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Re: O Inferno existe?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 24 de January de 2008 15:06

E ainda há as particulas supersimetricas

Re: O Inferno existe?
Escrito por: aguastranquilas (IP registado)
Data: 24 de January de 2008 16:13

Muito bom. Mesmo!

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 24 de January de 2008 17:26

Luís

Vale a pena fazer a comparação entre Deus e o neutrino tau.

A hipótese da existência de Deus foi colocada há vários milénios pelo menos. Das características de Deus dizemos que tem imenso a ver com a vida dos homens, que nos ama, etc. Muitos homens se dedicaram à busca de Deus e até hoje ninguém parece ter apresentado uma experiência repetível onse se observem os efeitos da existência de Deus-

A hipótese da existência dos neutrinos tau tem umas décadas. Das suas características dizemos que não interagem com praticamente nada. Umas equipas de cientistas dedicam-se à busca do neutrino tau e ao fim de alguns anos descrevem uma experiência repetível que permite a outras equipas observarem as mesmas provas da existência do neutrino tau que eles obtiveram.

Com comparações destas ainda acabo por perder a fé.

pontosvista

Re: O Inferno existe?
Escrito por: David_ (IP registado)
Data: 24 de January de 2008 17:53

Citação:
Lena
Citar um livro para fundamentar uma linha de argumentação apenas significa que se analisou o texto.

É verdade... Principalmente se está se citando um livro científico ou histórico. Mas como a Bíblia é um livro que trata matéria de fé, é de se estranhar alguém que se diga ateu ter algumas passagens guardadas em mente.

Citação:
Não é por ler um livro, ouvir repetidamente as suas passagens ou ser obrigado a citá-lo de cor que alguém passa a considerar que o que lê é verdade.

Como já disse, fico feliz de ver que a Bíblia te chama a atenção. Afinal vejo que conheces algumas passagens e inclusive as utiliza em defesa própria, como que querendo defender as boas obras praticadas pelas pessoas, mostrando, de acordo com o teu entendimento, que tais são agradáveis diante de Deus.

Citação:
O que me falta? provavelmente tudo e nada.

Esperava uma resposta mais direta, tipo "Que Deus apareça na minha frente para que eu o veja e assim creia nEle"...

Talvez me digas que é impossível provar que Deus existe. Se me dissestes isso eu diria que o impossível é mostrar o contrário. Mostrar que Ele não existe!

Estive vendo um documentário que mostrava os parâmetros usados, pelos cientistas, que os permitiam dizer que determinado animal estava extinto, num determinado lugar... Alguns biólogos diziam que a forma usada para se determinar se tal animal estava extinto, ou não, seria a verificação no seu habitat natural. Verificariam se ali ainda dispunha de seu alimento predileto, se ali havia alguma pista que mostrasse que algum indivíduo ainda permaneceria ali, tal como excrementos, trilhas, restos de pêlos ou penas... Verificariam a existência de "tocas", onde o animal poderia estar escondido... Enfim, para dizer que determinado animal estava extinto em tal lugar eles precisariam vasculhar todo o lugar em busca do animal. Caso não encontrem nenhum indício que mostre a evidência do animal procurado ali, ele é considerado extinto naquele lugar.

E para provar que Deus não existe? Bem, acredito que deveria ser procurado em todos os lugares do espaço, em todos os planetas algum traço de um Ser Criador. Se aqui na terra não econtraram o que precisam, deveriam procurar na lua, em marte, júpiter, uma vez que tudo foi criado por Ele. Talvez num desses planetas, ou mesmo nas estrelas, possa ter algo que seja aquilo que tais cientistas precisam ver para acreditar em Deus. Como o universo é grande e a distância entre alguns planetas imensas, que chegam a milhares de anos luz, fica IMPOSSÍVEL para o homem provar que Deus não existe!

Citação:
Tentar meter medo com a velha aposta de Pascal também não leva a nada.

Não, não é tentar meter medo, mas uma realidade! QUem rejeita a Cristo não tem salvação. Não é uma ameaça nem uma tentativa de meter medo em quem quer que seja. É um ensinamento bíblico do próprio Jesus Cristo!

