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Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 13:11

Ola
e apesar de todos os movimentos a escravatura ainda existe, na europa e no resto dos continentes...

Cumprimentos

Sérgio Lopes

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 15:59

Corpus Christi: entre o sagrado e o profano - 06/06/2007 - 16:22

A devoção ao Santíssimo Sacramento está na origem de muitas das páginas escritas de interesse religioso, cultural e popular que a História regista no nosso país.
Desde o século XII, quase não há em Portugal cidade ou lugar com alguma importância que prescinda da celebração da festa do Corpo de Deus, invocadora do "triunfo do amor de Cristo pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia". Ao longo dos tempos, estes festejos e a procissão que lhes corresponde são dos acontecimentos mais solenes e mais majestosos de quantos se realizam entre nós.

Olhar para as celebrações do Corpo de Deus é olhar para a história de um povo que tem fé e tem na devoção ao Santíssimo Sacramento uma das referências e um dos sinais mais antigos da sua fé cristã, de tal modo que a devoção ao Santíssimo Sacramento pode dizer-se apropriada pelo sentimento do povo português.

Desde a sua origem, a procissão do Corpo de Deus apresentou sempre duas facetas distintas: uma religiosa, outra profana. O espírito inventivo nacional cedo introduziu figuras gigantescas - certamente para dar maior espectacularidade ao desfile: Gigantes, o Demónio, a Serpente e o Dragão.

"É a memória do culto e devoção, de usos e costumes que se intrometeram, de desvarios, abusos e extravagâncias, denunciados por alguns mas mantidos, apreciados e até exigidos por muitos para quem, como é frequente, vale menos o rigor e a ortodoxia do que a alegria, o entusiasmo, a festa contagiosa, a tradição atraente", como explicava o Bispo do Porto, D. Armindo Coelho, numa homilia proferida nesta Solenidade.

As celebrações seiscentistas em Penafiel incluíam a obrigação de figurarem na procissão, além da nobreza, vinte e duas categorias profissionais, mesmo as mais modestas, como os jornaleiros e pastores. Era também obrigação que os nobres e mercadores se apresentassem no cortejo munidos de tochas, cabendo ainda a estes últimos, em parceria com os merceeiros, a oferta de um touro.Ainda hoje se mantém a tradição do cortejo profano, integrado na procissão: terno de clarins a cavalo, ajaezados à maneira do século XV, Bandeira Nacional ladeada por dois lanceiros em grande uniforme; séquito de cavalos ajaezados com xairéis e talizes armoriados. Serpe; Estado de S. Jorge, a cavalo, ladeado por dois criados; pagem a cavalo; Boi Bento; Carro Triunfal com anjinhos e encimado pela Figura da Cidade vestida à romana.

A figura da Coca (dragão) domina as festividades em Monção (Minho). Manifestação religiosa e popular celebrada, ao que se supõe, desde o final do século XIV, a festa da Coca continua a realizar-se no Dia do Corpo de Deus, com respeito pelas tradições que a caracterizam, desde há séculos.Pode surpreender o surgimento desta figura grotesca, mas na festa celebra-se o triunfo do amor de Cristo sobre o demónio, a vitória do bem sobre o mal, simbolizada no combate entre São Jorge e o dragão (sempre com o primeiro a sair vencedor).

Em Nisa (Alto Alentejo) o relevo da festa era enorme no século XVIII, quando se determinava que "cada uma das pessoas de cada casa fosse sujeita a incorporar-se no cortejo processionário, assim como os artífices das várias profissões". Os ferreiros traziam a imagem de São Jorge; os sapateiros, barbeiros, alfaiates, tecelões, cardadores e moleiros levavam, em andor, a imagem de São José. A procissão conserva, actualmente, uma dimensão significativa, onde desfilam os estandartes das instituições e colectividades.

Como em muitas outras localidades do país, Vila Verde, Concelho de Alijó, realiza uma majestosa Procissão, com belíssimos tapetes de flores - numa alusão ao povo de Jerusalém, que atapetou seus caminhos com flores e ramos de oliveira para a passagem de Jesus. Semanas antes, crianças, jovens, adultos, e mais idosos, iniciam a azáfama da procura e do corte de flores naturais, pelos campos, quintais e jardins particulares, cujos donos o permitam; amigos e vizinhos colaboram, pedem, colhem e transportam flores. s tapetes de flores não são inéditos ou originais de Vila Verde, talvez o que o distinga seja o facto de a aldeia se dividir em dois grupos, um designado "Capela" e que ornamenta as ruas da parte da frente da igreja e o outro, o "Cabo", encarregado das ruas traseiras da igreja.





