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Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 18 de April de 2008 15:19

Papa/EUA
18-04-2008 15:06

Bento XVI discursa na Assembleia Geral da ONU


Sua Santidade discursa, esta tarde, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, naquele que será um dos pontos altos da visita de Bento XVI aos EUA.


O Papa deverá incluir no seu discurso temas como os direitos humanos e a paz.

Esta é a quarta vez que um Papa se dirige, nas Nações Unidas, a todos os povos do mundo.

Antes de Bento XVI, também Paulo VI e João Paulo II – por duas vezes - tinham discursado no edifício da ONU.

A enviada especial da Renascença aos Estados Unidos, Aura Miguel, recorda o discurso feito por João Paulo II na sua segunda visita aos EUA, onde destaca o desafio deixado pelo então Papa de se fazer uma reflexão sobre os direitos das Nações.

João Paulo II, nesse discurso, falou ainda na profunda ligação entre liberdade e verdade moral, que a vitalidade moral das nações passava pelo uso responsável da liberdade e afirmou que a única “arma” para vencer o medo era a cultura do amor.

Nesta sexta-feira, além de discursar na sede das Nações Unidas, Sua Santidade vai reunir com representantes de outras religiões e visitará, também, uma sinagoga.

www.rr.pt

CS/Aura Miguel

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 18 de April de 2008 15:52

Em encontro no Santuário de Washington, papa responde a três questões do episcopado - 17/04/2008 - 16:06

1. Foi pedido ao Santo Padre para dar a sua opinião sobre o desafio do secularismo, em aumento na vida pública, e sobre o relativismo na vida intelectual, como também Suas sugestões sobre como enfrentar tais desafios do ponto de vista pastoral, para realizar uma obra de evangelização mais eficaz.

Abordei brevemente este tema em meu discurso. Acho significativo o fato de que aqui nos Estados Unidos, ao contrário de muitos países europeus, a mentalidade secular não foi colocada como intrinsecamente oposta à religião. Dentro do contexto da separação entre Igreja e Estado, a sociedade estadunidense sempre foi marcada por um respeito fundamental pela religião e de seu papel público e, se quisermos acreditar nas sondagens, o povo estadunidense é profundamente religioso. Mas não é suficiente contar com essa religiosidade tradicional e comportar-se como se tudo fosse normal, enquanto suas bases estão lentamente se corroendo. Um sério compromisso no campo da evangelização não pode prescindir de um diagnóstico profundo dos desafios reais que o Evangelho encontra diante da cultura contemporânea estadunidense.

Naturalmente, é fundamental uma correta compreensão da justa autonomia da ordem secular, uma autonomia que não pode ser separada de Deus Criador e de seu plano de salvação (cfr. Gaudium et Spes, 36). Talvez o tipo de secularismo dos Estados Unidos apresente um problema particular: enquanto permite crer em Deus e respeita o papel público da religião e das Igrejas, sutilmente reduz a crença religiosa ao mínimo denominador comum. A fé se torna aceitação passiva de que certas coisas “lá fora” são verdadeiras, mas sem alguma relevância prática na vida cotidiana. O resultado é uma separação crescente entre fé e vida: viver “como se Deus não existisse”. Isso se agrava por causa de uma visão individualista e eclética da fé e da religião, distante da visão católica, do modo de pensar da Igreja, toda pessoa acredita ter o direito de identificar e escolher, mantendo os vínculos sociais, mas sem uma conversão integral, interior à lei de Cristo. Conseqüentemente, ao invés de ser transformados e renovados no ânimo, os cristãos são facilmente tentados em se conformar ao espírito do século (cfr. Rm 12, 3). É o que constatamos no escândalo dos católicos que promovem o presumível direito ao aborto.

Em nível mais profundo, o secularismo desafia a Igreja a se reafirmar e prosseguir com determinação em sua missão no e para o mundo. Como esclarecido no Concílio Vaticano II, os leigos têm, a esse respeito, uma responsabilidade particular. Tenho a convicção de que é necessário um maior significado da relação intrínseca entre o Evangelho e a lei natural de um lado, de outro, da busca do autêntico bem humano, conforme encarnado na lei civil e nas decisões morais pessoais. Uma sociedade que tem grande consideração pela liberdade pessoal, a Igreja deve promover os seus ensinamentos em todos os níveis - na catequese, na pregação, na educação nos seminários e na universidade - uma apologética que afirme a verdade da revelação cristã, a harmonia entre fé e razão, e uma saudável compreensão da liberdade, vista em termos positivos, como libertação tanto das limitações do pecado como por uma vida autêntica e plena. Enfim, o Evangelho deve ser pregado e ensinado como uma maneira de vida integral, que oferece uma resposta atraente e verdadeira, intelectual e prática, aos problemas reais.
A “ditadura do relativismo”, em poucas palavras, è simplesmente uma ameaça à liberdade humana, que amadurece somente ne generosidade e na fidelidade à verdade.
Pode-se dizer muito mais, naturalmente, sobre este tema: mas deixem-me concluir, todavia, dizendo que eu acredito que a Igreja, na América, neste preciso momento de sua história, tem diante de si o desafio de reencontrar a visão católica da realidade, e de apresenta-la de modo envolvente, e com criatividade, a uma sociedade que oferece todo tipo de receitas para a auto-realização humana. Penso de modo particular em nossa necessidade de falar ao coração dos jovens, os quais, apesar da constante exposição a mensagens contrárias ao Evangelho, continuam a ter sede de autenticidade, de bondade, de verdade. Ainda resta muito a fazer em nível de pregação e de catequese ns paróquias e nas escolas, se quisermos que a evangelização produza frutos para a renovação da vida eclesial na América. ]

2. O Santo Padre foi questionado sobre "um certo silencioso processo” mediante o qual os católicos abandonam a prática da fé, por vezes mediante uma decisão explícita, mas muitas vezes quieta e gradualmente afastando-se da participação na Missa e da identificação com a Igreja.

