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Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 06 de June de 2007 13:05

Olá firefox

Está explicado então! :) Obrigada.

Um abraço

Cassima

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 01:26

Ola
Bem em Espanha e em Italia também se aplica o dom para qualquer Sacerdote.
S. João Bosco ficou conhecido por D. Bosco na Familia Salesiana, por exemplo.

Cumprimentos

Sérgio Lopes

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 10:40

Este tema tem, feliz ou infelizmente, muita importância na minha vida de crente e infelizmente tenho tido pouco tempo para o acompanhar com a devida atenção.

Firefox, muito obrigado pelas explicações quer em relação aos dogmas marianos quer em relação à infabilidade papal. Postos nos termos em que escrevestes fazem muito mais sentido. No entanto terás que admitir que poucos, mas mesmo muito poucos fieís e muito menos padres te porão estes assuntos nestes termos.

Citação:
Firefox
Maria não está mais perto de nós do que Jesus!

Sei de sítios onde podes ser apedrejado por esta afirmação.

Citação:
Firefox
Um papa reclamando que fez um pronunciamento infalível e a comunidade da igreja debatendo e dizendo que não, que naquele caso ele não falou como papa.
Pois é isso mesmo que aconteceu durante toda a minha vida de crente. Uma parte da hierarquia que se pronuncia e se faz valer da sua posição para declarar o que quiser e bem lhe apetecer e uma outra parte da hierarquia que se indigna. O que acontece ao crente nesta situação?

Com estas posições não se arruma a casa mas simplesmente se impôe uma disciplina.

Uma criança não aprende o que é o amor só porque lhe dizem como é. À medida que cresce vai fazendo as suas próprias descobertas. Será que a nossa fé não tem espaço para esse espaço pessoal de descoberta?

Em comunhão

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 12:42

De facto, Maria não deve estar mais perto de nós que Cristo. Isso era idolatrar. No meu caso, tenho um grande carinho por ela. Foi por ela que Cristo veio à Terra. Devemos estar-lhe gratos por toda esta fé que se manifestou nela sem vacilar. O seu sIM, permitiu que o plano de Deus tivesse lugar.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 08 de June de 2007 00:40

Ola a todos
Falar de Maria é falar do primeiro Sacrário, que em dia de Corpo de Deus, fica sempre bem relembrar. Com ela chegamos ao Misterio da Encarnação, a sua presença nos Evangelhos é silenciosa mas presente, tal como na vida de um Cristão, venerar Maria mais não é do que receber a nossa Mãe aos pés da Cruz, venerar Maria é visitar o presepio, venerar Maria é sofrer na Sinagoga o ataque a Jesus, venerar Maria é fazer o caminho do calvario.

Cumprimentos

Sérgio Lopes

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 11 de June de 2007 05:40

Citação:
Tilleul
Firefox, muito obrigado pelas explicações quer em relação aos dogmas marianos quer em relação à infabilidade papal. Postos nos termos em que escrevestes fazem muito mais sentido. No entanto terás que admitir que poucos, mas mesmo muito poucos fieís e muito menos padres te porão estes assuntos nestes termos.

Tilleul, reconheço que tens razão nas suas observações. Infelizmente.

O catolicismo que é oferecido ao povo é, grande parte, uma paçoca religiosa para ser engolida sem reflexão. Qdo vejo aqueles folhetinhos com perguntas e respostas prontas para serem repetidas fico com pena, mas essas coisas não acontecem apenas por uma elite que manipula de cima, acontecem tb na medida que muitos buscam exatamente isso mesmo: uma relação de magia que não envolve além de um contrato de prestação de serviço, um dízimo por uma benção ou uma oferenda por uma cura. Parece que, enfim, cristianismo nunca foi um caminho para a massa. Ainda há muitos sonhando com o tempo das igrejas cheias, mas, qdo todo mundo se tornou cristão, Cristo se tornou mais reservado. Não que Ele tenha se escondido, mas que para encontrá-lo é preciso sair do anonimato da massa: Deus se relaciona com pessoas, não com bandos.

Citação:
Tilleul
Pois é isso mesmo que aconteceu durante toda a minha vida de crente. Uma parte da hierarquia que se pronuncia e se faz valer da sua posição para declarar o que quiser e bem lhe apetecer e uma outra parte da hierarquia que se indigna. O que acontece ao crente nesta situação?
Com estas posições não se arruma a casa mas simplesmente se impôe uma disciplina.

