblia e muitas outras coisas na nossa religião. De todas as que pratiquei parece ser a mais difícil por ser cheia de subentendidos e intrepretações que andam um pouco ao sabor das conveniencias. Tambem ao nivel de experiencia, tirando a meditação que me aproxima de Deus, muita da minha prática é pouco sentida, estou sempre a esbarrar na sensação de que os católicos vivem muito a culpa, a dor, o pecado, olhando mais para o sangue e a cruz do que para aquilo que Jesus veio ensinar. Preservero na esperança de que o Espírito Santo saiba mais e melhor e me ajude a subir para o Amor que deveria estar presente em todas as práticas que faço.
Agradeço muito as indicações do Alef que me parecem muito interessantes e importantes.
Miguel

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: (IP registado)
Data: 16 de June de 2008 17:17

Miguel, dou-te uma pequena opinião, que vale o que vale...

A dor, a culpa, o pecado, são realidades que não devemos procurar. Vêm até nós, às vezes não as podemos evitar e temos de as suportar. Até podemos aprender muito com o sofrimento, eu sei que eu aprendi. Um cristão (e qualquer pessoa) deve aprender a saber dar o devido valor à dor enquanto experiência de aprendizagem, mas não mais que isso (digo eu).

Acho também que estamos neste mundo para sermos felizes e fazermos os outros felizes. Para começarmos a construir o céu já aqui na terra. Tu sentes que estás realmente a ajudar outras pessoas? Sentes que estás a viver à medida do teu potencial?

Na minha opinião, há quem tenha um perfil mais apropriado para uma vida mais meditativa e quem tenha um perfil mais "activo". Tens de procurar o teu próprio estilo, o que te completa. Tens de ter espírito crítico para saber construir a tua própria forma de ser feliz e ajudar os outros.

Dentro da Igreja Católica há grupos diferentes e sensibilidades distintas. Tens de procurar onde te encaixas. E isso não é uma questão de conveniência, é uma questão de inteligência. Tens de ter capacidade de percepção e espírito crítico. Estamos todos a interpretar uma revolução extraordinária que se passou há 2000 anos e na realidade ainda não conseguimos perceber quase nada (por muito que digam que sim... novamente esta é a minha opinião pessoal).

Será que estás à espera de encontrar uma verdade já toda feita e construida na Igreja Católica? Quer-me parecer que cada um tem de encontrar o seu caminho. A Igreja "oferece" várias ajudas, como um enquadramento muito útil, a experiência de 2000 anos e a sabedoria dos cristãos (e, acreditamos, a ajuda do Espírito). Não me parece que possas mergulhar de cabeça no que os outros te propõem acriticamente e esperar que tenham a razão toda. Tens de pensar por ti mesmo.



Editado 1 vezes. Última edição em 16/06/2008 17:20 por Zé.

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 25 de June de 2008 21:15

Olhem lá, desculpem a interrupção, mas não queria deixar de dar a conhecer:

[www.24xpto.net]

Acho que tem a ver com o tema.

Por favor continuem. A ver se venho aqui com mais tempo.

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 25 de June de 2008 22:37

Interessante.

eu também faço voluntariado, dou catequese, participo de um curso de formação arciprestal, para agentes de pastoral e também estou com esse receio, porque acabei o meu mestrado(pós bolonha) e agora estou à procura de emprego. A flexibilidade, que temos de horário termina, com as obrigações profissionais. É o normal. Reparo que quando perdemos aquele sentido puro, de quando começamos a caminhada da espiritualidade, que está toda virado para Deus,as nossas acções tornam-se inócuas, no que a espiritualidade diz respeito. É preciso reavivar continuamente esse sentido em todas as nossas acções. Quando terminamos algo bem feito e durante o processo pensamos: " Meu querido Pai, ajuda-me" e depois do processo dizemos: "é por ti que o faço, sei que ficarás feliz" e na nossa cabeça imaginamos o Pai e o Filho e o Espírito Santo a sorrir cheios de felicidade(Acreditamos que somos importantes para Deus. Acreditamos verdadeiramente nisso porque isso de facto é verdade. É importante sem isso nada feito.) então sentimos uma satisfação enorme:um fogo brando arde no peito. A espiritualidade desenvolve-se então durante o processo do trabalho e completa-se com a eucaristia. Se tiveres oportunidade vai ao site do cne e descarrega as músicas que eles lá têm. Se trabalhares no computador podes ouvir durante o trabalho, caso contrário gravas para outro formato magnético que te dê mais jeito, que favoreça a portabilidade.

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 08 de August de 2008 02:24

Para comentar esta notícia, acesse:
[luzesdeesperanca.blogspot.com]

Três mil iraquianos ingressam na Igreja Católica

Três mil iraquianos, que vivem nos EUA, abandonaram a cismática Igreja
Ortodoxa Assíria junto com seu bispo, D. Mar Bawai Soro, e se tornaram
católicos de rito caldeu - um dos ritos tradicionais que fazem parte dos
tesouros inesgotáveis da Igreja Católica.

D. Mar Bawai Soro publicou elogio escrito sobre o poder de jurisdição
universal do Papa. Há muito esses iraquianos tinham abandonado os erros de
Nestório, que foram a causa do cisma.

Algumas centenas de iraquianos "ortodoxos" ingleses seguem a mesma via,
informou The Catholic Herald de Londres. Na Inglaterra o caso é muito
comentado, em vista de estranha aversão do episcopado católico às
conversões, e sua ojeriza em relação às liturgias tradicionais.



N.l.P.

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 14 de August de 2008 21:15


Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: lluar (IP registado)
Data: 13 de October de 2008 13:47

o que mais acho piada sao aos falsos cristaos,espiritualidade no dia a dia ,cada vez menos,mais depressa vao a fatima POR ELES do que ajudam um vizinho em problemas.....

Re: Espiritualidade no dia-a-dia
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 13 de October de 2008 13:52

Sera que o vizinho saiba dos problemas dos vizinhos? O dever do cristao ou nao cristao e ajudar o outro.



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