Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 10 de March de 2007 01:45

O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)

Muitos sacerdotes são meus amigos; outros constituem para mim um enigma, porque não sou capaz de saber e discernir porque é que foram sacerdotes. Poderiam ter sido directores de uma empresa, bancários, pequenos comerciantes... A mim não me compete emitir juizos, porque estou seguro que Deus vê o que eu não vejo. Mas tenho expectativas (porque tenho experiências). Conhecço sacerdotes que se vivem "uma vida boa": vinho, mulherees, eventos culturais (ou que se consideram como tais), têm móveis de luxo, compram automoveis de gama alta, vão aos melhores restaurantes...


Conheço sacerdotes que são puros tecnocratas do poder, não do poder espiritual, oh, oh, mas do poder administrativo, do poder organizativo. Quando os vejo, não consigo pensar que estão "ao serviço dos mais fracos e dos mais pobres". Estão ao serviço dos grandes senhores da política, da sociedade e da Igreja! Dá-me medo a sua frieza glacial.


Conheço sacerdotes, cujo ideal, se tem algum, é não serem identificados como tal. Querem permanecer no anonimato. Alguns fazem isto - tenho que admiti-lo - por razões que são compreensiveis: não querem continuar a ser "o senhor prior", o "senhor abade"; o "reverendissimo"... Mas às vezes fazem isto por terem medo de não estarem à altura das esperanças que nós depositamos neles quando os reconhecemos como sacerdotes.


Conheço sacerdotes que olham para os leigos como pessoas que não são tão "santas" como eles. Aos leigos utilizam-nos, de vez em quando, como figuras do tabuleiro de xadrez pastoral. Há clérigos que se servem de nós, os leigos, como se fossemos um "material" nas suas mãos. Algumas vezes assunstam-se quando lhes digo que não podem fazer o que eles querem, porque tenho familia.


Conheço também sacerdotes a quem posso dirigir-me quando tenho vontade de escutar umas palavras que me dizem com naturalidade e sem segundas intenções; quando quero que me escutem realmente e não estão constantemente a escutar-se a si próprios. São sacerdotes que não colocaram uma placa à porta da casa paroquial: "Horas de atendimento: das 11 às 12 e das 16-17. Rogamos que que venham neste horário, a não ser em casos de urgência".


Conheço sacerdotes que, no meio de uma sociedade opulenta e satisfeita, vivem com simplicidade; não se vestem como "maltrapilhos", mas também não vestem trajes de luxo ou gravatas caras. Não se envergonham de fazer as tarefas da casa nem vacilam quando é preciso cuidar das crianças de uma família....
Conheço sacerdotes que quando dizem "irmãos e irmãs" o dizem de verdade e são dignos de crédito, porque estão persuadidos do fundo do coração que são irmãos de todos! Mas vejo muitos outros que não estão imbuidos do espírito do Novo Testamento. Em muitas casas paroquiais observo uma vida demasiado burguesa e demasiadas barreiras e comodidades... A alguns desses senhores fazia-lhes muito bem passar uns quantos meses com alguns colegas num cidade pobre do terceiro mundo ou até nos bairros periféricos de algumas grandes cidades, sem agua corrente, sem todas as comodidades. Essa experiência bastaria... Não estou contando histórias, mas realidades!

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 10 de March de 2007 01:46

Gostei de ler este texto. Parece-me sério, colocando as questões com sinceridade.
Realmente precisamos de padres mais santos, mais autênticos, mais servidores do serviço, não "funcionários do serviço"!
Por outro lado, magoa-me que ainda não tenhamos percebido que os leigos tb são Igreja, tb têm de ser santos, também têm de ser autênticos e servidores! Na Igreja, o MODELO é Cristo! Cristo nunca falha, nunca engana, nunca desilude.
Às vezes dá a ideia de que somos cristãos por causa do padre! Quando assim é, a desilusão pode sempre surgir!
Depois, exige-se tanto do padre como se ele fosse um Deus! Chego a pensar que, pelo modelo de padre apresentado por certos pregadores e por muitos leigos, São Pedro nem sacristão teria sido, quanto mais Papa!
Ou serão restos de um clericalismo que tarde a extinguir-se???

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 10 de March de 2007 01:47

E se puséssemos a questão ao contrário...
O QUE UM SACERDOTE ESPERA DOS LEIGO?