Uma criança não aprende o que é o amor só porque lhe dizem como é. À medida que cresce vai fazendo as suas próprias descobertas. Será que a nossa fé não tem espaço para esse espaço pessoal de descoberta?

Já vi isso tantas vezes... Pessoas boas que viviam um dilema pq lhes ensinaram que para ser católico é necessário não pensar, ser brega e meio estúpido. Nada disso é verdade! Há tanta coisa interessante, há uma diversidade de riquezas na nossa igreja, há tanto para se descobrir... só posso lembrar que "quem procura acha", que "batei e abrir-se-vos-á".

Um papa não é um tipo de faraó católico, um padre não é um tipo de senhor feudal, e pensar não é pecado. Na verdade, o melhor meio de servir à Igreja é procurar servir a Cristo com sinceridade, ouvindo sim aos pastores da igreja, mas tb ouvindo à própria consciência. A hierarquia não está isenta de pecado e tb erra às vezes. Somos todos peregrinos, somos igreja juntos! Se acontece algum conflito nesse sentido, entre a "voz da igreja" e a voz da nossa consciência, é momento para buscar ajuda na leitura da Santa Escritura, mas para um católico é tb o momento de reconhecer que podemos estar errados, que tb somos falhos, e procurar alguém de confiança que sabemos ser bem formado nos assuntos da nossa igreja. Muitos conflitos e dilemas são resolvidos facilmente assim, ao compreendermos melhor o assunto, e ao percebermos que a "voz da igreja" nem sempre é tão autoritária qto a voz de algum membro da hierarquia. A Tradição Apostólica não se resume em pouca coisa. Quem tem um estômago mais forte, um paladar mais apurado, e já se cansou da paçoca, se buscar um pouco vai descobrir que há muito mais para se alimentar, há muito alimento saudável escondido na nossa igreja. Experimente, por exemplo, a leitura de um Sto Agostinho ou de uma Sta Teresa, ou da "Imitação de Cristo", ou, se preferir, de um teólogo moderno como Rahner ou Leloup ou.... são tantos irmãos de caminhada! Antes de fechar uma questão, procure esclarecer-se com os "amigos de confiança", para mim os santos podem fazer melhor papel nesse lugar do que ornamentando altares, tb não esqueça aqueles teólogos que conquistaram seu respeito. Enfim, com esse tipo de amizade muita coisa já se resolve em bom termo. Com o tempo talvez até descubra que muito pouca coisa vai "se fechar", pq em algum momento talvez a própria luz já caminhe contigo. Nesse momento com certeza amará mais a Igreja do que já ama agora, e certamente a ajudará mais do que apenas dizendo amém, pq Deus tb falará contigo e através de ti para ajudar a outros.

São os meus votos para ti: que Deus permita que seja assim contigo e comigo tb. Ore por mim.

Um abraço.

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: leigo_XXI (IP registado)
Data: 16 de August de 2007 16:24

O homem é na sua natureza acidental e falível.

O sr. Ratzinger é um homem.

O sr. Ratzinger é na sua natureza acidental e falível.


Isto será válido para o Sr. Ratzinger e os seus antecessores.

Não consigo apreender a infalibilidade papal. Não a aceito e não concordo com ela. Não lhe reconheço autoridade, nem força. Nada que aqueles senhores sentados em Roma possam dizer, substitui ou melhora o que se encontra Escrito nos Evangelhos. Um verdadeiro cristão não precisa de ensinamentos nem de lições vindas de Roma. Precisa de amar o próximo, de ler e difundir a Palavra e de amar a Deus incondicionalmente. O que é que o Sr. Ratzinger poderá acrescentar aos ensinamentos de Jesus...?

Isto faz de mim um herege...? Serei excumungado...? terei de abandonar a fé católica por não seguir um homem falível, mesmo amando DEUS incondicionalmente...?


