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As celebrações litúrgicas do "Novus Ordo"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 25 de July de 2007 18:01

ou lá como se chama o rito mais difundido.

Qualidades e defeitos?

A mim parece-me que a extrutura existente funciona como um esqueleto. Estaria pensada para ser preenchida de acordo com a ocasião mas o habito, a sobrecarga ou o simples desleixo fazem com que esse esqueleto raramente passe disso mesmo.

Normalmente parecem-me aulas secas e aridas com os fieis passivos e pouco entusiasmados.

Creio que existiu um cuidado em cerebralizar as celebrações, tirar-lhes emoção. O resultado não me parece brilhante. Parecem-me ter mais de teorema matematico que de vida.

Pessoalmente gosto de celebrações mais vivas, como as do movimento carismatico (embora haja pormenores nestas que tambem não me cativem muito).

Há ainda um defeito que considero existir nas nossas celebrações habituais. A falta de silencio retira-lhe a percepção da transcendencia que devia existir. O silencio devia existir mas é raro ele ocorrer, para o evitar lá está o coro. E se existir lá estão os fieis a chatear o celebrante por causa dos 3 ou 4 minutos a mais que a celebração demorou por causa daqueles segundos aonde não se fez nada.

___
Editado por Alef. Editei o título.



Editado 1 vezes. Última edição em 29/07/2007 00:48 por Alef.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 25 de July de 2007 19:07

Vou também dizer o que me desagrada:

-O silêncio: na comunhão e depois desta, não se faz o silêncio necessário à oração;

- Os paramentos: acho que os paramentos actuais não são muito bonitos nem mostram a dignidade do sacerdote. Contudo, conheço sítios em que os padres celebram só com a alba branca e por cima uma casula simples, até de damasco, com uma estola da cor da festa, e estão muitíssimo bem apresentados;

- A música: a música, por vezes, é deplorável e a tocar o que se chama de "pimba";

- O [que eu gosto de chamar de] Corridinho: tal como o baile madeirense, o padre faz um corridinho na missa. Reza tudo a correr, consagra a correr, distribui a comunhão a correr, lê a correr, às vezes nem reza o credo, para andar mais rápido. No entanto, tem tempo para fazer homilias de muito fraca qualidade.

- A falta de sacralidade: por muito que digam, ainda não assisti a nenhuma missa do Novus Ordo em que se sentisse sacralidade, embora Deus estivesse patente ali e o ambiente fosse festivo e agradável.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 25 de July de 2007 19:10

Aproveito para deixar, como exemplo do "corridinho" a que me referi acima, o do Reitor da Basílica dos Mártires em Lisboa. Fui lá no Domingo passado (ou seja, há três dias) numa de turista, e acabei por ficar para a missa, pois não ia andar a admirar as paredes enquanto a celebração estivesse a decorrer. A música era muito agradável, mas a missa foi a correr e o senhor Reitor fez uma homilia de doer o coração, que demorou "horas" e me pôs a pensar quando iria acabar. Sei que o tema não dava para muito (basicamente, era sobre hospitalidade e como Cristo nos diz para sermos bons anfitriões).

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: As celebrações litúrgicas do novo ordo
Escrito por: Renato Rosa (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 01:23

Como sabem, nos missais temos o que é essencial à celebração, devendo fazer-se as adaptações necessárias. Os defeitos que podemos apontar não se devem ao novo ordo em si, mas à forma como as pessoas o executam.

De facto falta muito silêncio. Durante a comunhão não, porque nesse momento é para cantar, o missal até apresenta a antífona da comunhão. Mas depois da comunhão ele devia ser valorizado. E o mesmo após as leituras e a homilia, durante o ofertório...
Não haja dúvida de que tem sido uma falha.

Quanto ao corridinho, é realmente lamentável. Mas atenção que ele não é exclusivo de agora. Pelo contrário, antes havia corridinhos bem maiores, missa de 20 minutos, até porque nem era costume fazer homilia. Muitas vezes era chegar e "despachar logo uma missinha", porque como as pessoas não prestavam atenção ao que o padre dizia podia-se dizer tudo rapidamente. As rubricas que prescrevem o silêncio e as pausas não existiam no antigo missal.

