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Pela vida
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de January de 2007 15:59

"A história passa-se no final de 2005. Uma adolescente de 14 anos entra no Hospital de Santa Maria com uma overdose de misoprostol, vulgo Citotec, o medicamento para o estômago liberalizado nos últimos cinco ou seis anos como método abortivo auto-induzido que resulta em inúmeras sobredosagens diagnosticadas nas urgências. Ana - chamemos-lhe Ana, é curto e serve - tomou 64 comprimidos. Remetida de um hospital de periferia, chega "já em choque" a Santa Maria, com "alterações vasculares importantes ao nível do tubo digestivo". Em bom português, a Ana está toda rebentada por dentro. A operação não a salva.

Ana estava de 20 semanas. Mais dez que aquelas que a pergunta do referendo prevê e mais oito que as 12 previstas na lei em vigor para casos de "risco para saúde física ou psíquica da grávida".

Talvez, se Ana tivesse tido a ideia e a coragem de, com ou sem os pais, ir a um hospital às dez semanas de gravidez, um médico compassivo lhe tivesse resolvido "o problema", considerando que a gravidez numa menina de 14 anos pode constituir um grave risco para a saúde. Nunca saberemos. O que se sabe é que a lei não abre excepções para meninas de 14 anos - mesmo se, aos 14 anos, nem sequer se é imputável criminalmente.

O que se sabe é que a lei diz que toda a gravidez "normal" que não seja entendida como fruto de crime de violação deve ser levada a termo, com carácter de obrigatoriedade e sob ameaça de três anos de prisão.

E que mesmo nos casos como o da Ana, cujo acto, pela idade da autora, estaria automaticamente despenalizado, a pena pode ser a morte. A morte por aborto, em 2005, por ausência de acesso a uma interrupção de gravidez médica e segura.
"

É.

católica praticante

Re: Pela vida
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de January de 2007 16:17

