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Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 19:51

Resposta de São Pio de Pietrelcina:

Reflitam:

- Pe. Pio, não acredito no inferno!

_ Quando você estiver lá, você vai acreditar... (São Pio de Pietrelcina).


***

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 20:15

Para quem tinha dúvidas sobre o que é a pastoral do "medo" estes últimos posts são bastante esclarecedores.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 20:44

Citação:
firefox

Pode até acabar no contrário, já que mal uso não é um bom exemplo de respeito.

Paz e Bem.

Não sejas assim! Usar o verbo poder, é algo que ultrapassa até as fronteiras da imaginação. "Pode" é mais vago, que a separação das moléculas de ar.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 20:47

Citação:
Lena

Para quem tinha dúvidas sobre o que é a pastoral do "medo" estes últimos posts são bastante esclarecedores.


***
Acho que se pode practicar a pastoral do amor não ignorando, a existência efectiva do Inferno.
Eu pessoalmente sou a favor da pastoral do Amor, mas não ignoro o inferno.



Editado 1 vezes. Última edição em 19/12/2007 21:03 por vitor*.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 21:02

Citação:
pontosvista
Cassima


Por isto tudo não penso que a questão de haver alguém no inferno se possa resolver invocando a "clareza" dessas palavras de Jesus. O que eu digo é que se a questão da população do inferno fosse muito simples facilmente teria sido objecto de um sentir comum de toda a Igreja que conduziria depois à definição dogmática. Isso não aconteceu até hoje e não me parece que se esteja a caminhar para aí.
Pontosvista, não vejo necessidade de haver definição dogmática a esse respeito.

Existe imensas coisas que a igreja professa e que não são dogmas de fé. Julgo que as poderá encontrar no catecismo.

Eu não emito a minha opinião sobre a condenação eterna, porque é só e apenas isso: uma opinião. Quando eu morrer a Igreja fica cá e eu parto. Por isso a Igreja é muito mais importante que eu, ou qualquer um de nós.
Se a minha opinião for divergente, não estou a dizer que é,transmito-a directamente no site do vaticano, mesmo que não produza qualquer efeito, produzirá o mesmo efeito, do que a produzir aqui.
Só posso citar, o que diz as escrituras(já sei que vou levar com o firefox:P) que diz:"todos os pecados serão perdoados, à excepção de..."

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 21:24

Talvez a Lena seja mais santa que São João Bosco ou São Pio de Pietrelcina.

Ela deve ter muito a ensinar com seu Amor.

Emanuelle

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 21:27

A Igreja não é mais importante que nenhum de vós, pois sem cada um de vocês ela nada seria.
É como a conversa do Sábado, foi feito para o homem e não o contrário.
A Igreja actual é o produto de homens ao longo de séculos, sem quem a viva ela simplesmente não existe.
A opinião de homens transformou-a consoante as épocas. Sem isso não encontraria qualquer eco no coração das pessoas. Por isso nenhuma opinião deve ser ignorada.

Quem vos garante que as criticas não vêm exactamente de pessoas inspiradas? Quem avalia? Homens... iguais a todos nós.
Era bem mais fácil se Deus viesse periodicamente colocar os pontos nos ii. Mas não vem (não pode ou não quer) e anda meio mundo a dizer que o outro está errado.

Esta falta de pragmatismo é meio irritante pois discute-se e não se chega a conclusão nenhuma, por outro lado é até divertido pois tudo é possível no campo das ideias.

Não acredito em infernos, paraísos, nem nada depois da morte, nem considero a nossa vida com menos sentido ou justiça sem isso.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 21:29

Lena, você não tem fé.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 21:35

Citação:
Emanuelle Moura
Talvez a Lena seja mais santa que São João Bosco ou São Pio de Pietrelcina.
Ela deve ter muito a ensinar com seu Amor.

