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Re: O Inferno existe?
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 17 de December de 2007 18:53

imaginem sermos supreendidos amando com agape.
Imaginem ser de nossa natureza , amar como Ele.
imaginem ser Templo do Espírito e nao apenas conhecer a lição de cor.
imaginem amando como Ele , estarmos face a face com Ele.
quem nos vê , ve a Ele. Cristo em nós, poderiamos dizer.
depois de amar assim , as falhas, faltas sao esquecidas e apenas um largo sorriso de aprovação nos espera.
Estar no Reino é um fato presente e nao vindouro , a vida já está presente , nao é uma conquista pós-morte.
Se no nosso dia de Natal estamos vivos, assim continuaremos. Se mortos , sem amor de Deus atuando em nós, assim será.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 17 de December de 2007 21:41

Imagino que alguns aqui devam achar Sta Teresinha de Lisieux, padroeira das missões e doutora da igreja, uma abominável herege apartada da doutrina católica. Ela declarava que, apesar de aceitar a existência do inferno pq a igreja assim ensinava, acreditava que o inferno estava vazio pq o amor de Deus era tamanho que faria de tudo para alguém não ir para lá. Como ela acreditava mais no poder do amor de Deus...

As pessoas se preocupam demais com o "relativismo", qdo me parece que alguns tipos de "relativismos" são o que temos de melhor! Em alguns casos importa menos o que se diz do que o porque e o como. O que sai no coração muitas vezes ultrapassa o que sai da boca. Claro que, como "bom relativista", não vou sequer absolutizar isso como regra; há casos e casos, as palavras tb podem ser poderosas, mas acho que o poder do amor é maior, e se prova mais na ação do que nas palavras.

Sta Teresinha disse que ninguém vai para o inferno e foi declarada santa. Uma pessoa perversa que dissesse a mesma coisa estaria declarando uma enorme heresia. Assim a verdade de uma afirmação depende de quem a faz, pq a verdade não está mais nas palavras do que no coração. Isso já deveria bastar para apaziguar algumas "brigas" por aqui, mas os que condenam o "relativismo" parecem preferir o absoluto da própria visão das coisas.

Acredito que o inferno existe, que não está vazio, mas que é uma escolha pessoal de quem foi parar lá. Se é um castigo, é auto-imposto; quem o sofre não o vê como tal. Quem acaba no inferno não quer sair de lá e somente por isso aquele "castigo" acaba sendo eterno. Espírito Santo é amor e "blasfemia contra o Espírito Santo" é uma distorção de visão que faz ver no bem o mal e vice-versa. Quem foi parar no inferno certamente que está muito mal, mas acha que está bem. Um exemplo são os fundamentalistas que costumam passear por lá fazendo mal às pessoas pensando que assim estão agradando a Deus. É difícil conseguir escapar e por isso é preciso aproveitar as chances enquanto ainda estamos vivos, pq quando mais fundo no abismo pior fica a situação.

Bendito o fogo.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 18 de December de 2007 19:38

O relativismo nada tem a ver com o catolicismo(sequer sei se o amigo é católico). Ninguém pode afirmar eu tenho a minha verdade, tu tens a tua verdade, ele tem a sua verdade, porque a verdade não nos pertence,simplesmente estamos ou não em comunhão com ela. Se alguém disser que tem a sua verdade, então auto-intutilar-se-á de um deus, concorrente ao Deus da vida.

Então para afincar ideias vamos fazer como jack o estripador, vamos por partes:
1.A verdade não nos pertence, no sentido de posse, por isso é errado dizer:"minha".Conhecer a verdade não implica, posse dessa mesma verdade.
2.Estamos ou não em comunhão com ela.

(desculpem fugir do tema.)
Voltando ao tema,não podemos muito romantizar o assunto. Sou mais pela visão de S. João de Bosco, explicada pelo Seven. Para mim faz muito sentido.
Há muitos anos li num livro espírita, essa ideia do firefox, de que as almas permaneciam no Inferno,por livre vontade. Não sei se retirou essa ideia dessa cultura, mas não acho, que seja plausível.



Editado 1 vezes. Última edição em 18/12/2007 19:43 por vitor*.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 18 de December de 2007 20:16

Firefox,

não conhecia essa posição de Santa Teresa. Apesar de ela ser uma grande santa, essa opinião choca um pouco com por exemplo, a mensagem que Nossa Senhora deu aos pastorinhos. Choca um pouco com o sonho de São João Bosco. Eu já ouvi alguém dizer aqui no fórum, que dos grandes doutores da Igreja, nem tudo é aproveitado. E acho que até era sobre São Tomás de Aquino.

No meu entender, a percepção que a Sta Teresa tinha do amor de Deus é tanta, que para ela era impossível alguém rejeitar o Seu amor. Eu vendo por esse lado também me parece impossível como é que alguém consegue rejeitar o que Deus nos tem para dar. Mas o que é facto é que a doutrina nos ensina que existe e que muito provavelmente não estará vazio. Quem me dera a mim que estivesse. Significava que as pessoas tinham-se arrependido todas.

Mas também me faz sentido a vergonha imensa que vamos ter diante de Deus dos nossos pecados. Principalmente se morrermos com raiva dos outros. Se vivermos uma vida miserável.

O meu desejo é que o inferno esteja vazio. Mas se existe esse estado de espírito, esse "lugar", é porque estará lá alguém. Ou então não existiria. Acho que é isto que é ensinado. É o estado de espírito que sentem aqueles que estão afastados de Deus. A ausência de Deus.