obrigado pela vossa atenção

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 16 de August de 2007 18:13

A questão como a colocas é assim posta de maneira a que te facilite a posição. Isso tudo é muito bonito, e todos nós sabemos que devemos seguir Deus acima de tudo. Contudo, os protestantes também seguem Deus, mas rejeitam o Papa. os Jeovás a mesma coisa, os do reino de deus a mesma coisa. Os Católicos têm o Papa como líder na Terra. Sendo assim será que os Papas foram um erro na história da Igreja? A única que subsiste perante todas as outras que já caíram e que continuam a cair com doutrinas dúbias. Se te consideras católico ou não, tu é que tens de dizer e porquê. É porque a fé católica não feita de retalhos e de pequenas coisas que retiramos e deixamos as outras. E é verdade que nem todos conseguimos acreditar nas mesma coisas porque não somos todos iguais. O que é bom é que não batamos o pé com a nossa negação firme como se nos achássemos sábios de tudo. E é bom também que peçamos a Deus que nos ilumine nestas nossas dúvidas. E não perder a fé na Igreja nem naqueles que tanto contribuíram para esta imensa riqueza que temos hoje. Entre eles, Santos Papas.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: Renato Rosa (IP registado)
Data: 16 de August de 2007 18:21

O Sr. Ratzinger é falível e engana-se como todos.

Mas aquele que Deus constituiu para guiar o seu povo na fé, o Papa, tem a assistência do Espírito Santo para não lançar todos os fiéis no erro acerca de algo tão importante como a fé ou a moral.

Ou seja, Deus não permite que toda a sua Igreja se engane acerca de alguma coisa muito importante da fé, e para isso o Espírito Santo dá essa assistência ao Papa. Tal assistência, evidentemente, é extensível a um Concílio ecuménico que proclame um dogma.

Não é o Papa como homem, por seus méritos, que não se engana. É Deus que não permite que ele se engane. Não é infalibilidade dum homem, é a da Igreja (pois o papa nesses casos actua como representante da Igreja).

Note-se porém que só se pode falar de infalibilidade em casos muito concretos e raros. É preciso que o papa defina alguma coisa de fé ou de moral (não de liturgia ou de disciplina...), e que o faça solenemente e com a expressa intenção de definir uma verdade. A última vez foi em 1950, a anterior em 1854, e não se vislumbra nenhuma para breve. É que uma coisa dessas não se faz de ânimo leve.

Mas nada do que a Igreja diz é para substituir, melhorar ou completar o que diz o Evangelho, senão é falso. A Igreja apenas explicita e progride na compreensão da Revelação.

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: leigo_XXI (IP registado)
Data: 16 de August de 2007 20:40

Citação:
s7v7n
A questão como a colocas é assim posta de maneira a que te facilite a posição.

Peço desculpa, mas a maneira como coloquei a questão é a forma como a vivo.


Citação:
s7v7n
Contudo, os protestantes também seguem Deus, mas rejeitam o Papa. os Jeovás a mesma coisa, os do reino de deus a mesma coisa.

Não percebo a comparação directa, mas por certo ela existe.


Citação:
s7v7n
Os Católicos têm o Papa como líder na Terra.

Pois aqui acho que reside a nossa grande diferença. Não acho que o Sr. Ratzinger seja um "lider na terra". Um lider tem seguidores e eu só sigo a Deus.


Citação:
s7v7n
A única que subsiste perante todas as outras que já caíram e que continuam a cair com doutrinas dúbias. (...) É porque a fé católica não feita de retalhos e de pequenas coisas que retiramos e deixamos as outras.

Eu pensava que a sobrevivência da fé católica residia no amor do Pai, nos ensinamentos do Filho e na força do Espírito. MAs pelos vistos, segundo a tua opinião, o que manteve de pé a Assembleia até aos dias de hoje foram os papas... São opiniões e eu respeito a tua embora não concorde.


Citação:
s7v7n
E não perder a fé na Igreja nem naqueles que tanto contribuíram para esta imensa riqueza que temos hoje. Entre eles, Santos Papas.

Eu pensava que deveriamos não perder a fé em Deus. A Igreja não é Deus. A Igreja é uma organização controlada, chefiada, por homens como eu, acidentais e falíveis. E na minha opinião, a riqueza que temos hoje fundamenta-se no exemplo que Jesus nos deixou e não em escritos de teólogos. Não quero com isto desvalorizar o papel da teologia, mas remete-la ao seu respectivo lugar, ou seja, o mundo terreno.

________________________________________________________________________


Citação:
Renato Rosa
Não é o Papa como homem, por seus méritos, que não se engana. É Deus que não permite que ele se engane.

Renato considero a tua exposição clara e interessante. Contudo, este argumento é algo perigoso e exige algumas cautelas, pois pode-se virar contra a tua argumentação.


________________________________________________________________________


Não me levem a mal, mas tenho muito dificuldade em reconhecer autoridade a um homem que não segue os principios mais elementares do cristianismo.