A sacralidade depende também da disposição com que vamos às celebrações. Mas estou convencido de que no novo ordo é possível exprimir também a sacralidade de forma apropriada, se as pessoas quiserem.

Acho que é nestas coisas que é precisa a tal "reforma da reforma".

Renato

Re: As celebrações litúrgicas do novo ordo
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 06:29

Citação:
Renato Rosa
Acho que é nestas coisas que é precisa a tal "reforma da reforma".

Oi Renato,

eu diria isso de outra forma: se não houver boa disposição no coração, não há rito que dê jeito.

Abraço. Paz e Bem.

Re: As celebrações litúrgicas do novo ordo
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 06:35

OLá Firefox, bom dia!

Somos os madrugadores do Forum!
Abraço.

catolica

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 09:56

Uma homilia que ultrapasse os 5 min começa a ser longa.
As leituras feitas por leigos por vezes estão mal preparadas. O silêncio no pós-comunhão não deve ser artificialmente prolongado. Basta que seja o suficiente para sentirmos que somos um povo em oração. Os cânticos devem ser a gosto, sabendo que os gostos se aperfeiçoam.

*=?.0

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 10:11

E só se fala do que se não gosta?

E as coisas boas?

Estou com o Renato, o que se disse aqui, não me parece ser exclusivo do novo rito.

Há missas apressadas, sim. E algumas com pouca sacralidade. Mas há muitas como deve ser.

Gosto de cânticos: e às vezes dou comigo a dançar (discretamente :) ) ao ritmo da música.

Não gosto que na consagração, as pessoas fiquem de pé: tapam-me a visão. Mas gosto imenso de ver a participação das pessoas nas leituras, na oração dos fiéis.


Cassima

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 18:02

"Uma homilia que ultrapasse os 5 min começa a ser longa"


Penso que não. Há homilias que valem uma Missa.


E casima, tens razão - a música é essencial, sobretudo com violas ou mesmo a guitarra portuguesa.



Editado 1 vezes. Última edição em 26/07/2007 18:13 por Tozé Monteiro.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 19:26

Tenho de concordar que as homilias podem ser o quão longas o padre quiser, desde que prendam os fiéis e não sejam maçudas ou palavras inúteis atiradas ao vento.

No entanto, não posso concordar que a homilia valha uma missa. Mas nem uma missa vale uma homilia. De facto, a homilia é importante porque substitui a lectio divina que os fiéis, infelizmente, não fazem e a qual os Franciscanos se esqueceram de pregar, como faziam antes (até com a Difusora Bíblica). A missa tem o valor de ser a renovação do Sacrifício e, embora não ensine propriamente, torna-se uma lição de TODA A VIDA de Cristo e um alimento espiritual diferente daquele que encontramos na Palavra.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 20:14

Sáo opiniões.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Renato Rosa (IP registado)
Data: 26 de July de 2007 22:38

A homilia foi um dos elementos recuperados com a reforma litúrgica. Dantes, ou não se fazia ou o que havia era o sermão, que versava sobre temas da vida cristã, mas a maior parte das vezes independentemente das leituras. A homilia é uma prática muito antiga, no princípio era reservada ao bispo, e actualmente é obrigatória aos domingos e recomendada nos outros dias. Mas num dia de semana, por vezes, fica muito bem ficar em silêncio depois do evangelho, ou dizer só umas palavrinhas muito curtas.

Mas concordo com o Diogo: uma missa não pode valer pela homilia, por melhor que seja. Ninguém deve ir à missa para ouvir o padre, e se as pessoas dizem isso, é mau sinal, porque há qualquer coisa invertida: o essencial é a palavra que se ouve e a Eucaristia que se celebra, o padre deve é chamar a atenção para essas coisas, não para si.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 27 de July de 2007 00:06

Acontece que há pessoas que costumam ir à missa tal porque o padre fala melhor.