Citação:
Ou será que o inferno de outras religiões te mete medo? Sabes qual o destino de ímpios como tu e eu perante o Corão? Será que conhecedor dos riscos que corres vais converter-te ao Islamismo?

QUerida, o Nome de Jesus é sobre todo nome. Podem inventar uma criatura ou um deus que quiser... Ainda assim Jesus é sobre esse ser! Jesus é Criador e está acima de todos.

Citação:
E se Deus for católico e tiver pouca paciência para com os filhos que dão falso testemunho dos seus irmãos,acusando-os de não serem cristãos, negarem as escrituras, fazendo até piada das suas participações? Uiii não queria estar no teu lugar.

Eu sinto que você não é atéia por completo. Que tens uma ligação com o catolicismo.
Não existe isso de "se"... As Escrituras são claras quanto a VONTADE DE DEUS... O próprio Jesus declarou que "quem me ama guarda minha palavra"... Então o católico que ama a Cristo procura guardar sua palavra... Não adora imagens e não tem morto como mediador, mas só Jesus!

Citação:
Quanto a mim não te rales, assim como assim dizem q estou já queimada. Relax

Não querida... Não falei que "estás queimada". O que foi dito foi que "quem morre rejeitando a Cristo não tem a Salvação".

Que o Senhor nos Abençoe

David

_________________________________________________________________________________
"Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo." Salmo 9:2



Editado 1 vezes. Última edição em 24/01/2008 17:57 por David_.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 24 de January de 2008 19:30

Citação:
pontosvista

Com comparações destas ainda acabo por perder a fé.

Obrigada pv pela elegância, objectividade e transparência da tua resposta.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 24 de January de 2008 19:49

Ó David_

tu és um grande brincalhão! Vai lá vai... qualquer que seja a resposta q eu der a tua é sempre a mesma, a estudadinha, a programada no momento X para a pergunta Y.
Chega a ser caricato.
Mas ok, pensa lá muito bem o que entenderes sobre mim, é na boa. Convem-te que eu seja uma ateia não muito ateia e próxima do catolicismo? Tass bem, sem crise, a sério. Não seria ofensa nenhuma. Podes chamar tudo, espirita é q não me convinha, pois dá-me azia, urticária e afrontamentos.
Se quiseres também já fiz uns 10 abortos, tenho uns 5 blogs a pecar contra o ES e divirto-me a cuspir em evangélicos quando eles saem do culto. Que tal?

Adoro RPG mas não me parece que este seja o lugar, tá?
Agora siga o tópico por favor.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: luis (IP registado)
Data: 25 de January de 2008 14:26

Pró camilo

partículas supersimétricas??! Isso é coisa de gente drogada!

agora a sério, até à pouco tempo pensava que dos que apareciam aqui no fórum era eu o único que me interessava por essas coisas pouco sérias que são a física quântica e a astrofísica, até que o vi por aí a discursar sobre o principio antropomórfico com multiversos à mistura e pensei cá para comigo: "Ora aí está, no melhor pano cai a nódoa." Na altura não tive disponibilidade para lhe dar troco mas um dia destes ainda o convido para uma partida de berlindes com protões e neutrões. Vale?



Pró aguastranquilas

Oh meu amigo, muito obrigado, que as suas águas sejam como as de Lurdes:
Límpidas, perfeitamente normais nas análises, mas capazes de operarem milagres.



Pró pontosvista

Não perca a fé meu caro, não perca fé, porque a fé, principalmente se não for contrafeita, é coisa rara nos dias que correm e uma vez perdida é difícil de voltar a encontrá-la porque é invisível ao olhar.

Aliás deixe que lhe diga que subscrevo cada linha do que escreve, desde que onde está a palavra experiência se entenda experiência empírica envolvendo a medição, quantificação e verificação de fenómenos físicos em condições que permitam a posterior reprodução experimental. Digo-lhe mesmo que se este fosse o único método de validar o transcendente então mais valia ir plantar batatas do que andar a escrever em fóruns religiosos. Mas não é. A experiência interna é também um método válido. A análise feita pelo sujeito da sua experiência interior é perfeitamente racional, e as conclusões que ele daí tira podem levá-lo a validar ou a recusar ideias aceites à priori. Deste modo o conhecimento religioso tem também uma forte sustentação empírica.