Doze razões
por Vital Moreira

Sou a favor da despenalização do aborto, nas condições e limites propostos no referendo, ou seja, desde que realizado por decisão da mulher, em estabelecimento de saúde, nas primeiras dez semanas de gravidez. Eis uma recapitulação das minhas razões.
1.ª - O que está em causa no referendo é decidir se o aborto nessas condições deve deixar de ser crime, como é hoje, sujeito a uma pena de prisão até 3 anos (art. 140.º do Código Penal). Por isso, é francamente enganador chamar ao referendo o "referendo do aborto" ou "sobre o aborto", como muita gente diz. De facto, não se trata de saber a posição de cada um sobre o aborto (suponho que ninguém aplaude o aborto), mas sim de decidir se a mulher que não se conforma com uma gravidez indesejada, e resolve interrompê-la, deve ou não ser perseguida e julgada e punida com pena de prisão.
2.ª - Não há outro meio de deixar de punir o aborto senão despenalizando-o. Enquanto o Código Penal o considerar crime (salvas as excepções actualmente já existentes), ninguém que pratique um aborto está livre da humilhação de um julgamento e de punição penal. Quem diz que não quer ver as mulheres punidas, mas recusa a despenalização, entra numa insanável contradição. Não faz sentido manter o aborto como crime e simultaneamente defender que ele não seja punido.
3.ª - A actual lei penal só considera lícito o aborto em casos assaz excepcionais (perigo grave para vida ou saúde da mulher, doença grave ou malformação do nascituro, violação). Ao contrário do que correntemente se diz, a nossa lei não é igual à espanhola, que é bastante mais aberta do que a nossa e tem permitido uma interpretação assaz liberal, através da cláusula do "perigo para a saúde psíquica" da mulher. Por isso, a única saída entre nós é a expressa despenalização na primeira fase da gravidez, alterando o Código Penal, como sucede na generalidade dos países europeus.
4.ª - A despenalização sob condição de realização em estabelecimento de saúde autorizado (por isso não se trata de uma "liberalização", como acusam os opositores) é o único meio de pôr fim à chaga humana e social do aborto clandestino. Esta é a mais importante e decisiva razão para a defesa da despenalização. Nem a ameaça de repressão penal se mostra eficaz no combate ao aborto, nem a sua legalização faz aumentar substancialmente a sua frequência. A única coisa que se altera é que o aborto passa a ser realizado de forma segura e sem as sequelas dos abortos clandestinos mal-sucedidos. Por isso, se pode dizer que a legalização do aborto é uma questão de saúde pública.
5.ª - Se se devem combater os factores que motivam gravidezes indesejadas, é humanamente muito cruel tentar impô-las sob ameaça de julgamento e prisão. É certo que hoje há mais condições para evitar uma gravidez imprevista (contraceptivos, planeamento familiar, etc.). Mas a sociologia é o que é, mostrando como essas situações continuam a ocorrer, em todas as classes e condições sociais, mas especialmente nas classes mais desfavorecidas, entre os mais pobres e menos cultos, que acabam por ser as principais vítimas da proibição penal e do aborto clandestino (até porque não têm meios para recorrer a uma clínica no estrangeiro...).
6.ª - A despenalização do aborto até às 10 semanas é uma solução moderada e, mesmo, comparativamente "recuada", visto que em muitos países se vai até às 12 semanas. Por um lado, trata-se de um período suficiente para que a mulher se dê conta da sua gravidez e possa reflectir sobre a sua interrupção em caso de gravidez indesejada. Por outro lado, no período indicado o desenvolvimento do feto é ainda muito incipiente, faltando designadamente o sistema nervoso e o cérebro, pelo que não faz sentido falar num ser humano, muito menos numa pessoa. Como escrevia há poucos dias um conhecido sacerdote católico e professor universitário de filosofia: "A gestação é um processo contínuo até ao nascimento. Há, no entanto, alguns "marco" que não devem ser ignorados. (...) Antes da décima semana, não havendo ainda actividade neuronal, não é claro que o processo de constituição de um novo ser humano esteja concluído."
7.ª - Só a despenalização e a "desclandestinização" do aborto é que permitem decisões mais ponderadas e reflectidas, incluindo mediante aconselhamento médico e psicológico. Embora o referendo não verse sobre os procedimentos do aborto legal, nada impede e tudo aconselha que a lei venha a prever uma consulta prévia e um período de dilação da execução do aborto, como existe em alguns países. Aliás, o anúncio de tal propósito poderia ajudar o triunfo da despenalização no referendo, superando as hesitações daqueles que acham demasiado "liberal" o aborto realizado somente por decisão desacompanhada da mulher.
8.ª - A despenalização do aborto nos termos propostos não viola o direito à vida garantido na Constituição, como voltou a decidir o Tribunal Constitucional, na fiscalização preventiva do referendo. No conflito entre a protecção da vida intra-uterina e a liberdade da mulher, aquela nem sempre deve prevalecer. O feto (ainda) não é uma pessoa, muito menos às dez semanas, e só as pessoas são titulares de direitos fundamentais e, embora a vida intra-uterina mereça protecção, inclusive penal, ela pode ter de ceder perante outros valores constitucionais, nomeadamente a liberdade, a autodeterminação, o bem-estar e o desenvolvimento da personalidade da mulher. Mas a punição do aborto continua a ser a regra e a despenalização, a excepção.
9.ª - A decisão sobre a legalização ou não do aborto não pode obedecer a uma norma moral partilhada só por uma parte da sociedade. Ninguém pode impor a sua moral aos outros. É evidente que quem achar, por razões religiosas ou outras, que o aborto é um "pecado mortal" ou a violação intolerável de uma vida, não deve praticá-lo. Pode até empregar todo o proselitismo do mundo para dissuadir os outros de o praticarem. Mas não tem o direito de instrumentalizar o Estado e o direito penal para impor aos outros as suas convicções e condená-los à prisão, caso as não sigam. A despenalização do aborto não obriga ninguém a actuar contra as suas convicções; a punição penal, sim.
10.ª - A despenalização é a solução a um tempo mais liberal e mais humanista para a questão do aborto. Liberal - porque respeita a liberdade da mulher quanto à sua maternidade. Humanista - porque é o único antídoto contra as situações de miséria e de humilhação que o aborto clandestino gera. Quando vemos tantos autoproclamados liberais nas hostes do "não", isso é a prova de que o seu liberalismo se limita à esfera dos negócios e da economia, parando à porta da liberdade pessoal. Quando vemos tanta gente invocar o "direito à vida" do embrião ou do feto para combater a despenalização, ficamos a saber que para eles vale mais impor gravidezes indesejadas (e futuros filhos não queridos) do que a defesa da liberdade, da autonomia e da felicidade das pessoas. Se algo deve ser desejado, devem ser os filhos!
11.ª - Na questão da despenalização do aborto é verdadeiramente obsceno utilizar o argumento dos custos financeiros para o SNS. Primeiro, o referendo não inclui essa questão, deixando para a lei decidir sobre o financiamento dos abortos "legais". Segundo, mesmo que uma parte deles venham a ser praticados no SNS, o seu custo não deve comparar desfavoravelmente com os actuais custos da perseguição penal dos abortos, bem como das sequelas dos abortos mal sucedidos.
12.ª - A despenalização do aborto, nos termos moderados em que é proposta, será um sinal de modernização jurídica e cultural do país, colocando-nos a par dos países mais liberais e mais desenvolvidos, na Europa e fora dela (Estados Unidos incluídos). A punição penal do aborto situa-nos ao lado de um pequeno número de países mais conservadores e mais influenciados pela religião (como a Irlanda e a Polónia). Mas por que motivo um Estado laico deve pautar o seu Código Penal por normas religiosas? "

