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Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 13 de February de 2007 09:48

Caro s7v7n,

Quando alguém é condenado à pena de morte está preso e não constitui risco para a vida de ninguém.

Por isso não existe legítima defesa ou estado de necessidade desculpante para "justificar" / "desculpar" que lhe seja tirada a vida. Não há neste caso nenhuma defesa da vida que não possa ser conseguida por outros meios menos gravosos.

Por isso considero não ser admissível a pena de morte em caso algum.

Quando referes que pode ocorrer a morte se defenderes um fraco dum agressor,não estamos no campo da pena de morte mas da defesa de uma ameaça iminente. E se ocorrer a morte do agressor por não ter sido possível detê-lo de forma menos gravosa estamos no campo da legítima defesa ou do estado de necessidade desculpante.

A pena de morte é a permissão para o estado no uso do poder judicial condenar alguém a uma pena concreta, pensada, ponderada, meditada. E eu não considero legítimo que uma pessoa, ou um Estado, ou o que quer que seja tenha poder de vida ou morte sobre ninguém.

João (JMA)

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 13 de February de 2007 10:41

Citação:
JMA
Quando alguém é condenado à pena de morte está preso e não constitui risco para a vida de ninguém.


Actualmente isto é verdade em quase todas as situações. Mas não é sempre verdade em todas as situações, em todos os tempos.
Posso facilmente imaginar situações em que isto não é verdade, principalmente em situações de guerra.
Parece-me mesmo que manter a proibição da pena de morte em situações de guerra é um idealismo suicida.

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 13 de February de 2007 10:50

Caro Camilo,

[quote camilo]
Actualmente isto é verdade em quase todas as situações. Mas não é sempre verdade em todas as situações, em todos os tempos.[/quote]

Estamos a falar do tempo de hoje, não de séculos passados. Não estou a fazer juízos de valor sobre o passado. Cada época tem o seu contexto próprio.

[quote camilo]
Posso facilmente imaginar situações em que isto não é verdade, principalmente em situações de guerra. quote]

Eu não consigo imaginar. Estamos a falar de julgar uma pessoa e condená-la à morte. Qual a diferença de estar ou não em guerra? Achas que os crimes são julgados no campo de batalha?

João (JMA)

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 13 de February de 2007 11:13

deserções em massa que podem levar à derrota completa
traições (o ultimo portugues condenado à morte foi um traidor)
prisioneiros inimigos perigosos

por exemplo alguem detem um segredo que passado para o inimigo lhe dará a vitoria. O inimigo até o recompensará, depois de vencer liberta-lo-à.
Um potencial traidor teme perder a guerra e ser executado pelo inimigo depois da hipotetica derrota.
Ele sabe que os seus não o matarão, apenas o prenderão.

O que faz alguem sem excrupulos? Calcula. Se eu não trair posso vir a morrer se perdermos a guerra. Se trair lucro, ganho dinheiro e salvo-me. Além disso há 4 potenciais traidores. Se eu não trair pode ser outro a trair.

Achas possivel um lado que não aplique a pena de morte a um traidor nesta situação impedir as traições?

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 13 de February de 2007 11:25

Caro Camilo,

Se estão presos, não desertam;
Se estão presos, não têm oportunidade de trair;
Se estão presos, são prisioneiros inimigos perigosos e os matas és culpado de crimes de guerra, porque infringes a Convenção de Genebra;
Se estão presos, com segredo ou sem ele, não o passam para ninguém: basta colocá-los sózinhos;

Em qualquer dos casos de traição que falas, prendê-los é sempre alternativa a matá-los.

João (JMA)

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 13 de February de 2007 14:23

Não percebeste. Se para alguem a opção é ir preso ou correr um risco elevado de morrer às mãos do inimigo então a opção de ir preso é muito atraente.

Se dizem aos soldados de um batalhão:

- tem de desembarcar na ilha tal.

E eles sabem que têm para aí uns 50% de hipoteses de morrer obviamente que se a opção for ir preso muitos desertam. Vão presos? Ah! Pois vão mas é melhor preso que morto no campo de batalha.

Resultado, numa guerra em larga escala e com exercitos de força identica estás perdido.


Também não percebeste o exemplo da traição.
Nestes casos o que se pretende não é apenas reduzir alguem a um estado em que fique inofensivo. É mudar os dados iniciais de modos que o crime não compense, é prevenir.

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 13 de February de 2007 14:41

Caro Camilo,

"reduzir alguem a um estado em que fique inofensivo" não significa matar. No nosso tempo. No tempo de Afonso Henriques, talvez. R.I.P. Mas desde então as coisas alteraram-se, não achas?