Assim, para mim, o que valida a experiência da fé não é nem a autoridade das escrituras ou do papa, nem qualquer ensaio feito num laboratório, são os testemunhos de milhões que ao longo destes 2000 anos refizeram uma caminhada que inicialmente foi apenas de alguns iluminados. E disseram funciona, o caminho conduz a bom porto. São as suas vidas mais do que as letras no papel que dão vida e autoridade às escrituras e validam a experiência de fé.

Só que para isso é preciso confiança. A fé é esperança mas também é confiança. Em 1º lugar em nós próprios e na nossa própria experiência interior e depois na dos outros. Só quando aceitamos os outros podemos estar abertos a aceitar os seus testemunhos que nos dizem o quanto o caminho alterou as suas vidas e as transformou em melhores pessoas. Mas só quando nos aceitamos a nós próprios é que criamos condições para atendermos as nossas próprias intuições que brotam do nosso eu mais profundo e nos põe em contacto com a nossa alma que é a nossa ligação wireless ao transcendente.

O grave problema do racionalismo sobretudo na sua forma de materialismo niilista é que nega totalmente a validade da experiência interior como caminho válido de conhecimento. Isto é gravoso em dois aspectos cruciais. Primeiro porque deixa de fora do método científico vastas áreas da existência humana: valores éticos, criatividade, estética e espiritualidade, bem como questões metafísicas mais profundas, ficam de fora do âmbito da investigação científica.
Depois pelo ónus que acarreta para as relações interpessoais, que passam a ser baseadas muito mais na desconfiança mútua, do que na aceitação. Não basta eu dizer que vivi esta ou aquela situação tenho de o provar bem provadinho. Ora se eu nem consigo explicar qual o sabor de uma maçã, como poderei alguma vez explicar convenientemente o que é uma sensação de êxtase religioso e como provo a sua realidade se ela é apenas minha?

Mas nem só os materialistas contribuem para desacreditar a experiência interior, homens de religião que põe toda a sua fé na autoridade das escrituras, também o fazem. Esses não negam a experiência interior. Afinal como podiam? Os grandes líderes do passado, Abraão, Moisés, David, os profetas, Jesus, se alguma coisa têm em comum é precisamente terem tomado decisões cruciais nas suas vidas com base na sua voz interior, muitas vezes contra tudo e contra todos.
Não, eles conhecem o seu poder e, por isso, tendem a desvalorizá-la pois têm medo de perder o controlo, medo dos desvios à norma, temem que as pessoas possam descarrilar do ortodoxo caminho.

Esquecem-se porém que não é o caminho o mais importante, mas sim o caminhar, e que cada um só o pode fazer eficazmente como trajecto de aprendizagem e crescimento, de construção da felicidade pessoal, em suma, quando se põe a si próprio em todas as decisões e não quando anda a reboque da decisão de 3ºs. Desenganem-se porém os que acreditam nos espiritualistas de revista cor-de-rosa ao dizerem que em espiritualidade só há caminhos bons, atapetados de fofas nuvens de algodão. Não, também há abismos escuros e línguas de fogo hiantes. E daí? Sair à rua tem riscos e não é por isso que ficamos fechados em casa. Temos é que estar conscientes deles, para os evitarmos e podermos aproveitar ao máximo os benefícios da experiência.

Estes dois tipos de personagem normalmente sempre presentes nos fóruns passam a vida a falar de Deus e nunca se entendem embora se pareçam mais do que querem admitir. Uns procuram-no nas estrelas. Outros nos livros. Mas ambos se esquecem do o procurarem dentro de si, porque ambos quebraram no passado pelos motivos atrás expostos esse link fundamental com a sua alma. Como podem pois encontrar as provas que tanto procuram?

Há algum tempo passou na televisão um documentário sobre freiras de clausura. O assunto chegou a ser comentado aqui no fórum sempre em termos da utilidade o não utilidade de tal decisão. O que não me lembro, é que alguém tenha feito referência aos motivos que levou uma jovem bonita, inteligente e desempoeirada a seguir tal caminho.

Dizia ela que até ao início da juventude não tinha qualquer apetência por assuntos religiosos, muito pelo contrário, abominava-os, considerava-se uma ateu confessa para quem o facto dos pais, católicos convictos, obrigarem a ir à missa só servia para criar conflito e activar uma atitude de rebeldia que cada vez mais apostava na negação de tudo quanto era religião como moeda de troca.