Vital Moreira

(Público, Terça-feira, 23 de Janeiro de 2007)

católica praticante

Re: Pela vida
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de January de 2007 16:25

Um texto notável de Pacheco Periera, no Abrupto


"O que me desagrada nesta campanha - feita mais para os homens do que para as mulheres - é que ela passa ao lado, mais do que isso, desrespeita, ignora, menospreza, o carácter essencialmente existencial, vivido, do problema do aborto. É por isso que o aborto é mais uma questão das mulheres, como é a maternidade, e não é totalmente extensível e compreensível aos homens.

Este é um dos casos que esquecemos muitas vezes, quando achamos que a igualdade é algo de adquirido sob todos os aspectos, e que tem a ver apenas com a sociedade, a economia, a cultura e o direito.

Não, pelo contrário, há desigualdades, "diferenças" no dizer politicamente correcto, estruturais entre os seres humanos, uma das mais fundamentais é a que a maternidade introduz entre homens e mulheres.

E para as mulheres, que, quase todas, ou abortaram ou pensaram alguma vez em abortar, ou usam métodos conceptivos que à luz estrita do fundamentalismo são abortivos, o aborto de que estamos a falar neste referendo não é uma questão de opinião, argumento, razão, política, dogmática, mesmo fé e religião.

Também é, mas não só. É uma questão de si mesmas consigo mesmas, íntima, própria, muitas vezes dolorosa e nalguns casos dramática.

Não é matéria sobre que falem, se gabem, argumentem ou esgrimam como glória ou mesmo como testemunho.

Não é delas que vem esta estridência, nem é por elas que vêm os absurdos do telemóvel, do pinto, do ovo, do Saddam Hussein, do coraçãozinho. É mais provável que sintam tudo isso mais como insultos do que como argumentos que lhes suscitem a atenção.

No seu silêncio votarão ou abster-se-ão, mas é por elas, por si, pelo seu corpo, pelos seus filhos, pelo seu destino, pela sua vergonha, pela sua dor, pela sua miséria, pelas suas dificuldades económicas, pela sua vida, pelos seus erros, pelas suas virtudes.

É verdade que, como em todas coisas, há irresponsabilidades, há mulheres irresponsáveis nos abortos que fazem, como nos filhos que fazem, mas duvido muito que sejam a regra.

A regra é que aborto é sofrimento, físico e psicológico, e é sobre esse sofrimento que vamos votar. Eu vou votar sim, mas admito que, exactamente com a mesma consciência do mesmo problema, haverá quem vote não.

Mas os moderados, estranha palavra rara no meio desta estridência, não podem deixar de recusar este folclore que infelizmente nalguns casos torna príncipes da Igreja iguaizinhos ao Bloco de Esquerda e vice-versa.

Se percebêssemos esse silêncio interior da maternidade, mesmo quando dilacerada pelo aborto, seríamos menos arrogantes, menos estridentes, menos obscenos nas campanhas."


Sublinhados meus

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 29/01/2007 16:26 por catolicapraticante.

Re: Pela vida
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 29 de January de 2007 20:51

Notável mas parcial, então e a outra parte, será que é apenas a mulher que sofre na questão do aborto?

O que Pacheco Pereira diz seria certo, se o aborto não afectasse de per si uma vida humana que em outras condições a mesma sociedade protege e na mesma lei. Mas a verdade é que afecta e irremediavelmente.

O Pacheco Pereira erra quando quer outorgar prioridade à vontade da mãe como um valor mais digno de ser garantido pelo estado que uma vida humana, neste caso a da criança por nascer. O estado não deve dar aos indivíduos um direito legal aberrante, que é o de dispor de vidas alheias segundo a sua livre vontade e conveniência.

