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PEQUENOS DITADORES
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 12 de April de 2007 01:09

O país já não vive em ditadura. Mas, pelos vistos, continua a ter ditadores.

Já não há ditadores em S. Bento. Mas não faltam ditadores. Moram em nossas casas.

A violência já não se limita à escola. Começa, desde logo, em casa.

Há filhos que batem nos pais, que ridicularizam os pais.

Motivos? Vários: perda da autoridade, falta de tempo, excesso de mimo.

Da criança mimada ao adolescente agressivo vai um pequeno passo.

Javier Urra explica tudo no em O pequeno ditador.

É um livro inquietante. Mas necessário. E indispensável.

[padrejoaoantonio.blogs.sapo.pt]

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de April de 2007 11:20

Que visão tão depressiva da realidade...

católica praticante

Pequenos Ditadores
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 12 de April de 2007 11:40

Pode ser depressiva mas em parte corresponde à verdade. Por natureza sou optimista nas gerações mais novas mas a verdade é que cada vez mais se crianças que são autênticos tiranos. E como todos os tiranos, eles próprios são vítimas de quem os criou e também de si próprios.

Não quero também fazer discursos de "No meu tempo..." mas a realidade é que não estamos a conseguir a criar pessoas bem formadas apesar da sociedade ser das mais evoluídas em termos socias, antropológicos e de liberdades pessoais.

É bem verdade que antes, era a repressão e a violência que assegurava autoridade e o respeito,ambas as coisas que eu reprovo.

Mas por outro lado não estamos a conseguir passar a mensagem de liebrdade com responsabilidade.

O tudo posso, quero e tenho, já e sem esforço funciona para minorias muito muito minoritárias. Há urgência de também ensinar a perder, a esperar, ouvir não...

Como fazer isto? Venham daí os pedagogos.

Em comunhão

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 12 de April de 2007 13:43

Às vezes vejo as coisas assim:
[mailx.fe.up.pt]

*=?.0

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: (IP registado)
Data: 13 de April de 2007 13:27

É muito complicado. Muitos pais hoje em dia têm pouco tempo para os filhos, independentemente da boa vontade que possam ter. E ao ter-se passado, como o Tilleul disse, de um estilo repressivo para uma mentalidade de educar sem repressão muitos perderam as referências de como serem pais. Eu acredito que hoje em dia haverá pais verdadeiramente excelentes, mas também há muitos confundidos e sem saber bem qual o seu papel.

Diria que hoje em dia é mais possível, mas também mais exigente, ser bom pai/boa mãe.

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 13 de April de 2007 16:37




É isso mesmo concordo plenamente contigo! Mas os futuros pais podiam ser mais atentos aos filhos, se sabemos qual o problema, porquê não corrigi-lo?

Há pais que não sabem educar os filhos, mas há filhos que não escutam os pais! Quando chegam a uma certa idade já sabem tudo...acontece isso com jovens de 18 anos.
Eu conheço uma amiga minha, tem 24 anos, já licenciada e com trabalho; quando a mãe lhe telefona; responde, já sou uma adulta!


Quando é que um jovem é adulto?

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 14 de April de 2007 01:03

Em 2005, a GNR registou 316 casos de agressão em que o criminoso foi um filho ou uma filha e a vítima um dos pais, num total de quase oito mil crimes!

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 14 de April de 2007 01:04

O «PAI-COLEGA»
É bom, sumamente bom, que os pais sejam amigos dos filhos.

Ninguém é tão nosso amigo como o nosso Pai e a nossa Mãe.

Mas é fundamental que não se fique por aí.

Muitos amigos vão ter os filhos ao longo da vida; pais só terão dois.

Os pais devem actuar como pais. Como diz Javier Urra, «os filhos não precisam de pais-colegas permissivos. Não lhes faltam amigos. O que, de facto, lhes falta são pais educadores e pais mestres»

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: Gustavo Pinto (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 02:26

De facto a nossa educação (ou deverei dizer respeito?) vai péssima!

Vivemos tempos dificeis, pois não podemos negar que os pais estão hoje muito mais ocupados com as suas carreiras profissionais, ocupam os filhos em milhentas actividades, chegam a casa jantam e vão para a cama. O problema piora quando os pais, com a cumplicidade do sistema, não podendo ou não sabendo, não deixam educar!

