Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Página actual: 6 de 14
Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de July de 2007 17:39

Estes fieis são uns chatos, só atrapalham com os seus pecados.
Vamos lá... Igreja para um lado, santa e incorruptível, e fieis para o outro, pecadores.
Retirem os fieis...o que fica? Igreja?!? só se for as de pedra e tijolo. Isso não é Igreja...

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 21 de July de 2007 18:39

Caro Pelegrineti

Parece-me claro que não se pode simultaneamente santo e pecador.

Claro que os Santos também cometeram pecados mas a santidade e o pecado excluem-se.

Assim e Igreja é Santa e não pecadora. (Claro que houve há e haverá sempre homens da Igreja pecadores)

Mas o que tem isto a ver com o Motu Proprio ????

Não te terás enganado no tópico?

Cristina

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 22 de July de 2007 02:10

Citação:
cristina dinis saraiva
Parece-me claro que não se pode simultaneamente santo e pecador.
Claro que os Santos também cometeram pecados mas a santidade e o pecado excluem-se.

Assim e Igreja é Santa e não pecadora. (Claro que houve há e haverá sempre homens da Igreja pecadores)

Cristina, vou deixar para lá o texto do Pelegrineti, acho que dispensa comentários. Está errado em quase tudo.

Mas acho curioso que negue que a igreja é pecadora, vc que fala tanto sobre a tradição. Isso porque foi repetidamente ensinado na Tradição Apostólica, desde os primeiros séculos, que a igreja é santa e pecadora. Ao contrário que que apregoam por aí, isso nada tem de novo, não é frase do concílio. Acha muito dizer que a igreja é pecadora? Imagino que não saiba que os primeiros padres da igreja eram bem mais ousados. Santo Ambrósio, no seu comentário ao evangelho de Lucas, a chamou de "casta meretrix" (prostituta casta): "casta meretrix, quia a pluribus amatoribus frequentatur cum dilectionis inlecebra et sine conluvione delicti” (In Lucam, III, 17-23)

Vou deixar para vc um texto de S. Francisco de Assim. Acho que encontrará nele material para uma boa reflexão:


"Depois de um momento de silêncio, Francisco perguntou a Leão: Irmão, sabes acaso o que é a pureza de coração?
- É não termos falta alguma de que nos acusemos, respondeu Leão sem hesitar.
- Então compreendo a tua tristeza, disse Francisco, porque temos sempre alguma coisa de que nos acusar. - Sim, concordou Leão, e é precisamente isso que faz com que eu perca a esperança de chegar um dia à pureza de coração.
Ah! Frei Leão, acredita-me, retorquiu Francisco, não te preocupes tanto com a pureza de tua alma. Volta o olhar para Deus. Regozija-te por Ele ser todo santidade. Dá-lhe graças por causa dele mesmo. Isso é que é irmãozinho, ter o coração puro. E quando estiveres voltado para Deus, não voltes a debruçar-te sobre ti. Não perguntes a ti próprio em que ponto estás em relação a Deus. A tristeza de não sermos perfeitos, de nos descobrirmos pecadores é, ainda, um sentimento humano, demasiadamente humano. É preciso que eleves o teu olhar mais alto, muito mais alto. Há Deus, a imensidade de Deus e o seu inalterável esplendor. O coração puro é aquele que não cessa de adorar o Senhor vivo e verdadeiro; o que toma um interesse profundo pela própria vida de Deus e é capaz, no meio de todas as suas misérias, de vibrar com a eterna inocência e a eterna alegria de Deus. Semelhante coração é, a um tempo, despojado e cumulado. Basta-lhe que Deus seja Deus. É mesmo nisso que ele encontra toda a sua paz, todo o seu amor. E então, é o próprio Deus que é toda a sua santidade.

Deus, no entanto, exige o nosso esforço e a nossa fidelidade, observou Leão.

Sim, sem dúvida, respondeu Francisco. Mas a santidade não é uma realização do nosso eu, nem uma plenitude que nos damos a nós mesmos. Acima de tudo ela é um vazio que descobrimos em nós, que aceitamos e que Deus vem encher na medida em que nos abrimos à sua plenitude. O nosso nada, compreendes, quando é aceito, transforma-se no espaço vazio onde Deus pode, ainda, criar. O Senhor não deixa que ninguém lhe roube a sua glória. Ele é o Senhor, o único, o Santo. Toma, porém, o pobre pela mão, tira-o da lama e fá-lo sentar no meio dos príncipes do seu povo a fim de que ele veja a sua glória. Deus torna-se, então o céu da sua alma.