O Pacheco Pereira não está a ver a questão essencial.

Epafras

Re: Pela vida
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 29 de January de 2007 21:05

Ou seja, desligam-se da ética para ficar nas politiquisses. É o que mais se vê no pessoal pelo SIM. Interessa apenas combater o aborto clandestino. Que é para que o estado receba o dinheiro pelos impostos. Bruxo! Falam de negociatas dos outros mas eles não ficam atrás. Estão a perder dinheiro para os espanhois. E isso não pode ser. De resto nada mais interessa.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Pela vida
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de January de 2007 23:40

Hum... O que interessa é o dinheiro, já tinha reparado.

Há quem tenha outros valores.


Quem é pela vida, não se perde com minudências economicistas.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 29/01/2007 23:41 por catolicapraticante.

Re: Pela vida
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 00:04

Taliban,

por isso é que o governo e os do SIM não são pela vida. Os do NÃO querem preservar a vida do Ser Humano e da mulher também, oferecendo ajuda séria. Os do SIM oferecem o aborto que deixa mágoas para sempre e não é garantido que tenham ajudas. Oferece o aborto bem feito e depois vai à tua vidinha.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Pela vida
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 00:45

Quem ler estes posts fica com a doce ilusão de que uma mulher gravida, traz dentro de si um bocado de pastilha elastica. Depois do Parto é um bebé. Uma hora antes do parto não é nada. Um mes antes do parto nada é. Quatro meses antes do parto é nada e por ai fora.
A mulher é vitima sim, da hipocrisia daqueles que querem tornar livre o acto de matar. A mulher passa a conviver toda a sua vida com o trauma de ter assassinado.

Chantagem psicológica barata.
Outra Forista teria usado o termo pornografia intelectual...
É um abuso.Se esta lei iniqua fosse aprovada, a jovem estava fora do prazo previsto.
Não deixa de ser curioso porque é que os mais altos responsaveis da Ordem dos médicos dizem ser contra o aborto, e lutam pelo não.
Afinal a ciencia medica sem a etica seria uma coisa pouco nobre.

Re: Pela vida
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 00:52

Paulo, falaste muito bem. E só te digo que no prós e contras, os do NÃO estão a dar um baile aos do SIM que é coisa vista.

Os do SIM falam apenas em liberdade sem freios e dar o total acordo para se poder abortar sem qualquer restringimento. E borrifam-se completamente para o Ser Humano.Querem a tal legalização do aborto às 10 semanas. Poder abortar sem qualquer penalização e criminalização e portanto a sua legalização. E ainda dizem que são contra o aborto. Pois sim....

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho



Editado 1 vezes. Última edição em 30/01/2007 13:47 por rmcf.

Re: Pela vida
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 17:17

Não há outro meio de deixar de punir o aborto senão despenalizando-o.

Enquanto o Código Penal o considerar crime (salvas as excepções actualmente já existentes), ninguém que pratique um aborto está livre da humilhação de um julgamento e de punição penal.

Quem diz que não quer ver as mulheres punidas, mas recusa a despenalização, entra numa insanável contradição.

Não faz sentido manter o aborto como crime e simultaneamente defender que ele não seja punido.

Ao contrário do que correntemente se diz, a nossa lei não é igual à espanhola, que é bastante mais aberta do que a nossa e tem permitido uma interpretação assaz liberal, através da cláusula do "perigo para a saúde psíquica" da mulher. Por isso, a única saída entre nós é a expressa despenalização na primeira fase da gravidez, alterando o Código Penal, como sucede na generalidade dos países europeus.

A despenalização sob condição de realização em estabelecimento de saúde autorizado (por isso não se trata de uma "liberalização", como acusam os opositores) é o único meio de pôr fim à chaga humana e social do aborto clandestino.

Esta é a mais importante e decisiva razão para a defesa da despenalização.

Nem a ameaça de repressão penal se mostra eficaz no combate ao aborto, nem a sua legalização faz aumentar substancialmente a sua frequência.

Se se devem combater os factores que motivam gravidezes indesejadas, é humanamente muito cruel tentar impô-las sob ameaça de julgamento e prisão."
vITAL MOREIRA , pÚBLICO.

católica praticante

Re: Pela vida
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 17:55

Estou em querer que há pessoas que sabem melhor do que tu sobre leis que pensam exactamente o contrário.

