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Re: O Bispo
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 28 de March de 2007 13:27

Cara Ana Ivens

Para a maior parte das pessoas, o contacto mais próximo que têm do bispo deve ser na missa, ao rezarem por ele todos os domingos.

Mesmo nas dioceses de maiores dimensões, em 3, 4 ou 5 anos, de certeza que o bispo conseguia fazer uma visita a todas as paróquias, ver ao vivo (claramente visto como dizia o outro) a comunidade, as suas mais valias e as suas dificuldades.

A sugestão que deste sobre ir às sés ver o bispo, será muito fácil para quem mora na sede, mas de difícil aplicação para quem está a 100 Kms e tem pouca mobilidade, quer física quer financeiramente.

Um abraço

Cassima

Re: O Bispo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 28 de March de 2007 14:01

Parece-me que vale a pena ler.

Alef





Citação:

HOMILIA DA ENTRADA NA SÉ DO PORTO


25 de Março de 2007

A minha primeira saudação dirige-se neste momento ao Santo Padre Bento XVI, que me enviou à Diocese do Porto, para a servir como bispo, na comunhão da Igreja universal.

Em.mo e Rev.mo Senhor Cardeal-Patriarca de Lisboa, mestre e amigo de tantos anos, a quem nunca poderei agradecer bastante. Ex.mo e Rev.mo Senhor Arcebispo Primaz e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, em cuja metrópole agora me insiro, reforçando a nossa colegialidade. Ex.mos e Rev.mos Senhores Bispos que integram o ministério episcopal do Porto, com especial referência ao Senhor D. João Miranda Teixeira, que tão generosamente assegurou a administração apostólica da Diocese. Ex.mos e Rev.mos Senhores Arcebispos e Bispos de Portugal, irmãos de todas as horas no serviço comum das Igrejas da nossa Pátria.

Excelentíssimas Autoridades públicas aqui presentes, do Estado, Consulares, e das Autarquias, administrativas, judiciais, académicas e militares ou de segurança: para todos a minha saudação respeitosa e a garantia de colaboração sincera em tudo quanto respeite ao bem comum da sociedade que servimos.

Caro presbitério diocesano, secular e religioso - começando pelos Senhores Vigários gerais e episcopais, o Il.mo e Rev.mo Cabido desta Sé e -, com quem agora formo um só corpo pastoral, na variedade das suas aplicações e na unidade sacramental que nos torna presença viva de Cristo Pastor no meio e ao serviço dos crentes.

Estimados diocesanos do Porto: caros diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, membros dos institutos seculares e todos os consagrados; fiéis leigos que fazeis frutificar o vosso Baptismo e Confirmação em múltiplas maneiras de testemunhar o Evangelho de Cristo, da família à sociedade, da vida profissional à cultural, da caridade às missões, pessoalmente ou agregados, em quantos grupos, associações e movimentos o Espírito suscita e alimenta, da Igreja para o Mundo.
Amigos de sempre, sacerdotes, diáconos, seminaristas, consagrados e leigos, do Patriarcado e de outras Dioceses, que quisestes vir aqui, para de algum modo me oferecer à Diocese do Porto, qual fruto também da vossa amizade de tantos anos e do vosso estímulo de tantas horas.

Todos vós, cristãos ou de outros credos, crentes ou porventura não-crentes, que aqui vos encontrais no que posso desde já considerar um exercício de amizade, a que me sinto deveras reconhecido e obrigado:

Ao iniciar o ministério na Diocese do Porto, atinge-me compreensivelmente o sentimento forte de veneração e respeito por tudo o que aconteceu de nobre e sublime na longa série dos seus episcopados. Diocese antiga, precedeu e acompanhou a história portuguesa, dando-lhe por vezes os nomes mais expressivos e proféticos: não nos faltarão ocasiões e efemérides, para os irmos lembrando especificamente, tão importante é reter a vida vivida, para inspirar a que se há-de viver. Deu-lhe, mais constantemente, a garantia da fidelidade eclesial dos seus sucessivos pastores. Entre eles, quero homenagear aqui as venerandas figuras dos meus imediatos antecessores, os Senhores D. Júlio Tavares Rebimbas e D. Armindo Lopes Coelho, cuja saúde e vida Deus guarde e acrescente, para benefício de todos quantos havemos de lucrar muito com a sua acumulada experiência e comprovada sabedoria. Particularmente ao Senhor D. Armindo formulo votos – que são de toda a Diocese – de boa recuperação.