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 10 de March de 2007 22:47

O que é que eu espero do meu sacerdote ?!

YeSHUA MESHIAH (Jesus Cristo) é o meu sacerdote. O que é que eu espero d'Ele ?!

Resposta:

«Que venha o mais depressa possível dar um pouco de LUZ a este mundo tenebroso».

(Apocalipse 22,20)

Citação:
Apocalipse 22
20*O que é testemunha destas coisas diz:
'Sim. Virei brevemente.'»

- Ámen! Vem, Senhor Jesus!

21*A graça do Senhor Jesus esteja com todos vós.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 12 de March de 2007 14:57

Esperamos tudo de nossos padres e cobramos tudo... somos muito rígidos com eles.
Esquecemos de sua humanidade e de seus possíveis conflitos...sempre haverá a dúvida , a angústia , a consciência a perguntar se tudo está certo...
cobramos muito,muito...tudo que oferecemos cobramos em triplo deles.
queremo-los mais santos, mais caridosos, mais disponíveis, mais engajados, mais cultos, mais ascetas, etc.
Porque fazemos isso com nossos padres?

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 13 de March de 2007 09:41

Porque é assim que a estrutura está montada.

Não há espaço para um leigo e a sua família. Paulo trabalhava para além de pregar. O sacerdote profissional era típico do paganismo. No Judaismo, o serviço ao Templo era rotativo.

Havia profissionais da religião, rabis, mestres e pregadores mas muitos deles senão a maioria tinha outras profissões de que viviam e se sustentavam.

Longe de mim querer que os Padres ainda trabalhem mais do que fazem. Mas existem milhares de coisas, de pequenas coisas de que um padre não deveria ser exclusivo.

Eu não quero que um padre seja por decreto aquilo que eu quero. Eu já me contentava que alguns, mesmo poucos fossem os pontos de referência, os sinais de que precismos para seguir a pista de Deus.

Será que todos os padres precisam de ser teólogos brilhantes, biblistas empenhados, ecónomos e gestores paroquiais de sucesso, confessores piedosos, directores espirituais iluminados, animadores incansáveis e ainda homens com quem se pode conversar?

Uff... Neste momento o que ser é Super-Homens!

A resposta continua agora e sempre na comunidade e na partilha. Dividir tarefas, confiar aos outros sejam eles homens, mulheres, celibatários ou casados.

No meu entender, um padre é antes demais um treinador. Aquele que conhece as suas ovelhas pelo nome e que as poe a render os talentos onde são melhores.

Em comunhão

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 13 de March de 2007 17:30

Tenho um padre meu amigo que recusa o título de pastor. Diz que pastor só há um - o Bom Pastor... e que os padres, quando muito , são cães .
Sem ofensa. Cão-pastor, diz ele, entenda-se, essa raça fiel e confiável que tem como missão, precisamente defender as ovelhas do mal...e dos predadores.
Bem, mas esse amigo tem sentido de humor. O que é raro num padre.
Quanto á ideia do padre personnal trainer, édivertida, mas prefiro outro que não padre.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 13/03/2007 17:31 por catolicapraticante.

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 21 de March de 2007 18:27

Relativamente ao que faz parece-me melhor ser chamado de presbítero, superintendente ou ancião. Eram assim, no tempo dos Apóstolos.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 26 de March de 2007 18:08

A praga do Papa - 26/03/2007 - 08:51

Wagner Pedro Menezes

Foras do contexto, soaram duras e até inaceitáveis as palavras do papa sobre o segundo casamento, uma praga. Se o ponto final fosse esse, realmente provocaria algo mais, exclamações, discordâncias... Mas a afirmativa – que não é inédita, pois seu antecessor já havia dito o mesmo a respeito do divórcio – vai além, quando diz que as segundas núpcias são “uma verdadeira praga do ambiente social contemporâneo, que vai progressivamente corroendo os próprios ambientes católicos”. Portanto, não é um mal isolado. Tem origem e traz conseqüências.

O que muda na afirmativa? Muito! Aliás, do ponto de vista da ironia, o humorista José Simão nos diz que “praga seria o primeiro casamento, pois que o segundo seria reincidência”. Já para a terapeuta norte-americana Peggy Vanghan “é irrelevante saber se nascemos ou não com predisposição à infidelidade, pois, diferentemente de animais não racionais, nós fazemos escolhas”. A opção é nossa.