Para Jorge Miranda, se a intenção do legislador fosse a de despenalizar, «nem valeria a pena levar a questão a referendo», considerando que «na prática» já se verifica a despenalização, ao não existirem mulheres presas pela prática de aborto.

Em comunhão

Re: Pela vida
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 19:19

"nem a sua legalização faz aumentar substancialmente a sua frequência."

Os dados que vi por aí relativos aos países que legalizaram o aborto indicavam que nos primeiros anos havia um crescimento acentuado. O que é normal, pois quem já o fazia vai continuar a fazê-lo e muita gente que poderia ser dissuadida pelas dificuldades (custo, risco, reprovação social) deixa de o ser e passará a fazê-lo.

pontosvista

Re: Pela vida
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 20:50

Pontos de Vista:

È precisamente o contrário.

Havendo apenas o aborto clandestino como recurso, com finalidades estritamente lucrativas, muita gente que poderia ser dissuadida a deixar de fazer abortos, através de aconselhamento, apoio médico, económico social e até jurídico, nunca tem essa ajuda e não tem outra escolha.

Não é o medo do julgamento, da prisão ou mesmo da morte que impede uma mulher de interromper uma gravidez se ela de facto decidir faze-lo ou se estiver em tais condições de aflição que não tem outra saída.

Dizer que é preciso ameaçar as mulheres com o julgamento e a prisão para as impedir de abortar mesmo que isso implique a sua morte e ao mesmo tempo apregoar a que não se quer penalizar as mulheres não é apenas um absurdo e uma contradição - é a mais reles hipocrisia.

E mais - todos os anos morrem mulherees em portugal vítimas de aborto clandestino. Todos os dias duas a três mulheres nos chegam ás urgências a esvaírem-se em hemorragias.

Quem é pela vida não pode conformar-se com esta realidade e votar para que tudo fique na mesma.

Neste momento o aborto está liberalizado na clandestinidade.Há quem queira que tudo se mantenha assim.


Citação:
Tilia
"Estou em querer que há pessoas que sabem melhor do que tu sobre leis que pensam exactamente o contrário"

Não coloquei a minha opinião pessoal ou o meu penasamento mas a explicação de um ilustre professor de Direito e eminente constitucionalista.
Duvido que saiba menos de leis que o colega Miranda.

Mas, em termos de Connstituição da República POrtuguesa sabe de certeza - foi ele quem redigiu parte dela.

católica praticante



Editado 3 vezes. Última edição em 30/01/2007 21:03 por catolicapraticante.

Re: Pela vida
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 22:53

Citação:
Quem é pela vida não pode conformar-se com esta realidade e votar para que tudo fique na mesma.
Taliban,

ficar tudo na mesma? Não deves andar muito atenta pois as inúmeras instituições de apoio à mulher não oferecem presentes envenenados como o aborto que só lhes prejudicam a saúde e a vida para sempre. Estas instituições trabalham para os outros tal como o governo deveria fazer, e não lavar as mãos ao legalizar completamente aborto até às 10 semanas.
É assim que se deve trabalhar. Trabalhar para melhorar a vida real das pessoas e não trabalhar para prejudicar a vida das mesmas. Apenas querem controlar o aborto e não acabar com ele. Deixam a ética de lado e apenas vêem as leis sem dar importância ao Ser Humano. Viu-se no debate de ontem na RTP1. Ignoram a vida que existe e não querem minimamente saber dela. Só mesmo em abortar. E viva o facilitismo rápido e falso! E assim se enganam as pessoas.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho



Editado 1 vezes. Última edição em 30/01/2007 22:54 por s7v7n.

Re: Pela vida
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de January de 2007 23:20

Citação:
catolicapraticante
E mais - todos os anos morrem mulherees em portugal vítimas de aborto clandestino. Todos os dias duas a três mulheres nos chegam ás urgências a esvaírem-se em hemorragias.


2 a 3 por dia significa 700 a 1000 por ano, ou seja se realmente forem realizados uns 20 mil abortos por ano significa que uns 5 % deles tenham complicações. O que está de acordo com os dados que já anteriormente aqui tinha avançado.
Não é verdade que todos os anos morram mulheres. Aliás parece que a unica morte em 2005 não seria evitada por esta lei. De qualquer forma uma coisa é irrefutavel, cada aborto mata um ser humano e perante Deus não há seres humanos de 1ª e de 2ª,vale tanto a morte de um presidente como a de um mendigo, a de um milionario como a de um feto que não chega a nascer.