Episcopados coevos de pujantes manifestações do Espírito de Cristo, carismáticas e institucionais, em multiplicadas obras de evangelização, culto e caridade. Tem sido esta Diocese, ao longo dos tempos, berço ou palco das mais diversas realizações apostólicas, de clérigos religiosos ou seculares, de vários tipos de vida consagrada e de inúmeros leigos, por si ou associados. Por toda a larga e densa Diocese portucalense, quase não há localidade em que uma rua, uma instituição, um monumento, ou a memória vida dos habitantes não lembre uma realização evangélica com redundância social ou cultural, artística ou genericamente filantrópica.

É a esta Diocese que a vontade do Santo Padre me trouxe agora, para servir a inesgotável obra do Espírito Santo, que assim fecunda a Igreja, ao serviço duma Humanidade de que Deus não desiste nunca. E só por saber que a obra é divina, me atrevo eu a juntar o nome à evocada série dos seus prelados e a quantos, clérigos, religiosos ou leigos, constituem a Igreja do Porto, louvando a Deus e servindo os irmãos.

Deus não desiste nunca de criar e recriar o Mundo, quer nos corações, quer na prática social. Há muito que teríamos desistido nós, se não fosse assim. Em cada construção da paz, que é obra da justiça - distributiva e pedagógica, mesmo quando corrige -, em cada compromisso solidário e generoso, há desgastes, decepções e feridas que precisam de um ânimo maior do que as disposições momentâneas e as boas intenções. Por vezes, os temperamentos fortes ou os ideais mais empolgantes podem garantir alguma persistência mais. Mas para seguir sempre, e, sobretudo, para não desistir de ninguém, é comprovadamente necessária a participação no coração divino, onde cabemos todos como filhos, donde renascemos sempre como dádiva.

Reconheçamo-lo, então, para podermos prosseguir, sobretudo num tempo tão rarefeito como o nosso. Chamam pós-moderna à sensibilidade dominante nas últimas três décadas. Caracterizam-na como fruto de grandes decepções ideológicas e concentração no momentâneo e imediatamente gratificante. Algo como vigorava entre pagãos, quando o Cristianismo nasceu: “comamos e bebamos que amanhã morreremos…”. Neste ambiente, o pensamento é débil, os valores são frágeis e as práticas inconsequentes. Sem maniqueísmos, podemos reconhecer razões neste modo de sentir e estar, arredio e desconfiado em relação a grandes discursos e propaladas meta-narrativas, que tantas vezes camuflaram desígnios obscuros e causadores de grandes males. Mas não é difícil concluir que, se ficamos apenas com desconfianças e impressões, não faremos nada de futuro, enquanto crentes e cidadãos. Como se escrevêssemos na água…

Não na água, mas na areia, escrevia Jesus então, como quem dava tempo aos interlocutores para lerem nas próprias consciências; aí mesmo, onde Deus deixou uma lei inapagável, na qual a dignidade de todos e de cada um realmente se garante.

Traziam-lhe uma mulher surpreendida em adultério, queriam que Jesus apoiasse um castigo mortal. E o mais surpreendente nem será depois a atitude serena e lúcida do “mestre”, que os obriga em consciência a desistir de tal castigo. O mais surpreendente será sim a frase final com que Jesus a envia: “Vai e não tornes a pecar”.