E existe um ponto que vocês não têm referido... Embora, sejam poucos, creio que 12, os dogmas baseados na infalibilidade papal, a voz do papa é tomada como letra de lei. O facto de existir esta questão - infalibilidade - faz com que tudo o que o Papa diga seja tomado por norma/lei a seguir. Ora isto não me parece correcto, até porque geralmente não leva em linha de conta o factor católico da sua própria Igreja. A Assembleia é composta por uma enorme diversidade cultural e racial. Isto não pode ser esquecido, nem obliterado.

E a verdade é que quando o papa se manifesta contra alguma coisa, ou a favor de alguma coisa, os católicos costumam segui-lo sem questionar... Porquê...? Porque o Papa é infalível...


Agradeço a vossa atenção


"palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis." (Sir 6, 5)

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: Renato Rosa (IP registado)
Data: 16 de August de 2007 21:02

Só tenho fé que o Papa não se engana no caso das tais definições ex cathedra, não é em todos os casos. Volto a dizer que só se pode falar de infalibilidade em situações muito precisas e raras. Nos outros casos, é claro que pode enganar-se, e por isso não pode haver uma obediência cega a tudo o que o Papa diz.

Mas é claro que o Papa tem um ministério que lhe foi dado por Deus, e para isso Deus também deve auxiliá-lo para que não se engane... Mas sem que haja infalibilidade, porque o Papa por vezes também houve mais a voz dos homens do que a voz de Deus, como bem o prova a história. Mas creio que em geral podemos confiar no Papa, porque não está sozinho, e sobretudo porque existe Espírito Santo. Mas mesmo assim, às vezes...

Os dogmas não se apoiam na infalibilidade, mas na fé da Igreja. A proclamação dum dogma é apenas um ponto de chegada na reflexão e maturação duma doutrina. A Imaculada Conceição, por exemplo, só foi definida como dogma em 1854, mas já estava na fé dos cristãos há séculos. A proclamação do dogma foi só a confirmação da certeza de fé que os crentes já tinham. Para isso é que servem as definições ex cathedra, nenhum papa se vai pôr a definir como dogma coisas estranhas e nunca antes pensadas ou acreditadas pelos cristãos.

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 02:26

leigo_XXI,

só tu poderás fazer essa caminhada, para compreender a importância do Papa nas nossas vidas. Nota bem que em caso algum o Papa deve ser tratado como tratamos Deus. O Papa faz, tal como Cristo lhe pediu(a Pedro, que depois trouxe a sucessão apostólica) "apascenta as minhas ovelhas". Não achas que Cristo queria que houvesse alguém a coordenar a Igreja na Sua ausência? A mim faz todo o sentido, até porque sem um líder de referência, as pessoas perdem-se facilmente. É muito bonito dizermos que acreditamos em Cristo mas depois sem alguém que coordene, as doutrinas espalham-se nas mais variadas formas, e assim não haveria a Una Santa Católica Apostólica. Porque razão deu Jesus a Pedro as chaves do Céu? Porque razão fez aquelas recomendações aos apóstolos, para que perdoassem os pecados às pessoas? Tudo isso teve um motivo, iniciar a vida da Igreja, guiada pelo Espírito Santo, tal como foi prometido.

Quando eu falo de não perdermos a fé na Igreja, engloba claro a fé em Deus. A fé na Sua doutrina. Que contém os tais ensinamentos do Filho e a força do Espírito. Porque Deus é a cabeça da Igreja e nós os seus membros.
Citação:
As pelos vistos, segundo a tua opinião, o que manteve de pé a Assembleia até aos dias de hoje foram os papas...
Talvez me tenha explicado mal. Os papas contribuíram, mas eles não trabalham sozinhos. Com eles trabalha toda uma comunidade de crentes. O que nos move acima de tudo não é o Papa, é a fé em Deus, isso é ponto assente. Tal como é a fé que move o Papa. O Papa não tem fé n´ele, tem fé em Deus. Só que esta tarefa de levar os fieis para mais perto de Deus cabe mais a ele. Porque essa responsabilidade foi-lhe deixada por Deus.

Fiquei confuso aqui:
Citação:
Não me levem a mal, mas tenho muito dificuldade em reconhecer autoridade a um homem que não segue os principios mais elementares do cristianismo.
O que queres dizer com isto? Onde é que o Papa, este Papa pelo menos falhou? O principio mais elementar para mim no cristianismo, penso eu que é amar a Deus sobre todas as coisas. Será que ele falho aí? Ou é outro aspecto?

