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Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 08:33

ok Alef

entendo, no entanto continuo na minha. Tudo isso era o óbvio. O estranho seria passear pelos USA como uma figura de cera.
Talvez o anterior papa nos tenha habituado a um estilo que nos parece ser esse o dever de alguém naquele cargo.
Ou talvez a hierarquia tenha andado muitas vezes calada demais quando os problemas são revelados.
A máquina política da igreja continua a ser muito lenta. Se por um lado até se compreende, já que ela influencia muita gente com sensibilidades tão diferentes, por outro fica aquele gosto amargo que nos leva a pensar... tiveste bem mas caramba, já n era sem tempo!

Falo isto pois só estou a olhar para os impactos na sociedade civil que esta visita possa ter tido. As visitas papais são actos políticos, sempre o foram.

Agora se formos a olhar para o impacto interno na instituição católica... bem aí já concordo mais contigo.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 12:37

Segue-se um interessante comentário de António Marujo, que vem ao encontro da mais recente troca de ideias entre a Lena e eu (ah, e a Ana também interveio), neste tópico.

Alef





Ainda melhor que o esperado



Correu bem ao Papa Bento XVI a sua visita aos Estados Unidos e à sede da ONU. Não era de esperar que corresse mal, mas os resultados são melhores do que se poderia pensar no início.

Há três factores que para isso contribuíram: o encontro com as vítimas de abusos sexuais de membros do clero e as sucessivas declarações de Bento XVI sobre o tema; o discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, peça que sintetiza alguns princípios fundamentais do Vaticano em política internacional; os encontros com judeus e a mensagem que dirigiu ao judaísmo mundial coincidindo com o início da Páscoa judaica. Claro, há ainda o emotivo e silencioso instante no Ground Zero, mas esse é o momento que fica de recordação mediática.

Há uma decepção: o discurso sobre o ecumenismo, no encontro com os representantes das diferentes igrejas cristãs presentes nos Estados Unidos. Bento XVI afirmou, no início do seu pontificado, que o diálogo ecuménico seria a sua prioridade. E sublinhou várias vezes que não bastam já declarações, sendo necessários "passos concretos" - a expressão é dele.

Quem faz tal afirmação terá alguma ideia concreta a propor - não pode apenas esperar que outros avancem. E para quem fez desse processo a sua bandeira, tarda em perceber o que o Papa pretende nesta área, para além das boas relações com protestantes e ortodoxos. O discurso de sexta à noite, perante 300 responsáveis de diferentes igrejas cristãs, desiludiu, porque nem sequer havia qualquer alusão à prioridade. Ficou ela já pelo caminho?

Há também um tema a que o Papa passou ao lado: ao referir por diversas vezes a defesa da vida, foi pena Bento XVI não ter referido nunca a violência que marca alguns aspectos da sociedade norte-americana e a permanência da pena de morte em muitos estados do país. Claro, não vinha muito a propósito nos diferentes encontros e iniciativas previstas no programa. Mas um Papa não precisa de pretextos.

A questão dos abusos sexuais do clero pode vir a ser a mais forte consequência desta viagem de Bento XVI para a Igreja Católica nos Estados Unidos. O Papa escolheu cada momento e cada interlocutor: em pleno voo, disse aos jornalistas que se sentia "profundamente envergonhado". Tratava-se de dizer ao que ia.

Aos bispos, recordou depois que o problema foi muitas vezes "mal gerido" - por eles ou por colegas que entretanto deixaram o lugar. Aos padres que permanecem, manifestou-lhes solidariedade e compreensão com as dificuldades. E, mais que tudo, ouviu as vítimas. Muitas vezes, muitos católicos sofrem em silêncio porque sentem que não são escutados por aqueles cujo ministério é, em primeiro lugar, um ministério de escuta. O facto de um Papa ter ouvido aqueles que têm profundas queixas de actos de membros da instituição (actos com consequências para a vida inteira) é duplamente importante.

O discurso da ONU merece leitura atenta. Sem se referir expressamente a nenhum caso concreto da agenda internacional - nem isso seria de esperar -, o Papa falou das questões mais importantes. Insistiu na universalidade dos direitos humanos, disse que a pobreza tem que ser resolvida, que os conflitos devem ser ultrapassados pela diplomacia, falou do direito de ingerência e contestou que possa haver um qualquer directório mundial.

Uma nota final: nas diferentes iniciativas do programa, a diversidade étnica, cultural e religiosa esteve sempre presente - nas línguas utilizadas ou na música. Só ontem à noite, na missa do Yankee Stadium, ouviu-se música litúrgica, africana, Schubert, Brahms e a Ode à Alegria de Beethoven, para concluir e dizer adeus.

António Marujo
«Público», 21.04.2008




Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 16:17

Um pequeno pormenor sobre esta viagem que eu não pude deixar de reparar, foi o interesse que o Papa suscita em pessoas de outras religiões (aliás, já patente com o papa João Paulo II). Lembro-me da visita à sinagoga em que vi pessoas a procurar cumprimentar o papa na sua passagem, o comentário de um polícia que li no DN, onde ele se dizia entusiasmado por ir ver o papa (e não era católico), algumas intervenções de pessoas entrevistadas...

Cassima

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 17:35

Sempre é o vértice de uma organização de muitos milhões de pessoas, embora a Igreja devesse ter uma organização claramente conciliar, mesmo no plano mais vizível. (talvez um dia!)

*=?.0

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 17:42

Lena disse:

Falo isto pois só estou a olhar para os impactos na sociedade civil que esta visita possa ter tido. As visitas papais são actos políticos, sempre o foram.


* Mas as visitas Papais sempre têm mais audiência que as visitas dos políticos! Porquê?