Certamente muito disso tudo depende da redução progressiva da cultura religiosa, por vezes comparada, de modo pejorativo, a um "gueto", que pode reforçar a participação e a identificação com a Igreja. Como acabo de dizer, um dos maiores desafios que a Igreja tem diante de si neste País è cultivar a identidade católica baseada não apenas em elementos externos, mas também em um modo de pensar e de agir radicado no Evangelho e enriquecido em base na tradição viva da Igreja.
O tema envolve claramente fatores como o individualismo religioso e o escândalo. Mas vamos ao centro da questão: a fé não pode sobreviver se não for nutrida, se não "atuar por meio da caridade". As pessoas hoje têm dificuldade em encontrar Deus em nossas igrejas? Nossa pregação talvez perdeu o próprio sal? Isso não pode se dever ao fato de que muitos se esqueceram, ou nunca aprenderam, a rezar na e com a Igreja?
Não falo de pessoas que deixam a Igreja na busca de "experiências" religiosas subjetivas; este é um tema pastoral a ser enfrentado em termos próprios. Acho que estamos falando de pessoas que caíram fora da estrada sem ter conscientemente rejeitado a fé em Cristo, mas que, por uma certa razão, não receberam a força vital da liturgia, dos Sacramentos, da pregação. E a fé cristã, como sabemos, è essencialmente eclesial, e sem um vínculo vivo com comunidade, a fé do indivíduo não pode amadurecer. Para voltar ao ponto que acabamos de abordar: o resultado pode ser uma apostasia silenciosa.
Deixem-me agora fazer duas observações sobre o problema do "processo de abandono", que espero que possam estimular novas reflexões.
Em primeiro lugar, como os senhores sabem, torna-se sempre mais difícil, nas sociedades ocidentais, falar de modo sensato de 'salvação'. E a salvação – a libertação da realidade do mal e o dom de uma vida nova e livre em Cristo – está no próprio coração do Evangelho. Devemos redescobrir, como já disse, modos novos e fascinantes para proclamar esta mensagem e despertar a sede de plenitude que somente Cristo pode dar. É na liturgia da Igreja, e sobretudo, no sacramento da Eucaristia, que estas realidades se manifestam de modo mais forte e são vividas na existência dos fiéis. Talvez tenhamos ainda muito o que fazer para realizar a visão do Concílio sobre a liturgia, como exercício do sacerdócio comum e como impulso para um apostolado frutífero no mundo.
Em segundo lugar, temos que reconhecer com preocupação a quase completa eclipse do sentido escatológico em muitas de nossas sociedades tradicionalmente cristãs. Como sabem, levantei este problema na encíclica Spe salvi. Basta dizer que a fé e a esperança não se limitam a este mundo: como virtudes teologais, elas nos unem ao Senhor e nos levam à realização não apenas de nosso destino, mas ao destino de toda a criação. A fé e a esperança são a inspiração e a base de nossos esforços para nos preparar à vinda do Reino de Deus. No cristianismo, não pode existir lugar para uma religião puramente pessoal: Cristo è o Salvador do mundo, e, como membros de seu Corpo e partícipes de seu múnus (função) profética, sacerdotal e real, não podemos separar o nosso amor por Ele do compromisso da edificação da Igreja e da ampliação do Reino. Na medida em que a religião se torna um assunto puramente pessoal, ela perde a sua própria alma.
Deixem-me concluir afirmando o óbvio. Os campos estão prontos para a semeadura. Deus continua a fazer crescer a messe. Podemos e devemos acreditar, juntos com o Papa João Paulo II, que Deus está preparando uma nova primavera para o cristianismo (cfr Redemptoris missio, 86). O que mais precisamos, neste específico tempo da história da Igreja na América, è a renovação daquele zelo apostólico que inspire seus pastores de modo ativo a procurar os dispersos, a curar as feridas e restabelecer os doentes; (cfr Ez 34,16). E isto, como disse, exige novos métodos de pensar, baseados num sadio diagnostico dos desafios de hoje e num compromisso pela unidade no serviço à missão da Igreja para com as gerações presentes.

3. Foi pedido ao Santo Padre para expressar sua opinião em relação à diminuição das vocações, não obstante o aumento da população católica, e sobre as razões da esperança oferecidas pelas qualidades pessoais e pela sede de santidade que caracterizam os candidatos que decidem prosseguir.

Sejamos sinceros: a capacidade de cultivar as vocações ao sacerdócio e à vida religiosa é um sinal da saúde de uma Igreja local. Não há espaço para alguma complacência a este respeito. Deus continua chamando os jovens, mas cabe a nós encorajar uma resposta generosa e livre a esse chamado. Por outro lado, nenhum de nós é capaz de dar esta graça por certa.
No Evangelho, Jesus nos diz para rezar a fim de que o Senhor da messe envie novos operários; Ele diz também que os operários são poucos em relação à messe que é grande (cfr Mt 9,37-38).
Pode parecer estranho, mas eu penso muitas vezes que a oração - l’unum necessarium – é o único aspecto das vocações que é eficaz e nós muitas vezes o esquecemos ou o desvalorizamos!
Não falo somente de oração pelas vocações. A própria oração, que nasce nas famílias católicas, nutrida pelos programas de formação cristã, reforçada pela graça dos Sacramentos, é o meio principal mediante o qual conhecemos a vontade de Deus para a nossa vida. Na medida em que ensinamos os jovens a rezar, e a rezar bem, nós cooperamos ao chamado de Deus. Os programas, os planos e os projetos têm o seu lugar, mas o discernimento de uma vocação é, sobretudo, o fruto do diálogo íntimo entre o Senhor e os seus discípulos. Se souberem rezar, os jovens saberão o que fazer da vontade de Deus.
Foi constatado que existe hoje uma grande sede de santidade em muitos jovens e embora em número menor, os que vão em frente demonstram um grande ideal e oferecem muitas promessas. É importante ouvi-los, compreender as suas esperanças e encorajá-los a ajudar seus coetâneos a verem a necessidade de sacerdotes e religiosos empenhados, como também a ver a beleza de uma vida de sacrifício e de serviço ao Senhor e à Igreja.
A meu ver, muito se deve pedir aos diretores e formadores das vocações: aos candidatos, hoje, é preciso oferecer uma saudável formação intelectual e humana que os faça capazes não somente de responder às questões reais e às necessidades dos coetâneos, mas também de amadurecer em sua conversão e perseverar na vocação através de um compromisso que dure por toda a vida. Como Bispos, estejam conscientes do sacrifício que lhes é pedido quando solicitados a aliviar dos compromissos um de seus melhores sacerdotes para trabalhar no seminário. Peço a vocês que respondam com generosidade pelo bem de toda a Igreja.
Enfim, acredito que saibam por experiência que muitos de seus irmãos sacerdotes são felizes por sua vocação. Aquilo que disse em meu discurso sobre a importância da unidade e da colaboração com o presbitério se aplica também neste campo. Existe a necessidade para todos nós de deixar as divisões estéreis, os desacordos e os preconceitos e de escutarmos juntos a voz do Espírito que orienta a Igreja rumo a um futuro de esperança. Cada um de nós sabe como é importante a fraternidade sacerdotal na própria vida; ela não è apenas um dom precioso, mas também um recurso imenso para a renovação do sacerdócio e o aumento de novas vocações. Desejo concluir encorajando-os a gerar oportunidades de diálogo ainda maiores e de encontros fraternos entre seus sacerdotes, especialmente os jovens. Estou convencido de que isto produzirá frutos para seu enriquecimento, para o aumento de seu amor ao sacerdócio e à Igreja, assim como na eficácia de seu apostolado. Com estas poucas observações, os encorajo ainda mais uma vez em seu ministério junto aos fiéis confiados a seus cuidados pastorais e lhes confio à intercessão amorosa de Maria Imaculada, Mãe da Igreja