Emanuelle

Não é meu desejo ser santa. Gosto muito de ser deste mundo, é nele que estão quem amo, é nele que posso marcar a diferença e ajudar quem comigo se cruza.
Amo pessoas, a natureza humana, apenas.
E se algo aprendi até aqui é que não é pelo medo que se ensina coisa alguma.
Não gosto de ver pessoas assustadas, acossadas com medo de duras penas.
Viver no medo é algo que não desejo nem ao pior dos inimigos.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 21:36

Citação:
Emanuelle Moura
Lena, você não tem fé.

No Homem tenho. Há quem lhe chame esperança. :)

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 21:40

Os homens não são iguais.

Aposto que você não iria realizar uma cirurgia cardíaca com um engenheiro. Porque o médico-cardiologista é mais capacitado para realizar cirurgias cardíacas e isso é tão óbvio que ninguém tem dúvidas.

Há várias comprovações que, alguém sem fé e sem boa-vontade, poderia negar com todas as difamações que lhe vierem à mente de que Cristo é Deus e Homem Verdadeiro. Ele fundou a Igreja Católica em bases santas e incorruptíveis. Não desconsiderando que homens simples pudessesm se corromper, para tanto, deixou os Sacramentos que nos dão forças para que não nos corrompamos.

Então, alimentos dos sacramentos de cristo, homens se santificaram. Deus criou os homens para isso. Você foi criada para isso, mas Deus também nos deu liberdade. E você pode negar a santificação. Mas tudo, minha querida, está nas mãos de Deus.

Você pode não acreditar no Céu ou no Inferno. Mas eu lhe garanto que, quando morrer, você vai estar ou no céu, ou no inferno definitivamente.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 21:45

Criar o homem sem temor a Deus é uma burrice. O homem temente a Deus não é medroso, ele é livre: os mártires foram muito corajosos e tinham um grande temor a Deus. São testemunhas da obra de Deus em suas vidas.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 22:08

A verdadeira Política é o Temor de Deus

Nesses tempos de tanta safadeza na politica, o padre Antonio Vieira (1608-1697), gloria e honra da lingua portuguesa, em um dos seus famosos Sermões, comentando o Evangelho segundo João 11,47-53, passagem em que os pontifices e fariseus se reúnem em conselho para entregar Jesus porque pensavam assim salvar o que restava do Estado hebreu ("convém que morra um só homem pelo povo e não pereça a nação toda"), nos ensina que a verdadeira politica é o temor de Deus, e nos mostra no que dão as politicas que vão contra Cristo (Rodrigo R. Pedroso):

--------------------------------------------------------------------------------

Sermão da 6a Sexta-Feira da Quaresma de 1662

parte VII

Sendo este conselho tão político, e sendo tão políticos os seus conselheiros, que se seguiu de todas estas políticas? O que se seguiu foi a destruição de Jerusalém, a destruição de toda a República dos Hebreus, a destruição dos mesmos pontífices e fariseus que fizeram o conselho. E por quê? Porque, tendo o conselho tanto de político, não teve o que devia ter de cristão: antes todo ele foi contra Cristo: Collegerunt pontifices et pharisaei concilium adversus Jesum (Jo 11,47). Estas palavras: adversus Jesum, não são do texto, senão da glossa da Igreja. Notai, diz a Igreja, que este conselho foi contra Cristo. E de um conselho contra Cristo que se podia esperar, senão a destruição do mesmo conselho, dos mesmos conselheiros, e de toda a república, que por tais meios pretenderam defender e sustentar? E assim foi. O fundamento político de toda a resolução que tomaram de matar a Cristo foi este: Si demittimus eum sic, venient Romani, et tollent locum nostrum, et gentem (Jo. 11, 48): Se deixamos este homem assim; todos o hão de aclamar por rei, e se se souber em Roma que nós temos rei contra a soberania e majestade do Império Romano, hão de vir contra nós os romanos, e hão de tirar-nos dos nossos lugares, e hão de destruir a nossa gente e a nossa república: pois morra este homem, para que nos não percamos todos. Mas vede como lhes saiu errada esta sua política. Matemos este homem por que nos não percamos todos, — e perderam-se todos, porque mataram aquele homem; — matemos este homem por que não venham os romanos, e tomem Jerusalém, — e porque mataram aquele homem, vieram os romanos e tomaram Jerusalém, e não deixaram nela pedra sobre pedra. Que é de Jerusalém? Que é da República Hebréia? Quem a destruiu? Quem a dissipou? Quem a acabou? Os romanos. Eis aqui em que vêm a parar os conselhos e as políticas, quando as suas razões de estado são contra Cristo. Santo Agostinho: In contrarium eis vertit malum consilium: Vede, diz Agostinho, o mau conselho como se converteu contra os mesmos que o tinham tomado: Ut possiderent, occiderunt, et quia occiderunt, perdiderunt: para conservarem a república, mataram a Cristo, e porque mataram a Cristo, perderam a república. — Oh! quantas vezes se perdem as repúblicas, porque se tomam por meios de sua conservação ofensas de Cristo! Quem aconselha contra Deus, aconselha contra si. E os meios que os homens tomam para se conservar, se são contra Deus, esses mesmos tomam Deus contra eles, para os destruir.

