Sergio,

Concerteza que não está esgotado e com muito mais certeza nunca foi aplicado.

Passaram 40 anos, a geração do concílio vai morrer sem ter conseguido aplicar as suas próprias ideias à Igreja.

Como se vai conseguir aplicar na sua totalidade o Vaticano II?

Em comunhão

Ola
Tilleul, o que estamos aqui a fazer é uma prova que o Vaticano II se esta a implantar, agora não se pode pedir à Igreja que numa semana transforme tudo, a paciência sempre foi uma virtude da Igreja, porque vem aliada com a sabedoria.


Cumprimentos

Sérgio Lopes

Para votar e partilhar aqui fica, em Inglês, o poema já anteriormente escrito.
(truques publicitários...)
[www.poetry.com]

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lopessergio,

conheces a história do advogado que dividia os processos em dois tipos: os que o tempo resolve e aqueles que nem o tempo resolve?

Ou o sir Humphrey Appleby da série "Sim, senhor ministro", e a sua "Roma e Pavia não se fizeram num dia"?

Muita gente na Igreja tem a mesma postura. O que é cómico nos dois casos acima, aqui deixa de ter piada. Trata-se de um imobilismo que afasta as pessoas da Igreja.

A falta de resposta das Igrejas locais e de Roma às reformas conciliares provocou a menor participação dos fiéis nas celebrações que hoje verificamos.

Não há menos católicos, mas existem cada vez mais católicos afastados de uma prática regular nas celebrações.

E a culpa está no interregno das reformas necessárias, que começam pela reforma das mentalidades.

João (JMA)

Ola
Jma então achas que o afastamento dos fieis das celebrações deve-se a elas serem em português? Ou existe hoje uma postura de Iniciação critã em oposição ao tempo de Cristandade que se vivia ate há relativamente pouco tempo?
O Concilio vaticano II veio dar expressão a esta nova proposta de Iniciação cristã, hoje a Igreja promove a formação integral e responsavel. Claro que as pessoas querem, num tempo de respostas urgentes, as soluções na hora. Afirmo que o tempo de Deus é diferente... O Vaticano II surgiu de um Papa de "transição", num tempo de Igreja instalada.

Caro lopessergio,

"achas que o afastamento dos fieis das celebrações deve-se a elas serem em português?"
Não, acho que tal afastamento se deve à " falta de resposta das Igrejas locais e de Roma às reformas conciliares";

"Ou existe hoje uma postura de Iniciação critã em oposição ao tempo de Cristandade que se vivia ate há relativamente pouco tempo?"
Não percebo a questão

"O Vaticano II surgiu de um Papa de "transição""
Todos os Papas são de transição em relação à Igreja

Quanto ao "tempo de Deus" é de Deus.
A Igreja não é para Deus, mas deixada por Deus para a salvação dos Homens.
E tem de actuar no mundo dos homens senão torna-se numa inutilidade, numa curiosidade histórica.
E por isso tem de estar no tempo dos homens, na cultura dos homens, nos problemas dos homens.
Se não for um sinal efectivo de Cristo na vida dos homens, perde a sua razão de ser.
Resumindo: Deus não precisa da Igreja para nada, os homens é que precisam da Igreja para melhor chegarem a Deus.

João (JMA)

Ola

Caro João, na questão que não percebeste o caso coloca-se desta forma: Até ao Concilio Vaticano II vivia-se um tempo em que todos eram Cristãos, por devoção, por tradição, por imposição, fosse qual fosse o motivo "todos" faziam-se Cristãos. Não se celebrava a Eucaristia, assistia-se. Hoje e à luz do Concilio iniciou-se um novo processo o da Iniciação Cristã, não é um tempo de adesão por adesão, mas um tempo de reconhecer e recentrar o Misterio de Deus e a vida de jesus Cristo, quer na Catequese quer nas Obras assistênciais da Igreja passamos dos números para a qualidade. Creio que devemos ter a consciência que cada vez o numero de Cristãos se va reduzindo para que o seu testemunho seja cada vez mais "qualificante" e edificante.
Em relação ao papa de transição, bem sei que todos são transitorios, mas quem convocou o Concilio e nas condições em que o convocou todos diziam que era uma escolha para dar "tempo ao Espirito Santo" de encontrar um sucessor mais forte e no entanto deu no que deu...

Cumprimentos

Sérgio Lopes

Caro Lopessergio,

Concordo contigo quando dizes que hoje a Eucaristia é mais participada do que anteriormente ao Concílio.

A liturgia pré-conciliar não era a adequada a responder ao homem do séc. XX pelo que existia um catolicismo ritual desenquadrado do seu verdadeiro significado, para muitos dos crentes.

Como tu muito bem referes: "Não se celebrava a Eucaristia, assistia-se."

Mas discordo da passagem dos números para a qualidade: percebo o que queres dizer mas o nosso objectivo devem ser os números e a qualidade.

E o número de cristãos aumenta, não diminui.

Aguardemos o 3º Concílio do Vaticano.

Ou,porque não, o Concílio de S. Paulo , a maior cidade católica do mundo?

João (JMA)

Seria simbólico um concílio de S. Paulo: uam espécie simultaneamente de "regresso ao passado", já que afinal o que somos hoje devemos em grande parte a Paulo, e de "pontapé para o futuro", no sentido de uma definitiva descentralização da Igreja na Praça de S. PEdro. É, no entanto, muito pouco provável: de resto, S. Paulo e S. PEdro não se deram lá muito bem... há coisas que nunca mudam.