Acho que o nosso lema acima de tudo deve ser por estarmos sempre perante Deus com a maior sinceridade em tudo o que fazemos. E estar sempre pronto a pedir desculpa pelos nossos erros. Deus sabe que não somos perfeitos. Temos é que lutar para isso.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 18 de December de 2007 20:51

Entre um sonho de S. João Bosco e a visão dos pastorinhos, por um lado e uma reflexão teológica da Sta Teresinha de Lisieux, por outro, não tenho dúvidas em escolher a segunda. Uma coisa são as interpretações pastorais que servem de motivação em determinadas épocas. Outra coisa é uma reflexão teológica de alguém que foi capaz de, simultaneamente amar para ser santa e ter sabedoria divina para ser doutora da Igreja.

Citação:
Seven
Mas o que é facto é que a doutrina nos ensina (...) que muito provavelmente não estará vazio.

Onde é que vem tal ensinamento da doutrina católica?

pontosvista

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 02:04

Citação:
vitor*
O relativismo nada tem a ver com o catolicismo (sequer sei se o amigo é católico). Ninguém pode afirmar eu tenho a minha verdade, tu tens a tua verdade, ele tem a sua verdade, porque a verdade não nos pertence,simplesmente estamos ou não em comunhão com ela. Se alguém disser que tem a sua verdade, então auto-intutilar-se-á de um deus, concorrente ao Deus da vida.

Talvez não tenha reparado na sua contradição, pq se ninguém pode afirmar que tem a verdade então ninguém pode dizer que o outro está errado. Logo, pelas suas palavras vc sequer pode afirmar que estou errado sem automaticamente se fazer de deus. Curioso, ao tentar me contradizer vc acabou indo muito mais longe do que fui. Eu nunca iria tão longe! Avisei antes para não tentar "absolutizar o relativismo", a virtude é o caminho do meio.

PS: Dizer que não se tem a verdade mas que está em comunhão com ela é somente um paleativo para tentar mascarar a questão, pq tentar interpretar quem está ou não em comunhão com a verdade mergulha novamente de cheio no problema!

Citação:
vitor*
Há muitos anos li num livro espírita, essa ideia do firefox, de que as almas permaneciam no Inferno,por livre vontade. Não sei se retirou essa ideia dessa cultura, mas não acho, que seja plausível.

Se está querendo confusão está seguindo o caminho certo, pq não tenho muita paciência se o assunto é espiritismo. Simplesmente não gosto daquilo, mas nem vou me alongar para não fechar o tempo.

Paz e Fogo.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 03:00

Citação:
s7v7n
Firefox, não conhecia essa posição de Santa Teresa. Apesar de ela ser uma grande santa, essa opinião choca um pouco com por exemplo, a mensagem que Nossa Senhora deu aos pastorinhos. Choca um pouco com o sonho de São João Bosco. Eu já ouvi alguém dizer aqui no fórum, que dos grandes doutores da Igreja, nem tudo é aproveitado. E acho que até era sobre São Tomás de Aquino.

Seven, considero tanto a Sta Teresinha como o Sao João Bosco, e tb os pastorinhos, como irmãos de caminhada. Não apenas eles, nem somente os católicos, mas todos os cristãos que buscam servir fielmente a Deus. Vale o mesmo para os apóstolos. O mesmo para os patriarcas, que apesar de não terem sido cristãos viviam o tempo da espera do Cristo. Considero todos da família, da qual sou um filho pequeno, então tento aprender com os irmãos mais velhos. Acontece que muitos desses meus irmãos viveram num tempo e num lugar muito diferentes, noutra cultura, então não acho muito sábio simplesmente tentar copiar tudo tal e qual, nem acho que todos tenham que concordar em tudo. Mesmo assim sempre encontro algo para aprender com a experiência deles.

No caso citado, tenho mais em comum com a visão de Sta Teresinha, que a dos pastorinhos não faz muito a minha cabeça. Entendo que a experiência dos pastorinhos foi condicionada pela vida que tiveram, pela catequese que tiveram, acredito que tinham muita fé, e acho isso bonito, mas hoje penso diferente deles.

Citação:
s7v7n
No meu entender, a percepção que a Sta Teresa tinha do amor de Deus é tanta, que para ela era impossível alguém rejeitar o Seu amor.

Isso até foi muito verdade durante um longo tempo da vida dela. Muita gente tem uma idéia açucarada da experiência de fé de Sta Teresinha, nem estou querendo dizer que seja o seu caso, mas muitos simplesmente desconhecem uma parte duríssima da vida dela. Ficam tão encantados com as orações simples dela, algumas até infantis, que nem tomam conhecimento das terríveis crises de fé que ela teve no fim da vida, qdo chegou a ter pesadelos com o que ela chamava de o "dia da aniquilação". Ela chegou a temer que nada existisse depois da morte e que talvez não fizesse sentido nenhum perder tb sua vida aqui. Isso talvez escandalize alguns, mas foi justamente por essas crises dela que passei a admirá-la. O modo que ela encontrou para combater essas crises foi algo impressionante: qto maior a crise, mais ela procurava praticar a caridade e os exercícios de devoção, mesmo não sentindo nada. Dizia ela que foi o modo que encontrou para continuar tentando se sentir cristã. Nesses dias, qdo alguém tentava discutir ou brigar com ela, ela simplesmente largava tudo e saia correndo feito louca. Chega a ser engraçado, mas não deixa de ser trágico e espantoso. No processo de canonização bateram muito nessa questão, o "advogado do diabo" tentou mostrar que ela tinha perdido a fé. Entendo justamente o contrário, que ela deu a maior prova de fé de todas. A maioria tb pensou assim, já que hoje é canonizada e doutora da igreja. Aprendi muito com a experiência de Sta Teresinha, vejo muita semelhança com a experiência de Cristo na cruz.