Quanto à infabilidade, o Renato já explicou e acho que deverias ler com atenção e meditar sobre isso. Se o Papa vier agora hoje dizer que é a favor do casamento dos padres, essa declaração não é infalível. Quem diz isto diz outra qualquer. É uma opinião pessoal. E para tal coisa ser autorizada, terá que passar por muitas outras cabeças, de modo a que se chegue a uma conclusão.

Por hoje é só.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: luis (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 04:13

"A Igreja não é Deus."

"Não quero com isto desvalorizar o papel da teologia, mas remete-la ao seu respectivo lugar, ou seja, o mundo terreno."

"Não me levem a mal, mas tenho muito dificuldade em reconhecer autoridade a um homem que não segue os principios mais elementares do cristianismo."



Oh leigo, pá, tu contas piadas muito giras. Realmente... estou aqui que nem posso...
Também escreves para as produções fictícias, ou apenas confundes o cristianismo com uma abóbora?

Olha também achei o máximo aquele teu jogo dos silogismos:


[O homem é na sua natureza acidental e falível.

O sr. Ratzinger é um homem.

O sr. Ratzinger é na sua natureza acidental e falível.

Isto será válido para o Sr. Ratzinger e os seus antecessores.
]


Mesmo cool men. Cá em casa começamos logo a jogar.
Ganhou a minha mulher com este, espero que gostes:

« O homem é na sua natureza acidental e falível.

Jesus foi Homem.

Logo Jesus é também acidental e falível.

Mesmo que Jesus tenha sido na origem um espírito divino e infalível, a sua natureza ficou conspurcada pelo seu contacto com o mundo terreno e material.

Isto está particularmente evidente nas palavras finais:

«Meu Deus, Meu Deus porque me abandonaste.»

Elas reflectem a angústia do Ser de Luz ao se dar conta que caíu do seu pedestral espiritual, derrotado e preso pela sua condição humana.

Isto é válido para Jesus e para todos os profetas que antes ou depois vieram.»


Sabes leigo pode-se ir muito fundo e longe nos jogos psudo-intelectuais de palavras, mas em última instância eles acabam sempre por nos levar apenas a um lugar: o sítio para onde aponta o nosso ego. E ele aponta sempre para os nossos desejos, preconceitos e ódios de estimação. Por exemplo no teu caso percebe-se perfeitamente porque não gostas de teólogos, é que embora faças teologia em cada linha que escreves, o tua vocação mesmo é para o humor.

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: leigo_XXI (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 11:47

Caro s7v7n,

não te preocupes pois percebi as tuas palavras e entendi que nunca comparaste o amor que tens a Deus com o amor que tens ao papa. São coisas diferentes e eu respeito a tua posição. Nunca foi minha intença atacar a pessoa e a instituição presente na figura do papa.

O meu principal problema com a instituição papal prende-se com o pendor político que o Vaticano assume (e antigamente os Estados Pontifícios). Se Jesus pediu a Pedro que fundasse a Sua Assembleia, por certo não lhe terá pedido que criasse um Estado, um poder político que o represente na Terra (nem Pedro tinha essa intenção). Em minha opinião a mistura entre a representação do poder divino e o poder político é sempre prejudicial. E infelizmente o passado já nos mostrou isso.

Para mim era importante que o papa se manifestasse somente como representante do poder divino, como pastor, como sucessor de Pedro. Mas infelizmente isso não acontece, e vemos com frequencia o papa expor-se enquanto político, enquanto homem de poder terreno (basta só olhar para os ultimos 30 anos). A cadeira de São Pedro (ou trono - acho que esta palavra é significativa) tornou-se num simbolo político e terreno, sendo que assim desvirtua o seu significado inicial.

Também crítico o distanciamento com que muitas das vezes o papa lida com a sua comunidade. Jesus andava no meio dos homens, não ficou sentado em Jerusalem. Jesus foi um homem do Seu tempo, procurou compreender o que o rodeava e deu muita importância ao diálogo. Por vezes isso acontece, mas muitas vezes o exemplo de Jesus não é seguido.