Dás cada exemplo: então agora advogas a pena de morte para os soldados que se recusarem combater? Aceitas a pena de morte para crimes militares, é isso?

Não te zangues, mas não foste à tropa, pois não?

João (JMA)

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 13 de February de 2007 14:43

A minha última pergunta é meramente retórica, Camilo.

João (JMA)

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de February de 2007 19:15

Fui.

No topico sobre a pena de morte expliquei melhor a minha opinião sobre o assunto. Basicamente sou contra a pena de morte mas creio que nalgumas situações de guerra (o que é diferente de crimes militares) há situações em que a pena de morte pode configurar uma legitima defesa.

De qualquer forma concordo que prever a pena de morte por deserção é excessivo. Aqui tens razão e o meu exemplo não foi adequado.
De qualquer forma se bem me lembro o catecismo diz que actualmente as situações que poderiam justificar a existencia da pena de morte já não existem ou muito dificilmente existem.

Quanto a matar os prisioneiros lembro o que vi num programa de José Hermano Saraiva sobre a Batalha de Aljubarrota. Segundo ele primeiro avançaram os mercenrios estrangeiros, principalmente franceses. Os portugueses capturaram- nos e ficaram contentes. Preparavam-se para pedir elevados resgates pelos nobres franceses.
Então chegaram os batedores com a noticia de que os castelhanos avançavam.
Ficaram então num dilema. Se tentassem manter os soldados capturados vivos e prisioneiros eles muito provavelmente soltavam-nos e então o exercito portugues ficaria cercado pelos inimigos. Resolveram então executar todos os prisioneiros e partir rapidamente ao encontro dos catelhanos.

Não há convenção de Genebra que resista a certas situações que podem ocorrer durante uma guerra.

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 09:15

Caro Camilo,

parece estarmos de acordo no essencial.

Falas de Aljubarrota, e eu escrevi acima que as minhas considerações não eram para ser levadas para o passado. A realidade de cada época histórica terá de ser analizada com os "óculos" dessa época. Não faço juízos de valor sobre quaisquer atitudes aí tomadas.

Se falas que em caso de guerra - hoje - há, ou pode haver, uma legítima defesa que pode chegar à morte dos inimigos, de acordo. Temos tropas no Afeganistão. Caso sejam atacados terão de ripostar. Mas se matarem alguém nesse caso, não estamos perante uma pena de morte a ser aplicada, mas sim numa legítima defesa.

Mesmo assim, com regras. Se as ultrapassares cometes um crime. E a propósito: a Convenção de Genebra é sempre aplicável, não é opcional.

João (JMA)

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 06 de June de 2007 13:19

Tenho visto no fórum algumas interrogações acerca da posição da Igreja sobre a escravatura ao longo da História. Confesso que não sei grande coisa sobre o assunto. Mas no resultado duma pesquisa que fiz na net sobre D. Estevão Tavares Bettencourt, descobri um texto da sua autoria sobre "0 Tráfico Negro no Brasil e a Igreja". Nele aprendi algumas coisas interessantes que mostram que a Igreja, no decorrer da História, não ignorou completamente este flagelo. Para quem interessar, o texto está aqui

Cassima

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 06 de June de 2007 16:49

ola a todos
Creio que ao longo da historia quem mais lutou pela dignidade integral da pessoa foi a Igreja catolica, na questão da escravatura, Portugal por forte influencia da Igreja foi o primeiro pais a abolir a escravatura.
A Igreja pode ser acusada de muita coisa, mas é fácil faze-lo fazendo a leitura de hoje sobre o passado, é como julgar uma guerra que o faz são os vencedores logo os vencidos ja estão julgados sem defesa possivel.

Cumprimnetos

Sérgio Lopes

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: (IP registado)
Data: 06 de June de 2007 17:29

Portugal, se bem me lembro, não foi o primeiro país a abolir a escravatura. Acho que a França e a Inglaterra, pelo menos, o fizeram antes de nós.
Não estás a confundir com a pena de morte?
Ou sou eu que estou a confundir?

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de June de 2007 19:26

Bem - uma coisa é certa - Portugal foi o primeiro país europeu a iniciar o comércio de escravos em larga escala, a uma dimensão que nunca até aí tinha acontecido.Convém relembrar a história e não ficarmos apenas pelas falsas ideias dos brandos cortumes.

Não se deve a portugal o pioneiros na abolição da escravatura...
O Zé tem razão - houve outros países qu se anteciparam a Portugal . Por exemplo, em 1777 deu-se a abolição da escravatura no Estado Norte americano de Vermont).Depois de uma série de leis intermediárias, a abolição completa da escravidão nas colônias ingleses ocorreu em agosto de 1834 (Slavery Abolition Act) que libertou 776 mil homens, mulheres e crianças.