Contemplar a glória de Deus, Frei Leão, descobrir que Deus é Deus, eternamente Deus para além do que nós somos ou possamos ser, alegrar-se, em cheio, com aquilo que Ele é, extasiar-se diante de sua eterna juventude e dar-lhe graças por causa da sua indefectível misericórdia, eis a exigência mais profunda desse amor que o espírito do Senhor não cessa de derramar em nossos corações. Ter o coração puro é isto. Mas esta pureza não se obtém à força de punhos e de tensão.

Que fazer para a alcançar? perguntou Leão.

Basta simplesmente nada guardar para si. Nem sequer essa percepção aguda da nossa miséria. Desprender-se de tudo. Aceitar ser probre. Renunciar atudo o que é pesado, inclusive ao peso das nossas faltas.Já não ver senão a glória do Senhor e deixar-se iluminar por ela. Deus é, isto basta. O coração como a cotovia ébria de espaço e de azul abandonou todo e qualquer cuidado, toda e qualquer inquietação. O seu desejo de perfeição mudou-se num simples e puro querer de Deus.

Leão escutava com ar grave, enquanto ia caminhando adiante de seu pai. Porém, à medida que avançava, sentia que o coração se lhe tornava leve e que uma grande paz o invadia."


O texto acima se encontra no livro Sabedoria de um pobre, de Elói Leclerc (Editorial Franciscana, Braga, 1975, pp. 137-140).

Talvez te ajude a refletir a distinção entre "ser pecador" e "ter pecados".

O ser pecador não é algo passageiro, é algo constitutivo da natureza humana, todo homem é pecador, sempre! Todos os santos, sem exceção, se reconheciam pecadores.

Imaginar que o homem não é pecador, apenas tem pecados, implica num entendimento de que há um "trabalho de limpeza" que o homem pode fazer para deixar de ser pecador. Seria até o caso de se perguntar se não há aí algo de pelagianismo ou jansenismo.

O não conceber a separação entre ser santo e ser pecador implica numa constatação da situação decaída do homem, totalmente incapaz de se reerguer por suas próprias forças, e a santidade como algo que é conferido não por esforço humano mas por obra da graça divina. A santidade não eliminaria o fato de ser pecador, que é próprio da condição humana, mas perdoaria, lavaria e curaria os pecados no sangue do Cordeiro. O santo tem uma ferida? Sim. O santo foi curado? Sim.

Parece-me que toda essa discussão sobre a igreja ser pecadora ou não é resultado de uma dificuldade de entendimento. Parece um grande mal entendido: a confusão entre Igreja Espiritual e Igreja enquanto instituição, mas com isso quase transformar a mediação no fim.

Uma dúvida. Acha que o papa estava sendo falso qdo pediu perdão em nome da igreja? Ou não sabia o que estava a fazer e fez mal?

Paz e Vento.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Gustavo Pinto (IP registado)
Data: 22 de July de 2007 02:11

Caros amigos,

Não posso deixar de vos dizer como me desagrada este Motu Proprio; a ideia é macabra mas tenho a impressão que foi feita uma exumação!

O rito, até no relativo à formação dos sacerdotes, está desajustado! Que sacerdote, hoje, sabe bem latim? Talvez a maior parte saberá o mesmo que eu, que o estudei três anos! Será suficiente...? Não me parece!

Deixo-vos uma intervenção que escrevi noutro tópico!

Abraços

"Acho que na Igreja há lugar para todos, quer defensores do novo rito, quer saudosistas do rito tridentino.

Contudo não posso deixar de ver neste Motu Proprio, com todo o respeito, um retrocesso! Somos uma sociedade exigente, progressista e que não se alegra com manifestações desta natureza! Conheço o Concílio Vaticano II, sei que não introduz nenhuma ruptura clara com o rito tridentino, mas esta medida não deixa de ter subentendido um desajuste com o mesmo Concilio, desde logo porque limita a participação da assembleia! Quem hoje conhece o latim? Voltamos aos missais durante as celebrações? Voltaremos a ver Deus como um Ser distante, como sugere o rito tridentino (com o sacerdote de costas, tendo ao longe o Sacrário), e não como Pai, que está connosco nas Eucaristias, à volta da mesma Mesa?