Ora certo dia, na missa, a que assistia por imposição, com um aborrecimento do tamanho do mundo teve uma sensação de arrebatamento e êxtase totalmente incontroláveis. Nesse dia ela teve a absoluta certeza de ter estado na presença de Deus cujo existência a partir daí nunca mais pôs em causa. Toda a sua vida a partir daí foi para ela uma consequência perfeitamente lógica desse momento, mesmo quando voltou a pôr a família contra si agora por querer seguir a sua vocação religiosa.

Constitui isto prova de Deus. Claro que não se olharmos do exterior para o caso isolado. Mas se aceitarmos como válida a sua experiência interior e a compararmos com os S. Bentos, os S. Franciscos, As Santa Teresas, as Lúcias deste mundo, e tantos outros que com muito menos fogo de artifício tiveram a íntima certeza de terem as suas vidas tocadas por Deus, então aí temos nós a nossa experiência repetível, a foto do Tau divino apanhado em plena colisão com o mundo dos mortais.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 26 de January de 2008 09:38

Luis

o tipo de experiência pessoal repetível a que te referes não é exclusiva do cristianismo, ela é uma constante em todas as religiões. Deveremos acreditar que todos os deuses de todas as religiões são uma realidade?

Como falaste e bem, são experiências pessoais, são realidades pessoais. Assim devem continuar. Querer que isso seja prova de uma verdade universal, impondo a sua aceitação, é quebrar desconfianças?

O cepticismo que criticas é a melhor forma de respeitar as diferenças. Repara que o facto de não aceitar a tua experiência pessoal como minha também não é sequer questionar-te ou desconfiar de ti... Por acaso posso duvidar das dores, angustias, paixões e sentimentos profundos de alguém? São a sua realidade, a sua essência como ser que é. O que posso fazer é tentar entender e não conseguir ou eventualmente descobrir algumas também em mim. Mas não serão as dele serão as minhas.
Por acaso o facto de após reflectir com o fox, o Alef, o Zé, o Tilleul e outros cristãos que se movem fora deste fórum, eu me manter tão descrente como antes, é por acaso duvidar deles?!?! Nunca!

Olha a melhor comparação que me ocorre para entenderes isto é com um orgasmo (bem mais simpático que um tau qualquer).
É bom, fantástico, real, e no entanto é nosso, pessoal, intransmissível. Há quem minta e diga que teve sem ter. Duvidar não é obrigação, acreditar também não.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 26 de January de 2008 18:57

Oi luis,

Citação:
luis
pensava que dos que apareciam aqui no fórum era eu o único que me interessava por essas coisas pouco sérias que são a física quântica e a astrofísica, até que o vi por aí a discursar sobre o principio antropomórfico com multiversos à mistura e pensei cá para comigo: "Ora aí está, no melhor pano cai a nódoa."

Alguns anos atrás tive o estudo da física como um tipo de hobby, acompanhava as pesquisas sobre força fraca e força forte, subpartículas, relatividade e tal. Se quiser há bom material muito sobre isso na internet, só é preciso saber onde está - nisso me ajudam os amigos que tenho que são doutores em física -, porque infelizmente a grande maioria é pura bobagem mesmo.

Em tempo, se meter a falar de principio antropomórfico entre os físicos é, quase sempre, um bom modo de ser descartado como pesquisador sério. Esse assunto, assim como outros do gênero que beiram o misticismo, podem fazer sucesso como propaganda de vulgarização, mas não "caem bem" na academia.

Citação:
luis
escrever em fóruns religiosos. Mas não é. A experiência interna é também um método válido. A análise feita pelo sujeito da sua experiência interior é perfeitamente racional, e as conclusões que ele daí tira podem levá-lo a validar ou a recusar ideias aceites à priori. Deste modo o conhecimento religioso tem também uma forte sustentação empírica.

Não sei se entendi o que quis dizer. Se se refere ao dado empírico como um dado a mais entre outros, como dado de importância na conjunto de observação dos fenômenos, se aproxima da fenomenologia. Assim passa a ser filosofia e não estritamente "ciência". Mas observe que isso não prova nada, não "validam" a experiência religiosa de modo nenhum, nem para o crente e nem para o descrente.