Os primeiros escravos a serem libertados em portugal foram os de pertença do Estado, pelo Decreto de 1854.Só mais tarde, os da a Igreja, pelo Decreto de 1856.
Com a lei de 25 de Fevereiro de 1869 libertou os escravos em todo o império português.Em 1888 foi abolida da escravatura no Brasil.

católica praticante

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 06 de June de 2007 21:58

ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS É UMA CONQUISTA PROTESTANTE QUE COMPLETA 200 ANOS

Poucos sabem, mas foram os evangélicos que primeiro conseguiram este feito lutando sozinhos contra todas as forças económicas e políticas da época


Este ano é importante para os evangélicos em todo o mundo, especialmente os anglo-saxões. Na manhã de domingo, 18 de Fevereiro, cristãos evangélicos de todos os países de língua inglesa entoaram solenemente nas suas igrejas o hino Amazing Grace (Maravilhosa Graça). É que este ano comemora-se o bicentenário da abolição da escravatura, que começou na Inglaterra e teve como um dos seus grandes nomes o autor do célebre hino, o Pastor John Newton. Por isso, 18 de Fevereiro foi consagrado pelos norte-americanos e ingleses como o Amazing Grace Sunday, com um grande culto de acção de graças. Em homenagem à data, dias depois, a Aliança Evangélica Mundial, em parceria com a Walden Media, lançou nos EUA, Canadá e Reino Unido, o filme Amazing Grace: A História de Wilberforce, sobre a abolição da escravatura.

Em uma época em que cientistas ateus e filósofos liberais tentam impor a ideia de que a religião é o maior mal do mundo, pouco ou quase nada tem sido dito sobre as grandes conquistas da história da humanidade que foram implementadas pelo protestantismo. É conveniente para essas pessoas omitir esses factos. Porém, as comemorações deste ano chamam a atenção das pessoas para esse facto histórico que comprova, como tantos outros, a relevância da fé e dos valores cristãos para a transformação positiva da sociedade.

A abolição da escravatura é uma das mais belas páginas da história da humanidade, ela foi escrita não pelo iluminismo, mas pelos cristãos evangélicos dos séculos XVIII e XIX. Poucos sabem, mas foram evangélicos ingleses que conseguiram este feito lutando sozinhos contra todas as forças económicas e políticas da época.


Conheça a história


A Inglaterra foi o primeiro país a abolir a escravatura, e um dos nomes dessa conquista foi um Pastor chamado John Newton , autor do hino Amazing Grace. Este hino está ligado à luta pela abolição da escravatura desde a sua origem. Antes de converter-se a Cristo, John Newton (1725-1807) gastara parte da sua vida no comércio de escravos, tendo ele próprio sido preso em África e tratado como escravo. Na viagem da regresso a Inglaterra, quando o barco quase naufragava, Newton voltou-se para Deus. Ele chamou o dia da sua conversão de “dia da minha libertação”.

Depois disso, Newton passou a ler todos os dias a Bíblia e “devorou” o livro Imitação de Cristo”, de Thomás de Kempis. Também se tornou discípulo do evangelista George Whitefield e admirador de John Wesley, fundador da Igreja Metodista. Ordenado Pastor, Newton liderou a Olney Parish Church e a Saint Mary, Woolnot, em Londres. Em Olney, tornou-se amigo do poeta William Cowper. Juntos trabalharam nos cultos, em reuniões de oração e na produção de um novo hino para cada culto da comunidade. Newton compôs Amazing Grace nesse período, mais precisamente em Dezembro de 1772, apresentando-o à sua congregação em 1 de Janeiro de 1773.

O hino Amazing Grace apresenta o coração do seu autor, que pela graça de Deus deixou de ser um vil comerciante de escravos para ser um servo do Senhor. Até hoje, os cristãos se identificam com o hino não só pelo seu contexto histórico, mas também por ele descrever de forma geral a transformação que a graça de Deus opera na vida das pessoas, tornando o mais vil pecador num servo de Deus. Com o passar dos anos, Amazing Grace também inspirou a composição de muitos outros hinos.

Mas não era só pelos belos hinos que o Pastor John Newton era conhecido. Os seus sermões também eram ungidos. Várias vezes ele pregou e escreveu contra a escravatura. Foi depois de um dos seus sermões que conheceu pessoalmente um jovem recém convertido a Cristo chamado William Wilberforce (1759-1833), membro da Câmara dos Comuns.