Em relação à tua última citação, peço-te desculpa, mas fi-la um pouco em desabafo... Devo-te dizer que me escandaliza um pouco a opulência papal. Acho que ricas vestes de seda bordadas a ouro não são paramentos dignos de um representante de Jesus. Acho que existe muito materialismo no seio da Igreja e que esta acção contraria os principios elementares do cristianismo. Acho exagerado que um par de sapatos do papa custe 2000 euros. Se ele comprar um par de sapatos por 15 euros não vai acabar com a fome no mundo, mas estaria a dar um optimo exemplo aos seus fíeis.

O sacerdócio é serviço, mas não é um serviço.

Espero que este papa não se desvie do caminho ecuménico traçado pela Igreja nas últimas decadas. Penso que afastar-se desse caminho seria também contrario aos principios da Mensagem de Jesus.

"38Disse-lhe João: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue.» 39Jesus disse-lhes: «Não o impeçais, porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim. 40Quem não é contra nós é por nós. 41Sim, seja quem for que vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.» (Mc 9, 38-41)

E aqui gostava de fazer um breve parentisis."Quem não é contra nós é por nós." Esta deveria ser a principal porta do ecumenismo. Mais do que decidir quem fica a mandar em quem, quem terá supremacia na altura da reunião, O importante deveria ser a união à volta de Jesus e no amor ao Pai. Seremos menos cristãos se o papa se submeter terrenamente ao Patriarca ortodoxo...? Seram os anglicanos menos cristãos se se submeterem ao Papa católico...? Existem algumas diferenças teológicas e liturgicas, mas a reunião à volta de Cristo também esbarra na componente política das várias religiões. Não é um anglicano meu irmão em Cristo...? não é um ortodoxo meu irmão em Cristo...? Não é um luterano meu irmão em Cristo...? Penso que existem muitos receios, alguns firmados aqui no forum, de substituição de A por B, ou de perda de poder de A face a B. Mas para mim o mais importante é o amor... Eu amo a Deus em todas as coisas! não me choca juntar-me a outro meu irmão que partilhe deste amor, seja ele Luterano, ortodoxo, ou outro. Porque...? Podemos ter lideres diferentes, podemos ter liturgias diferentes, podemos ter teologias diferentes, mas estamos transcendentalmente unidos no mesmo AMOR!


Obrigado pela tua atenção


"palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis." (Sir 6, 5)



Editado 1 vezes. Última edição em 17/08/2007 11:54 por leigo_XXI.

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: leigo_XXI (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 12:52

Caro luis,

fico contente em saber que, mesmo por breves instantes, consegui dar-te um sorriso, encher-te de alegria e divertir-te. Mais feliz fiquei em saber que permitiste que eu entrasse em tua casa. São as coisas mais pequenas que nos fazem mais felizes. Ser alegre e fazer os outros alegres também é caminho, pois todos os caminhos são válidos no amor ao próximo.

Citação:
luis
Mesmo cool men. Cá em casa começamos logo a jogar.
Ganhou a minha mulher com este, espero que gostes:

« O homem é na sua natureza acidental e falível.

Jesus foi Homem.

Logo Jesus é também acidental e falível.

Mesmo que Jesus tenha sido na origem um espírito divino e infalível, a sua natureza ficou conspurcada pelo seu contacto com o mundo terreno e material.

Isto está particularmente evidente nas palavras finais:

«Meu Deus, Meu Deus porque me abandonaste.»

Elas reflectem a angústia do Ser de Luz ao se dar conta que caíu do seu pedestral espiritual, derrotado e preso pela sua condição humana.

Isto é válido para Jesus e para todos os profetas que antes ou depois vieram.»

Desculpa luis, mas vais ter de retirar o primeiro prémio à tua mulher, isto porque, ela não poder ganhar partindo de uma premissa errada. Jesus foi homem, mas "havia em Cristo duas vontades distintas, a Divina e a humana, sendo, porém, que a vontade humana ficava em tudo moralmente submissa à vontade divina" (frase retirada do post inicial colocado pelo Alef e que originou este tópico).
Logo, Jesus não foi um Homem identico ao apresentado na premissa inicial (acidental e falível - significantes da condição humana, mas contrários de uma vontade divina). Assim sendo, este silogismo não é válido.

Citação:
luis
no teu caso percebe-se perfeitamente porque não gostas de teólogos
Não era a imagem que queria passar, mas se a passei peço desculpa a todos os teólogos.
O que eu disse foi:

Citação:
leigo_XXI
E na minha opinião, a riqueza que temos hoje fundamenta-se no exemplo que Jesus nos deixou e não em escritos de teólogos. Não quero com isto desvalorizar o papel da teologia, mas remete-la ao seu respectivo lugar, ou seja, o mundo terreno.