www.catolicanet.com.br


Fonte: Radio Vaticano
Local:Washington (EUA) Inserida por: Administrador

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 18 de April de 2008 21:19

Citação:
Albino O M Soares
A pedofilia não é mera consequência dos pecados de alguns, mas também da axiomática da própria Igreja ao mais alto nível. Por exemplo postular que um homem casado não pode presidir à eucaristia é um insulto à Criação. Uma política de petulância e pretenciosa subalternização do espírito de Deus (Por exemplo dizer que fora da Igreja não há salvação), tão típica de ortodoxia papal gera deformações psicológica.

Sem dúvida!!!

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 18 de April de 2008 22:11

Citação:
Jorge Gomes
Citação:
Albino O M Soares
A pedofilia não é mera consequência dos pecados de alguns, mas também da axiomática da própria Igreja ao mais alto nível. Por exemplo postular que um homem casado não pode presidir à eucaristia é um insulto à Criação. Uma política de petulância e pretenciosa subalternização do espírito de Deus (Por exemplo dizer que fora da Igreja não há salvação), tão típica de ortodoxia papal gera deformações psicológica.

Sem dúvida!!!

Dois erros:
1 - Existem padres católicos casados que, obviamente, presidem à Eucaristia:

2 - Quanto ao "fora da Igreja não há salvação" é bom ver a discussão sobre o tema.

João (JMA)

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 19 de April de 2008 05:09

Papa/EUA
18-04-2008 0:12

Bento XVI recebeu vítimas de abusos


O Papa Bento XVI recebeu, em Washington, cinco vítimas do escândalo da pedofilia de Boston.


Bento XVI deu, assim, mais um sinal da preocupação que tem tido em relação ao abuso sexual de menores, tema muito sublinhado nesta visita pastoral.

O porta-voz do Papa, o Padre Frederico Lombardi, leu um comunicado à imprensa, revelando que Bento XVI se encontrou, na capela da Nunciatura, com um grupo de vítimas de abuso sexual por membros do clero.

O Arcebispo de Boston, o Cardeal Sean O'Malley, acompanhou as vítimas, que pediram anonimato. Rezaram com o Papa e, no final, Bento XVI ouviu-os, um a um, dirigindo-lhes palavras de encorajamento e esperança.

De acordo com o Padre Frederico Lombardi, o encontro durou cerca de 25 minutos.

Mostrando bastante comoção, o pequeno grupo, constituído por homens e mulheres de meia idade, entregou ao Papa, através do Cardeal Sean O'Malley um caderno com cerca de mil nomes de outras vítimas de abusos na diocese de Boston.

Bento XVI participa esta quinta-feira numa reunião com responsáveis da Universidade Católica da América e num encontro inter-religioso no Centro Cultural Papa João Paulo II.

Veja aqui a Fotogaleria da Renascença sobre a visita do Papa Bento XVI aos Estados Unidos.

Veja aqui a Infografia sobre a visita do Papa Bento XVI aos Estados Unidos.

www.rr.pt




RV/Aura Miguel

Aura Miguel, enviada especial aos Estados Unidos

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 19 de April de 2008 07:45

Citação:
Jorge Gomes
Citação:
Albino O M Soares
A pedofilia não é mera consequência dos pecados de alguns, mas também da axiomática da própria Igreja ao mais alto nível. Por exemplo postular que um homem casado não pode presidir à eucaristia é um insulto à Criação. Uma política de petulância e pretenciosa subalternização do espírito de Deus (Por exemplo dizer que fora da Igreja não há salvação), tão típica de ortodoxia papal gera deformações psicológica.

Sem dúvida!!!

Pelo comentario diria que mais facilmente poderia concluir que os contestarios é que sofrem de deformações psicologicos. Mas não digo, obviamente há contestarios lucidos que não dizem disparates deste tamanho.

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 19 de April de 2008 09:05

Citação:
camilo
Citação:
Jorge Gomes
Citação:
Albino O M Soares
A pedofilia não é mera consequência dos pecados de alguns, mas também da axiomática da própria Igreja ao mais alto nível. Por exemplo postular que um homem casado não pode presidir à eucaristia é um insulto à Criação. Uma política de petulância e pretenciosa subalternização do espírito de Deus (Por exemplo dizer que fora da Igreja não há salvação), tão típica de ortodoxia papal gera deformações psicológica.