Perdoem-me, mas comprazo-me no consolo de que não tenha grande efeito no nosso país este Motu Proprio, e lamento que venha a trazer alguns malefícios a algumas igrejas europeias!

Sempre aberto a opiniões diferentes, pois com todas podemos aprender, abraço-vos em Cristo!"

PS.: CP achei piada à tua intervenção de dia 16 (se não me engano) e acrescento agora: Deus nos poupe a missa do meio-dia! ;)

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 22 de July de 2007 20:35

Depois de ler esta interessantíssima discussão acerca de "ritos" e do singular entusiasmo com que alguns saúdam o regresso às missas da minha infância, a que o povo "assistia" passivamente, sempre piedoso, devoto e temeroso, murmurando contínuas jaculatórias ou desfiando as contas do terço, enquanto o sacerdote, quase sempre de costas, oficiava a "cerimónia" numa linguagem misteriosa que ninguém entendia, veio-me à memória, não sei porquê, a resposta que a minha professora de francês deu, em 1967, quando um de nós lhe pediu que nos ensinasse a rezar a avé-maria em francês: credo, filhos! isso de rezar a avé-maria em francês seria pecado!

Quase apostaria que, de entre os que agora se alegram por esse mundo fora com a especialíssima autorização de Bento XVI para que se possa louvar a Deus na língua de Pilatos (como é possível ver tão supina transcendência numa decisão tão trivial, tão, por assim dizer, de mera "intendência"?) haverá quem, com a reforma litúrgica operada pelo Vaticano II, tenha, mutatis mutandis, tido a mesma reacção daquela minha saudosa professora: "rezar a missa em português? credo!, isso é um pecado gravíssimo, o mundo está perdido!"

Na primeira missa, Cristo não esteve, seguramente, de costas para os discípulos, não se falou, certamente, nem chinês, nem fenício, nem árabe, nem sânscrito ou swailli, mas sim a linguagem vulgar de todos os dias, que todos falavam e todos entendiam. E, a despeito de não ter havido ali, na sala da última ceia, toda a parafernália de adereços e rituais - carregados de simbologia teológica, mas com simultâneo efeito de pura comoção estética - com que, a partir da assimilação e oficialização pelo Império da nova Fé vinda da Judeia, os séculos foram configurando a Eucaristia, ela foi a missa mais simples, mais participada, mais comovente, mais bela e mais profundamente sentida, vivida e sofrida que jamais foi celebrada à face da terra!

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 05:41

Citação:
Ovelha
Na primeira missa, Cristo não esteve, seguramente, de costas para os discípulos, não se falou, certamente, nem chinês, nem fenício, nem árabe, nem sânscrito ou swailli, mas sim a linguagem vulgar de todos os dias, que todos falavam e todos entendiam. E, a despeito de não ter havido ali, na sala da última ceia, toda a parafernália de adereços e rituais - carregados de simbologia teológica, mas com simultâneo efeito de pura comoção estética - com que, a partir da assimilação e oficialização pelo Império da nova Fé vinda da Judeia, os séculos foram configurando a Eucaristia, ela foi a missa mais simples, mais participada, mais comovente, mais bela e mais profundamente sentida, vivida e sofrida que jamais foi celebrada à face da terra!



Editado 1 vezes. Última edição em 23/07/2007 05:43 por Tozé Monteiro.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 05:52

Nem , mais, Ovelha.
Alguns talvez chamassem a essa primeira missa uma missa de palhaços, atendendo ás vestes dos participantes, á pobreza e simplicidade dos "adereços", á ausência inevitável de dita música sacra, barrocamente pesada, ao facto de ser um jantar de amigos.Ainda por cima em aramaico, e não no odiado latim dos ocupantes de Israel..

Em verdade em verdade vos digo, que será mais fácil jesus estar presente numa missa no meio de áfrica, quase sem altar, com participantes seminus, ou numa missa de um bairro da lata sem qualquer adereço dourado, ou numa missa de rapers, ou numa missa de jovens, sentados no chão e de piercing no umbigo, ou numa missa de crianças que cantam e batem palmas, do que numa missa ininteligível e obesamente faustosa a que só se vai pelo folklore ou pela socialite.

Gustavo, concordo com tudo o que escreveste. :))

catolica praticante



Editado 5 vezes. Última edição em 23/07/2007 06:15 por Tozé Monteiro.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 09:18

Ele há também as missas da confiança.