O crente chamaria a atenção para o dado da fé, por exemplo, que inclui a vontade, a intenção, etc - chamemos a isso de "coração". Provavelmente lembraria que nao se pode julgar o livro pela capa. O que vc vê, empírico, não basta para aprovar a qualidade de uma experiência religiosa. Dizer o contrário poderia soar como coisa de milagreiro ou de pelagiano.

Já o descrente poderia te lembrar que muito - ele dirá que tudo - do que se vê pode ser explicado pela via orgânica (material) ou psicológica. De fato, o descrente tem razão. Pelo menos em parte. Não existe mesmo nenhum dado empírico "100% religioso", ou seja, nenhum que sirva como "prova" da experiência religiosa. Isso me parece óbvio, já que considero a experiência religiosa como um tipo de experiência existencial. Ela engloba tudo: o material, o psicológico e o espiritual. Por isso, para todo fato empírico que um crente oferece como "prova", um descrente pode apontar sem dificuldade uma explicação psicológica. Claro, a explicação do descrente pode te parecer "incompleta", mas a sua também não deve parecer muito diferente para ele.

Citação:
luis
Assim, para mim, o que valida a experiência da fé não é nem a autoridade das escrituras ou do papa, nem qualquer ensaio feito num laboratório, são os testemunhos de milhões que ao longo destes 2000 anos refizeram uma caminhada que inicialmente foi apenas de alguns iluminados. E disseram funciona, o caminho conduz a bom porto. São as suas vidas mais do que as letras no papel que dão vida e autoridade às escrituras e validam a experiência de fé.

Infelizmente, nem os testemunhos servem como "prova". O fato de muitos terem dado suas vidas por uma "idéia" tb não valida essa per si. Vide os terroristas do 11 de setembro.

Citação:
luis
Só que para isso é preciso confiança. A fé é esperança mas também é confiança.

Nisso concordamos.

Citação:
luis
O grave problema do racionalismo sobretudo na sua forma de materialismo niilista é que nega totalmente a validade da experiência interior como caminho válido de conhecimento. Isto é gravoso em dois aspectos cruciais. Primeiro porque deixa de fora do método científico vastas áreas da existência humana: valores éticos, criatividade, estética e espiritualidade, bem como questões metafísicas mais profundas, ficam de fora do âmbito da investigação científica.

Acho que você está fazendo confusão. O método científico funciona como método e é aceito pela comunidade acadêmica pq foi desenvolvido e testado, acordado e legitimado em simpósios, em convenções, em comitês etc. Há vários critérios a serem obedecidos para que uma proposição seja considerada científica. Por isso, nenhuma das áreas que citou - ética, estética, espiritualidade - é mesmo considerada "ciência" no sentido estrito; se for somente por isso, todos os "materialistas niilistas" estarão corretos.

Citação:
luis
Constitui isto prova de Deus. Claro que não se olharmos do exterior para o caso isolado. Mas se aceitarmos como válida a sua experiência interior e a compararmos com os S. Bentos, os S. Franciscos, As Santa Teresas, as Lúcias deste mundo, e tantos outros que com muito menos fogo de artifício tiveram a íntima certeza de terem as suas vidas tocadas por Deus, então aí temos nós a nossa experiência repetível, a foto do Tau divino apanhado em plena colisão com o mundo dos mortais.

De modo nenhum!

Olha, vou repetir com o pv: Esse tipo de conversa quase me faz perder a fé.

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Editado 1 vezes. Última edição em 26/01/2008 19:15 por firefox.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 27 de January de 2008 08:57

essa do metodo cientifico "tem sido legitimado em simpósios, em convenções, em comitês etc"... enfim, é a mentalidade doutros ramos de saber tranferida para as ciencias exactas. O metodo cientifico tem sido legitimado pelos resultados que produz e não por nenhum comité.

O principio antropomorfico provoca discussão seria que não descredibiliza ninguem que o saiba analisar com rigor. O que um amador raramente consegue fazer.

Se a vossa fé se perde com tanta facilidade não deve ser muito profunda.