O que eu quis dizer foi que a riqueza da minha fé assenta/radica no exemplo de vida de Jesus (infelizmente inalcançável pela minha condição humana), mas talvez não me consegui explicar bem. A teologia deverá ser um pilar importante da formação/educação de um cristão, mas não deverá ser a pedra angular da sua fé. Isto não deverá ser entendido como uma desvalorização da teologia e dos teólogos, mas uma afirmação da minha fé. Isto porque, não é possível que eu consiga viver a minha fé a partir de Agostinho, de Aquino, ou até mesmo de Kung ou Ratzinger. Eu não sou um teólogo, o meu nível de entendimento é imensamente inferior ao destes ou de outros teólogos. Eu, infelizmente, vivo uma fé mais simples, limitado pelas minhas próprias carências. O facto de eu não estar à altura dos grandes teólogos,não elimina a minha fé simples. E a minha fé assenta em Jesus, muito mais acessível que muitos dos grandes teólogos. A minha fé radica no divino e não na sua dissertação terrena.

Espero bem que a minha vocação seja o Humor, porque teologia não é de certeza. Longe de mim tentar estruturar um ensaio teológico. Não tenho capacidade para tal. Não é para quem quer, mas só para quem pode. E eu não posso. É mais fácil conseguir fazer despertar um sorriso nos lábios das pessoas.


Obrigado pela tua atenção


"palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis." (Sir 6, 5)

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: Renato Rosa (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 13:03

Leigo XXI, não percas tempo com silogismos. São apenas brincadeiras. O silogismo que fizeste sobre o Sr. Ratzinger (não o Papa) também não leva em conta todos os elementos.

Acho que não devemos exagerar. O Papa não é um segundo Cristo, mas também não é um indivíduo qualquer cuja função é inútil ou dispensável. É um homem, sim, mas um homem a que Deus deu a função de guiar todo o povo cristão na fé em Cristo, função que todos os bispos também têm a nível local. Por isso o Papa e os bispos são mesmo indispensáveis na Igreja. A fé cristã não é uma coisa intimista e vaga, aérea, que baste dizer "amo muito a Deus", etc. Tem exigências concretas, e uma delas é a pertença a uma comunidade, a Igreja.

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 13:10

Citação:
leigo_XXI
Eu, infelizmente, vivo uma fé mais simples, limitado pelas minhas próprias carências.

Não diria que se trata de uma infelicidade a simplicidade da tua fé. Bem pelo contrário.
Quanto aos teólogos eles são falíveis, por maiores e mais santos que outros seres falíveis os considerem. Também apresentam carências.
Entre uns e outros... ser simples soa a virtude.

Criticas a opulência do Vaticano. Só posso estar de acordo contigo.
De facto deviam ler mais vezes Mateus 6.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: Renato Rosa (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 14:50

Os teólogos têm lugar no processo de aprofundamento da fé e de crescimento na compreensão da Revelação. Por isso são muito importantes para a Igreja. Sem a teologia de 2000 anos não tínhamos a compreensão e a vivência da fé que temos hoje.

Mas quem são os teólogos? Todos nós pensamos em pessoas fechadas em gabinetes a dar aulas, sem vida pastoral, e que a teologia é uma elocubração mental teórica. Mas isso não é bem assim.

Nos primeiros tempos os teólogos eram na maior parte bispos e presbíteros (os Padres da Igreja) que reflectiam sobre a fé. Hoje em dia, parece-me que cada vez se caminha mais para uma teologia inserida na vida, porque a compreensão da Igreja e da própria teologia mudou um pouco e porque as condições actuais da sociedade e da cultura assim exigem.

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 15:46

Ufa, ainda bem que o leigo soube responder bem, ou já estava a ver pancadaria da grossa :P . Respondo-te mais tarde, hoje é dia de borga.
Fiquem bem.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Infalibilidade papal e definições "ex cathedra"
Escrito por: luis (IP registado)
Data: 17 de August de 2007 17:57

S7, vai com calma rapaz,

se continuas a viver assim o forum ainda nos obrigas a rezar umas novenas pelo teu coração

take it easy, take it easy e ... boa borga. ;)

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