*=?.0

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 12:31

Também concordo com o Ovelha e com o Tozé Monteiro ( = CP ?!?!?)

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 2 vezes. Última edição em 23/07/2007 12:33 por Lena.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Simone (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 17:57

Albino,

nós sim somos pecadores. Mas a Igreja não. A confusão se instalou quando começaram a ensinar de forma errada que somos Igreja. Daí nascer a frase "Igreja santa e pecadora".
Nós não somos A IGREJA de Cristo, somos membros do corpo de Cristo. Deste corpo místico. Dizer que a Igreja tb é pecadora é o mesmo que dizer que Cristo fundou uma Igreja maculada. Ao contrário disto temos que a Igreja é sem mácula, santa e irrepreenssível( Efésios 5:27)
Quando não se tem a correta noção do que seja Igreja cai-se neste absurdos de igreja santa e pecadora.
Além do mais este vérsículo por vc colocado, não se refere a Igreja de Cristo, mas sim a nós.
Além do mais este seu conceito de que a Igreja é santa no seu anseio de praticar a caridade é profundamente ambíguo, pois o espiritismo ensina a praticar a caridade e a amar as pessoas, daí poderia-se concluir que o espiritismo é santo.
Absurdo!

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 18:40

Catolica

Desde que as Missas que falas cumpram as regras da Igreja não tenho nada contra.

Tem é de cumprir as regras.

Cristo está com certeza presente em todas elas.

Mas não é isto que estamos a tratar mas sim de como deve ser a aplicação do Motu Proprio em Portugal.

O Papa liberalizou a Missa já todos sabamos e (quase) todos elogiam este acto.

Há bispos que em Portugal ficariam mais confortáveis se os fieis não solicitarem Missas Tridentinas. Também já deu para perceber.

É esta reflexão que se deve fazer.

Devemos encorajar os fieis que se organizem e recorram ao Motu Proprio falando com os Padres, ou devemos limitar e condicionar os fieis tentando covencer os mesmos a não recorrer ao Motu Proprio?

Cristina

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 19:52

Citação:
Simone
A confusão se instalou quando começaram a ensinar de forma errada que somos Igreja.

Que isso???

Simone, por favor, leia o evangelho. Quando lá encontrar que Cristo deu sua vida por amor à igreja saiba que isso quer dizer por nós. A igreja de Cristo somos nós, não se trata de uma "entidade", como no candomblé, nem se trata de um prédio de cimento e tijolos, nem de tábuas e pregos, a Igreja de Cristo é uma construção com pedras vivas, isto é, com cada um de nós. Cada uma dessas pedras, sem exceção, é pecadora (e santa). Se cada uma e toda pedra desse edifício vivo "tem pecados"... ou talvez seja melhor escrever: "é pecadora"...

Cristo nos ama, não porque não temos nenhum pecado, mas apesar de todos os nossos pecados. Ele não começa a nos amar depois que nos tornamos puros, na verdade é até o inverso: ele nos ama primeiro e é nesse seu amor que somos purificados. Vc está enganada. No desejo de defender uma ideologia pode estar modificando o evangelho de Cristo. Até que ponto tem certeza que não está enganada?

Citação:
Simone
Nós não somos A IGREJA de Cristo, somos membros do corpo de Cristo. Deste corpo místico. Dizer que a Igreja tb é pecadora é o mesmo que dizer que Cristo fundou uma Igreja maculada. Ao contrário disto temos que a Igreja é sem mácula, santa e irrepreenssível ( Efésios 5:27 )

Vc somente fez mostrar porque dizemos que a Igreja é santa, ninguém nega que ela é santa! Mas se vai começar a tomar tudo ao pé da letra então vai acabar se condenando a si mesma, porque também está escrito: "quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio" (1 Jo 3:8). Conhece alguém que não comete nenhum pecado? (a leitura do restante

Repito, não pense na igreja como numa entidade, ao estilo do candomblé. Esse é um erro grave que acomete alguns e que os distancia muito do evangelho porque esconde um fato essencial da mensagem: que o Cristo se encontra no próximo, que a igreja são as pessoas, que temos que amar gente concreta, apesar das suas falhas. Amar a "igreja entidade" é algo abstrato demais, quase uma negação da encarnação. Cristo veio em carne e a igreja (nós) tem que servir gente concreta de carne e ossos! A igreja tem que amar, servir, salgar, purificar, esse mundo pecador mesmo, não existe outro, é o mundo mundano mesmo. Iluminar o que já está claro e salgar o que já está salgado? Pedro tem que descer da montanha e ir para Jerusalém se quiser seguir o Mestre.