Aqui, efectivamente, ultrapassa-se toda a medida humana, ainda que larga e generosa. Aqui manifesta-se a grandeza de Deus, que pode ordenar o que só divinamente é possível: “Não tornes a pecar!”. Aqui se reconstrói a vida, na ordem e no poder de Cristo, tantas vezes demonstrado a partir de então: “nós somos testemunhas destas coisas” e o Cristianismo é tudo o que há de mais factual, prático e comprovado, nesse sentido recriador e ilustrativo de que Deus é a permanente juventude do Mundo.

Irmãos e amigos, a Igreja de Cristo existe no Mundo e para o Mundo como sinal e activação desta novíssima graça, que reconstrói vidas e relança caminhos, a partir do poder de Deus. Temos nos altares inúmeras figuras – ainda assim muito menos do que as 144 000 que o Apocalipse nos mostra no Céu - , que antes de serem obras de arte nossa, o foram da divina graça, moldando corações antes de talhar imagens. Fraquejou Pedro, a graça fê-lo mártir; de muitos males padecia a Madalena, a graça fê-la “apóstola dos apóstolos”; distraíam-se as juventudes de Francisco de Assis ou de Carlos de Foucauld, a graça fê-los santos e profetas das suas épocas; descrente era Edite Stein, a graça fê-la doutora da Igreja e mártir de Auschwitz, pelo e com o seu povo… - E a todos nós, neste Domingo de Quaresma e conversão, que fez e faz a graça de Cristo, senão levantar-nos a uma vida mais alta, digna, pura e solidária?! E a todos nós, que nos dizem e transmitem continuamente cada pregação, sacramento e obra de caridade, senão a possibilidade de persistir no bem e, mais ainda, de começar de novo?!

Irmãos sacerdotes e diáconos, estimados consagrados e seminaristas, caríssimos leigos e todas as pessoas que a boa vontade e a cortesia hoje reúne nesta vetusta e insigne catedral portucalense: só desta realidade vivemos e só para a difundir existimos como Igreja, na variedade dos carismas e ministérios em que Deus nos queira. Existimos e trabalhamos, em cada comunidade paroquial ou religiosa, em cada família, movimento ou associação, em cada empenho profissional ou cívico, para manifestar o incansável recomeço e o verdadeiro progresso que todas as coisas legítimas e necessárias podem e devem ter a partir do poder de Deus. De Deus, que não desiste nunca de levar por diante uma criação cujo potencial está muito longe do esgotamento, antes se apresenta promissor e exaltante, como o sabem os profetas e o atestam os verdadeiros crentes.

Não peça o Mundo à Igreja outra coisa senão esta, a luz e a graça de Cristo para o triunfo do bem. Entregam-se e aplicam-se vidas sacerdotais inteiras – e como as havemos de pedir sempre e mais ao “Senhor da messe”! -, pregando o Evangelho, administrando sacramentos, alargando a caridade, unicamente para dar à sociedade, com a graça de Cristo, a força e o estímulo do que ela há-de ser toda, como fraternidade e partilha. Aplicam-se os ministros da Igreja e os leigos no Mundo em idêntico afã, para que se comece a experimentar aquela verdadeira convivência, a que Jesus chamou “Reino de Deus”!

O Papa Bento XVI percebeu agudamente que esta é a única oportunidade para a Igreja, para o Mundo e para a conjugação positiva de ambos nos nossos dias. Por isso não hesitou em escrever as seguintes palavras, que devemos reter de cor e nos sobram como programa: “Toda a actividade da Igreja é manifestação dum amor que procura o bem integral do homem: procura a sua evangelização por meio da Palavra e dos Sacramentos, empreendimento este muitas vezes heróico nas suas realizações históricas; e procura a sua promoção nos vários âmbitos da vida e da actividade humana. Portanto, é amor o serviço que a Igreja exerce para acorrer constantemente aos sofrimentos e às necessidades, mesmo materiais, dos homens” (Encíclica Deus caritas est, nº 19). Não nos peça outra coisa o Mundo; mas, isto mesmo, havemos obrigatoriamente de lhe dar.