Sem dúvida!!!

Pelo comentario diria que mais facilmente poderia concluir que os contestarios é que sofrem de deformações psicologicos. Mas não digo, obviamente há contestarios lucidos que não dizem disparates deste tamanho.

É a habitual demonização de quem pensa diferente e de quem excomunga e manda pra fogueira quem não segue Jesus da maneira que ele segue e acredita.

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 19 de April de 2008 15:20

Ao contrário do que foi aqui dito, o Papa não omitiu propriamente a referência ao mau trabalho de alguns bispos. O Papa falou disse que o problema foi «mal gerido», que foi uma forma «suave» de falar dos bispos sem ser «acusador»... De facto, vários MCS notaram essa referência «diplomática», mas «verdadeira».

Aqui ficam três notícias do «Público», que creio serem de grande importância, nomeadamente a do encontro do Papa com várias das vítimas de abusos sexuais. Vale a pena ler. A visita do Papa aos EUA tem sido um enorme acto de coragem, de reconciliação, de esperança para os tempor próximos.

Alef




Bento XVI rezou ao lado das vítimas de abusos sexuais dos padres católicos



O encontro, absolutamente inédito, foi mantido de fora da agenda oficial e só foi confirmado já depois de ter decorrido: na quinta-feira, o Papa Bento XVI reuniu-se em privado com um grupo de homens e mulheres vítimas de abusos sexuais por membros do clero norte-americano.

A reunião foi mediada pelo cardeal Sean O"Malley, arcebispo de Boston, e aconteceu a pedido de Bento XVI. Antes da chegada aos Estados Unidos, tinha sido muito criticada a opção de Bento XVI de não visitar Boston, a cidade onde há seis anos rebentou o escândalo de pedofilia e abusos que manchou a Igreja Católica dos Estados Unidos.

As investigações que se sucederam expuseram uma longa "tradição" de comportamentos imorais e ilegais por parte de clérigos e outros membros da comunidade católica, sucessivamente escondidos ou ignorados pelas mais altas hierarquias da Igreja: desde 1950, pelo menos 12 mil crianças sofreram abusos. A Conferência de Bispos admitiu que mais de 5000 padres estiveram envolvidos nesses actos. A Igreja já despendeu mais de dois mil milhões de dólares em indemnizações judiciais às vítimas.

Segundo os serviços de imprensa do Vaticano, o encontro de quinta-feira, que durou cerca de meia hora, decorreu a meio da tarde na capela da Nunciatura Apostólica de Washington. De manhã, Bento XVI tinha celebrado missa no estádio dos Nationals - onde, mais uma vez, apresentara as desculpas da Igreja pelo terrível comportamento dos seus membros.

O comunicado do Vaticano diz que o Papa ouviu as histórias das vítimas de abuso e "transmitiu-lhes palavras de alento e esperança". "Foi uma experiência muito positiva e importante para a recuperação destas pessoas. Todos rezaram juntos, foi muito bonito e emocionante", resumiu o cardeal O"Malley no final do encontro.

A Igreja procurou manter em segredo a identidade dos participantes no encontro - um grupo de homens e mulheres de meia idade, todos da região de Boston -, bem como as suas histórias. Mas ontem, alguns deles aceitaram falar à comunicação social, relatando uma experiência que todos descreveram como "muito comovente".

Cada um teve oportunidade de estar a sós com o Papa por breves minutos, o tempo para contar o que lhes tinha acontecido e realizar uma breve oração. Segundo Olan Horne, um dos homens presentes, foi difícil recordar os "factos traumatizantes do passado", mas ao mesmo tempo "muito reconfortante" receber a compreensão e bênção" de Bento XVI.

"O Papa ouviu tudo com atenção. Conversou comigo, deu-me os parabéns pelo meu futuro casamento, e depois rezámos. O meu coração derreteu", relatou uma das vítimas. O grupo não deixou, contudo, de aconselhar ao Papa que "fizesse mais" pela reparação das vítimas e reconstrução da Igreja. "Eu disse-lhe: Santo Padre, quero que saiba que há um cancro no seu rebanho, e precisa de corrigir essa situação. Tenho muita esperança em que o faça", contou Bernie McDaid, à rádio pública NPR.

No final da reunião, Bento XVI convidou todos os participantes a jun-
tarem-se em oração por todas as vítimas dos abusos da Igreja - de acordo com o cardeal O"Malley, o Papa tinha na mão uma lista com mais de mil nomes de pessoas que sofreram os ataques do clero. "Foi a primeira vez em sete anos que o líder da Igreja Católica disse inequivocamente que estes comportamentos do passado não são aceitáveis. Foi um grande avanço", concluiu Gary Bergeron, uma das vítimas que, depois do escândalo rebentar, bateu à porta do Vaticano durante cinco dias seguidos e nunca foi recebido.

Rita Siza, Washington
Público, 19.04.2008





Papa vigoroso a favor da ONU e de direitos humanos universais



Bento XVI não se referiu a temas concretos da agenda internacional, mas deixou recados em todas as direcções, no discurso na ONU


Defesa do direito de ingerência em situações de tragédia. Crítica à subordinação das decisões a "uns poucos". Afirmação do papel da ONU na redução das desigualdades. Apologia da universalidade dos direitos humanos, contra perspectivas minimalistas. E lembrança de que os Estados devem, em primeiro lugar, proteger os seus cidadãos. A intervenção do Papa Bento XVI, ontem, na Assembleia Geral das Nações Unidas, não citou temas concretos da actualidade, mas referiu vigorosamente princípios que devem regular as relações entre os povos. E deu recados em várias direcções.

Bento XVI confirmou as expectativas criadas sobre a "importante" intervenção na ONU. Entrou a dizer ao que vinha: as Nações Unidas são exemplo de como os "problemas e conflitos relativos à comunidade mundial podem estar sujeitos a uma regulamentação comum". Esse "grau superior de ordenamento internacional", citando uma frase de João Paulo II, deve "responder às demandas da família humana, mediante regras vinculadoras e estruturas capazes de harmonizar o desenvolvimento quotidiano da vida dos povos".