Citação:
Simone
Quando não se tem a correta noção do que seja Igreja cai-se neste absurdos de igreja santa e pecadora.

O evangelho de Cristo é absurdo mesmo.

Citação:
Simone
Além do mais este seu conceito de que a Igreja é santa no seu anseio de praticar a caridade é profundamente ambíguo, pois o espiritismo ensina a praticar a caridade e a amar as pessoas, daí poderia-se concluir que o espiritismo é santo.
Absurdo!

Agora vc está certa, mas o que disse merece algum cuidado. Cuidado para não acabar desmerecendo a caridade que é uma das virtudes teologais. Não gosto do espiritismo e não escondo isso, mas se alguém pratica caridade desinteressada (não vou discutir até que ponto é mesmo desinteressada) não deve ser criticado por isso. Entendi que não era o que vc estava fazendo, mas mesmo assim quis aproveitar para reforçar. Os problemas com o espiritismo são muitos, mas são outros.

Paz e Vento.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Gustavo Pinto (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 20:01

Citação:
Cristina
Devemos encorajar os fieis que se organizem e recorram ao Motu Proprio falando com os Padres, ou devemos limitar e condicionar os fieis tentando covencer os mesmos a não recorrer ao Motu Proprio?

Sem querer ser rude, sem dúvida "limitar e condicionar os fieis tentando covencer os mesmos a não recorrer ao Motu Proprio". Desculpem... Mas ñ consigo perceber qual a vantagem deste Motu Proprio!

Abraço

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Renato Rosa (IP registado)
Data: 23 de July de 2007 22:53

Também eu acho que em vez de incentivar as pessoas a recorrer a esse motu proprio deve-se é incentivá-las a descobrir a riqueza da celebração actual, a participar activamente, a entrar em contacto com Deus e com os irmãos da forma que a Igreja propõe para o nosso tempo. Parece-me que essa é uma atitude mais eclesial.

Este motu proprio, quando muito, só o posso entender como um mal menor. É certo que agora deixou de ser precisa autorização expressa do bispo para celebrar a missa tridentina (foi a única coisa que mudou em relação ao que era até agora). Mas será que agora o tradicionalismo foi elevado a apostolado, em que os seus membros tentam conquistar outros para o seu movimento? Tolera-se o tradicionalismo, para não criar divisão na Igreja, mas não me parece que ele tenha propriamente direito a existir.

Era preferível que todos descobrissem a riqueza e profundidade da celebração actual e por isso este motu proprio não precisasse de existir. Nisso é que temos de trabalhar, não é em abrir ainda mais a divisão fazendo propaganda do tradicionalismo.

E cada vez estou mais convencido de que os tais "tesouros" da missa tridentina estão todos presentes na celebração actual. Foi o que a reforma litúrgica fez: conservou os tesouros litúrgicos, abriu-os a toda a gente e ainda juntou outros.

Realmente, para que serve este motu proprio?

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 24 de July de 2007 07:26

Renato:

Concordo contigo e com o Gustavo. Talvez o desafio seja mesmo esse - redescobrir os tesouros da celebração actual, que é o futuro, e sem a qual as celebrações estariam aainda mais estioladas e as igrejas mais desertas de pessoas.

SE se tivesse mantido o rito tridentino as missas estariam ás moscas.

SEr mais pro activo - fazer pedagogia, ensinar história da igreja, catequisar os adultos ditos praticantes, a maior parte dos quais nem sequer tem noção do significado da missa em termos teológicos e doutrinários. E falo pela minha própria experiência pessoal, pois só muito tardiamente compreendi o significado de alguns elementos da celebração.
Mas para isso é preciso tempo, proximidade, abertura. A missa actual trouxe à igreja algo d efundamental - ideia de comunhão, de sentido de comunidade, de vivência pessoal e comunitária mais autêntica dos rituais litúrgicos. E é esta beleza da autenticidade que vale mais que todos os latinismos estéreis.

E talvez seja esta a resposta á tua última pergunta.

"Realmente, para que serve este motu proprio?"

ESta decisão papal é quanto a mim um mal, ( um mal menor, como alguém escreveu, mas um mal menor não deixa de ser corrosivo). Não pela decisão em si , mas pelas suas consequências práticas e pela forma como está a ser aproveitada por certos sectores para tentar destruír o Concílio Vaticano II.