Serviço de renovação constante de “todas as coisas”, pela graça divina, que já prometia Isaías aos exilados do seu tempo, falando em nome de Deus: “Olhai: vou realizar uma coisa nova, que já começa a acontecer; não a vedes? Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida!”. Horizonte infindo de realização e de ser, como escutámos depois a Paulo, já possível pela caridade de Cristo, em quem Deus se demonstrou e prometeu: “Só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus”.

Aqui nos reencontramos sempre, irmãos e amigos, no que herdamos e no que temos para oferecer a todos os que connosco compartilham a aventura humana: um horizonte largo e uma graça garantida, para começar, recomeçar e persistir. Assim está Cristo hoje, como naquele dia em Jerusalém, diante de toda a impossibilidade humana, sobretudo nas nossas contradições e limites, sejam quais forem e de que ordem forem, física, moral, social ou espiritual. Está connosco, como a Igreja o sabe, testemunha e oferece.

É nesta realidade vastíssima e empolgante, que se sucedem as gerações e os ministérios eclesiais, como acontece aqui e agora. Para que em tudo se realce e manifeste unicamente e sempre a bondade do Pai, a proximidade de Cristo e o poder do Espírito!

+ Manuel Clemente

Re: O Bispo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 28 de March de 2007 18:56

Citação:
Ana Ivens
Então, em vossa opinião, o que deveria o Bispo fazer, que não faz?

Por exemplo ir passar pelo menos um dia por ano em cada paróquia, participando nos trabalhos da paróquia: grupos, reuniões, rezando em conjunto com simplicidade, etc.

pontosvista

Re: O Bispo
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 28 de March de 2007 20:40

Pontosvista,

acho que primeiro deves ver qual é o trabalho de um bispo, antes de sugerires essas alterações. Cada cargo com a sua tarefa. Para isso é que servem os padres, para estarem e rezarem nas paróquias com as pessoas. Com isto não digo que a presença dos bispos é inútil nas paróquias. Qualquer crente gosta de ver de perto o seu bispo. Haverá alguém que se queixe de falta de colaboração da parte de algum bispo quando solicitado? Era bom que se vissem todos estes detalhes, antes de pensarmos em conclusões.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: O Bispo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 28 de March de 2007 21:20

Seven

O pastor é o bispo. E é pastor de todos. Os padres são ajudantes. Parece que se pensa que o bispo é apenas pastor dos padres.

pontosvista

Re: O Bispo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 00:00

A proximidade e vontade de estar com "o seu rebanho" é de facto incomum.
Há bispos assim, que vão de encontro ás pessoas, que vão ás paróquias, que conversam atentamente com os jovens,que escutam. São esses os bons pastores.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 29/03/2007 00:08 por catolicapraticante.

Re: O Bispo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 00:16

Cara catolicapraticante:

Pois, tens um bom bispo, que prima pela proximidade e simplicidade, bem longe da caricatura que muitas vezes se faz dos bispos. Mas há outros casos, felizmente, de bispos que dão uma imagem muito positiva deste serviço na Igreja. São também muito significativas as (boas) reacções à nomeação de D. Manuel Clemente para bispo do Porto.

Alef

Re: O Bispo
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 02:25

Ö meus meninos...

Quem manda nas igrejas são os padres e os bispos só vão às igrejas se os padres os convidarem. Quem vai à vossa casa sem ser convidado?


Alguns padres nem se sentem bem com os bispos! Têm muito respeito pelo bispo. O bispo é como um pai para os padres!

Uma vez um bispo deu-me um recado para dar a um padre, eu dei :-) eu sinto um avontade a falar com esse padre, mais do que se for com uma amiga minha!

Re: O Bispo
Escrito por: Ana Ivens (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 05:01

A vossa participação no debate continua muito interessante.
Se puderem vejam o Decreto Conciliar "O Múnus Pastoral dos Bispos da Igreja".Lá é referido que o Bispo deve exercer "o múnus de ensinar, santificar e governar"[a diocese que lhe foi confiada] (n.11).
A forma como ele exerce estas funções "de proximidade e a vontade de estar com o seu rebanho" tem muito a ver com o temperamento de cada Bispo, mas se calhar até é mais comum do que se julga...