Última Alteração: 16:22:00

Fonte: Agência Ecclesia
Local:Portugal

www.catolicanet.com.br

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 19:46

1. É um enorme disparate dizer que o Marquês do Pombal aboliu a escravatura em Portugal. O Marquês limitou-se a tomar duas medidas administrativas através de dois alvarás. No primeiro alvará de 19 de Setembro de 1761 proíbe-se a importação de escravos em Portugal Continental com o objectivo de canalizar todos os escravos disponíveis para o Brasil, como claramente refere o texto desse alvará: " … fazendo nos Meus Domínios Ultramarinos uma sensível falta para a a cultura das Terras e das Minas, só vêm a este continente ocupar os lugares dos moços de servir, que ficando sem cómodo, se entregam à ociosidade…".

O segundo alvará é emitido em 16 de Janeiro de 1773 aparentemente mais progressista que declarou livres todos os escravos cujas bisavós haviam sido livres, embora as mães e as avós tivessem sido escravas; bem como todos os filhos de escravas que nascessem desde a data do Alvará em diante. Estas medidas, porém, só se aplicavam ao Continente. Tinham uma intenção moral, pois os senhores não apenas usavam sexualmente as escravas, como não reconheciam os filhos que delas tivessem (escravo só tinha mãe, não tinha pai). Obviamente estes alvarás não podem ser considerados uma medida de abolição da escravatura.

Como informa o site Ministério da Cultura a abolição da escravatura em Portugal é oficialmente proclamada com a lei de 25 de Fevereiro de 1869, sendo que os primeiros escravos a serem libertados foram os de pertença do Estado, pelo Decreto de 1854, mais tarde, das igrejas, pelo Decreto de 1856.


2. Quanto ao papel do protestantismo na abolição da escravatura para além do já referido no meu post anterior passo a citar o que diz o dicionário de Filosofia Moral e Política do Instituto de Filosofia da Linguagem:


Citação:
As doutrinas abolicionistas surgiram no mundo cristão protestante (dos Quakers, em primeiro lugar, seguidos por outros grupos religiosos evangélicos), ainda no século XVII, na Inglaterra e nos EUA. Nestes territórios aquelas doutrinas constituíram-se num discurso humanitário centrado no apelo – anti-racionalista e anti-legalista – a um sentido moral intuitivo, oferecido por Deus a todos os homens. Este, associado a sentimentos tidos como próprios da natureza humana – a compaixão, a caridade, a piedade, a comunhão, a simpatia, e, sobretudo, o sentimento de identidade física, intelectual e espiritual entre as criaturas humanas criadas por Deus – objectivava-se no repúdio "empático" pelo sofrimento do escravo e, em conformidade com isso, no repúdio pelas leis civis que protegiam a relação senhor-escravo. O abolicionismo de matriz protestante foi também um discurso organizado em torno do conceito de pessoa natural e dos seus direitos, associados à satisfação de necessidades derivadas da vida física e espiritual privadas, independentes de qualquer garantia estadual ("os direitos naturais pertenciam ao escravo de uma forma tão inalienável como o sangue que corria nas suas veias...", Elizabeth B. Clack, 1993, p. 38). Subalternizava-se,com isso, os direitos do cidadão na sua vida pública – garantidos, mas não ao escravo, pelo governo –, face aos direitos da pessoa natural, "emanados da natureza, da vontade e das emoções do homem" (Ibidem, p. 41). Eram estes o direito à vida, à integridade física, à partilha dos recurso da natureza, à realização pessoal, à liberdade (de movimentos, de constituir família, de usufruir do produto do seu trabalho, etc.). Foi, finalmente, um discurso religioso, dominado pelas imagens cristãs do pecado, da culpa e do castigo divino. O combate à escravatura foi, por tudo isso, vivido, no mundo protestante, como uma missão evangélica, o que ajuda a perceber a militância dos seus seguidores, a forte institucionalização civil do movimento (até meados do século XIX, foram criadas dezenas de organizações antiesclavagistas, como a American Anti-Slavery Society, nos anos 30), a sua metodologia de mobilização da sociedade (nomeadamente por meio da divulgação de testemunhos da experiência vivida da escravatura, como a do afro-americano Frederick Douglass, Narrative of the Life of Frederick Douglass, 1845) e de intervenção junto do poder político. Foi ainda característico deste abolicionismo o predomínio, a partir dos anos 30, da defesa da abolição imediata, contrária às propostas gradualistas que se tinham desenvolvido na América e que defendiam uma abolição gradual, acompanhada do reenvio dos escravos libertos, como colonos, para África. A abordagem imediatista começou por ser a proposta dos abolicionistas afro-americanos, muito antes dos anos 30, e foi amplamente divulgada, a partir dessa época, por William Lloyd Garrison, num jornal radical intitulado The Liberator.
Na Europa e na América católicas, iluministas e liberais da primeira metade do século XIX, desenvolveu-se também um pensamento abolicionista, fundado na mesma condenação moral da escravatura e que acolheu registos do discurso protestante inglês e americano (a rentabilidade económica do trabalho livre, a humanidade do escravo, a ideia cristã da igualdade entre os homens), mas que, no geral, não se identificou com aquele que acabou por ser um dos seus tópicos identificadores, o imediatismo. No pensamento liberal de matriz iluminista, a ideia predominante foi sempre a de que a abolição devia ser um processo lento. Essa defesa do gradualismo, por um lado, a descrição de todas as implicações inerentes ao processo abolicionista, por outro, emprestaram aos raciocínios uma complexidade que o abolicionismo inglês e norte-americano não tinha comportado.