Costuma-se dizer que Deus escreve direito por linhas tortas e que do mal pode brotar um bem maior..

Sabemos que isso já aconteceu várias vezes na história da Igreja.

Catolica Praticante

Nota final - é possível que haja alguma curiosidade inicial, em termos de público para assistir a meia dúzia de missas tridentinas- afinal, há sempre os nostálgicos que adorariam viver na idade Média e uma certa atracção pelo insólito e pelo exótico.
Mas, para os crentes, estas missas tridentes seriam como as feiras medievais - é muito divertido ir a uma ou duas, mass ninguém pensa em substituir o centro comercial ao pé de casa por uma ida ao mercado da feira medieval.



Editado 1 vezes. Última edição em 24/07/2007 07:29 por Tozé Monteiro.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 24 de July de 2007 07:40

Mas.e querem conhecer melhor os tardicionaisltas em Portgal, podem ler alguma coisa aqui, verificar as suas ligações politicas e, já agora, anotar a suas conotações a links de extrema direita neonazis e fascistas.


Catolica praticante


( Em computador alheio e com dificuldades de acesso ao forum)



Editado 2 vezes. Última edição em 24/07/2007 07:42 por Tozé Monteiro.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 24 de July de 2007 08:52

Não concordo com o que disseram.

Há necessidade mudar alguma coisa. O Papa está a fazer um esforço de reaproximação e reintegração que é preciso louvar. Mesmo que não acredite que os Lefbrevianos aceitem não se pod dizer que não houve um esforço.

As divisões na Igreja são cicratizes que mutilam.

Citação:
Renato Rosa
para que serve este motu proprio?
Já foi dito por várias vezes que o intuito é trazer de volta aqueles que por uma questão de rito não se incluem na Igreja.

Há que ser justo e dar a possibilidade às pessoas que querem celebrar com outro rito que o façam.

A melhor forma de estancar um mal é desarmando-o.

Sim, existem muitos pseudo-católicos que são de ultra direita. Mas se o deixarem sozinhos não só se tornam mais perigosos como é pouco cristão abandonar alguém que está perdido. A melhor forma de os ajudar é limitar-lhes a acção integrando-os.

Claro que há e haverão muitos que continuaram de fora mas pelo menos fica esvaziado o balão de oxigénio que hipoteticamente lhes poderia justificar a existência.

Em comunhão

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 24 de July de 2007 10:11

Caro Renato

Com todo o respeito que tenho por todo os seminaristas mas as suas palavras chocam.

"Tolera-se o tradicionalismo, para não criar divisão
na Igreja, mas não me parece que ele tenha propriamente direito a existir."


Tolera-se ???? Mas não se trata de tolerancia mas sim de respeito. Tolerar implica uma relação de superioridade. O que seria se os Conseradores afirmassem que "toleramos os ritos modernos para não criar divisão mas não me parece que tenham direito a existir".

Mas com que autoridade se afirma que não tem direito a existir ????

É uma afirmação infeliz e que constrasta com o documento do Papa do teu Papa. Decerto o Papa entende que a Missa Tridentina tem um direito a existir. O Proprio Papa reza a Missa Tridentina.

Quanto ao Motu Proprio não ter mudado nada (a não ser a necessidade de uma autorização) é totalmente errado mudou tudo.

Antes existia um debate se a Missa Tridentina tinha ou não sido revogada.

Hoje o Papa esclareceu que nunca houve revogação

Ontem a Missas Ecclesia Dei não poderiam ser celebradas em Igreijas Paroquiais. Hojem podem em qualquer Igreja do Mundo.

Ontem Os Padres precisavam de pedir autorização ao Bispo. Hoje qualquer Padre do Mundo pode celebrar a Missa Tridentina.

Ontem os Bispos poderiam dizer não (e tantas vezes o faziam) hoje não podem sendo um direito potestativo de Padres e fieis.

Ontem um casamento, um batizado, um funeral não podiam seguir os ritos tridentinos. Hoje podem sem qualquer limitação.

Enfim é a simples diferença entre haver ou não haver Missa Tridentina.

Á uns anos atrás dei o meu nome para um grupo de pessoas que pediu a Missa Tridentina ao Bispo. (não interessa qual foi). Tinhamos Padre disponível e Igreja. Recusou. Hoje não será assim e a partir de Setembro haverá Missa Tridentina em Portugal.