Já meus avós, para os quais praga de padre (imagine do papa!) era um castigo irremediável, ensinavam que casamento verdadeiro exigia um pressuposto: amor. Sem ele, as maldições viriam independentes de qualquer praga lançada sobre o casal. Sequer as bênçãos do padre, da Igreja, do papa, seriam eficientes na anulação dos efeitos nocivos de um ato impensado, inconseqüente, irresponsável. Sem amor, uma bênção pode se transformar em maldição.

Eis “uma praga do ambiente social contemporâneo”. Os casamentos modernos, em sua grande maioria, perderam o encanto, a força de um compromisso de honra. Outrora, primeiro passo para a constituição de uma família senão de fé, ao menos feliz. Nossos relacionamentos, apressados pelo corre-corre, pelos “fas food”, pela praticidade do “ambiente social”, faz da constituição familiar mais um ato de conveniência e conivência, ao invés de atitude de convivência entre duas pessoas. Escolhas mal feitas!

Dessa forma, as críticas às palavras do papa foram precipitadas e equivocadas. O sumo pontífice apenas evidenciou um mal facilmente constatável em nossas cerimônias de núpcias, um erro que se alastra à medida que nossas relações se constroem sobre a superficialidade de um momento, uma conveniência ou sei-la-o-que, menos amor verdadeiro. O papa detecta um erro e o condena, ao mesmo tempo em que estende a mão aos que incorrem no erro “para ajudar espiritualmente e de modo adequado os fiéis implicados”.

Para D.Gil Moreira, bispo de Jundiaí “praga não é o casal, propriamente”, mas o erro do qual são vítimas e “quando o papa diz que há uma praga social, é no sentido de que a sociedade tem princípios efêmeros. As coisas acabam e não têm caráter definitivo”.

Aliás, bem conhecemos os malefícios de uma praga, seja em nossas aspirações pessoais, quando tudo contribui para o insucesso de um objetivo, seja no cultivo de uma planta ou lavoura maior, quando pragas e doenças impedem uma colheita outrora promissora. Assim também as pragas do divórcio, das infidelidades, da desagregação familiar. Por mais eficientes que sejam os antídotos que usamos, sempre haverá conseqüências. O remédio contra a ação de uma praga não é um paliativo suave, um xarope adocicado contra uma tossezinha qualquer. É amargo. É radical. O papa disse tudo: “progressivamente, vai corroendo os próprios ambientes católicos”. Todavia, não usou do radicalismo, pois que deixa entreaberta a porta da misericórdia divina: “padres e bispos são obrigados a discernir bem as diferentes situações”. Bento XVI detecta uma praga, enquanto aponta para o lenitivo da misericórdia. Pois errar continua característica humana, mas perdoar é sempre divino. Amor implica em fidelidade. Deus é fiel.

www.catolicanet.com.br

Fonte: Wagner Pedro Menezes
Local:Assis (SP) Inserida por:

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 26 de March de 2007 20:56

No documento original, em italiano, o papa falou de "piaga" e foi por uma má tradução que colocaram em português "praga". A palavra "piaga" quer dizer "chaga", não "praga", mas como a igreja já tem esse mal costume de atacar os casamentos que não seguem os moldes "vaticanos" então acaba não fazendo mesmo tanta diferença. Os conservadores adoraram o termo "praga". Alguns bispos até falam de um tal "contexto" para entender a tal "praga do papa", ninguém nem se questionou se convinha que um papa ficasse lançando pragas, nem se perguntou se era o caso, na verdade parece que vindo do papa pragas são coisas comuns. Que coisa! e que coisa mais triste!

De qualquer forma, a bem da verdade, dessa vez o papa não teve culpa da trapalhada que fizeram.



Editado 1 vezes. Última edição em 26/03/2007 21:09 por firefox.

Re: O QUE UM LEIGO ESPERA DE UM SACERDOTE (Michael Albus)
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de March de 2007 23:07

Realmente, é um disparate completo.

católica praticante



Desculpe, apenas utilizadores registados podem escrever mensagens neste fórum.
Por favor, introduza a sua identificação no Fórum aqui.
Se ainda não se registou, visite a página de Registo.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.