Bem, aqui certamente uns vão começar a enxergar elefantes cor-de-rosa, mas vou contar assim mesmo. Teresinha não conseguia entender como alguém não podia crer em Cristo e uma vez pediu em oração que Deus lhe fizesse entender. Ocorreu dela contrair tuberculose e morrer sofrendo dores horríveis, sufocada em sangue. Já nos últimos dias, depois dela ter vencido a crise de fé, disse ter aprendido e passado a amar mais as pessoas, inclusive, ou até especialmente, as que não crêem. Essa mulher era mesmo maravilhosa, completamente maluca, mas sem dúvida nenhuma uma santa.

Citação:
s7v7n
O meu desejo é que o inferno esteja vazio. Mas se existe esse estado de espírito, esse "lugar", é porque estará lá alguém. Ou então não existiria. Acho que é isto que é ensinado. É o estado de espírito que sentem aqueles que estão afastados de Deus. A ausência de Deus.

Ter esse desejo me parece mais importante do que saber com certeza o que ocorre no inferno. Mesmo pq no fundo ninguém sabe dos detalhes. Sempre interpretamos tudo conforme as nossas experiências de vida e de fé.

Citação:
s7v7n
Acho que o nosso lema acima de tudo deve ser por estarmos sempre perante Deus com a maior sinceridade em tudo o que fazemos. E estar sempre pronto a pedir desculpa pelos nossos erros. Deus sabe que não somos perfeitos. Temos é que lutar para isso.

Concordo contigo.

Paz e Vento.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 09:46

As palavras de Jesus valem mais que as opiniões de Santa Teresinha ou as visões de São João Bosco e dos videntes de Fátima:

Lc 13, 22-30
22Jesus percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. 23Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu-lhes:
24*«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. 25Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: 'Abre-nos, Senhor!' Mas ele há-de responder-vos: 'Não sei de onde sois.' 26Começareis, então, a dizer: 'Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.' 27*Responder-vos-á: 'Repito-vos que não sei de onde sois. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade.' 28*Lá haverá pranto e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus, e vós a serdes postos fora.
29*Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul, sentar-se à mesa no Reino de Deus. 30*E há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos.»


Há aqui quem tenha opiniões claramente incompativeis com estas palavras de Jesus.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 11:53

Dum lado o Céu, do outro o Inferno!
És bom, vais para o Céu, és mau, vais para o Inferno. Parece simples, não é?

Falou-se muito no amor, mas é preciso não perder de vista a justiça. Se com Jesus Cristo estamos convictos do Seu Amor e da Sua Misericórdia, que dizer da Justiça?

Porque se na vida há tanto sofrimento, tanto erro, confiamos que a justiça que não nos assiste neste mundo será tida em conta por Deus.

Um pecador, grande ou pequeno, pode sempre contar com a Misericórdia de Deus, desde que arrependido. E quem não se arrepende? O que dizer do destino de, por exemplo (pegando no século XX): Hitler, Estaline, Pol Pot, Mao Tse Tung...
Pessoas responsáveis por milhões de mortos, tanta destruição! Poderá mesmo o Inferno estar vazio?!

Estive a passar os olhos na SPE SALVI. E encontrei lá passagens muito interessantes:

Citação:
A redenção é-nos oferecida no sentido que nos foi dada a esperança, uma esperança fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho.


Citação:
Tal como o agir, também o sofrimento faz parte da existência humana. Este deriva, por um lado, da nossa finitude e, por outro, do volume de culpa que se acumulou ao longo da história e, mesmo actualmente, cresce de modo irreprimível. Certamente é preciso fazer tudo o possível para diminuir o sofrimento: impedir, na medida do possível, o sofrimento dos inocentes; amenizar as dores; ajudar a superar os sofrimentos psíquicos. Todos estes são deveres tanto da justiça como da caridade, que se inserem nas exigências fundamentais da existência cristã e de cada vida verdadeiramente humana.
Na luta contra a dor física conseguiu-se realizar grandes progressos; mas o sofrimento dos inocentes e inclusive os sofrimentos psíquicos aumentaram durante os últimos decénios. Devemos – é verdade – fazer tudo por superar o sofrimento, mas eliminá-lo completamente do mundo não entra nas nossas possibilidades, simplesmente porque não podemos desfazer-nos da nossa finitude e porque nenhum de nós é capaz de eliminar o poder do mal, da culpa que – como constatámos – é fonte contínua de sofrimento. Isto só Deus o poderia fazer: só um Deus que pessoalmente entra na história fazendo-Se homem e sofre nela.


Citação:
Um mundo que deve criar a justiça por sua conta, é um mundo sem esperança. Nada e ninguém responde pelo sofrimento dos séculos. Nada e ninguém garante que o cinismo do poder – independentemente do revestimento ideológico sedutor com que se apresente – não continue a imperar no mundo.