Durante a apresentação da oratória O Messias, de Haendel, em Londres, Newton pregou uma série de sermões sobre os temas do libreto da oratória (Nascimento, Paixão, Ressurreição, Glorificação de Cristo e Juízo Final). No final de um desses cultos, Wilberforce procurou conselho pastoral com Newton. Na sua consulta, o jovem exteriorizou o desejo de deixar a política para se dedicar à evangelização do seu país, mas John Newton aconselhou-o a permanecer na política, e afirmou ainda que Deus queria usar Wilberforce ali para extirpar as injustiças sociais na Inglaterra.

O que se seguiu depois disso é um dos maiores exemplos de um político santo da História, algo muitíssimo raro.

William Wilberforce pertencia a uma família nobre de Inglaterra. Ele foi educado nas melhores escolas da sua época. Estudou em Cambridge, onde decidiu dedicar-se à careira política, que iniciou cedo. Ele foi eleito representante do seu povoado na Câmara dos Comuns aos 21 anos de idade. Para conseguir o apoio popular, repartiu dinheiro que possuía, mandando fazer um grande churrasco para todo o vilarejo, conquistando o afecto de um bom número de votantes. Nessa época, ainda estava afastado de Deus. Aos 24 anos, já era um político popular e elogiado em todo o país. Conta-se, por causa de um inflamado discurso, conseguiu eleger-se representante de Yorkshire, o maior e mais importante condado de Inglaterra.

Wilberforce era visto em Londres como um jovem com um extraordinário futuro político pela frente. O seu amigo de adolescência William Pitt, primeiro ministro inglês, chegou a dizer-lhe nessa época que considerava Wilberforce um dos maiores oradores que já vira na sua vida e dotado de uma voz inconfundível. Pitt disse-lhe que se o seu amigo se dedicasse à política, com certeza que faria impacto o mundo. Aos olhos humanos, estava no auge, mas não era o que Deus achava.

Em 1784, Deus tocou o coração daquele jovem político. Na infância, Wilberforce fora muito influenciado pela sua tia metodista Hannah (uma das grandes apoiantes do ministério da George Whitefield), mas ele não levou o seu fervor inicial em frente. Porém, durante uma viagem, decidiu-se para Cristo. Ainda estava com 24 anos, quando partiu para França, levando consigo a sua mãe Elizabeth, a sua irmã Sally, uma amiga dela e o seu amigo, o professor Isaac Milner. Na bagagem de Milner, Wilberforce viu uma cópia do livro evangélico The Rise and Progress of Religion in the Soul, de Philip Doddridge (mais conhecido por ter escrito o famoso hino Oh! Happy Day). Ele perguntou a Milner o que era e ouviu como resposta “Um dos melhores livros já escritos”. Então, concordaram em lê-lo juntos durante a viagem. Foi a leitura desse livro e da Bíblia, e as conversas animadas com Milner, que levaram o jovem político a finalmente entregar a sua vida a Jesus.

No seu diário, Wilberforce escreve no final de Outubro de 1784: “Assim que me compenetrei com seriedade, a profunda culpa e a tenebrosa ingratidão da minha vida preserva vieram sobre mim com toda a força. Condenei-me por ter perdido tempo precioso, oportunidades e talentos (...). Não foi tanto o temor da punição que me afectou, mas o senso da minha grande pecaminosidade por ter negligenciado por tanto tempo as misericórdias indescritíveis do meu Deus e Senhor. Encho-me de tristeza. Duvido que algum ser humano tenha sofrido tanto quanto sofri naqueles meses”.


“Os Santos”


De volta a Londres, Wilberforce não era mais o mesmo. Desejava agora servir a Deus com todas as forças da sua vida. Foi quandose encontrou a primeira vez com John Newton, que, como já vimos, o orientou dizendo-lhe que Deus queria usá-lo na política. Nessa época, tocado pelas mensagens dos Patores John Wesley, Anthony Benezet e John Newton, Wilberforce resolveu dedicar-se a duas causas, que considerava as mais importantes da sua vida: a abolição da escravatura e a reforma moral do seu país. “ O Deus Todo-Poderoso tem posto sobre mim dois grandes objectivos: a supressão do comércio de escravos e a reforma dos costumes”, escreveu no seu diário.