Re: O Bispo
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 09:43

Por isso é que não se devem julgar pessoas sem saber primeiro o que fazem, e o que fizeram.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: O Bispo
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 10:33

Citação:
Ana Ivens
A forma como ele exerce estas funções "de proximidade e a vontade de estar com o seu rebanho" tem muito a ver com o temperamento de cada Bispo, mas se calhar até é mais comum do que se julga...

Claro que a forma como uma pessoa executa as suas funções está ligada ao seu temperamento. Mas no caso dos bispos, nelas está implicita a ligação a um número muito grande de pessoas. Se o seu temperamento não lhe permite uma proximidade com os outros, então como é que vai ser útil? Nem todos podem ter uma grande empatia e mover multidões, mas também não precisam de as afastar...

Cassima

Re: O Bispo
Escrito por: Ana Ivens (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 10:39

"Nem todos podem ter uma grande empatia e mover multidões" mas, nem por isso, deixam de ser Bispos e de exercer o seu "múnus"...

Re: O Bispo
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 11:02

Com certeza, mas pode acontecer que sejam bispos que passam um mandato inteiro sem as pessoas se aperceberem deles. Ou seja, para os fiéis, é quase como se lá não estivesse. Ou pior, podem dar a impressão às pessoas de que não importam.

Re: O Bispo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de March de 2007 22:14

Caro Alef:

Eu não percebo muito destas coisas, mas como pode um “bom pastor” não conhecer as ovelhas uma a uma pelo nome e não ser conhecido por elas?

Claro que a linguagem é simbólica mas traduz uma dimensão de proximidade intensa, de quese intimidade!
Não apenas uma proximidade formal ou protocolar mas de autêntica preocupação pelas pessoas concretas.

Não é forçoso que um Bispo não fique na sua “cátedra” e desça ás realidades vividas das pessoas?

Como podem as ovelhas “conhecer a sua voz” se ela só se eleva em discursos monocórdicos repetitivos de chavões distantes? Ou em cerimónias públicas /religiosas formais?


“…as ovelhas seguem–no, porque conhecem a sua voz. Se for um estranho, não o seguem, mas fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos».

Uma nota pessoal. Tens razão sobre o nsso bispo, Alef. Lembro-me que um dia o encontrei discretamente, num evento de jovens com alguma dimensão e discretamente ia conversando com uns e com outros, numa preocupação autêntica de compreender o que os motiva, o que buscam, o que procuram… Alguns deles nem imaginavam que falavam para um Bispo!!!

Um outro bispo extraordinário que conheci era a da américa do sul! Um homem duma simplicidade contagiante e com aquela "aura de autoridade" que não se impõe porque ...não é preciso.

A forma apaixonada como falava dos seus pobres, dos dilemas e das conquistas do seu povo, precisamente com o mesmo calor e preocupação com como que falamos dos nossos filhos!
Impressionou-me muitíssimo.

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 29/03/2007 22:19 por catolicapraticante.

Re: O Bispo
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 30 de March de 2007 01:28

CP

Se um bispo calha a ir a uma igreja e nessa igreja não gostam do padre, sabes o que os paroquianos lhe pediam?

Por acaso o último bispo que cá tivemos era mesmo o que tu esperas dos bispos! Muito bom, atencioso, liberal, simpático falava com todos, dava o número de telefone na igreja e dizia, quem quer ir para padre me telefone.