Citação:
Deus revela a sua Face precisamente na figura do servo sofredor que partilha a condição do homem abandonado por Deus, tomando-a sobre si. Este sofredor inocente tornou-se esperança-certeza: Deus existe, e Deus sabe criar a justiça de um modo que nós não somos capazes de conceber mas que, pela fé, podemos intuir. Sim, existe a ressurreição da carne.[33] Existe uma justiça.



Citação:
A necessidade meramente individual de uma satisfação – que nos é negada nesta vida – da imortalidade do amor que anelamos, é certamente um motivo importante para crer que o homem seja feito para a eternidade; mas só em conexão com a impossibilidade de a injustiça da história ser a última palavra, é que se torna plenamente convincente a necessidade do retorno de Cristo e da nova vida.



Citação:
O protesto contra Deus em nome da justiça não basta. Um mundo sem Deus é um mundo sem esperança (cf. Ef 2,12). Só Deus pode criar justiça. E a fé dá-nos a certeza: Ele fá-lo. A imagem do Juízo final não é primariamente uma imagem aterradora, mas de esperança; a nosso ver, talvez mesmo a imagem decisiva da esperança. Mas não é porventura também uma imagem assustadora? Eu diria: é uma imagem que apela à responsabilidade. Portanto, uma imagem daquele susto acerca do qual, como diz Santo Hilário que todo o nosso medo tem lugar no amor.[35] Deus é justiça e cria justiça. Tal é a nossa consolação e a nossa esperança. Mas, na sua justiça, Ele é conjuntamente também graça. Isto podemos sabê-lo fixando o olhar em Cristo crucificado e ressuscitado. Ambas – justiça e graça – devem ser vistas na sua justa ligação interior. A graça não exclui a justiça. Não muda a injustiça em direito. Não é uma esponja que apaga tudo, de modo que tudo quanto se fez na terra termine por ter o mesmo valor. Não é uma esponja que apaga tudo, de modo que tudo quanto se fez na terra termine por ter o mesmo valor. Contra um céu e uma graça deste tipo protestou com razão, por exemplo, Dostoëvskij no seu romance « Os irmãos Karamazov ». No fim, no banquete, eterno, não se sentarão à mesa indistintamente os malvados junto com as vítimas, como se nada tivesse acontecido.


Citação:
Deste modo, torna-se evidente também a compenetração entre justiça e graça: o nosso modo de viver não é irrelevante, mas a nossa sujeira não nos mancha para sempre, se ao menos continuámos inclinados para Cristo, para a verdade e para o amor.


Citação:
O Juízo de Deus é esperança quer porque é justiça, quer porque é graça. Se fosse somente graça que torna irrelevante tudo o que é terreno, Deus ficar-nos-ia devedor da resposta à pergunta acerca da justiça – pergunta que se nos apresenta decisiva diante da história e do mesmo Deus. E, se fosse pura justiça, o Juízo em definitivo poderia ser para todos nós só motivo de temor.


Eu acredito no Inferno. Não vivo com medo por causa dele. Está cheio? Está vazio? Não sei... Faço por viver a minha vida com Jesus, confiante que que Ele me ama, me perdoa e que me ajudará a ultrapassar as minhas faltas.

Abraços

Cassima



Editado 1 vezes. Última edição em 19/12/2007 11:53 por Cassima.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 15:05

Citação:
Camilo
Há aqui quem tenha opiniões claramente incompativeis com estas palavras de Jesus.

A incompatibilidade com as palavras não significa muito. Se há incompatibilidade com a doutrina de Jesus certamente serás capaz de demonstrar como essas opiniões são incompatíveis com a doutrina católica.

Onde estão essas opiniões claramente heréticas?

Ou está a fazer interpretações literais do que Jesus diz, mesmo sabendo que a Igreja nunca definiu nem sentiu essas interpretações como verdades da fé?

pontosvista

Re: O Inferno existe?
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 16:36

Começo a ficar preocupado seriamente, com esse anti-literalismo. Tal como fico preocupado com o fundamentalismo.
Acho que já vi a Bíblia ser melhor tratada. À excepção de algumas honrosas excepções, não são muitos aqui, que citam a bíblia para fundamentar as suas opiniões. Acho isso deveras preocupante. Mas calo-me num silêncio perturbado e pacificador. Não pretendo admoestar ninguém, antes me admoesto a mim, por se calhar também não o fazer mais vezes.
Pessoalmente penso que existe uma impossibilidade em relação às almas manchadas pelo pecado, viver em amizade com a luz. Não o vejo como uma condenação, mas como uma impossibilidade. Jesus só lhes informa dessa impossibilidade "afastai-vos de mim todos os que practicais a iniquidade", Essas almas ficam então privadas de ver Deus. E onde está o Céu? É onde está Deus.

Firefox você é inteligente. Percebeu perfeitamente aquilo que eu disse. De modo que eu por norma digo nas mensagens, tudo ou quase tudo o que pretendo dizer, de forma que não pretendo brincar aos advogados, às contra-argumentações sem fim, pois permita-me dizer isto, já perdi a paciência(e ganhei-a para outras coisas) para isso há muito tempo.
Por norma não entro nesses jogos cansativos.
Quanto aos espiritas como eu disse foi há muito tempo e nem alguma vez segui essa doutrina, até porque à 3 anos atrás era agnóstico. Não tenho qualquer interesse pela "doutrina" espirita.