Mas dou-te mais exemplos práticos.

- A minha irmã vai casar dentro de meses e tinha muita pena de não se casar com uma Missa Tridentina. Com o Motu Proprio tem o seu problema resolvido

- A 13 de Outubro a Fraternidade de S Pedro vai participar na Peregrinação a Fátima e vai ser celebrada a Primeira Missa Tridentina na Capelinha em muitas décadas. Horário proprio para não colidir mas vai ser celebrada.

Muda simplesmente tudo.

Cristina

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 24 de July de 2007 13:28

Tenho imensas dúvidas que se celebre uma missa tridente no santuário de fátima.Ainda há pouco tempo, num site tradicionalista diziam do reitor do santuário o que nem maomé disse do toucinho...



E já agora tilleul, se queriam cortar o oxigénio ás múmias, não é desta forma. Pelo contrário, está-se a prolongar vida inutilmente ao doente agonizante.

catolica



Editado 1 vezes. Última edição em 24/07/2007 13:29 por Tozé Monteiro.

Re: A Aplicação da SUMMORUM PONTIFICUM em Portugal
Escrito por: VMTH (IP registado)
Data: 24 de July de 2007 15:02

Os que tem acompanhado este tópico, não podem deixar de reparar no tom manifestamente ressabiado e jocoso dos que nunca aceitaram a liturgia no seu rito tridentino no espaço pós-conciliar.

Chegam mesmo inacreditavelmente e irresponsavelmente a afirmar, como infelizmente o seminarista Renato Rosa, que "Tolera-se o tradicionalismo, para não criar divisão na Igreja, mas não me parece que ele tenha propriamente direito a existir."
Uma frase brutal, de um pretensiosismo sem limites!

Tenta-se até colar aos tradicionalistas a imagem de "neonazis e fascitas", (como fez a Católica Practicante) numa vil e torpe tentativa de assassinato moral de todos os católicos de sensibilidade tradicionalista, que não podemos deixar passar em claro e que repudio em absoluto.

Todos os ataques são usados! Tudo é legítimo! Um autêntico ataque de "artilharia pesada": "Nostálgicos"; "desajustados"; "elitistas"; "intolerantes"...

Afinal, contrariamente ao que faria supor, verifico tristemente, que a intolerância, o sectarismo, a incompreensão, o desrespeito, a raiva incontida está no lado dos tão ecuménicos "Novos Ordistas". A esses, e pelos depoimentos aqui deixados neste tópico, verifico que muito têm de aprender sobre a caridade cristã. O que é pena, sem dúvida, e me deixa particularmente desolado.

Criei este tópico, na qualidade de católico, de sensibilidade tracicional com a alegria excelsa e transbordante em ter recebido do Santo Padre, o Papa Bento XVI esse precioso e belíssimo documento (talvez o mais importante do seu ainda curto Pontificado) que é a Carta Apostólica Summorum Pontificum, e perspectivar aqui neste País, na nossa realidade cultural, a sua aplicação.

Contribuições efectivas?... Quase nada! (Apenas a Cristina Dinis Saraiva têm-se "batido" quase num deserto...)
Alguém viu a Summorum Pontificum como gesto de paz e reconciliação?... Nada, apenas suspeitas, incompreensões e reservas para com este gesto do santo Padre.

Que infelicidade!
É isto afinal a Igreja Católica??? A Igreja de Jesus Cristo?

Mas ainda bem que a Igreja não se limita às fronteiras aqui deste burgo! A Summorum Pontificum vai vingar, sem dúvida.
Em 1995 estive numa peregrinação internacional da Fraternidade Sacerdotal S Pio X a Fátima. Vi como o clero e aqueles 5,000 fiéis foram tratados pelo "clero modernista".
Agora, com a Summorum Pontificum, espero viver para ver e rezar numa Missa Tridentina em Fátima, na Capelinha se possível!

Ninguém nos pára!
O MEDO é que se instalou nos "fanáticos" intransigentes do Novus Ordo!
Pensavam que a Igreja era só deles!
Por acaso, enganaram-se!


Um abraço a todos, do

VMTH

STAT CRUX DUM VOLVITUR ORBIS!

Página actual: 6 de 14


Desculpe, apenas utilizadores registados podem escrever mensagens neste fórum.
Por favor, introduza a sua identificação no Fórum aqui.
Se ainda não se registou, visite a página de Registo.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.