Re: O Bispo
Escrito por: Ana Ivens (IP registado)
Data: 30 de March de 2007 02:42

Ainda a propósito do Bispo, na exortação apostólica "Pastores Gregis",cap.VII nº 66, João Paulo II diz: "À imagem de Jesus Cristo e seguindo as suas pegadas, também o Bispo sai para O anunciar ao Mundo como Salvador do homem, de cada homem. Missionário do Evangelho, actua em nome da Igreja, perita em humanidade e solidária com os homens do nosso tempo."
Mais adiante nesta exortação apostólica "Pastores Gregis" João Paulo II acrescenta, citando a constituição dogmática sobre a Igreja, a "Lumen Gentium", do Concílio Vaticano II, "Como a santa Igreja é no Mundo sacramento de íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano, também o Bispo é defensor e pai dos pobres, é zeloso da justiça e dos direitos humanos, é portador de esperança."nº 67

Re: O Bispo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de March de 2007 15:33

Alguém me explica isto?

Alef




Citação:

EL ARZOBISPADO SÓLO ADMITE ESPAÑOLES

Un convento de Granada expulsa a dos aspirantes a monjas indias por ser extranjeras



GRANADA.- Dos postulantes a religiosas naturales de la India han sido expulsadas del Convento de la Piedad de Granada, perteneciente a la orden de las Madres Dominicas, en aplicación de una normativa del Arzobispado que prohíbe la incorporación a la Diócesis de monjas extranjeras.

La madre superiora del citado convento explicó que las jóvenes decidieron prepararse para tomar los hábitos en Granada porque en la Piedad hay una monja india con la que "se carteaban desde hacía tiempo".

Conocedoras de que "no hay permiso para que haya extranjeras en los conventos" desde que fue nombrado arzobispo de Granada Francisco Javier Martínez, organizaron todo para que acudieran a uno de la localidad granadina de Huéscar, dependiente del Obispado de Guadix, donde no existe esta prohibición, pero "allí no estaban muy a gusto, ya que sólo hay cuatro hermanas y son todas mayores", refirió la madre superiora.

Añadió que las dos jóvenes se trasladaron entonces al Convento de la Piedad de Granada, "desde donde se organizó su regreso a la India" tras recordar la Curia a las dominicas la prohibición vigente sobre el ingreso de extranjeros.

Las postulantes pasaron más de un mes en España antes de regresar el 25 de febrero a su país natal, donde sólo una de ellas ha ingresado en un convento, añadió la fuente.

En la diócesis de Granada hay monjas extranjeras porque la prohibición de ingreso para aquellas que no tengan la nacionalidad española fue adoptada por el actual arzobispo, que se incorporó al cargo en 2003 procedente de Córdoba.

Su mandato no está exento de polémica, ya que recientemente el Juzgado de Instrucción 1 de Granada acordó la apertura de juicio oral contra el arzobispo tras ser denunciado por un sacerdote por presuntas coacciones, calumnias e injurias y lesiones psicológicas.

«El Mundo», 2007-03-30

Re: O Bispo
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 30 de March de 2007 16:18

Alef,

prefiro não explicar isso, não tem explicação, só lembrar que ser religioso ou padre, ou bispo, não é sinônimo de ser cristão.

Um abraço.



Editado 1 vezes. Última edição em 30/03/2007 16:18 por firefox.

Re: O Bispo
Escrito por: Ana Ivens (IP registado)
Data: 30 de March de 2007 16:36

Desconhecem-se os motivos para uma tal atitude no Arcebispado de Granada, mas não se podem condenar todos os Bispos, por um gesto menos feliz de um Bispo, não acham?

Re: O Bispo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 30 de March de 2007 20:08

Citação:
Ana Ivens
mas não se podem condenar todos os Bispos, por um gesto menos feliz de um Bispo, não acham?

Ana

Infelizmente não é bem assim.

Jacques Gaillot foi destituído por João Paulo II por ser demasiado amigo dos emigrantes e dos homossexuais. Quando um bispo toma uma atitude de excluir de uma comunidade religiosa alguém apenas porque é estrangeiro, esperar-se-ia de todos os outros bispos e do Vaticano uma reacção enérgica. Infelizmente as altas hierarquias da Igreja têm mais facilidade em fechar os olhos quando um deles põe em causa o Evangelho do que quando põe em causa um qualquer documento oficial.

pontosvista

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