Muitas vezes castigou Deus a República Hebréia, em todos os estados e em todas as idades, por diferentes nações. Deixo os cativeiros particulares no tempo dos Juízes pelos madianitas, e no tempo dos reis pelos filisteus. Vamos aos cativeiros gerais. O primeiro cativeiro geral, em tempo de Moisés, foi pelos egípcios; o segundo cativeiro geral, em tempo de Oséias, foi pelos assírios; o terceiro cativeiro geral, em tempo de Jeconias, foi pelos babilônios; o último cativeiro geral, depois de Cristo, que é o presente, foi pelos romanos. E por que ordenou Deus que os executores deste último cativeiro fossem os romanos, e não por outra nação? Não estavam ainda aí os mesmos egípcios, os etíopes, os árabes, os persas, os gregos e os macedônios, que eram as nações confinantes? Pois por que não ordenou Deus que os executores deste cativeiro fossem estas, ou outra nação, senão os romanos? Para que visse o mundo todo que a causa deste castigo foram as políticas deste conselho. Ora vede.

Três resoluções tomaram estes conselheiros para conservação da sua república, todas três fundadas no temor, no respeito, na dependência e na amizade dos romanos. A primeira notou S. Gregório, a segunda S. Basílio, a terceira Santo Ambrósio. Deixo as palavras por não fazer o discurso mais largo. A primeira resolução foi que, se Cristo continuasse com aquele séquito e aplauso e com as aclamações de rei que lhe dava o povo, viriam os romanos sobre Jerusalém: Si dimittimus eum sic, venient romani (Jo 11,48). A segunda resolução foi entregarem a Cristo aos soldados romanos, porque eles foram os que o
prenderam no Horto e o crucificaram: Judas vero, cum accepisset cohortem (Jo 18,3), que era uma das coortes romanas. A terceira resolução foi persuadirem a Pilatos, governador de Judéia posto pelos romanos, que, se livrava a Cristo, perdia a amizade do César: Si hunc dimittus, non es amicus Caesaris (Jo 19,12). Ah! sim! E vós temeis mais a potência dos romanos que a justiça de Deus? Pois castigar-vos-á a justiça de Deus com a mesma potência dos romanos. E vós entregais a Cristo aos soldados romanos para que o prendam e crucifiquem, pois Cristo vos entregará aos soldados romanos, para que vos cativem, vos matem e vos assolem. E vós antepondes a amizade do imperador dos romanos à graça de Deus; pois Deus fará que os imperadores romanos sejam os vossos mais cruéis inimigos, e que venha Tito e Vespasiano a conquistar-vos e destruir-vos. De maneira que todas as políticas dos pontífices e fariseus se converteram contra eles, e das resoluções do seu mesmo conselho se formaram os instrumentos da sua ruína. Disto lhes serviu o temor, o respeito, a dependência e a amizade dos romanos. E este foi o desastrado fim daquele conselho, merecedor de tal fim, pois tinha elegido tais meios.