Fonte: Instituto de Filosofia da Linguagem

Epafras



Editado 1 vezes. Última edição em 07/06/2007 19:48 por Epafras.

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 08 de June de 2007 00:19

ola a todos
Porque é que é um grande disparate dizer que o Marques do Pombal aboliu a esctravatura?

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de June de 2007 01:42

Parece-me que não é disparate nenhum mas um facto histórico - Portugal foi o primeiro país do mundo com uma legislação abolicionista, muito antes dos países protestantes, nomeadamente Inglaterra e nos EUA.
E tenho a certeza absoluta que Pombal não sofreu nenhuma influência dos quakers.

Factos são factos.

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 08/06/2007 01:52 por catolicapraticante.

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 08 de June de 2007 09:16

O primeiro texto trazido pelo Epafras, reconhido de um site evangélico, oscila entre o ufanismo e a ingenuidade. Afora os erros históricos e de interpretação, parece que o autor evangélico lá não conhece nada dos católicos, pois nunca ouviu falar de S.Pedro Cláver, nem de Bartholomeu de Las Casas, nem parecer ter lido os sermões do Pe.Vieira. Isso só para citar alguns. Tb achei um tanto divertido o fato do autor lá não perceber que o santo protestante citado, leitor devoto do "Imitação de Cristo", foi formado na espiritualidade católica.

Enfim, a abolição da escravatura não é privilégio de ninguém, foi um longo e demorado processo e nenhum grupo religioso tem a autoria. É vergonhoso mas que o principal motivo para o fim da escravidão não foi tanto o direito humano, mas sim o lado econômico: o trabalhador livre ficou mais barato que o escravo. Aliás, se a abolição for privilégio de alguém, é todo ele da comunidade negra (hoje) livre.

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de June de 2007 09:23

Sim Firefox, nenhum grupo religioso foi responsável pelo abolicionismo, que tem antes de mais causas económicas e materiais. O abolicionismo foi o resultado directo da tecnologia e da ciência, nomeadamente da revolução industrial.

SE fosse uma questão religiosa ou uma conquista cristã, a escravatura teria sido abolida durante o império romano ... SE fosse uma invenção dos protestantes, a inglaterra nunca teria praticado o tráfico de escravos com a intensidade e crueldade com que o fez.
A escravatura oficial terminou apenas qundo se tornou economicamente desnecessária para a produção de bens.Os novos "escravos" foram os operários da revolução industrial, bem mais baratos d emanter do que os clássicos escravos.

católica praticante

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 08 de June de 2007 11:01

Ola a todos
No entanto a escravatura continua...
Concordo com os posts antereiores, e reafirmo é uma pena que muitas vezes se cheguem a conquistas importantes mascaradas de valores religiosos e não passam de vitorias economicas...

Cumprimentos


Sérgio Lopes

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 20 de November de 2008 19:20

Revendo aqui a minha posição quanto ao Catecismo e à pena de morte, que reproduzi em diversas discussões neste fórum, direi o seguinte:

Pode ser aceite que nesta matéria o Catecismo não esteja errado, partindo do princípio que as verdades expostas no Catecismo terão de se adaptar à realidade imperfeita do nosso mundo.

Nesse mundo imperfeito, não podemos ver toda a realidade tal como ela nos é dada na sociedade ocidental, na actual situação de paz e segurança (relativas) em que vivemos.

Poderá ser de admitir "em tese" situações em que a única defesa dos inocentes seja a pena de morte. Se elas virão a ocorrer, espero que não.

Mesmo com todas estas nuances, não é de bom grado que aceito a formulação do Catecismo nesta matéria. No mínimo considero-a algo desastrada.

João (JMA)

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: teixeira (IP registado)
Data: 20 de November de 2008 19:24

Ou seja, é uma formulação muito pouco católica.

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