Mais necessário ainda se torna, disse o Papa Ratzinger, quando se vive o "paradoxo" de um "consenso multilateral que padece uma crise por causa da sua subordinação às decisões de uns poucos, enquanto os problemas do mundo exigem intervenções conjuntas da comunidade internacional". No início da visita, perante o Presidente George W. Bush, Bento XVI pedira que os Estados Unidos apoiassem a ONU.

O Papa referiu aspectos que exigem a intervenção colectiva: segurança, desenvolvimento, redução das desigualdades, protecção do ambiente, atenção particular à África e outras regiões que "correm o risco de só sentir os efeitos negativos da globalização". E lançou um alerta aos cientistas: alguns aspectos da investigação científica podem representar uma "clara violação da ordem da criação". Adivinha-se o aviso sobre manipulação genética. E alertou ainda contra a destruição da vida na Terra.

O "princípio da responsabilidade de proteger", definido recentemente, levou o Papa a afirmar que o papel primário dos Estados é "proteger a própria população de violações graves e contínuas dos direitos humanos, como também das crises humanitárias". E, caso os Estados não sejam capazes de o fazer, "a comunidade internacional deve intervir", respeitada a Carta das Nações Unidas.

Contra quem hesita, avisou Ratzinger: "A indiferença ou a falta de intervenção é que causam um dano real." Tornam-se necessários "meios para prevenir e controlar os conflitos", devem esgotar-se as vias diplomáticas e estar atento "a todos os sinais de diálogo".

Um "substrato ético"

Era o pretexto para entrar no quinhão mais importante do texto (na íntegra em www.vatican.va), aproveitando os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em Dezembro de 1948. A ONU surgiu porque se abandonara "a referência ao sentido da transcendência e da razão natural", uma referência ao nazismo e à II Guerra Mundial. Por isso, perante os "novos e insistentes desafios, é um erro retroceder para uma atitude pragmática, limitada a determinar "um terreno comum", minimalista nos conteúdos e débil na sua efectividade".

A declaração surgiu de "uma convergência de tradições religiosas e culturais" que colocavam a pessoa humana no centro. Por isso, os direitos humanos são cada vez mais "a linguagem comum e o substrato ético das relações internacionais". Retirar essa carga aos direitos humanos seria "restringir o seu âmbito e ceder a uma concepção relativista" e negaria a sua "universalidade em nome dos diferentes contextos culturais, políticos, sociais e religiosos".

Ratzinger disse ainda que a promoção dos direitos humanos é o modo "mais eficaz" de "extirpar desigualdades", aumentar a segurança. E devem redobrar-se os esforços para que não se coloque em causa a "íntima unidade" da declaração. Esta reflecte um "ideal comum" e não pode ser aplicada em "partes separadas".

A terminar, pediu que a ONU apoie o diálogo inter-religioso e recordou a relação da liberdade religiosa com os direitos humanos: "É inconcebível que os crentes tenham que suprimir uma parte de si mesmos - a sua fé - para ser cidadãos activos."

António Marujo
«Público», 19.04.2008




Diálogo com os judeus reafirmado



O Papa Bento XVI reafirmou quinta à noite, perante uma delegação judaica, que a Igreja Católica está empenhada em prosseguir o "diálogo que, nos últimos 40 anos", melhorou o relacionamento com os judeus. Ontem, ao final do dia, foi à Sinagoga de East Park, de Nova Iorque, onde foi recebido pelo rabi Arthur Schneier, sobrevivente do Holocausto e fundador de uma organização que junta judeus, cristãos e muçulmanos.

Com uma mensagem dirigida à comunidade judaica de todo o mundo, por ocasião da Pessah (a Páscoa dos judeus, iniciada ontem à noite), entregue ainda em Washington, Bento XVI tentou apagar de vez os remoques por causa da recuperação de uma oração católica onde se reza pela conversão dos judeus.

No início de Fevereiro, como aproximação aos católicos tradicionalistas, o Papa autorizou recuperar uma oração de Sexta-Feira Santa, dia em que se assinala a morte de Jesus. Agora, na mensagem, Bento XVI disse que, apesar das diferentes razões da Páscoa - a saída dos escravos judeus do Egipto, a morte e ressurreição de Cristo -, o próprio Jesus afirmou que "a salvação vem dos judeus".

Citando a Bíblia judaica (o Antigo Testamento cristão), o Papa disse que a Páscoa deveria levar judeus e cristãos a procurar "a justiça, a misericórdia, a solidariedade". Citou os patriarcas - Abraão, Isaac, Jacob - e as grandes mulheres da Bíblia: Sara, Rebeca, Raquel e Lia. "A nossa esperança partilhada de paz no mundo abraça o Médio Oriente e, em particular, a Terra Santa", acrescentou.

Momentos antes, o Papa encontrara-se com representantes judeus, muçulmanos, hindus, budistas e jainistas, insistindo na importância do diálogo inter-religioso. Este deve afrontar as diferenças e procurar a verdade sobre o "fundamento último", e questionar: "Qual a origem e o destino do género humano? O que é o bem o mal? O que nos espera no fim da existência?" O objectivo mais importante "requer uma exposição clara das respectivas doutrinas religiosas".