Já agora, daquilo que conheço em varias religiões o tipo de experiencia pessoal destas difere com o tipo de religião. Para um hinduista encontrar uma pedra com determinado formato num cruzamento já é uma manifestação evidente do divino.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: luis (IP registado)
Data: 27 de January de 2008 09:00

Prá Lena

Sinto na sua escrita que mesmo quando faz um esforço para tentar alargar a perspectiva, que ainda assim continua a separar as águas, onde afinal tudo o que existe é um mero continuum.

No caso da experiência mística, ela não é apanágio da pessoa religiosa ela é apanágio da pessoa humana em todos os tempos e em todos os lugares. Se me cingi ao caso cristão foi talvez por deformação e refúgio no contexto que melhor conheço. Mas não creio que a experiência do hindu, tenha significante diferença do muçulmano, nem que ela sirva para validar Brahma em detrimento de Alá. O contexto social em que esta experiência é enquadrada, essa sim, fará por ventura toda a diferença. Por outras palavras se eles se matam por terras de Índia e Paquistão não é com certeza porque alguém teve uma visão de Alá a dizer para ir rebentar com as entranhas aos pagãos seguidores de Shiva.

Um caso relativamente bem estudado que valida esta universalidade é o da EPM (Experiência Pós-Morte). As visões, sensações e o enquadramento geral destas experiências é idêntico quer se trate de um esquimó ou de um Zulu, ultrapassando assim as próprias barreiras sociais.

O único caso, que eu conheça, que realmente parece cingir-se ao contexto de uma religião neste caso ao cristianismo são as aparições Marianas. Mas até aqui há excepções. Por ex. as aparições de 1968 no Cairo (uma das poucas visíveis para todos) embora surjam dentro da área de uma igreja cristã (no caso Ortodoxa Copta) dos milhares que as observaram só uns poucos eram cristãos, (como deve calcular dada a situação geográfica), a maioria era muçulmana, alguns eram judeus e outros nem sequer eram religiosos de todo. E sim Lena as autoridades revistaram tudo nas proximidades e nada descobriram que sustentasse a ideia de fraude.

Todas estes casos, reforçam a ideia que estas experiências têm uma realidade objectiva muito para além do simples sonhar. E se até os sonhos são objecto de estudo científico porque não estes casos? Isso é o que cada vez mais cientistas de grande credibilidade têm vindo a fazer. E alguns dos trabalhos começam a trazer a lume conclusões que ainda há poucos anos seriam consideradas meras fantasias. Definitivas? Claro que não. Todos os estudos terão que passar pelo crivo da crítica, e validados futuramente por outras equipas noutros ambientes e talvez com outras metodologias.

Lena eu não critico o seu cepticismo. Acredito mesmo que os cépticos têm um papel importante a desempenhar: manter os crentes com os pés assentes no chão. Aceito até que muitos cépticos tenham contribuído, mesmo que seja indirectamente, mais para a credibilidade da igreja católica que muitos dos seus ferozes e radicais defensores. O que eu acho grave e isto aplico a qualquer um, crente ou não crente é a desonestidade intelectual. E Lena, afirmar no estado actual da arte que não há mais nada para além desta matéria é desonesto (mesmo dando o desconto de estar a responder a alguém que como o _David que faz perder as estribeiras a um calhau rolado), já que nada, mas mesmo nada, qualquer que seja a ponta por onde lhe pegue, o sustenta pois já dizia Hamlet a Horácio: Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia.

Pior do que isso, o que lhe demonstrei é que, quando se entra por aí, quando se perde a coerência lógica, nada fica a salvo, toda a gente pode negar tudo e todos a seu bel-prazer. A Lena conhece, com certeza pessoas (e algumas infelizmente nem sequer são idosas) que afirmam que a ida a Lua é coisa que nunca aconteceu. Se calhar quando as ouve não lhes dá grande crédito intelectual. E com razão. Mas o denominador comum deste tipo de pensamento não é muito diferente do que está por detrás da sua frase e, por sua vez, está no enfiamento das afirmações dos que dizem que Adão e Eva realmente existiram e outras coisas que tais. Numa qualquer Maria Papoila talvez fosse cómico, numa professora parece-me grave.