Como catequista de crianças e um bom conhecedor do sistema de ensino, vejo que as crianças hoje não se educam: começa logo pelos educadores de infância cuja competencia é posta em causa, os professores não mandam na sua sala de aula, catequistas e outros como os professores de música, monitores de karaté têm que se sujeitar à falta de educação das crianças...onde vai isto parar?

Claro que depois assistimos a violência sobre idosos, de filhos sobre pais e tudo começa de crianças... já não se respeita e a idade deixou de ser um posto!

A pergunta que faço é como mudar isto.

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 03:01

Acho que antigamente os alunos não agrediam os professores, nunca vi nenhum caso desses na minha escola, nem na catequese. O padre também excluía os meninos maus!

Pequenos Ditadores
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 09:00

Creio que a violência existia tanto ontem como hoje, o que mudou principalmente foram os sujeitos da acção.

Volto a dizer, as crianças e jovens de hoje são mais vítimas do sistema, da sociedade, da educação que recebem em casa do que culpados dos seus próprios actos.

Durante o secundário, houve alturas em que vi colegas meus que queriam bater nos professores mas nunca aconteceu por duas razões:

- As ameaças eram tratadas como avisos e os alunos eram suspensos ou expulsos.
- Havia medo ou respeito do que os pais iam dizer ou fazer.

Acho que este será um problema de transição. Passou-se do nada total ou tudo sem regras.

A solução tem que passar pela formação, quer dos pais quer dos professores.

Os professores tem que ter um pouco mais de autoridade dentro da sua sala de aula e apoio por parte quer da escola quer do ministério. Se um professor sente que ter um problema com um aluno pode custar-lhe o trabalho, na altura de escolher entre o sucesso da sua profissão ou o salário, ele vai sempre escolher o último.

Não concordo que a idade seja um posto. Pode-se ter mais experiência mas não quer dizer que se saiba mais ou que só por isso se possa exercer qualquer tipo de autoridade.

Penso antes que os diversos lugares que se ocupa na sociedade deveriam te implicitos diversos graus de autoridade.

Durante muitos séculos houve os ditadorzecos: o padre que punha e dispunha da vida dos crentes, o professor que abusava da sua posição e que se impunha pela punição física, os pais que se achavam donos dos filhos, os políticos que governavam para benfício próprio.

Não devemos voltar ao antigamente. Há que encontrar o bom dos dois lados e procurar um caminho a seguir.

Em comunhão

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 14:16

"Durante muitos séculos houve os ditadorzecos: o padre que punha e dispunha da vida dos crentes, o professor que abusava da sua posição e que se impunha pela punição física, os pais que se achavam donos dos filhos, os políticos que governavam para benfício próprio."

- "... os políticos que governavam para benfício próprio."
Nunca se aplicou isto com tanta propeiedade como aos políticos hodiernos.

- "o padre que punha e dispunha da vida dos crentes"
Parece-me nitidamente exagerado. A grande maioria dos sacerdotes, no passado, eram referência de valores e referência vivencial que se imounha por si mesmo e não pelo uso de autoritarismos...

- "o professor que abusava da sua posição e que se impunha pela punição física"
Também sofri na pele os efeitos dessa punição, que acho exagerada. Mas admiro o serviço estupendo que muitos professores, em condições péssimas de trabalho, prestavam aos seus concidadãos.

- "os pais que se achavam donos dos filhos"
Houve exageros sem dúvida. Mas Havia referências, modelos, estruturação da personalidade. Hoje... no geral o vazio...

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 14:52

Caro José,

Prefiro acreditar que a grande maioria dos padres eram normais. Mas por favor não se iluda, ao pensar que a maioria dos pais eram referência de valores e referência. Se assim fosse, não haveria tanta gente a apontar o dedo à primeira oportunidade.

Padres modelo, é inegável que os houve.

Mas também é impossível esconder que houve abusos. Infelizmente e inerente à condição humana, consoante a nossa prespectiva das coisas destacamos o lado que mais convém à nossa opinião.

Permita-me que lhe pergunta, de que modelos e referências está a falar? Que estruturação personalidade se está a referir?

Em comunhão

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 15:17

Eu acho bem que um padre ajude a educar os filhos dos paroquianos! Uma palavra amiga não custa nada e pode ajudar muito...