Todos os dias, para se fortalecer espiritualmente, Wilberforce levantava-se cedo para ler a Bíblia e orar. O Pastor John Newton tornou-se o seu grande conselheiro e inspiração para a gigantesca luta pró-abolicionista. Gigantesca porque tinham contra si grandes poderes e interesses. O comércio de escravos era justificado pelo país económica e politicamente. Basta lembrar que o comércio de escravos era a fonte mais lucrativa do mercantilismo. Os próprios reis lucravam com isso. Mesmo assim, Wilberforce afirmou num discurso no Parlamento: “ A perversidade do comércio de escravos é tão gigantesca, tão medonha e tão irremediável, que a minha mente está completamente preparada para a abolição. Sejam quais forem as consequências, deste momento em diante, estou resolvido que nunca descansarei até que tenha conseguido a abolição” (extraído do livro 131 Christians Everyone Should Know).

A abolição do tráfico negreiro custou 8 anos da vida de Wilberforce. Os seus projectos de lei abolicionistas foram derrotados oito vezes ( em 1791, 1792, 1793, 1797, 1798, 1799, 1804 e 1805). Como intimidação, chegou a ser assaltado e surrado duas vezes. Um amigo escreveu-lhe: “Se as coisas continuarem assim, em breve ouvirei dizer que foi carbonizado por algum dono de alguma fazenda das Índias Ocidentais, feito churrasco por mercadores africanos e comido por capitães da Guiné, mas não desanime – eu escreverei o epitáfio”.

Nessa guerra, Wilberforce não estava sozinho. Outros companheiros evangélicos uniram-se à causa. Um grupo de crentes e parlamentares metodistas, puritanos e quacres uniram forças com ele, bem como alguns anglicanos de um bairro do sul de Londres. Formaram um grupo que passou a ser chamado jocosamente pela sociedade inglesa e pelos políticos antiabolicionistas da época de “Os Santos”, Foi esse grupo que criou a primeira sociedade Anti-escravagista e ajudou a fundar Serra Leoa, que nasceu em 1787 como uma colónia chamada Freetowm, para servir de refúgio para os escravos libertos do Canadá e do Reino Unido. Para lá “Os Santos” conseguiram enviar, em 60 anos, cerca de 100 mil ex-escravos .

“Os Santos” ainda fundaram escolas cristãs para pobres, reformaram prisões, combateram a pornografia e lutaram pela obra missionária. Eles oravam três horas por dia: de manhã, ao meio dia e à noite na Igreja de Clapham, em Londres. Muitas comunidades metodistas e todas as igrejas quacres também sustentavam o movimento em oração. O grupo não desistiu, apesar da oposição avassaladora que lhes foi feita. “Os Santos” foram acusados de lesar a pátria e de proporem a ruína da economia inglesa devido à sua luta pela abolição. Depois de muita oração e perseverança, em 1807, uma maioria de 283 votos contra 16 aprovou a lei da abolição da escravatura proposta por Wilberforce. Ao ser aprovada, todo o congresso britânico pôs-se de pé, ovacionando o servo de Deus por vários minutos, enquanto ele chorava e louvava a Deus com o rosto entre as mãos. O resultado saiu nove meses antes da morte de John Newton.

Por conta da decisão parlamentar, a Grã-Bretanha, que na época era a maior potência mundial, declarou guerra ao tráfico de escravos no mundo. Nem ela e nem ninguém mais no mundo poderia traficar escravos. Acrescentou ainda que seria a “guardiã dos mares”. Nenhum barco negreiro poderia mais singrar os oceanos sem ser vistoriado (o chamado Aberdeen Act). Se a embarcação fosse capturada, os escravos deveriam ser devolvidos. Portugal e a Bélgica, os dois principais rivais, tiveram que parar imediatamente com a comercialização dos escravos.

Alguns países ainda faziam comércio clandestinamente, como o Brasil, mas, aos poucos, o abolicionismo foi sendo imposto em todo o mundo. O Brasil, por exemplo, por pressão inglesa, finalmente concordou em abolir o tráfico pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850.

Depois de uma série de leis intermediárias, a abolição completa da escravatura nas colónias inglesas foi conseguida em 1833, poucos dias antes da morte de Wilberforce. Em decorrência, Em Agosto de 1834, foi decretado o Slavery Abolition Act, que culminou na libertação imediata de 776 mil homens, mulheres e crianças na Inglaterra.


Influência no Brasil


No Brasil, a causa abolicionista contou com o apoio dos missionários evangélicos europeus e norte-americanos. Estes eram ouvidos pelos políticos e pelo Império, por serem considerados homens com ideias avançadas. Os seus artigos eram lidos com atenção, e o diálogo entre os pastores e líderes políticos nacionais era constante.

O primeiro missionário presbiteriano em solo brasileiro, Ashbel Green Simonton, um dos grandes arautos do abolicionismo no Brasil, sintetizou no seu diário, no Rio de Janeiro, em 19 de Julho de 1867, o espírito do movimento abolicionista evangélico na Brasil: “Se ao menos puder ser removida a mancha da escravatura, esse incubo extirpado do corpo da nação, ainda que algum dia distante, já será grande vitória”. O jornal Imprensa Evangélica, que circulou durante i Império, era contra a escravatura.