A.M.
«Público», 19.04.2008



Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 19 de April de 2008 15:34

Dom Demétrio Valentini - O Papa nos Estados Unidos - 18/04/2008 - 14:47

Nestes dias está se realizando a visita do Papa Bento 16 aos Estados Unidos. As poucas notícias são suficientes para suscitar a lembrança da visita que ele fez ao Brasil, há um ano atrás.
Aqui ele veio para inaugurar a Conferência de Aparecida, evento simbólico da identidade da Igreja da América Latina e do Caribe. Nesta Igreja se encontra quase a metade de todos os católicos do mundo.
A simpatia como foi recebido pelo povo brasileiro, a descontração e a espontaneidade das manifestações populares de carinho e de apreço por sua presença, provocaram evidente impacto positivo no Papa, criando um ambiente de confiança que se projetou para dentro da própria Conferência de Aparecida. O povo mostrou seu protagonismo, indicando que os caminhos da Igreja passam pela identificação e proximidade com o povo.
A visita de agora acontece num momento crucial da Igreja Católica nos Estados Unidos, com suas notórias peculiaridades. Uma Igreja jovem, tanto que as dioceses mais antigas completam agora apenas duzentos anos de existência. Só após a independência da Inglaterra a Igreja Católica iniciou sua estruturação nos Estados Unidos. E já é, singularmente, a maior Igreja daquele país.
Para explicar seu crescimento e sua composição é preciso levar em conta o grande contingente de imigrantes, sobretudo da Irlanda, que lhe deram consistência populacional. Mas hoje cresce de importância a presença dos latinos. Quase a metade dos católicos dos Estados Unidos são hispanos.
Este o desenho populacional da Igreja neste país. Bem mais complexa é a sua situação eclesial e pastoral. De maneira muito dolorosa, a Igreja Católica nos Estados Unidos precisou suportar severas acusações de crimes sexuais praticados por alguns componentes do clero. Sem negar a gravidade de fatos realmente ocorridos, a Igreja enfrentou o equívoco das fáceis generalizações, e a exploração da “indústria judicial”, que conseguiu indenizações milionárias, cobradas das dioceses, em virtude da vinculação jurídica lá existente entre os membros do clero e suas respectivas circunscrições eclesiásticas.
Esta situação já está sendo superada, graças também à franqueza com que foi enfrentada pela Igreja. O próprio Papa em sua visita aborda a questão, inserindo-a no contexto mais amplo dos desafios desta Igreja que, segundo o Papa, sempre se caracterizou por grande dinamismo pastoral.
As duas visitas intercontinentais realizadas por este Papa, no ano passado na América Latina, e agora nos Estados Unidos, colocam com evidência o problema do futuro da catolicidade. Por onde passa o futuro da Igreja Católica?
E’ uma pergunta que precisa ser feita. Não certamente para sugerir uma uniformização da Igreja segundo um determinado modelo continental. Nem mesmo o modelo europeu, que está na origem histórica da implantação das Igrejas em nosso continente.
Antes, a diversidade de situações mostra a conveniência de uma adequada descentralização da Igreja, que poderia se adaptar melhor às culturas locais, enriquecendo-se com experiências válidas de inserção vital na história de cada povo onde ela é chamada a encarnar o Evangelho.
Nesta perspectiva, as visitas do Papa servem de estímulo para a diversidade de realizações eclesiais, cada qual com seu rosto próprio, e ao mesmo tempo um impulso para a comunhão universal, num mundo que cada vez mais se sente globalizado, mas necessitado de autonomia local e de respeito pela alteridade.


www.catolicanet.com.br

Fonte: Dom Demétrio Valentini - Bispo de Jales (SP)
Local:Jales (SP) Inserida por: Administrador

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 19 de April de 2008 15:46

Também vale a pena ler:


A mudança e a confiança



Um encontro é apenas um encontro: mas muitas vezes é com um encontro que tudo começa. Anteontem, no contexto da sua visita pastoral aos Estados Unidos, Bento XVI referiu-se numa missa ao incalculável "sofrimento infligido" pelos padres pedófilos, falou muito justamente em "vergonha" e reconheceu que o caso foi "por vezes muito mal gerido" pela hierarquia. Depois, teve um gesto ainda mais significativo: promoveu um encontro com algumas vítimas. Há muito que muita gente esperava isto do Papa. E que isto seja o começo.

Como católico, fiquei apreensivo com a eleição de Joseph Ratzinger, por causa do seu currículo como ideólogo ortodoxo, mas confesso que o seu pontificado me tem agradado a vários títulos. A ausência de empatia é suprida pela elevação intelectual. E o ultra tem-se revelado um moderado. As duas encíclicas de Bento XVI pareceram-me algo inócuas, mas o Papa tem tido intervenções produtivas em campos como o ecumenismo, a liturgia e o confronto com a laicidade. Faltava ainda uma palavra sobre a grande ignomínia que se abateu sobre a Igreja em anos recentes. Uma palavra e um gesto.

É triste que tanta gente ache que a epidemia pedófila na Igreja foi uma inevitabilidade que decorre da intrínseca perversidade do clero; é triste que tantos outros considerem o caso um detalhe sem importância nem consequência. Creio, pelo contrário, que a pedofilia na Igreja foi um acontecimento repugnante mas evitável. E que muitos católicos ainda não se aperceberam do significado desta crise. Ainda há quem fale em acidentes isolados: mas foram cinco mil padres e 13 mil vítimas, só nos Estados Unidos. Que o clero católico, o mesmo que difunde uma ética exigente em tempos de caos ético, tenha estado implicado em tão grande escala em abusos de menores, eis o que não pode redundar senão em perda de autoridade moral e de confiança dos crentes. As autoridades eclesiásticas (nomeadamente o cardeal Bernard Law) tiveram uma atitude lamentável: abafamento de casos e penalizações simbólicas. O clero católico fez o que os leigos católicos geralmente fazem: varrer o lixo para debaixo do tapete, arranjar desculpas, fugir ao castigo. A Igreja não fez o que lhe competia: tolerância zero com os abusos passados e medidas preventivas.

O ideal evangélico manda que detestemos o pecado e amemos o pecador. No caso da pedofilia cometida por padres, tal mandamento não se aplica: desde logo porque o abuso de menores é crime, e portanto insusceptível de perdão em sentido estrito; depois, porque este pecado, cometido no seio da Igreja, é especialmente grave. Um acto de um católico pesa sobre quem o cometeu. Um acto de um padre afecta toda a Igreja. E não estamos perante desvarios de avareza ou preguiça ou gula: são abusos sexuais sobre menores, vindos de uma Igreja que dedica boa parte do seu tempo a castigar furiosamente muitos comportamentos sexuais legais, consensuais e entre adultos.