No exemplo que eu dei acima, da Basílica dos Mártires, apesar do corridinho e da deplorável homilia, gostei muito do momento da consagração, pois incluiu o sino e tudo. Foi calmo e muito belo.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 27 de July de 2007 07:23

Hum..A ideia do sininho ou das campainhas lembra-sem sempre rituais de magia.. a ideia de que durante aconsagração se passa qualquer coisa de mágico que deve ser assinalado com uma sonoridade especial..

Muito new age.

Lembro-me que por causa disso tive a minha primeira crise de fé, com sete anos..



Editado 2 vezes. Última edição em 27/07/2007 07:26 por Tozé Monteiro.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Tecno (IP registado)
Data: 27 de July de 2007 09:28

Já agora, para o Diogo Taveira e Tozé Monteiro, deixo uma pergunta:

Na minha paróquia, apenas à pouco tempo se adoptou os "sininhos", durante a consagração, eu gostaria de saber, o que significam e para que serve aquele som ?

É suposto assumir-mos alguma posição física ou postura mental/espiritual especial ?

Desde já o meu agradecimento pelos possíveis exclarecimentos.

Obrigado

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 27 de July de 2007 09:42

Na minha terra usam-se as campainhas na consagração apenas em algumas missas durante o ano. Diga-se de passagem que é daqueles elementos que, não sendo essenciais, são extremamente bonitos.

Cassima

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Tecno (IP registado)
Data: 27 de July de 2007 09:45

Certo Cassima, mas para que servem na prática ? O que é suposto um fiel sentir e/ou fazer quando as ouve ?

É essa a minha questão, à qual gostaria de obter uma resposta.

Obrigado

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 27 de July de 2007 09:55

Tecno

Que eu saiba, não é suposto fazer ou sentir nada de especial que não se fizesse ou sentisse sem as campainhas. Limitam-se a assinalar o momento mais solene da missa, o da consagração.

Cassima

Re: as celebrações liturgicas do novo ordo
Escrito por: Renato Rosa (IP registado)
Data: 27 de July de 2007 15:28

Para perceber a função das campainhas, temos de olhar para a sua história.

Como sabem, dantes a oração eucarística era feita em silêncio, e enquanto o padre a ia rezando, tocava-se música instrumental para entreter ou as pessoas rezavam outras coisas. Mas na consagração era suposto as pessoas interromperem um pouco as suas devoções para se concentrarem nesse momento central da missa e adorarem o Santíssimo Sacramento no momento da elevação.

Ora, como tudo era em silêncio, as pessoas não tinham meio de saber em que parte do cânon é que o padre ia e corriam o risco de não se aperceberem da consagração e de, com a cabeça baixa durante as devoções, nem sequer repararem que o padre já tinha elevado a hóstia e o cálice.

Assim , introduziram-se as campainhas, que dantes até tocavam várias vezes e não só à elevação, como agora. Concentradas a rezar o terço ou a ler livros de acompanhar a missa, as pessoas ao ouvirem a campainha sabiam que o momento se aproximava, interrompiam um pouco à elevação e depois regressavam ao que estavam a fazer.

Hoje em dia, graças a Deus, já não são precisas campainhas para as pessoas saberem a quantas andam. Podíamos questionar se vale a pena manter esse costume uma vez que as coisas mudaram. Mas acho que podem conservar-se, já não para chamarem a atenção, mas para assinalarem o momento central. Não é mau ir lembrando as pessoas disso, pode ser um sinal eficaz. Mas penso que às vezes o silêncio simples também pode ser sublime.

Renato

P.S. Por favor, escrevam "ordo" e não "ordu". Assim é em bom latim.

Re: as celebrações liturgicas do novo ordu
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 27 de July de 2007 15:32

falta de silencio, corridinho.

No entanto creio que uma das principais falhas tenha sido a quase completa eliminação da emoção das celebrações. Antes essa emoção existia por um sentido da transcendencia, da sacralidade da missa.
Claro que este sentido ainda permanece, em teorema. Na pratica a forma como as celebrações costumam ser feitas dificulta muito sentir esta sacralidade transcendente.

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