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 18:07

Citação:
Albino O M Soares
Sempre é o vértice de uma organização de muitos milhões de pessoas

Poderá ser... Mas acho que é mais pela pessoa, o cargo que detém, a missão que desempenha, a mensagem que divulga assim como o carisma que irradia (se bem que esta última faceta talvez se visse melhor com o papa João Paulo II). Da mesma forma que o dalai lama e Ghandi atraíam (atraem) pessoas de outras religiões (ou mesmo sem elas).

Cassima

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de April de 2008 21:07

Visita do papa aos EUA é ocasião para redefinir identidade dos católicos do país - 23/04/2008 - 08:22

"Dar um alegre testemunho de Cristo, nossa esperança." Foi uma das frases com as quais Bento XVI despediu-se domingo à noite dos EUA, ao término de uma viagem apostólica que deixou um profundo sinal na consciência da Igreja no país. A sinceridade e a clareza dos tons usados pelo pontífice para denunciar os seus males, mas, sobretudo, o incessante convite a ir além _ no signo de um Evangelho redescoberto e novamente anunciado em todos os setores da vida civil _ redefiniu com veemência a identidade do catolicismo dentro da cosmopolita sociedade estadunidense. Uma estada do papa que suscitou entusiasmo e capturou progressivamente também a atenção da mídia mais crítica, como testemunha o arcebispo de Washington, Dom Donald William Wuerl, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Dom Donald William Wuerl:- "Creio que a mídia tenha ficado surpreendida com o calor com o qual o Santo Padre foi acolhido, com o afeto espontâneo a ele demonstrado, com a facilidade com a qual ele soube estabelecer um contato com as multidões vindas para encontrá-lo. O Santo Padre comunica o seu calor, a sua atenção e a sua preocupação por nós de modo único, e isso foi muito claro durante toda a sua visita."

P. Dom Wuerl, praticamente em todo encontro público o Santo Padre mencionou o sofrimento da Igreja estadunidense causado pelo episódio dos abusos sexuais, como também a necessidade de purificação e cura. Surpreendeu a mídia o fato de o papa ter dado tanta ênfase em seus discursos sobre esse problema?

Dom Donald William Wuerl:- "Dissemos à mídia que o Santo Padre falaria disso, e foi uma bênção que o tenha feito. Talvez a surpresa esteja no fato de ter-se falado tanto assim. O Santo Padre falou disso primeiro à mídia, depois aos bispos e, posteriormente, a todos os fiéis, depois novamente num encontro com os sacerdotes. Creio que ele tenha querido falar com cada categoria para dizer substancialmente duas coisas: para dizer que devemos continuar buscando as vítimas e ajudá-las a 'curar as feridas', e que devemos ser vigilantes a fim de que isso jamais possa repetir-se."

P. Na videomensagem preparada antes da visita pastoral, o papa disse que iria aos EUA para confirmar os irmãos e as irmãs daquele país na fé. Depois concluiu essa viagem dizendo: "Diria, sobretudo, que os católicos americanos estão me confirmando em minha fé". O que isso diz da impressão que o Santo Padre teve dessa viagem e da Igreja estadunidense?

Dom Donald William Wuerl:- "Creio que esse seja um dos aspectos mais bonitos de toda a experiência da visita apostólica do papa aos EUA. Nós dissemos que ele viria para confirmar-nos na fé, que viria e que estaria conosco também para apresentar-nos desafios. De fato, não se tratava somente de 'confirmar-nos', mas também de colocar-nos diante dos desafios de viver, de testemunhar a nossa fé. E isso ele fez. E creio também que ele tenha ficado satisfeito ao encontrar uma fé vigorosa. Reiteradas vezes vi o Santo Padre constatar como é robusta a fé que estava sendo testemunhada diante dele, durante a visita. Eis que foi um percurso em sentido duplo: o Santo Padre veio confirmar-nos e nós, diante dele, confirmamos ser uma Igreja forte, entusiasta e fiel."



www.catolicanet.com.br

Fonte:
Local:Washington (EUA)

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 24 de April de 2008 17:25

[cachimbodemagritte.blogspot.com]

leitura recomendada

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 29 de April de 2008 20:37

Anunciada viagem de Bento XVI à França em setembro

A Conferência Episcopal Francesa informou, nesta segunda-feira, que Bento XVI fará sua primeira visita à França em setembro, por ocasião dos 150 anos das aparições de Nossa Senhora de Lourdes.

A visita começará em Paris no dia 12 de setembro com uma reunião com as autoridades francesas, seguida de uma conferência dirigida ao mundo da cultura no Colégio dos Bernardinos.

Deste local, o papa irá à Catedral de Notre-Dame de Paris para celebrar as vésperas com sacerdotes, diáconos, religiosos e seminaristas, e endereçará uma mensagem aos jovens reunidos no sagrado. Por ocasião de sua estada em Paris, Bento XVI vai encontrar os responsáveis de outras confissões cristãs e os responsáveis da comunidade judaica e da comunidade muçulmana. À noite, o pontífice parte para Lourdes.

No dia 13, o papa presidirá uma celebração eucarística na esplanada "dos Inválidos" e à noite, no final da procissão mariana, vai dirigir suas palavras aos peregrinos.

No domingo, dia 14, o papa presidirá uma missa solene para os peregrinos no santuário de Nossa Senhora de Lourdes e, à tarde, se reunirá com os membros da Conferência Episcopal Francesa.

Na segunda-feira, dia 15, Bento XVI ministrará a Unção dos Enfermos no decorrer de uma celebração eucarística e, à tarde, regressará a Roma.

No comunicado, os bispos franceses expressam ainda seu agradecimento ao Santo Padre e convidam os fiéis a se mobilizarem para acolher o papa


www.catolicanet.com.br


Fonte: Radio Vaticano
Local:Paris (França)

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