Para acabar acho que é insano pedir mais mesiricórdia a Deus do que aquela que foi concedida pela morte e ressureição do Seu Filho.
Se repararem na parábola de lázaro maltratado e do rico que pede para avisar os seus familiares, para não irem para lá, para o Inferno. Qual a resposta? " Eles tem os profetas que creiam neles".
Ao não crermos sujeita-mo-nos à impossibilidade de estar na amizade de Cristo e depreza-mos de certa forma, a mesiricóridia de Deus dada pela morte e ressureição de Cristo e sujeitamo-nos à sua Justiça.
Não sei se aqui alguém leu a história de Santa Faustina. Ela fala da Mesiricórida e da Justiça de Deus. A mesiricórdia é-nos concedida provavelmente toda neste Mundo. Quantas chances desperdiçamos para mudar de vida? Falo por mim. Penitencio-me por cada vez que volto a cair no mesmo erro de sempre. É certo que melhorei bastantes coisas, mas ainda há muito por fazer. Todos temos muito por fazer.
Um santo é um pecador que não desiste.Não serei santo, mas também não sou de desistir.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 16:52

Vítor

O facto de em 2000 anos a Igreja nunca ter definido como verdade de fé que haja pelo menos uma pessoa no inferno não se resolve com uma citação literal do evangelho e deveria fazer pensar os apóstolos da pastoral do medo (que aliás nunca deu grandes frutos de amor e hoje não vale um tremoço para a nova evangelização).

pontosvista

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 17:37

Citação:
pontosvista
O facto de em 2000 anos a Igreja nunca ter definido como verdade de fé que haja pelo menos uma pessoa no inferno não se resolve com uma citação literal do evangelho e deveria fazer pensar os apóstolos da pastoral do medo (que aliás nunca deu grandes frutos de amor e hoje não vale um tremoço para a nova evangelização).

Não sou adepta da "pastoral do medo" nem de que se viva a religião com os olhos no castigo em vez da recompensa.

Mas, pontosvista, assim sendo, as palavras de Jesus (e as do resto da Bíblia) só se levam a sério se estiverem na base de uma verdade de fé?

Cassima

Re: O Inferno existe?
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 18:06

Cassima

Os evangelhos mostram-nos uma aparente contradição em Jesus: fala de um Deus que é amor mas fala ao mesmo tempo de um Deus que é capaz de castigar uns quantos pecados com um sofrimento eterno. Um sofrimento eterno é uma pena desproporcionada para o mal feito pelos homens. Quando se compreende melhor que na origem de muitos males está a reprodução de comportamentos de que os "maus" foram vítimas, começam a surgir dúvidas sobre se é fácil alguém ser tão mau para merecer tal castigo.

Por isto tudo não penso que a questão de haver alguém no inferno se possa resolver invocando a "clareza" dessas palavras de Jesus. O que eu digo é que se a questão da população do inferno fosse muito simples facilmente teria sido objecto de um sentir comum de toda a Igreja que conduziria depois à definição dogmática. Isso não aconteceu até hoje e não me parece que se esteja a caminhar para aí.

pontosvista

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 18:29

Citação:
camilo
As palavras de Jesus valem mais que as opiniões de Santa Teresinha ou as visões de São João Bosco e dos videntes de Fátima:
Lc 13, 22-30
22Jesus percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. 23Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu-lhes:
24*«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. 25Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: 'Abre-nos, Senhor!' Mas ele há-de responder-vos: 'Não sei de onde sois.' 26Começareis, então, a dizer: 'Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.' 27*Responder-vos-á: 'Repito-vos que não sei de onde sois. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade.' 28*Lá haverá pranto e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus, e vós a serdes postos fora.
29*Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul, sentar-se à mesa no Reino de Deus. 30*E há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos.»


Há aqui quem tenha opiniões claramente incompativeis com estas palavras de Jesus.

O velho camilo das incompatibilidades... Será que adianta alguma coisa tentar trocar idéias contigo?

Felizmente essas não são as únicas palavras de Jesus e nem todas as palavras da Sagrada Escritura são sempre nesse tom, daí sempre procurar entender pelo conjunto e desconfiar de interpretações que não tenham como fundo a imagem de um Deus que é Amor. Há algumas outras passagens que talvez vc também ache "incompatíveis", mas é que a mim não surpreende mais que a misericórdia de Deus me surpreenda sempre. Parece que Deus sempre salva tudo que é possível salvar e tem mais atenção que nós para os pequenos detalhes, só que enquanto alguns acreditam que Deus faça uso dessa atenção para encontrar todos os nossos "pequenos erros ocultos", prefiro crer que Ele, pelo seu amor, a utilize muito mais para encontrar os nossos "pequenos acertos luminosos".

Acho que até o "severo" apóstolo Paulo - que aprendi a ver como caridoso e apaixonado - também entendia que em todas as pessoas pode existir algo para se salvar, e que assim até as más obras poderiam ser aniquiladas no juízo através da misericórdia:

"Perderá a recompensa, porém ele pessoalmente se salvará, mas como alguém que escapa do fogo." (1 Cor 3,15)

Foi Jesus quem disse que "nem mesmo um copo d'água ficará sem recompensa", e Sto Ambrósio também imaginou coisas "incompatíveis" com a visão certeira do camilo qdo disse que "a mesma pessoa em parte se salva e em parte se condena", de modo que pode acontecer no final que cada pecador escute ambas as palavras: "afastem-se de mim, para o fogo eterno" e "venham, benditos de meu Pai". Como isso poderá se fazer possível cabe a cada um descobrir na oração.