Senhor. A verdadeira política é o temor de Deus, o respeito de Deus, a dependência de Deus e a amizade de Deus, e a verdadeira arte de reinar é guardar sua Lei. Os políticos antigos estudavam pelos preceitos de Aristóteles e Xenofonte; os políticos modernos estudam pelas malícias de Tácito, e de outros indignos de se pronunciarem seus nomes neste lugar. A verdadeira política, e única, é a Lei de Deus. Ouvi umas palavras de Deus no capítulo 17 do Deuteronômio, que todos os príncipes deviam trazer gravadas no coração: Cum sederit rex in solio regni sui, describet sibi Deuteronomium legis hujus, legetque illud omnibus diebus vitae suae, ut discat timere Deum, neque declinet in partem dexteram, vel sinistram, ut longo tempore regnet ipse, et filii ejus (Dt. 17,18 ss). Tanto que o rei, diz Deus, se assentar no trono do seu reino, a primeira coisa que fará, será escrever por sua própria mão esta minha Lei, e a lerá todos os dias de sua vida, para que aprenda a temer a Deus, e não se apartará dela um ponto, nem para a mão direita, nem para a esquerda, e deste modo conservará o seu reino para si e para seus descendentes. — Pois, Senhor, esta é a arte de reinar, este são os documentos políticos, e estas são as razões de estado que dais ao rei do vosso povo para sua conservação e para perpetuidade e estabelecimento de seu império? Sim. Estas são, e nenhumas outras. Saber a Lei de Deus, temer a Deus, guardar a Lei de Deus, e não se apartar um ponto dela. Se Aristóteles sabe mais que Deus, sigam-se as políticas de Aristóteles. Se Xenofonte sabe mais que Deus, imitem-se as idéias de Xenofonte. Se Tácito fala mais certo que Deus, estudem-se as agudezas e sentenças de Tácito. Mas se Deus sabe mais que eles, e é a verdadeira e única sabedoria; estudem-se, aprendam-se, e sigam-se as razões de estado de Deus.

Não digo que se não leiam os livros, mas toda a política sem a Lei de Deus é ignorância, é engano, é desacerto,
é erro, é desgoverno, é ruína. Pelo contrário, a Lei de Deus só, sem nenhuma outra política, é política, é ciência, é acerto, é governo, é conservação, é seguridade. Toda a política de um rei cristão se reduz a quatro partes e a quatro respeitos: do rei para com Deus, do rei para consigo, do rei para com os vassalos, do rei para com os estranhos. Tudo isto achará o rei na Lei de Deus. De si para com Deus, a religião; de si para consigo, a temperança; de si para com os vassalos, a justiça; de si para com os estranhos a prudência. Para todos estes quatro rumos navegará segura a monarquia, se os seus conselhos levarem sempre por norte a Deus, e por leme a sua Lei: Consiliorum gubernaculum lex divina, disse S. Cipriano. Os conselhos são o governo da república, e a Lei de Deus há de ser o governo dos conselhos. Conselho e república que se não governa pela Lei de Deus, é nau sem leme. Por isso o reino de Jeroboão, de Bassa, de Jeú, e de tantos outros, fizeram tão miseráveis naufrágios.