Há pais educados que são capazes de educar filhos, há pais que não têm nada na cabeça, como podem eles dar boa educação aos filhos? Educar filhos, não é tarefa fácil.
Há professores que dizem mesmo; há pais que não sabem educar filhos!

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 18:06

Contextuados no seu tempo, logicamente, havia pais, professores e padres que eram referências e modelos pelos valores que vivenciavam.
Hojé não há? Deus me livre! Há, sim senhor.
Mas antigamente não era tudo tão obscuro como a frase que eu acima citei do Tilleul pode dar a entender.
O que me parece é que hoje, para mal dos próprios filhos, são estes os verdadeiros "ditadorzecos". Sempre! Claro que não. Mas porventura em onda crescente.

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 18:40

Eu falo no passado e no presente. Claro que há pais bons.

Também há filhos bons...se não houvesse que havia de ser do mundo? Uf. Nem tudo é mau!!!

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 18:52

Antigamente as crianças eram para ser vistas e não ouvidas.
Hoje, desde bem cedo, estimula-se a sua capacidade criativa, critica, assertiva e autonomia.
Isto é bom ou mau? Considero óptimo.

O problema está em que as gerações mais velhas não foram preparadas para esta mudança e ainda julgam que a autoridade pela idade ou pela hierarquia basta para resolver os conflitos. Mas não resolve nada, só agrava.

Todo o ditardorzinho foi algures um menino dócil, mas as famílias falharam o momento em que a irreverência inocente passou a ser despotismo... depois deitam as mãos à cabeça. Chegam à escola e dizem... "não sei como lidar com ele, ajude-me."

Curiosamente na escola muitos dos conflitos entre prof-aluno adolescente não surgem quando o prof é mais flexível e dialogante, bem pelo contrário, surgem quando o prof se coloca no pedestal de autoridade incontestável. Surgem quando não se abre o jogo e se sonega informação, como por exemplo os verdadeiros critérios de avaliação. Surgem quando se alteram as leis do jogo a meio do campeonato pq se acordou num dia mais azedo.

Também os adolscentes problemáticos nem sempre vêm de classes desfavorecidas ou são alunos fracos. Alunos nitidamente inteligentes e interventivos não são manipuláveis, são bastante exigentes e não admitem não serem ouvidos ou serem descartados em assuntos do seu interesse. Aí a tendência é acusar a familia por excesso de mimo, ou o aluno por agressividade. Será mesmo?

Quero com isto dizer que na avaliação das atitudes dos nossos jovens muitas vezes se cai no erro de os classificar como indisciplinados e de culpar as famílias como incapazes de "domar a fera".
Nalguns casos até será... mas em muitos não é. Eles estão apenas a aplicar no terreno os valores associados à cidadania.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 19:46

Lena, concordo contigo, mas acho que também há outros tipos de pais, como aqueles demasiado permissivos, que estragam as crianças com mimos, ou aqueles que à força de tanto quererem ser "fixes" e "amigos" acabam por nunca ser figura de autoridade. Como há os pais que não têm tempo para as crianças, e hoje em dia desses há muitos que as "compensam" com bens materiais.

Ou seja, não dá mesmo para generalizar muito...

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 20:11

O mimo nunca é demais. O mimo nunca estraga ningúem.
O que "estraga" as crianças é a falta de amor, de mimo e de colo.

"O instinto maternal não é só uma qualidade das mulheres... saudáveis. Os homens também acedem à bondade, têm gestos de ternura e têm colo. Alguns, foram fustigados por histórias de alguma dor (...) outros foram-no reprimindo como se a maternalidade fosse um inimigo declarado da masculinidade (...) mas será que os homens ‘maternais’ são menos pais e que as mulheres ‘paternais’ são menos mães?”
Eduardo Sá

católica praticante

Re: PEQUENOS DITADORES
Escrito por: (IP registado)
Data: 16 de April de 2007 20:20

De acordo, CP. Eu quando falei em "estragar as crianças com mimos" referia-me a fazer as vontades todas (mesmo as não razoáveis). Não me referia ao mesmo mimo a que te estás a referir, o qual concordo que nunca é demais. O problema é quando se tenta compensar a falta desse mimo por outras coisas, como bens materiais...



Editado 1 vezes. Última edição em 16/04/2007 20:20 por Zé.

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