Desse modo, percebe-se que não há nenhuma incompatibilidade entre "perder a recompensa" e "ser salvo" simultaneamente, o que para uns já deveria soar estranho. Acho esquisito como sempre aparece alguém contrapondo amor e justiça divinas como se fossem verdades dissociadas. Sobre o que acontecerá depois nós na verdade sabemos muito pouco, e tudo acaba sendo em parte especulação, mas sempre revela algo de nós o tipo de especulação que cada um faz. Alguns são tão rigorosos e escolhem passagens tão pesadas para fazer leitura literal que acabam assustando aos outros.

Antes de vc acabar tão certo da sua interpretação, sugiro ler 1 Cor 3 e o Salmo 118.

Paz.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 18:48

Oi amiga :)

Citação:
Cassima
Falou-se muito no amor, mas é preciso não perder de vista a justiça. Se com Jesus Cristo estamos convictos do Seu Amor e da Sua Misericórdia, que dizer da Justiça?
Porque se na vida há tanto sofrimento, tanto erro, confiamos que a justiça que não nos assiste neste mundo será tida em conta por Deus.

Um pecador, grande ou pequeno, pode sempre contar com a Misericórdia de Deus, desde que arrependido. E quem não se arrepende? O que dizer do destino de, por exemplo (pegando no século XX): Hitler, Estaline, Pol Pot, Mao Tse Tung...
Pessoas responsáveis por milhões de mortos, tanta destruição! Poderá mesmo o Inferno estar vazio?!

Respondendo a sua pergunta, acho que os nomes que citou já se encontravam no inferno mesmo qdo estavam por aqui. A questão mais uma vez retorna para o significado das palavras. O que cada um está dizendo qdo faz uso da palavra "inferno"? Tanto posso concordar que o inferno esteja vazio ou bastante ocupado, dependendo do significado que se atribua àquela palavra, e a mesma coisa posso dizer da existência ou da não existência do inferno.

Para vc que gosta de ler, há um livrinho bem interessante que trata dessa questão: "O que queremos dizer quando dizemos 'inferno'?", André Torres Queiruga, Editora Paulus. Tenho certeza que se ler vai gostar muito desse.

Citação:
Cassima
Eu acredito no Inferno. Não vivo com medo por causa dele. Está cheio? Está vazio? Não sei... Faço por viver a minha vida com Jesus, confiante que que Ele me ama, me perdoa e que me ajudará a ultrapassar as minhas faltas.

Um grande abraço para ti.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 19:32

Citação:
vitor*
Acho que já vi a Bíblia ser melhor tratada. À excepção de algumas honrosas excepções, não são muitos aqui, que citam a bíblia para fundamentar as suas opiniões. Acho isso deveras preocupante.

Não percebo onde viu aqui a Bíblia sendo mal tratada. E também não concordo que ficar citando a Bíblia para fazer uso literal de passagens de modo a referendar interpretações pessoais estranhas seja um bom sinal de respeito ao texto sagrado. Pode até acabar no contrário, já que mal uso não é um bom exemplo de respeito. Aliás, quem repete o texto feito papagaio se arrisca muito mais a banalizá-lo. Contra o mal uso há algumas palavras fortes nas próprias Escrituras, mas quem faz do texto uma arma apologética gosta mais de aplicá-lo aos outros, por isso talvez esteja tentando mais preservar a própria imagem pessoal do que verdadeiramente cuidar do respeito ao texto sagrado. Só que tudo isso é muito sutil e por isso seria prudente se evitássemos esses tipos de julgamentos.

Citação:
vitor*
Quanto aos espiritas como eu disse foi há muito tempo e nem alguma vez segui essa doutrina, até porque à 3 anos atrás era agnóstico. Não tenho qualquer interesse pela "doutrina" espirita.

Não sei se reparou, mas não o acusei de nada em relação ao espiritismo. Apenas não gostei da insinuação de que talvez tivesse me inspirado naquilo. Apenas isso. Fique tranquilo.

Paz e Bem.

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 19:39

Citando Rodrigo R. Pedroso:

"Prezada M.:

Uma das tentações permanentes do espirito humano é tentar reduzir ao natural aquilo que, na Revelação cristã, é sobrenatural; uma recusa de aceitar as verdades reveladas que transcendem as forças naturais da razão humana. Como escreveu São Pedro, o primeiro Papa, "nas Escrituras há algumas coisas difíceis de entender" (2Pdr 3,16). Quando Nosso Senhor revelou aos judeus que seu Corpo era "verdadeira comida", e seu Sangue, "verdadeira bebida", advertindo que quem não comesse a sua carne e não bebesse o seu sangue não teria a vida eterna, conta o evangelista que: "Muitos, pois, de seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é este discurso, e quem o pode ouvir?" (Jo 6,61). Quando Paulo pregou em Atenas a ressurreição da carne, narra o livro dos Atos que "uns faziam zombaria, outros, porém, disseram: outra vez te ouviremos sobre este assunto" (At 17,32).

Reduzir o sobrenatural da religião ao "simbólico", é tentar fazer do cristianismo uma simples filosofia humana, é privar a religião cristã do que nela existe de admirável -- milagre, miraculum em latim, vem do verbo latino miror, mirari, que significa "admirar-se". Como ensinou o Bem-aventurado Papa Pio IX, "nossa santíssima religião não foi inventada pela razão humana, mas revelada com suma bondade aos homens por Deus", não se podendo reduzi-la a "uma invenção filosófica qualquer" (enciclica Qui Pluribus, n. 2).