Um encontro é apenas um encontro. Mas esta conversa com um grupo de vítimas, organizada pelo cardeal de Boston (uma das dioceses mais afectadas), foi um primeiro acto. Lembremos que há anos que as vítimas e suas famílias pediam um encontro destes. Em vão. Este encontro, que decorreu na nunciatura de Washington, foi emotivo, e vários dos participantes falaram em "esperança restaurada". O Vaticano já tinha convocado os bispos para os repreender, mas faltava ter ido ter com as vítimas, para lhes restituir a esperança. Se o catolicismo não serve para restaurar a esperança, serve para quê?

Agora, como lembraram as organizações de defesa das vítimas, é preciso um último passo. Avançámos das palavras para os actos, falta passar dos actos às reformas. A reforma dos seminários, a reforma da hierarquia e a reforma da visão tétrica sobre a sexualidade. A Igreja quis evitar o escândalo a acabou a proteger o crime. Que este gesto de disponibilidade de Bento XVI signifique também uma disponibilidade para a mudança. Só a mudança restaura a confiança.

Pedro Mexia
«Público», «P2», 19.04.2008




Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 19 de April de 2008 15:51

Papa/EUA
18-04-2008 18:08

Bento XVI apela ao respeito pelos direitos humanos


O apelo ao respeito pelos Direitos do Homem foi o ponto central da mensagem que o Papa deixou esta tarde na ONU.


Pela quarta vez na história, um líder da Igreja Católica dirigiu-se aos representantes de todos os países com assento na ONU.

No ano em que se celebra o 60.º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos, Bento XVI lembrou que é preciso evitar reinterpretações deste documento.

“Hoje é preciso reforçar os esforços para enfrentar as pressões que querem reinterpretar os fundamentos da Declaração e comprometer a sua intrínseca unidade, para facilitar um afastamento da protecção da dignidade humana e assim satisfazer simples interesses, ou, muitas vezes, interesses particulares”, lembrou.

Foi uma oportunidade para Bento XVI apelar ao respeito integral destes direitos: “Quando os direitos são apresentados apenas em termos de legalidade, correm o risco de se tornarem propostas fracas, separadas da dimensão ética e racional, que é o seu fundamento e objectivo. Por isso os Direitos Humanos devem ser respeitados como uma expressão como uma expressão de justiça, e não apenas porque a vontade dos legisladores os manda respeitar.

O Santo Padre defendeu também a ausência de limites à liberdade religiosa. Bento XVI considera que o Homem, para ser cidadão activo, não pode ser obrigado a renunciar à sua Fé.

“É inconcebível que os crentes tenham de suprimir uma parte de si próprios – a sua Fé – para serem cidadãos activos”, disse.

E acrescentou: “Nunca deveria ser necessário negar Deus para poder usufruir os seus próprios direitos. Os direitos relacionados com a religião precisam ainda mais de protecção, quando são considerados em conflito com a ideologia prevalentemente secularista ou com posições de maioria religiosa de natureza exclusiva. Não se pode limitar a plena garantia da liberdade religiosa ao livre exercício de culto; pelo contrário, deve ser tida em justa consideração a dimensão pública da religião e, portanto, a possibilidade de os crentes participarem na construção da ordem social”.

Na opinião de Aura Miguel, vaticanista e enviada especial aos Estados Unidos, as referências do Papa à reinterpretação dos Direitos Huimanos, pode ter uma leitura concreta no caso de Guantanamo.

Já quando se refere à liberdade religiosa, poderia estar referir-se aos casos da Turquia, em que os cristãos não podem ser funcionários públicos nem colocar os seus filhos nas escolas do Estado. Ou ao da França, que ponderava proibir o uso de véu entre os islâmicos.

Antes deste discurso, Bento XVI manteve um encontro privado com o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon.

Depois da intervenção, o Papa reuniu-se desta vez com o presidente da Assembleia Geral e depois com o presidente do Conselho de Segurança. Manteve ainda um encontro com 60 funcionários das Nações Unidas, a quem também dirigiu algumas palavras, lembrando nomeadamente os que morreram no exercício das suas funções.

RR

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 19 de April de 2008 16:07

Prece pelo Papa Bento XVI


Divino Pastor e guia de todos os fiéis,
olhai com ternura e benevolência para o sucessor de Pedro
e vosso servo, o Papa Bento XVI,
a quem constituístes supremo pastor da Igreja,
no início deste Terceiro Milênio da Cristandade.

Fazei com que ele esteja sempre atento e dócil ao Espírito Santo.
Que saiba conduzir os destinos da Igreja com mão forte e suave,
com discernimento e esperança, por caminhos de luz e de paz.
Que seu amor, sua misericórdia e ternura
brotem do Coração de Deus
e se estendam a todos que dele se aproximarem.

Que a sua caridade, sua fé e sua esperança
ampliem seus horizontes de bondade e compreensão,
orientem seu pensar e agir
e sejam prenúncio de um mundo
cada vez mais semelhante aos planos de Deus Criador.

Que o Cristo Ressuscitado seja sua grande alegria!

© Prece de: Ir. Zuleides Andrade, ASCJ
Curitiba, PR - BRASIL

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 20 de April de 2008 15:17

Papa/EUA
20-04-2008 10:54

Bento XVI reza pelas vítimas no “Ground Zero”


Termina hoje a visita do Papa Bento XVI aos Estados Unidos da América, com mais uma iniciativa carregada de simbolismo.

O Santo Padre vai estar no “Ground Zero” - o local dos atentados de 11 de Setembro, exactamente à mesma hora dos ataques contra as Torres Gémeas - a rezar pelas vítimas e seus familiares.



A acolher o Papa vão estar 24 representantes das forças de auxílio: polícias, bombeiros e Protecção Civil e também familiares das vítimas dos atentados.

Bento XVI quis que este fosse um momento exclusivo de oração. No texto, que já foi publicado, o Papa reza pelos que morreram naquele local e também pelos que morreram no Pentágono e Pensilvânia. Reza pelos que ainda sofrem devido a esta tragédia, pede paz para o mundo e pede, aos que vivem no ódio, para que optem pelo amor.