O mais político e o mais prudente rei que lemos nas Histórias Sagradas foi Davi. E qual era o seu conselho? Ele o disse: Consilium meum justificationes tuae (Sl. 118,24): O meu conselho, Senhor, são os vossos mandamentos. — Oh! que autorizado conselho! Oh! que prudentes conselheiros! O conselho: a Lei de Deus, os conselheiros: os dez mandamentos. De Aquitofel, aquele famosíssimo conselheiro, diz o texto que eram os seus conselhos como oráculos e respostas de Deus: Tanquam si quis consuleret Dominum (2Sam 16,23). Os Mandamentos de Deus, que eram os conselheiros de Davi, não são como oráculos, senão, verdadeiramente oráculos de Deus. E quem se governar pelos oráculos de Deus, como pode errar? Quando Cristo apareceu a el-rei D. Afonso Henriques, e lhe certificou que queria fundar e estabelecer nele e na sua descendência um novo império, assim como disse a Moisés: Ego sum qui sum: Eu sou o que sou — assim o disse àquele primeiro rei: Eu sou o que edifico os reinos e os dissipo: Ego edificator, et dissipator regnorum sum. Nestas duas máximas resumiu Cristo todas as razões de estado por onde queria se governasse um rei de Portugal. Deus é o que dá os reinos, e Deus é o que os tira. O fim de toda a política é a conservação e aumento dos reinos. Como se hão de conservar os reinos, se tiverem contra si a Deus, que os tira, e como se hão de aumentar os reinos, se não tiverem por si a Deus, que os dá? Se não tivermos contra nós a Deus, segura está a conservação; se tivermos por nós a Deus, seguro está o aumento: Pone me juxta te, et cujusvis manus pugnet contra me (Jó 17,3), dizia Jó, que também era rei: Ponha-me Deus junto a si, e venha todo o mundo contra mim. — Se tivermos de nossa parte a Deus, ainda que tenhamos contra nós todo o mundo, todo o mundo não nos poderá ofender; mas se tivermos a Deus contra nós, ainda que tenhamos todo o mundo da nossa parte, não nos poderá defender todo o mundo. Fazer liga com Deus ostensiva e defensiva, e estamos seguros. Eis aqui o erro fatal deste mal-aconselhado conselho dos pontífices e fariseus: por se ligarem com os romanos, apartaram-se de Deus, e porque não repararam em perder a Deus, por conservar a república, perderam a república e mais a Deus. Iste homo multa signa facit (Jo 11,47): Este homem, diziam, faz muitos sinais. — Chamavam sinais aos milagres de Cristo, e, ainda que acertaram o número aos milagres, erraram a conta aos sinais. Os milagres eram muitos, mas os sinais não eram mais que dois. Se seguissem a Cristo, sinal de sua conservação: se o não seguissem, sinal de sua ruína. Cada milagre daqueles era um cometa que ameaçava mortalmente a República Hebréia, se não cresse, e ofendesse a Cristo. E assim foi.

Príncipes, reis, monarcas do mundo, se vos quereis conservar, e a vossos estados, se não quereis perder vossos reinos e monarquias, seja o vosso conselho supremo a Lei de Deus. Todos os outros conselhos se reduzam a este conselho, e estejam sujeitos e subordinados a ele. Tudo o que vos consultarem vossos conselhos e vossos conselheiros, ou como necessário à conservação, ou como útil ao aumento, ou como honroso ao decoro, à grandeza e à majestade de vossas coroas, seja debaixo desta condição infalível: se for conforme à Lei de Deus, aprove-se, confirme-se, decrete-se e execute-se logo; mas se contiver coisa alguma contra Deus e sua Lei, reprove-se, deteste-se, abomine-se, e de nenhum modo se admita nem consinta, ainda que dele dependesse a vida, a coroa, a monarquia. O rei em cuja consciência e em cuja estimação não pesa mais um pecado venial que todo o mundo, não é rei cristão. Quid prodest homini, si universum mundum lucretur, animae vero suae detrimentum patiatur. Que lhe aproveitará a qualquer homem, e que lhe aproveitou a Alexandre ser senhor do mundo, se perdeu a sua alma? Perca-se o mundo, e não se arrisque a alma; perca-se a coroa e o cetro, e não se manche a consciência; perca-se o reino da terra, e não se ponha em contingência o reino do céu. Mas o rei, que por não pôr em contingência o reino do céu, não reparar nas contingências do reino da terra, é certo e infalível que por esta resolução, por este valor, por esta verdade, por este zelo, por esta razão e por esta cristandade, segurará o reino da terra e mais o do céu, porque Deus, que é o supremo senhor do céu e da terra, nesta vida o estabelecerá no reino da terra, pela firmeza da graça, e na outra vida o perpetuará no reino do céu, pela eternidade da glória.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 22:11

1Jo 4:18 No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 22:13

Citação:
Lena
A Igreja não é mais importante que nenhum de vós, pois sem cada um de vocês ela nada seria.
É como a conversa do Sábado, foi feito para o homem e não o contrário.
A Igreja actual é o produto de homens ao longo de séculos, sem quem a viva ela simplesmente não existe.
A opinião de homens transformou-a consoante as épocas. Sem isso não encontraria qualquer eco no coração das pessoas. Por isso nenhuma opinião deve ser ignorada.