Uma constante em todas as heresias é reduzir as verdades sobrenaturais da religião cristã a meros símbolos, de modo a torná-las mais palatáveis à razão humana -- ou à soberba humana. Deste modo, o arianismo considerou puramente "simbólica" a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, negando que Ele fosse consubstancial ao Pai. O islamismo, por sua vez, considera que a paixão de Nosso Senhor também é puramente "simbólica", de modo que a morte de Jesus no Calvario teria sido apenas aparente. O protestantismo, na mesma linha, afirma que a presença de Jesus Cristo no sacramento da eucaristia também é puramente simbólica, e não real como confessa a Igreja católica. Poderia citar centenas de exemplos, presentes em todas as heresias. Tudo isso não passa de uma tentativa de "amaciar" o peso e a dureza da Revelação cristã, perante a fragilidade de nossa inteligência, chocada com tão altos e profundos mistérios.

O inferno existe. O inferno é real. Nosso Senhor fala inúmeras vezes do inferno, sem dar margem para que pensemos tratar-se de mero símbolo ou metáfora. Assim entende a Igreja e a maior parte das seitas cristãs. É certo que causas finitas não podem ter efeitos infinitos. Todavia, o pecado é ofensa a Deus, e a ofensa não se mede apenas pela materialidade do ato, como também pela dignidade da pessoa ofendida. Uma vez que a dignidade de Deus é infinita, o pecado encerra uma malignidade também infinita, como nos ensina Santo Tomás de Aquino: "Peccatum contra Deum comissum quandam infinitatem habet ex infinitate divinae majestatis, tanto enim offensa est gravior, quanto maior est ille in quem delinquitur" -- "O pecado cometido contra Deus tem uma certa infinitude, em consequencia da infinitude da majestade divina, pois uma ofensa é tanto mais grave quanto maior é aquele perante quem se delinquiu" (Suma Teologica, III parte, questão 1, artigo 2, resposta à 2a objeção).

A existência do inferno como artigo de Fé divina e católica foi reafirmada recentemente por Bento XVI, conforme reportagem abaixo reproduzida.

Um fraterno abraço,

Rodrigo R. Pedroso."

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 19:40

Bento XVI garante que inferno existe
[noticias.terra.com.br]

O papa Bento XVI assegurou no domingo que "o inferno existe para aqueles que fecham seu próprio coração ao amor de Deus", durante missa celebrada em uma paróquia nos arredores de Roma.

"O inferno, do qual se fala pouco nestes últimos tempos, existe para aqueles que fecham seu próprio coração ao amor de Deus", disse Bento XVI durante a homilia que presidiu na paróquia da Santa Felicidade, segundo a imprensa italiana.

"Nosso verdadeiro inimigo é o apego ao pecado, que pode nos levar ao fracasso da nossa existência. Só o perdão divino nos dá a força para resistir ao mal e para não pecar mais", disse o Papa.

Esta visita de Bento XVI à Santa Felicidade é a quarta que o Papa, bispo de Roma, faz a uma paróquia da capital italiana desde que foi eleito, em abril de 2005.

O Papa encerrou sua visita, convidando os fiéis a seguirem "sem dúvidas o caminho do Evangelho", antes de voltar ao Vaticano para celebrar o Angelus dominical, às 7h de Brasília.

AFP

Re: O Inferno existe?
Escrito por: Emanuelle Moura (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 19:43

O inferno

Autor: São João Bosco

O inferno é um lugar destinado pela justiça divina para punir com suplícios eternos os que morrem em pecado mortal. A primeira pena que os condenados sofrem no inferno é a pena dos sentidos, que são atormentados por um fogo que queima horrivelmente, sem nunca diminuir de intensidade. Fogo nos olhos, fogo na boca, fogo em todas as partes. Cada sentido sofre a própria pena; os olhos sofrem pela fumaça e pelas trevas e são aterrados pela vista dos demônios e dos outros condenados. Os ouvidos, dia e noite, só escutam contínuos uivos, prantos e blasfêmias. O olfato sofre enormemente pelo mau cheiro daquele enxofre e pez ardente que o sufoca. A boca é atormentada por sede devoradora e fome canina: Et famen patientur ut canes ("E padecerão fome como cães" -- Sl 58,15). O mau rico no meio daqueles tormentos, ergueu o olhar para o Céu e pediu, como grande graça, uma pequena gota de água para mitigar a secura de sua língua e até essa gota de água lhe foi negada. Por isso, aqueles infelizes, requeimados de sede, devorados pelas chamas, atormentados pelo fogo, choram, gritam e se desesperam. Oh! Inferno, inferno! Como são infelizes os que caem nos teus abismos! -- E tu que dizes, meu filho? Se agora não podes aguentar nem uma fagulha de fogo na mão sem gritar, como poderás aguentar-te então entre aquelas chamas por toda a eternidade?