Sua Santidade encerra estes seis dias aos EUA com uma missa no Estádio de basebol dos Yankees.

Clique aqui para ver a fotogaleria com as imagens que marcam a visita de Bento XVI aos Estados Unidos.


ML/Aura Miguel
RR

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 20 de April de 2008 15:20

Papa/EUA
20-04-2008 10:54

Bento XVI reza pelas vítimas no “Ground Zero”
[i][/i]


Termina hoje a visita do Papa Bento XVI aos Estados Unidos da América, com mais uma iniciativa carregada de simbolismo.


O Santo Padre vai estar no “Ground Zero” - o local dos atentados de 11 de Setembro, exactamente à mesma hora dos ataques contra as Torres Gémeas - a rezar pelas vítimas e seus familiares.



A acolher o Papa vão estar 24 representantes das forças de auxílio: polícias, bombeiros e Protecção Civil e também familiares das vítimas dos atentados.

Bento XVI quis que este fosse um momento exclusivo de oração. No texto, que já foi publicado, o Papa reza pelos que morreram naquele local e também pelos que morreram no Pentágono e Pensilvânia. Reza pelos que ainda sofrem devido a esta tragédia, pede paz para o mundo e pede, aos que vivem no ódio, para que optem pelo amor.

Sua Santidade encerra estes seis dias aos EUA com uma missa no Estádio de basebol dos Yankees.

RR
ML/Aura Miguel

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 20 de April de 2008 15:25

Ver aqui: [media.rr.pt]

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 20 de April de 2008 17:00

Papa/EUA
20-04-2008 16:20

Bento XVI reza no “Ground Zero”


O Papa presta profunda homenagem às vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001, em Nova York, nos Estados Unidos.

Naquele que foi o momento mais marcante deste último dia de visita aos Estados Unidos, Bento XVI esteve no “Ground Zero”, a zona de impacto nas Torres Gémeas, e lembrou todos quantos perderam a vida.

“Nós vós pedimos, que na Vossa bondade, concedeis luz e paz eterna a todos os que morreram neste lugar, os heróicos socorristas que chegaram primeiro: bombeiros, polícias, serviços de emergência, agentes portuários, juntamente com todos os homens e mulheres inocentes, vítimas desta tragédia, simplesmente porque o seu trabalho e serviço os trouxe aqui no dia 11 de Setembro de 2001”, disse.

Neste momento de oração, o Papa renovou ainda o apelo à paz em todo o mundo.

“Deus da paz, trazei vossa paz ao nosso mundo violento: paz no coração de todos os homens e mulheres, e paz entre as nações da terra.
Dirigi para o vosso caminho de amor os que têm o coração e a mente consumidos pelo ódio. Deus da compreensão, esmagados pela dimensão desmesurada desta tragédia, procuramos a vossa luz e orientação enquanto nos confrontamos com eventos tão terríveis”, acrescentou.

Ainda hoje, o Santo Padre vai celebrar uma missa no Yankee Stadium

RR

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 20 de April de 2008 21:57

Citação:
Alef
A visita do Papa aos EUA tem sido um enorme acto de coragem, de reconciliação, de esperança para os tempos próximos.

Alef

ainda não vi o que torna esta visita tão especial. Sinceramente não consigo ver nela nenhum acto de coragem pois não primou por nenhuma ideia ousada que implicasse mudanças relevantes na igreja.
Ele foi bem recebido nos USA e isso é o normal. Ele é um chefe de estado.
Não vi nada de especial, mesmo. Ele falou o óbvio, o politicamente correcto.

O único problema dele é a comparação constante que fazem com o JPII, mas ele tb não foi eleito para ficar quieto na poltrona, ou foi?

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 02:29

Lena:

Eu vi vários aspectos importantes, positivos.

Em primeiro lugar, o «simples» gesto de um Papa de 81 anos gastar vários dias num espaço onde a imagem da Igreja sofreu um duríssimo revés ainda recentemente e onde não goza propriamente de uma imprensa simpática. Um gesto de atenção especial a uma Igreja em «convalescença».

Em segundo lugar, valorizo de sobremaneira o encontro que o Papa manteve com um grupo de pessoas que foram vítimas de abusos por parte de clérigos. É «apenas» um gesto, dirão alguns, mas os gestos simbólicos são importantes e «falam».

Em terceiro lugar, a frontalidade do Papa em dizer que pessoalmente se sentira envergonhado pelo que se passou; a (auto-?)crítica à má gestão do problema; a manifestação clara de que isto não pode voltar a acontecer no futuro.

Em quarto lugar, significou um momento de reconciliação dentro da própria Igreja Católica nos EUA, mesmo que muitas feridas continuem por sarar.

Em quinto lugar, o Papa, enquanto figura internacional de relevo, que teve (embora na pessoa de João Paulo II) uma posição clara aquando da guerra do Iraque contra a guerra, teve a oportunidade de fazer-se ouvir na ONU e, embora com muita diplomacia, apontou alguns pontos importantes para a agenda internacional. Não é por ser mais ou menos politicamente correcto que se torna relevante, creio eu.

Há certamente muito que fazer, mas pessoalmente fiquei muito contente que tivesse visitado os EUA. Mais do que se tivesse decidido estar na inauguração da Igreja da Santíssima Trindade em Fátima, como alguns tinham pedido/sugerido.

Alef

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 04:03

O Papa fez uma belíssima escolha em visitar os EUA. Um país que origina Guerra, um país atentado, um país rico mas também onde a pobreza existe.
O país precisava mesmo daquele gesto, daquela humildade. João Paulo ll beijava o solo onde quer que chegava, este não faz esse maravilhoso acto.

Re: O Papa nos EUA
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 21 de April de 2008 08:10

Maior pressão nos adultos e menor pressão sobre as crianças, pois claro.
Aliás sobre as crianças não devia haver qualquer pressão e muito menos confissões aos 7 anos, que são como o devassar da sua intimidade.

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