A Verdadeira história


Algo importante a ser dito: já notou como os livros de História não contam esses detalhes? Já notou que normalmente dizem que foi o “iluminismo” ou “o Século das Luzes” (como o século XVIII é chamado) que aboliu a escravatura? Isso não é verdade. É tomar para si uma honra que não é sua.

Dos iluministas, só os chamados fisiocratas franceses, Adam Smith e os filósofos Montesquieu e Rouesseau fizeram declarações claras contrárias à escravatura, mas mesmo assim em pequenas notas e sem repercussão. Não é à toa que o cientista francês Condorcet (século XVIII) lamentou que “só uns poucos filósofos se atreveram, de vez em quando, a soltar um grito a favor da humanidade”. E esses discursos dos iluministas eram, muitas vezes, seguidos de comentários do tipo “Escravatura é errado, mas fazer o quê? O ideal é que não fosse assim, mas a economia precisa”. Nenhum deles levou as suas observações (fugazes) à frente, empreendendo alguma luta contra o sistema e a favor da abolição. Só os protestantes o fizeram.

Desde a primeira metade do século XVIII encontramos inúmeros sermões contundentes de pregadores protestantes contra a escravatura. E não ficaram só nas palavras. A primeira reação concreta contra a escravatura na História foi o envio de uma solicitação abolicionista ao Parlamento Britânico em 1768, feita pelos protestantes quacres. Depois de rejeitada a proposta, John Wesley pregou um concorrido sermão em 1774 a favor da abolição. Foi o ano em que Wilberforce se voltou para Cristo.

Wilberforce também desempenhou um papel fundamental na criação da British and Foreign Bible Society (Sociedade Bíblica), em 1804, e da Church Missionary Siciety, em 1799. Nas palavras de Robin Furneaux, “a sua mensagem era a de que não bastava professar o cristianismo, levar uma vida decente e ir à igreja aos domingos, já que o cristianismo atravessa cada aspecto, cada canto da vida cristã. A sua abordagem do cristianismo era essencialmente prática”.

Wilberforce ainda foi um instrumento usado por Deus para abrir as portas da Índia para a evangelização. Quando William Carey, o Pai das Missões Modernas, estava precisando de ajuda nos seus esforços missionários, o Parlamento Britânico aprovou, por iniciativa de Wilberforce, a “Acta da Índia”, um decreto que abriu as portas não só da Índia, mas de todos os outros territórios do Império Britânico aos missionários.

No século XX, Winston Churchill ainda diria que “não há na História muitas pessoas que tenham contribuído tanto para o bem da sociedade como William Wilberforce”. Não é à toa que Churchill o chamou de “a consciência da nação”. Recentemente, em entrevista à revista Veja (24/1/07), o renomeado biólogo e cientista norte-americano Francis Collins, director do Projecto Genoma e responsável pela sequência do DNA humano, ao combater a afirmação de cientistas ateus de que a fé faz mais mal ao mundo do que bem, citou o exemplo de Wilberforce como prova de que os valores da fé cristã revolucionam positivamente a sociedade.

Escreveu Wilberforce: “Devo confessar que as minhas próprias e sólidas esperanças pelo bem estar do meu país não dependem dos seus navios e exércitos, nem da sabedoria dos seus governantes, ou ainda do espírito do seu povo, mas sim da capacidade de persuasão de todos aqueles que amam e obedecem ao Evangelho de Cristo”.

Pelo bom exemplo de John Newton, Wilberforce, Wesley e de tantos outros crentes que serviram fielmente a Deus, podemos afirmar: “É uma honra ser protestante”.


Texto extraído da revista “Mensageiro da Paz” de Abril de 2007


Fonte: Portalevangélico




Por Trás de Amazing Grace: A Vida de William Wilberforce nos cinemas


Os cristãos à volta do mundo foram convidados a entoar o famoso hino Amazing Grace no Domingo 18 de Fevereiro de 2007, no que foi consagrado como Amazing Grace Sunday, em acção de graças pelo segundo centenário da abolição da escravatura e em intercessão pela libertação de homens, mulheres e crianças ainda hoje escravizados. A iniciativa foi articulada com o lançamento do filme Amazing Grace e teve o apoio da Aliança Evangélica Mundial.