Quem vos garante que as criticas não vêm exactamente de pessoas inspiradas? Quem avalia? Homens... iguais a todos nós.
Era bem mais fácil se Deus viesse periodicamente colocar os pontos nos ii. Mas não vem (não pode ou não quer) e anda meio mundo a dizer que o outro está errado.

Esta falta de pragmatismo é meio irritante pois discute-se e não se chega a conclusão nenhuma, por outro lado é até divertido pois tudo é possível no campo das ideias.

Não acredito em infernos, paraísos, nem nada depois da morte, nem considero a nossa vida com menos sentido ou justiça sem isso.

Isso não é verdade, Lena. A Igreja viveria muito bem sem mim, ou qualquer um de nós individualmente. Nós(não a Lena, que não aderiu) é que escolhemos aderir à Igreja, não é a Igreja que escolhe aderir a nós.
A igreja como instituição de caridade, tem a obrigação de olhar por cada um de nós e dar-lhe a importância e a dignidade que cada um merece, assim como o direito de participar activamente nas coisas da Igreja.
Eu quando muito viverei mais uns anos e toda a minha missão profética estará terminada, enquanto a Igreja aqui continuará, na sua peregrinação.Nenhum dos santos, foi sequer mais importante que a Igreja. O todo é muito mais importante que as partes.
Se quem quiser santo não perceber isto, não poderá(a meu ver) ser santo.
Isso não implica uma situação de comodismo, perante situações que consideramos erradas. Mas é preciso perceber, que é preciso contruir para contruir, e não destruir, para construir.
As opiniões podem ser transmitidas, está aqui um espaço para o fazer, não admoesto ninguém de o fazer, é só uma escolha pessoal minha.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 22:15

Citação:
Vitor
A Igreja viveria muito bem sem mim, ou qualquer um de nós individualmente.

Parece-me que não percebeu bem a parábola do filho pródigo.

pontosvista

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 22:34

"Ponto de vista",

Parece-me que você não entendeu o que ele quis dizer citando um exemplo. Obviamente, ele não se exclui da Igreja. E o Temor não exclui a Misericórdia. Eu, simplesmente, não consigo enxergar uma Misericórdia sem Temor. É pelo fato de temermos a Deus que podemos nos aperfeiçoar na santidade e, quando cairmos, desfrutarmos da Sua Misericórdia, não através de uma Liberdade de Indeferença, seria uma grande temeridade. Quem não conhece o funcionamento místico da Igreja, não tem como saber dos frutos que os sacramentos lhe trazem. E os motivos de todas essas colocações. É como atirar pedras para porcos.

No Corpo Místico da Igreja, encontram-se também os santos que já estão no céu. Muitos não são homens do nosso tempo, mas, no seu tempo, se santificaram e se aderiram definitivamente ao Corpo Místico de Cristo. A Igreja é maior do que todos nós, sua Cabeça é o próprio Cristo. Nós, juntos, sem Cristo, não fazemos uma Igreja. Somos uma caricatura das piores como uma seita qualquer.

Por isso, o Papa Bento disse que os protestantes não possuiam Igreja, mas simples comunidades evangélicas. Entre os protestantes não há sucessão apostólica, não há sacramentos, há apenas um pastor e sua bíblia aduterada.

Emanuelle

Re: O Inferno existe?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 22:38

Citação:
pontosvista
Citação:
Vitor
A Igreja viveria muito bem sem mim, ou qualquer um de nós individualmente.