Abraço fraterno,

Miguel

Ola
João, quando me refiro aos numeros que vão diminuindo, refiro-me muito concretamente na velha Europa, claro que noutros continentes os numeros vão aumentando, a nova evangelização ou a reevangelização passará concerteza pelo envio de Missionarios de outros continentes para a Europa. Sabes quando falo em numeros é porque vejo muita preocupação em dizer que não vai ninguém à Eucaristia, as salas de catequese estão vazias, e não vejo ninguém a apostar em Ministerios como o do acolhimento, do catequista, do leitor, do Salmista, enfim Ministerios "apagados" mas que são de uma grande importancia nas nossas comunidades. Ministerios estes valorizados pelo VAticano II. creio também que as Igrejas locais, Dioceses, não estão a ser capazes de transmitir os conteudos de varios encontros diocesanos que vão afinando a "maquina", desculpem a expressão, teem saido muitas e boas reflexões mas continuamos a ter problemas de markting e de comunicação, mas isso são contas de outro rosario...

Cumprimentos

Sérgio Lopes

Bem Miguel, de facto a união de Pedro e Paulo pode dar um resultado estranho... :o))

João (JMA)

Mas aqui está um texto sobre um tema interessante: a Igreja e os recasados.

Este Bispo tem uma posição curiosa.

João (JMA)

JMA

O Bispo Galliot não deveria fazer isto. Podemos criticar a posição da Igreja em relação ao divorcio, mas ver um Bispo a promover cerimónias dessas não é bonito.

A posição do Bispo de curioso não tem nada.

Curioso é o vosso blog e os vossos links "teologos online".

Bento Domingues mas também Boff e Galliot !!!??

Cristina

Em rigor Gaillot não promoveu nada. Um bispo não pode abençoar as pessoas?

Quanto à escolha dos teólogos (aliás minha): os três são teólogos e estão online.

E, na minha opinião, lêem-se com proveito, concordemos ou discordemos das suas opiniões.

Outros serão eventualmente acrescentados. É questão de os encontrar online. E de achar que podem ser lidos com proveito.

Ainda bem que achas curioso o blog.

João (JMA)

JMA

Claro que pode e deve abençoar as pessoas, todas elas.

Mas não é só isso que está em causa. Todos compreendemos que a questão da situação dos leigos divorciados que se voltam a casar é muito complexa e delicada. Compreendo algumas criticas à Igreja.

O que não posso criticar é que um Bispo da Igreja promova estas cerimónias (pois é assim que o são apresentadas) em total oposição à posição da Igreja.

É um acto de rebeldia que, como outros, ajuda a compreender a situação juridica em que se encontra o Bispo.

Como sabes hoje é um Bispo sem Diocese.

Já o Boff (outro dos teólogos que promoveram no vosso link "teologos online") nem sei qual é a sua posição na Igreja. Ouve-se dizer muita coisa.

Enfim a Igreja tem muitas franjas, Uns apreciam mais uma e outros outras. O importante é ter sempre a noção que devemos promover a unidade da Igreja.

Mas confesso com tanto teólogo achei curioso os que promoveram no vosso Blog.

Curioso e revelador.

Cristina

Citação:

cristina dinis saraiva
Enfim a Igreja tem muitas franjas, Uns apreciam mais uma e outros outras. O importante é ter sempre a noção que devemos promover a unidade da Igreja

De acordo. A questão que sobra é como promover essa unidade. Se ao gosto de alguém, se preservando a diversidade. Onde se traça a linha.

Bom, quanto aos teólogos escolhidos sao um Bispo e dois Padres. Nada mais há a acrescentar ao que já escrevi.

Quanto à bençao para os recasados: a verdade é que alguma coisa haverá que fazer com tais situaçoes. Resta saber o que.

Política de avestruz nao é defendida pelo Evangelho, mas neste particular é a prática da hierarquia da Igreja. O que está errado.

João (JMA)

Esqueci-me de esclarecer ainda outro aspecto quanto à escolha destes teólogos: os textos estão em português.

Não sendo um critério absoluto, é importante. Tem obstado a que coloque outros autores.

Provavelmente terá de ser ultrapassado este critério.

João (JMA)

Não tenho nenhuma dúvida que o tema mais urgente de todos, que implora por uma reforma, é a moral sexual da igreja católica.

Infelizmente nem sequer tocaram nesse assunto no Vaticano II, que já tinham problemas demais para tratar naquela época, e o tema da sexualidade dos católicos é polêmico demais. Para não dizer também que a sexualidade é ainda instrumento de poder do clero para controlar consciências.

O tema da moral sexual, não tenho dúvida nenhuma, é o "terror" dos católicos, dos cristãos e, por que não dizer, de todas as religiões abraâmicas: as religiões da bíblia nasceram num ambiente patriarcal machista, cercados por povos inimigos com culturas pagãs cheias de promiscuidade. Isso não é pouca coisa.

Por razões históricas, no campo da sexualidade estamos em condições um pouco melhores do que os mulçumanos e os judeus ortodoxos, mas nem tanto assim. A liberdade que os cristãos conhecem hoje veio da abertura conquistada por movimentos seculares, não veio da religião institucionalizada. Não fosse a separação igreja-estado e os movimentos de revolução, talvez as mulheres ainda hoje usassem cintos de castidade com cadeados, e os homens fossem ainda muito mais hipócritas.

E o que é que tu achas que deveria acabar nessa moral sem moral? Este clero é mesmo um maldito então. A servir-se da sexualidade para controlar a consciência das pessoas. Eu é que não quereria pertencer a algo assim tão mau, se acreditasse em tal coisa tão disparatada.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho