Maria José alguns pequenos apontamentos:

Olha a questão de ser celibatário é um assunto que tem a ver com a disciplina da Igreja.
Considero que tem vantagens: Uma maior disponibilidade para estar ao serviço dos outros.

É verdade e é falsa verdade. Sim é verdade que a questão do celibato é uma questão não dogmática e sem dúvida disciplinar. Surgiu como reacção à rebaldaria que se viia no clero durante a Idade Média nomeadamente apropriação e partilha entre os filhos dos padres dos bens da Igreja, padres com comportamentos sexuais desviantes (várias mulheres e filhos de outras mais) e principalmente por uma questão que demasiadas vezes é esquecida a questão da celebração da eucaristia. A Eucaristia não se celebrava todos os dias como acontece hoje na Igreja Católica. Era um acontecimento dominical que implicava abstinência de de relações sexuais por um período determinado antes da celebração da missa. Com as mudanças que ocorreram ao longo do tempo e os padres a celebrarem todos os dias criou-se uma situação em que o padre se via impossibilitado ou de celebrar diariamente ou de cumprir os seus deveres de esposo. Hoje em dia estão mais que ultrapassadas e é por isso que é possível ter padres casados (sacerdotes convertidos do anglicanismo ou padres greco-católicos). Acho que a solução mais próxima da ideal seria o exemplo da Igreja Ortodoxa em que só os monjes tem uma obrigação celibatária e só estes têm acesso ao bispado. Por isso essa questão da maior disponibilidade é uma falsa verdade. Existem milhares de leigos empenhados em missão que vivem um ideal evangélico igual ao de um celibatário sem se poder apontar nada em termos de falta de disponibilidade. Para além disso há a prova de vários sacerdotes dedicados e empenhados nas várias igrejas que permitem o sacerdócio no clero. Por último sobre este assunto é importante clarificar que só a favor da ordenação de homens casados e sou contra ao matrimónio de sacerdotes ordenados. A decisão de ser-se padre casado tem que ser feita a 2, entre os esposos porque vai exigir tempo, dedicação e empenhamento dos dois.

Para mim o ser padre é ser alguém que serve os outros fiéis. É alguém que abdica de outras coisas para se disponibilizar para o serviço da humanidade.

Fantástico, o que é o casamento o impede da fazer isto?

"O padre é um ser humano mas que tem que ser altruista, que tem que ter muita sensibilidade para detectar os problemas das pessoas"

E então e o médico, o enfermeiro, o psiquiatra, o político, o governante e por aí fora? O que é que tem a ver o altruísmo com o celibato? E será que ser celibatário faz alguém mais sensível para os problemas dos outros? Ou será que por outro lado se formos casados nos tornámos mais egoístas e menos disponíveis?

Se o padre fosse casado a sua primeira obrigação seria,em minha opinião, cuidar da sua família. A família que constituiu seria a 1ª prioridade.

Um médico que seja casado qual é sua primeira prioridade, a sua família ou o doente que está a precisar dele? Um padre que tem uma mãe acamada ou irmão em dificuldades qual é a sua primeira prioridade?

Não sendo casado a 1ª prioridade é o serviço da humanidade.

Queres com isto dizer que todos os nossos governantes deveriam ser celibatários? Achas que Martin Luther King, Ghandi, Moises, José, Abrão, Noé, Pedro e muitos outros que foram casados prestaram serviços menores à humanidade que os celibatários?

Em comunhão

Não há pior carrasco do que aquele que se acha vítima.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Citação:

lopessergio
alguém ja falou dos Padres Pedofilos ou Homossexuais

Por favor não escrevas pedófilos ou homossexuais com maiúsculas, a menos que seja no início de uma frase. Mas muito menos pedófilos. Devia ser inventada uma minusculíssima mais pequena que a minúscula para iniciar tal palavra.
Em segundo lugar, para quê, mas para quê, metes aqui pedofilia na mesma frase em que escreves homossexual? Não será má vontade? Associação involuntária (preconceituosa) ou repetição involuntária da mistura de coisas que nada têm a ver uma com a outra?

Citação:

lopessergio
Agora acho graça que quando alguns defendem as suas opiniões elas são validas e progressivas adaptadas as realidades de hoje (normalmente sempre contra as decisões da Igreja), quando alguém defende as suas opiniões (apoiando as decisões da Igtreja) são sempre retrogrados, medievais, intolerantes.