Parece-me que não percebeu bem a parábola do filho pródigo.
retiro se calhar o "viver bem".A igreja não pode de facto viver descansada sem que eu me salve.Mas não era bem isso que eu queria transmitir.
A igreja enquanto instituição deve procurar incansavelmente trazer para dentro, todas as ovelhas do rebanho. Isso é a missão da Igreja, até aos confins do Mundo. Agora se eu morrer e a igreja ficar, não é preocupante. Agora se eu viver e a igreja morrer, isso é já preocupante.´
Individualmente todos temos uma dignidade, e uma importância dentro da igreja, que não vai além da participação efectiva e construtiva, mas não valemos de certeza mais que o todo, porque o todo, composto pelas suas partes, é que trás as ovelhas, para dentro.
A ovelha que se perde não é mais importante, que aquelas que estão dentro da cerca. A alegria é que é maior, pelo retorno da ovelha que andava perdida, maior do que aquelas que se mantêm.



Editado 1 vezes. Última edição em 19/12/2007 22:43 por vitor*.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 22:38

Emanuelle

A Igreja, Corpo Místico, ama como o Pai ama. E o Pai não está bem enquanto um dos seus filhos anda perdido, enquanto ele sofre. Basta que um de nós esteja afastado da Igreja para que o Pai sinta a sua falta e, como na parábola da ovelha, faça tudo para o encontrar.

pontosvista

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 22:45

Sobre o Temor ou Medo, a coisa não é tão simples e linear...