O hino Amazing Grace (HCC 314) está na sua origem ligado à luta pela abolição da escravatura. John Newton (1725-1807), autor da letra, gastara parte da sua vida no comércio de escravos, tendo ele próprio sido preso em África e tratado como escravo. Na viagem de regresso a Inglaterra, quando o barco quase naufragava, Newton voltou-se para Deus: Senhor, tem misericórdia de nós. De volta à sua cabina reflectiu e entendeu que Deus se lhe tinha dirigido através da tempestade e que a Sua graça tinha começado a manifestar-se. Foi o que ele descreveu como grande libertação, o dia da sua conversão. A leitura do clássico Imitação de Cristo, de Thomás de Kempis, e do Novo Testamento, nesta altura, foram instrumentos para esta reviravolta na sua vida.

Newton viria a ser um entusiasta discípulo do evangelista George Whitefield e conheceria John Wesley, fundador da Igreja Metodista. Tornou-se pastor da Olney Parish Church e depois da St. Mary, Woolnot, em Londres. Em Olney tornou-se amigo do poeta William Cowper. Juntos trabalharam nos cultos semanais, em reuniões de oração e na produção de um novo hino para cada culto da comunidade. Escreveu Amazing Grace, em Dezembro de 1772, apresentando-o à sua congregação no culto do dia 1 de Janeiro de 1773.

Durante a apresentação da oratória O Messias, de Haendel, em Londres, Newton pregou uma série de sermões sobre os temas do libreto da oratória (Nascimento, Paixão, Ressurreição, Julgamento Final, Glorificação de Cristo). Em resultado de um destes sermões, o jovem William Willberforce (1759-1833), membro da Câmara dos Comuns desde os vinte e um anos, recém convertido, procuraria o seu conselho pastoral junto de Newton. Em 1786, Wilberforce começou a levantar-se cedo para ler as Escrituras, orar e escrever o seu diário. Neste mesmo ano Wilberforce entenderia que a sua missão de vida passaria a ser a luta pela supressão da escravatura e a reforma moral da sociedade. O ex-traficante Newton, agora pastor e determinado a combater a escravatura, tornar-se-ia uma grande inspiração para a gigantesca luta de Wilberforce.

Os argumentos para o comércio de escravos eram de natureza económica e política pelo que os abolicionistas tinham contra si grandes poderes e interesses. William Wilberforce travou uma luta titânica, nomeadamente na Câmara dos Comuns. Apresentou várias propostas de lei, bloqueadas vez após vez. Wilberforce expressou assim o seu compromisso: “a perversidade do comércio [de escravos] era tão gigantesca, tão medonha e tão irremediável que a minha mente estava completamente preparada para a abolição. Fossem quais fossem as consequências. Desde então determinei que nunca descansaria até que tivesse conseguido a sua abolição” (citado em “131 Christians Everyone Should Know”).

Finalmente, o ultrajante comércio de escravos foi oficialmente abolido em 1807 embora a completa abolição tivesse ocorrido apenas em 1833, ano da morte de Wilberforce. O seu sonho realizar-se-ia.

Wilberforce desempenhou um papel fundamental na criação da British and Foreign Bible Society (Sociedade Bíblica), em 1804, e da Church Missionary Society, em 1799. O seu livro “A Practical View...”, publicado em 1797, uma crítica contundente ao Cristianismo acomodado, foi um bestseller. Ele tinha o dom de entender e afirmar a fé cristã permeando todos os domínios da vida. Nas palavras do biógrafo Robin Furneaux, “a sua mensagem era a de que não bastava professar o Cristianismo, levar uma vida decente e ir à Igreja aos Domingos, mas que o Cristianismo atravessa cada aspecto, cada canto da vida cristã. A sua abordagem do Cristianismo era essencialmente prática. “

A história não terá muitas pessoas que tenham contribuído tanto para o bem da sociedade como William Wilberforce, a consciência da nação, nas palavras de Winston Churchill. Como escreveu em “A Practical View...”, “os interesses do cristão nominal concentram-se nas coisas temporais, os interesses do cristão autêntico concentram-se em coisas eternas”.

Amazing Grace é pois um hino que tem cruzado os séculos e cuja história se encontrou com a da luta pela abolição da escravatura. Acaba de dar o seu nome ao filme de Michael Apted, com argumento de Steven Knight, sobre a vida de William Wilberforce. Uma produção da Walden Media, FourBoys Films, Sunflower Produtions e Bristol Bay Productions, nos cinemas a nível mundial a partir de Fevereiro de 2007, com distribuição limitada. Irá a história de Wilberforce despertar-nos para as formas contemporâneas de escravatura?