Considera, além disso, meu filho, o remorso que experimenta a consciência dos condenados. Eles padecerão um inferno na memória, na inteligência, na vontade. Recordarão continuamente o motivo da sua perdição, isto é, por terem querido alimentar alguma paixão. Esta lembrança é o verme que nunca morre: Vermis eorum non moritur ("O verme deles não morre" - Mc 9,43). Recordarão o tempo que Deus lhes deu para evitar a perdição, os bons exemplos dos companheiros, os propósitos feitos e não cumpridos. Pensarão nos sermões ouvidos, nos avisos do confessor, nas boas inspirações para deixar o pecado; vendo que já não há remédio, lançarão gritos desesperados. A vontade nada terá do que deseja e, ao contrário, padecerá todos os males. A inteligência conhecerá finalmente o grande bem que perdeu. A alma separada do corpo, ao apresentar-se no tribunal divino, entrevê a beleza de Deus, conhece toda a sua bondade, chega a contemplar por um instante o esplendor do Paraíso, ouve talvez também os cantos harmoniosíssimos dos Anjos e dos Santos. Que dor verificar que perdeu tudo isso para sempre! Quem poderá resistir a tais tormentos?

Meu filho, tu que agora não te importas de perder o teu Deus e o Paraíso, conhecerás a tua cegueira quando vires tantos companheiros teus, mais ignorantes e mais pobres do que tu, triunfarem e gozarem no Reino dos Céus, ao passo que tu serás arrojado para longe daquela pátria feliz, do gozo do mesmo Deus, da companhia da Santíssima Virgem e dos Santos. Eia, pois, arrepende-te e faze penitência, não esperes para quando não houver mais tempo, entrega-te a Deus. Quem sabe se não é este o último chamado e se não correspondes, quem sabe se Deus não te abandona e não te deixa cair naqueles eternos suplícios! Oh! Meu Jesus, livrai-me do inferno: A poenis inferni, libera me, Domine! (Das penas do inferno, livrai-me Senhor!)

Considera, meu filho, que se fores para o inferno, nunca mais dele sairás. Lá se sofrem todas as penas e todas eternamente. Passarão cem anos desde que caíste no inferno, passarão mil e o inferno estará ainda em seu começo; passarão cem mil, cem milhões, passarão mil milhões de séculos e o inferno terá apenas iniciado. Se um anjo levasse aos condenados a notícia que Deus os libertaria do inferno depois de passados tantos milhões de séculos quantas são as gotas de água do mar, as folhas das árvores e os grãos de areia da terra, esta notícia lhes causaria a maior satisfação. É verdade, diriam, que devem passar ainda tantos séculos, mas um dia há de acabar. Pelo contrário, passarão todos esses séculos e todos os tempos que se possam imaginar e o inferno estará sempre no princípio. Todos os condenados fariam de boa vontade com Deus o seguinte pacto: "Senhor, aumentai quanto entenderes este meu suplício; deixai-me nestes tormentos por quanto tempo quiserdes, contanto que me deis a esperança de que um dia hão de acabar". Mas nada: esta esperança, este termo nunca chegará.

Se ao menos o pobre condenado pudesse enganar-se a si mesmo e iludir-se dizendo: Quem sabe, um dia talvez terá Deus piedade de mim e me arrancará deste abismo! Mas não, nem isto: verá sempre escrita diante de si a sentença de sua eternidade infeliz. Pois então, irá ele dizendo, todas estas penas, este fogo, estes gritos nunca mais acabarão para mim? Não, lhe será respondido, não, jamais. E durarão sempre? Sempre, por toda a eternidade. Sempre, verá escrito naquelas chamas que queimam; sempre, na ponta das espadas que os transpassam; sempre, naqueles demônios que o atormentam; sempre, naquelas portas eternamente fechadas para ele. Oh! Eternidade! Oh! Abismo sem fundo! Oh! Mar sem praias! Oh! Caverna sem saída! Quem não temerá ao pensar em ti? Maldito pecado! Que tremendos suplícios preparas para quem te comete! Ah! Nunca mais, nunca mais pecarei durante a minha vida.

Mas o que deve encher de pavor é pensar que aquela horrível fornalha está sempre aberta debaixo de teus pés e que é suficiente um só pecado mortal para lá te fazer cair. Compreendes bem, meu filho, o que estás lendo? Uma pena eterna por um só pecado mortal que cometes com tanta facilidade.

Uma blasfêmia, uma profanação dos dias santos, um furto, um ódio, uma palavra, um ato, um pensamento obsceno para seres condenado às penas do inferno. Oh! Meu filho escuta, pois, o meu conselho: Se a consciência te acusa de algum pecado, vai depressa confessar-te para começar uma vida boa. Põe em prática todos os meios que te indicar o confessor. Se for necessário, faze uma confissão geral. Promete que hás de fugir das ocasiões perigosas, dos maus companheiros e, se Deus te indicasse até que deves deixar o mundo (e ingressar na vida religiosa), segue logo a sua voz.

Tudo que fizer para evitar uma eternidade de tormentos, é pouco, é nada: Nulla nimia securitas, ubi periclitatur aeternitas (São Bernardo: "Nenhum cuidado é excessivo, quando está em jogo a eternidade"). Oh! Quantos na flor da idade abandonaram o mundo, a pátria, os parentes, e foram viver isolados nas cavernas, nos desertos, alimentando-se somente de pão e água, e até às vezes só de raízes, e tudo isto para evitar o inferno? E tu, que fazes, depois de tantas vezes que mereceste o inferno com o pecado? Que fazes? Lança-te aos pés do teu Deus e dize-lhe: "Senhor, estou pronto a fazer o que vós quiserdes; nunca mais hei de pecar em minha vida; já por demais vos tenho ofendido; mandai-me todos os sofrimentos que quiserdes durante esta vida, contanto que eu possa salvar a minha alma".

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