Re: Pela vida
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 31 de January de 2007 00:00

Confesso a minha incapacidade para continuar com o tom deste debate. Mesmo apresentados dados estatisticos como o pontosvista faz, nada importa. A catolicapraticante está certa, o mundo está todo errado. E portanto ou mudamos para a sua opinião, ou começa o ataque habitual contra pessoas, o que vai aliás contra as regras do forum.
O Tilleul não é tilia. Mas tilleul,
Quando descemos a estes niveis de discussão, vemos o grau primário de falta de respeito pelo outro. Tal falta de respeito que tem sido abusiva e sem justificação, leva-me a não escrever rigorosamente mais nada sobre esta questão do aborto.
Não se trata ja de um dialogo, mas de um monologo insultuoso. Quanto a mim, já estou habituado aos "mimos".
Na presença de desiquilibrios, a unica posição é manter-me afastado.
Comentarei outros topicos que ajudem o nosso mutuo crescimento espiritual.
Como o meu amigo Tilleul, em Comunhão.

Re: Pela vida
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 31 de January de 2007 01:16

Citação:
Católica Praticante
Não é o medo do julgamento, da prisão ou mesmo da morte que impede uma mulher de interromper uma gravidez se ela de facto decidir faze-lo ou se estiver em tais condições de aflição que não tem outra saída.

Estas mulheres são aquelas que não deixarão de abortar por causa da liberalização. Para que algumas delas pudessem ser dissuadidas de fazer um aborto seria necessário que o aborto fosse encarado pelos serviços e pela lei como um mal, algo a evitar. Mas o que resulta da pergunta do referendo e do tom dos defensores do sim é que o aborto não é um mal mas sim um direito da mulher. Logo, ninguém parece empenhado em fazer um menor esforço para dissuadir uma mulher de fazer um aborto.

Contudo, além destas mulheres e destas situações actuais, uma liberalização como a que resultaria do sim ao referendo, levaria muitas outras mulheres a abortar: aquelas que agora não o fazem porque os riscos não compensam e aquelas que contariam com o aborto como recurso para as falhas da contracepção. Basta ver o que se passou com a pílula do dia seguinte: passou de último recurso a método regular de contracepção apesar dos perigos para a saúde da mulher.

pontosvista

Re: Pela vida
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 31 de January de 2007 01:38

Além de 2 outros factores adicionais:

1 - para muitas pessoas o legalmente permitido e o moralmente aceitavel confundem-se. Há muitas pessoas com moral legalicista

2 - a legalização do aborto aumentará a tolerancia cultural a essa pratica. A valorização de um acto é muito influenciada pelo meio ambiente. Com a legalização do aborto o ambiente cultural torna-se progressivamente mais permissivo com a pratica do aborto.

Re: Pela vida
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 31 de January de 2007 09:47

Católica Praticante,
Na natureza também há abortos. As principais causas são genéticas. Para mim um quadro legal do aborto sem causas não faz sentido. Por vezes as razões para abortar são fúteis e facilmente contornáveis. Por exemplo uma casa demasiado pequena pode ser a causa que leva ao aborto. Deveras ridícula numa sociedade onde há centenas de milhares de casas por habitar. Outro exemplo será o da noiva que quer abortar para não dar o desgosto à família de ir grávida para o casamento. Futuramente poder-se-á abortar por não se gostar da côr dos olhos, dos cabelos ou do sexo da criança. O problema da pergunta do referendo é que não se limita a propôr a despenalização. Define um quadro legal que quanto a mim não faz sentido. Quanto à utilização dos hospitais para aborto em massa a minha opinião é de que o acesso aos hospitais públicos para um possível aborto deve ser restrito e restrititivo. Outra questão é a tendência estatizante da vida. Hoje propôe-se estatizar o aborto e depois de amanhã até o poderão tornar coercivo. Para mim a vida é mais que um jogo de estatísticas. Espero que sejas
justa defensora do sim.

*=?.0

Re: Pela vida
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 31 de January de 2007 11:30

Citação:
Albino O M Soares
Por vezes as razões para abortar são fúteis e facilmente contornáveis. Por exemplo uma casa demasiado pequena pode ser a causa que leva ao aborto. Deveras ridícula numa sociedade onde há centenas de milhares de casas por habitar.

É que a economia está de vento em popa! O que por há mais por aí são casas boas com rendas baixas. 'tá-se mesmo a ver.
Aquela coisa do individamento das familias é mito. Só pode ser.
Ai ai...

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 31/01/2007 11:39 por Lena.

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