Ou pondo as coisas prazeirosamente em termos de orgasmos (é impressão minha ou andamos a ver o "Serralves Fora de Horas"?) se um aluno(a) seu negasse pura e simplesmente a existência do orgasmo como real experiência humana, apenas porque nunca tinha tido um, acredito que fosse a primeira a contestá-lo(a).

Re: O Inferno existe?
Escrito por: luis (IP registado)
Data: 27 de January de 2008 09:06

Pró raposinho afogueado

um segurança meu conhecido, daqueles que fazem musculação, tomam suplementos alimentares e tudo, tem na entrada do seu gabinete, na recepção da empresa onde trabalha uma placa com o seguinte texto:

Admiro o esperto.
Tolero o parvo.
O que não suporto mesmo
é o parvo armado em esperto.


Escrever que o princípio antropomórfico tem alguma a coisa, mesmo ao de leve, a ver com misticismo, religião ou afins, é de uma tão arrogante ignorância, que posts destes deviam pagar uma taxa especial de saúde pública pela poluição mental que provocam. Mas quererem fazer-nos acreditar que quem escreve isto alguma vez se aproximou das letras gordas da lombada da capa de um livro de física, é como alguém afirmar-nos, com ar solene, que José Sócrates tirou o curso sem favores. Alucinantemente ridículo.

O resto segue o mesmo caminho.
Sem comentários.
(Mas com muitas, muitas gargalhadas)

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 27 de January de 2008 10:19

Luis

tudo isto por causa do que afirmei num post?

Citação:
Lena
Não creio na existência de uma entidade sobrenatural, nem criadora, nem destruidora, nem neutra. Não acredito na existência de espirito ou alma, nem numa existência para além desta material.


Citação:
luis
O que eu acho grave e isto aplico a qualquer um, crente ou não crente é a desonestidade intelectual. E Lena, afirmar no estado actual da arte que não há mais nada para além desta matéria é desonesto (mesmo dando o desconto de estar a responder a alguém que como o _David que faz perder as estribeiras a um calhau rolado), já que nada, mas mesmo nada, qualquer que seja a ponta por onde lhe pegue, o sustenta pois já dizia Hamlet a Horácio: Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia.

Desonestidade intelectual é colocar na boca dos outros algo que nos convém.
Eu dei a minha opinião pessoal, desde quando ela se torna facto?

Citação:
luis
Pior do que isso, o que lhe demonstrei é que, quando se entra por aí, quando se perde a coerência lógica, nada fica a salvo, toda a gente pode negar tudo e todos a seu bel-prazer. A Lena conhece, com certeza pessoas (e algumas infelizmente nem sequer são idosas) que afirmam que a ida a Lua é coisa que nunca aconteceu. Se calhar quando as ouve não lhes dá grande crédito intelectual. E com razão. Mas o denominador comum deste tipo de pensamento não é muito diferente do que está por detrás da sua frase e, por sua vez, está no enfiamento das afirmações dos que dizem que Adão e Eva realmente existiram e outras coisas que tais. Numa qualquer Maria Papoila talvez fosse cómico, numa professora parece-me grave.

Ou pondo as coisas prazeirosamente em termos de orgasmos (é impressão minha ou andamos a ver o "Serralves Fora de Horas"?) se um aluno(a) seu negasse pura e simplesmente a existência do orgasmo como real experiência humana, apenas porque nunca tinha tido um, acredito que fosse a primeira a contestá-lo(a).

Gostaria de saber o que é que a minha profissão tem a ver com o assunto do tópico.
E gostaria muito de saber o que te dá o direito de especulares sobre a minha vida e prática profissional. Não sei qual é a tua, nem como a encaras, mas eu levo a minha muito a sério e um dos pilares é respeitar as pessoas com quem trabalho.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 27 de January de 2008 10:31

Começa a ser chato o hábito de andarmos a chamar os outros de ignorantes, às vezes por causa de uma frase. Pôr em causa a vida das pessoas fora do fórum parece-me mesmo grave.

Quem sabe muito aproveite para explicar bem e assim ensina os outros.

Tem havido demasiados casos de participantes do fórum que começam a chamar os outros de ignorantes e a si de especialistas para acabarem a fazer figuras tristes.