Citação:
TEMER, TEMEROSO, TEMOR
A. VERBOS
1. fobeo (fobevw, 5399), véase ATEMORIZAR, tiene como sentido más frecuente el de temer, tener temor (p.ej., Mat_2:22; 14.30). Véase también AMEDRENTAR, MIEDO, RESPETAR, REVERENCIAR, TENER MIEDO, TENER TEMOR.
2. eulabeomai (eujlabevomai, 2125), ser precavido, tener precaución (cf. D, Nº 2). Significa actuar con la reverencia resultante de un temor santo (Heb_11:7 «con temor preparó el arca»); en Act_23:10 (TR), se emplea este verbo con el sentido de tener miedo, en lugar del Nº 1, que se encuentra en los mss. más comúnmente aceptados.
3. sebo (sevbw, 4576), véase ADORAR, A, Nº 3, etc. Se traduce «temeroso de Dios» en Act_18:7; véase asimismo HONRAR, PIADOSO, RELIGIOSO, VENERAR.
4. tremo (trevmw, 5141), se traduce «no temen» en 2Pe_2:10 (RVR); véase TEMBLAR, A, Nº 3.
5. thambeo (qambevw, 2284), aparece en Act_9:6 (TR), en un pasaje omitido por los textos más comúnmente aceptados; traducido «temeroso» (VM: «atónito»); véase ASOMBRAR, A, Nº 4. Nota: Cf. el verbo ekthambeo, forma intensificada de este; véase ASOMBRAR, A, Nº 1, etc; cf. también el adjetivo ekthambos, véase ATÓNITO, Nº 1.
B. Adjetivos
1. deilos (deilov", 1169), cobarde, tímido (cf. deilia, «cobardía»; véase bajo COBARDE, B). Se traduce «¿Por qué teméis?», lit. «¿Por qué sois cobardes?» Véase COBARDE, A.
2. theosebes (qeosebhv", 2318), denota «que reverencia a Dios» (theos, Dios; sebomai, véase ADORAR, A, Nº 3), y se traduce «temeroso de Dios» en Joh_9:31 (NVI: «piadoso»).¶
Cf. theosebeia, piedad; véase PIEDAD, A, Nº 2. Nota: Entromos, que denota que tiembla con temor (véanse TEMBLAR, TEMBLOR, C), se traduce «temblando de temor» en Act_16:29 (VM, LBA). La distinción entre entromos y ekfobos (para lo cual véase ESPANTAR, B, Nº 2) parece ser que ekfobos destaca la intensidad del temor, y entromos su efecto interior, «tiemblo dentro de mí» (cf. Heb_12:21, donde se emplea este vocab lo).
C. Adverbio
afobos (ajfovbw", 870), denota «sin temor» (a, privativo, y D, Nº 1), y se dice de servir al Señor (Luk_1:74 «sin temor»); de estar entre el pueblo del Señor como siervo de Él (1Co_16:10 «con tranquilidad»; RV: «seguramente»); de ministrar la Palabra de Dios (Phi_1:14 «sin temor»); de la iniquidad de los falsos pastores espirituales (Jud_12 «impúdicamente»; RV: «sin temor»). Véanse SEGURAMENTE, TRANQUILIDAD.¶
En la LXX, Pro_1:33:¶
D. Nombres
1. fobos (fovbo", 5401), tenía primariamente el sentido de huida, aquello que es provocado por el hecho de estar atemorizado; luego, aquello que puede provocar la huida: (a) temor, miedo, terror, siempre con este significado en los cuatro Evangelios; también, p.ej., en Act_2:43; 19.17; 1Co_2:3; 1Ti_5:20 (lit. «pueda tener temor»); Heb_2:15; 1 Joh_4:18; Rev_11:11; 18.10, 15; por metonimia, aquello que causa temor (Rom_13:3; 1Pe_3:14 «de su temor no temáis»), un adaptación de la LXX de Isa_8:12 «no temáis el temor de ellos»; de ahí algunos lo toman en el sentido de «lo que ellos temen», pero, a la vista de Mat_10:28, p.ej., parece mejor entenderlo como aquello que es causado por la intimidación de los adversarios; (b) temor reverente: (1) de Dios, como motivo controlador de la vida, en asuntos espirituales y morales, no un mero temor de su poder y justa retribución, sino un saludable miedo a desagradarle, temor que ahuyenta el terror que lleva a alejarse de su presencia (Rom_8:15), y que influye en la disposición y actitud de uno cuyas circunstancias son guiadas por la confianza en Dios, por medio del Espíritu de Dios que mora en él (Act_9:31; Rom_3:18; 2Co_7:1; Eph_5:21; Phi_2:12; 1Pe_1:17, frase inclusiva, el temor reverente de Dios inspirará una constante solicitud de tratar con los demás en su temor; 3.2, 15); la asociación de «temor y temblor», como, p.ej., en Phi_2:12, tiene en la LXX un sentido mucho más severo, p.ej., Gen_9:2; Exo_15:16; Deu_2:25; 11.25; Psa_55:5; Isa_19:16; (2) de superiores (p.ej., Rom_13:7; 1Pe_2:18). Véanse MIEDO, RESPETO, REVERENCIA. 2. eulabeia (eujlavbeia, 2124), significa, en primer lugar, precaución; luego, reverencia, temor piadoso (Heb_5:7 «temor reverente»; RV: «reverencial miedo»; 12.28: «reverencia»); en general, aprensión, pero especialmente un temor santo, «aquel temor y amor entremezclados que, combinados, constituyen la piedad del hombre hacia Dios; el AT pone el énfasis en el temor, el NT … en el amor, aunque había amor entonces en el temor de los santos, como ahora debe haber temor en su amor» (Trench, Synonyms,¶ xlviii). Véase REVERENCIA, A, Nº 1.¶ En la LXX, Jos_22:24; Pro_28:14:¶ Nota: En Luk_21:11, fobetron (relacionado con Nº 1) denota terror, «espantos»(RV; «terror», RVR); en VM: «cosas espantosas», esto es, «objetos o instrumentos de terror».¶ 3. thambos (qavmbo", 2285), asombro. Se traduce «temor» en Luk_5:9; véase ASOMBRO, B, Nº 2. 4. aidos (aiJdwv", 127), aparece en la 1ª parte de Heb_12:28 en TR en lugar de Nº 2, que aparece alternativamente en la 2ª parte en lugar de deos. Para aidos, véase PUDOR; para deos, REVERENCIA, A, Nº 2. 5. ptoesis (ptovhsi", 4423), aparece traducido «no estáis amedrentadas de ningún temor» (1Pe_3:6, LBA; RV, Besson: «pavor»; VM, «terror»); véase PAVOR.¶

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Pessoalmente vejo assim, quando tememos algo obviamente respeitamos. Mas não se respeita da mesma forma um pai amado e um inimigo forte. Em ambos há temor, no primeiro há amor e no segundo medo.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

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