Se te referes a mim, relê o que escrevi, porque não me percebeste. Mas adoptando o mesmo tipo de discurso, também eu poderei achar graça que quando alguns defendem as opiniões que hoje são as decisões da "Igreja" (aspas porque a Igreja não é - apenas - o Papa) são bravos heróis, quando alguém as contesta é relativista e egoísta e vai pelo mais caminho mais fácil e que lhe convém. Quando em muitos casos seria tão mais fácil, Sérgio, seguir o caminho prescrito pelo Papa de forma acrítica.

Citação:

lopessergio
Não acredito, ao contrario do que por aqui se diz, que o Vaticano, enfim a Igreja, procure a infelicidade dos seus Filhos

1- Que é para ti a Igreja, Sérgio? Em que difere do Vaticano?

2- Quem é que afirmou que a Igreja, ou o Vaticano, procura a infelicidade dos seus filhos?

Mais ainda, o problema não me parece ser de quem dentro da Igreja contesta pontualmente posições do Papa ou do Vaticano, ou contesta até a mentalidade e os mecanismos actuais dos mesmos. O problema parece-me ser de quem quer acreditar que dentro da Igreja não há espaço para essas pessoas. Geralmente essas pessoas são amesquinhadas e lá vêm as palavras "a la carte", "relativismo", etc.

Que espaço deve haver para a contestação? Para pensamentos diferentes? E que espaço há realmente?

Citação:

pontosvista
Em primeiro lugar penso que deveríamos evitar falar dos intervenientes nos debates e falar apenas das ideias. Quando não respeitamos este princípio de precaução é muito fácil que as coisas descarrilem.

Plenamente de acordo.

Ze escreveu: O problema parece-me ser de quem quer acreditar que dentro da Igreja não há espaço para essas pessoas. Geralmente essas pessoas são amesquinhadas e lá vêm as palavras "a la carte", "relativismo", etc.

---As pessoas podem ser aceites e devem ser aceites na igreja ou em qualquer lado, se eles nao derem nas vistas ate ninguem o sabe.

Colocarei então a questão de outro modo. As pessoas que dentro da Igreja contestam pontualmente posições do Papa ou do Vaticano, ou contestam até a mentalidade e os mecanismos actuais dos mesmos, estão erradas? Estão sempre erradas, quase sempre erradas, quase nunca erradas? Essa questão sequer coloca-se, ou para algumas pessoas quem contesta está sempre errado, ponto final parágrafo?

Que espaço é deixado para o espírito crítico? Que espaço é deixado para a consciência individual?

As pessoas que andam na igreja, que vao a igreja aceitam o que o Papa diz e quer ver nos seus fieis.

Como por exemplo: numa casa onde haja filhos, se os pais dialogarem com eles e os filhos aceittarem tudo bem; se nao aceitam sao uns revoltados.

Eu conheco muitos pais que dominam e muito bem os seus filhos; Dizem-lhes; enquanto estiverdes debaixo do meu tecto e assim que deveis ser e fazer!!! Que acham e bem ou mal?

Ou sera melhor deixa-los ir pelo caminho da droga, da prostituicao, etc.

Rita, também aceitarias o que disseram estes Papas, se vivesses no tempo deles?

Rita, a Igreja é mãe, mas quem fez do Papa pai? O Pai nosso está nos céus, não está sentado no Vaticano... Essa tua analogia não faz muito sentido...

Citação:

Rita
As pessoas que andam na igreja, que vao a igreja aceitam o que o Papa diz e quer ver nos seus fieis.

Isso não é assim nem nunca foi. Se assim fosse o Papa seria o dono dos fiéis e da Igreja.

Não esqueças que já S. Paulo censurou S. Pedro.

pontosvista

Ze

Quando entras numa sala de aula. Nao tens de aprender o que tem destinado para tu aprenderes e passar de ano?

Quando tiras as cartas de conducao. Quem ensina o aluno ou o instrutor?

Respondo com outra pergunta. Rita, se fores ao cinema com os teus irmãos (se os tiveres), quem decide que filme vão ver? Tu ou o teu irmão mais velho?

Eu vejo as coisas assim...se nao as virmos assim; somos uns revoltados!


Eu ainda ontem falei com um director de uma escola. Por acaso tinha fotos das minhas ferias em Portugal e na Espanha onde o meu filho terminou o Mestrado. Ontem ouvi dessse director; "so podes ser uma boa mae" eu nem tive palavras para responder...

Ze

A essa pergunta nem sei responder...e coisa que nao gosto:-) fui uma vez ver um filme!

E como reagias se um dos teus irmãos te começasse a dar ordens e a querer mandar em ti?

Tu depende dos conselhos que ele me queria dar...ha irmaos bons e irmaos maus...