Além disso não me parece nada edificante entre cristãos.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 27 de January de 2008 17:33

Citação:
camilo
essa do metodo cientifico "tem sido legitimado em simpósios, em convenções, em comitês etc"... enfim, é a mentalidade doutros ramos de saber tranferida para as ciencias exactas. O metodo cientifico tem sido legitimado pelos resultados que produz e não por nenhum comité.

Não vou perder muito tempo com isso, camilo, porque se vê que vc não conhece muito de filosofia da ciência. Se quiser descobrir o tamanho do seu equívoco, sugiro que leia, por exemplo, "A lógica da pesquisa científica" de Karl Popper.

Para sua informação, há pelo menos 3 modelos diferentes de "ciência", sendo cada um deles determinado por um método diferente e por uma noção diferente do que sejam os tais "resultados". Vc poderá encontrar um resumo disso no dicionário de filosofia do Abbagnano, no verbete "ciência".

Em uma dessas concepções, por exemplo, o "resultado" é determinado pela noção de corrigibilidade. Apenas isso. Então me parece que naquilo que vc escreveu está implicada uma noção de ciência da pré-modernidade, ao estilo de Bacon e com os iluministas. Acho isso engraçado, já que o assunto antes era a quântica, sendo que aquele modelo o conduzirá fatalmente a esbarrar com muitos problemas (leia o Popper).

Citação:
camilo
O principio antropomorfico provoca discussão seria que não descredibiliza ninguem que o saiba analisar com rigor. O que um amador raramente consegue fazer.

Acho que não me entendeu. Pode provocar discussão séria sim, eu por exemplo já me interessei muito pela obra de Teilhard Chardin, mas eu falei da física, e entre os físicos hoje isso não é mesmo levado muito a sério.

Lamento.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 27 de January de 2008 17:54

luis,

Em respeito ao último post do pv, sinto que não devo lhe retribuir todas as suas gentilezas ;)

Citação:
Alucinantemente ridículo.

Sim, isso é um bom resumo para um texto de quem compara Deus com um neutrino tau.

"O cômico é justamente uma advertência ao contrário. Mas se a reflexão acabar por intervir em mim então não posso mais rir como antes, pois a reflexão, trabalhando em mim, fez-me ir além daquela primeira advertência, ou melhor, mais profundamente: daquela primeira advertência do contrário me fez passar a esse sentimento do contrário." (L. Pirandello)

Dê mais atenção ao seu amigo, que ele pode ter lhe deixado uma pista na placa.

Não te fará mal se praticares mais a reflexão.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 28 de January de 2008 05:53

Sim, não percebo de filosofia. Mas percebo de ciencia e em particular de fisica. Não li o karl popper mas li gauss, einstein, gel'man, Feyman, Landau, Weinberg, Cohen, Dirac, Sakurai e outros fisicos. Filosofos li poucos, não ajudam a resolver os problemas dos que aprecem no fim dos capitulos nem a fazer os calculos dos artigos cientificos.
Quando ao principio antropomorfico os referees das revistas cientificas continuam a aceitar artigos sobre o tema e outros que não sendo sobre o tema abordam-no com muita seriedade.
Este mundo é injusto, eles não consultam o firefox antes de aceitar esses artigos.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: luis (IP registado)
Data: 28 de January de 2008 07:20

Prá Lena

Ainda bem que leva a sua profissão a sério.
Assim saberá o quanto o melhorar do seu raciocínio lógico a pode ajudar.



Pró raposinho afogueado

Se tivesse sequer cheirado esse livro de Popper, saberia que pelos padrões actuais ele deveria ser chamado de "A Ilógica da Pesquisa Científica". Acabe com os bluffs e deixe de nos "falsificar" o juízo.



Pró pontosvista

Quais cristãos?
Os que dizem que Deus não existe, ou aqueles para quem a fé depende da cor da camisa que vestem?

Quanto ao resto é peditório para onde já dei.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 28 de January de 2008 10:36

Citação:
Luís
Quais cristãos?
Os que dizem que Deus não existe, ou aqueles para quem a fé depende da cor da camisa que vestem?

Já no tempo de Jesus havia quem perguntava qual era o seu próximo para justificar o que (não) fazia.

pontosvista

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 28 de January de 2008 11:43

logicamente

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

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