Fernando Ascenso

fascenso@netcabo.pt


Mensagem da Aliança Evangélica Mundial sobre o filme Amazing Grace


A Aliança Evangélica Mundial, em parceria com a Walden Media, está a dar todo o seu apoio ao filme sobre a abolição da escravatura “Amazing Grace: A História de Wilberforce”, previsto para os cinemas dos Estados Unidos em 23 de Fevereiro, Reino Unido e Canadá em 23 de Março [datas para outros países ainda não conhecidas]. A Aliança Evangélica, em conjunto com a Walden Media, lançou um portal de recursos Amazing Grace que proporciona guiões, sugestões para sermões/mensagens, video clips e outros instrumentos para apoiar as igrejas a terem um impacto nos desafios mundiais que se colocam à sociedade. “Amazing Grace- A História de William Wilberforce” é uma história poderosa da forma como uma pessoa de fé pode mudar o panorama cultural e social dum país”, disse Geoff Tunicliffe, Director Internacional da Aliança Evangélica Mundial. “Cada geração carece ser inspirada por esta história singular. Encorajo todas as pessoas, especialmente aquelas que têm fé, a verem este filme. Vão com o vosso pequeno grupo. Encorajem toda a igreja a assistir. Serão encorajados e desafiados a fazerem a diferença na sociedade... A Aliança está comprometida em maximizar o impacto do filme,” disse Tunicliffe. “É por isso que preparámos vários recursos agora disponíveis para indivíduos, grupos, escolas e igrejas. Eles são uma ajuda para compreender e aplicar a história de William Wilberforce no vosso contexto.”


Sites com amplos recursos sobre “Amazing Grace”:

Parceria Aliança Evangélica/Walden Media: www.amazinggraceresource.com

Domingo Amazing Grace: [www.amazinggracesunday.com]

Filme: [www.amazinggracemovie.com]

Biografia de John Newton, em livro: De Traficante de Escravos a Pregador, Brian Edwards, Editora Fiel, São Paulo, Brasil, 2001. [www.editorafiel.com.br]

Aliança Evangélica Mundial: [www.worldevangelicalalliance.com]

Tradução da versão original do hino: [newhopemusic.com]

Fonte: portalevangélico

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 00:58

Ola a todos
Segundo a wikipedia a escravatura foi oficialmente abolida pelo marques do Pombal a 12 de Fevereiro de 1761 em Portugal Continental.
Sim os Ingleses sempre foram um exemplo de postura em relaçao às Colonias, veja-se o exemplo da Africa do Sul e outros onde simplesmente vigorava ate à relativamente pouco tempo uma lei chamada de "Apartheid", escravo não, pessoas também não, mais valia serem secravos ao menos tinham existência...
Cumprimentos

Sérgio Lopes

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 06:56

Tinha de ser um ateu e perseguidor da igreja católica português como o Pombal a ter uma ideia tão moderna dos direitos humanos?

Parece que sim.
No entanto, durante mais um século Portugal continou a praticar a escravatura e a a realizar o tráfico de escravos.


A tendencia abolicionista foi um vasto movimento social surgiu na europa e estados unidos no século XIX. Foi um movimento progressivo que se foi contruindo durante décadas, com muitas discussões éticas, filosóficas e religiosas e teve as suas raízes na modernidade, no laicismo e no ideário da revolução francesa.
Não foi a religião protestante nem sequer a católica que explica a emergência do ideário abolicionista.
Foi precisamente o contrário.

1761-O Marquês de Pombal proibe a importação de escravos para o continente português.
1773-O Marquês de Pombal proibe a escravatura em Portugal Continental.
1794-A França proibe a escravatura que se mantém ainda, no entanto, em 1857.

1814-15-Países reunidos no Congresso de Viena condenam e comprometem-se a combater o tráfico de escravos, “comércio tão odioso e tão altamente condenado pelas leis da religião e da natureza”.
1836-Decreto de D. Maria II por proposta de Sá da Bandeira instituindo “a inteira abolição do tráfico da escravatura nos domínios portugueses”.
1838- Tornada efectiva a abolição da escravatura na Inglaterra.
1847 - A Espanha proibe a escravatura nas suas colónias de Cuba e Porto Rico.
1848-A França proibe a escravatura nas suas colónias das Antilhas.
1856-Extinção efectiva da escravatura em Portugal.
1861-65-Guerra da Secessão dos Estados Unidos leva à abolição da escravatura em todos os Estados.
1878-Extinção efectiva da escravatura nas colónias portuguesas.
1885-O Congresso de Berlim condena a escravatura.
1888-Abolição da escravatura no Brasil, pela Lei Áurea da princesa Isabel, regente imperial.
.

católica praticante



Editado 3 vezes. Última edição em 07/06/2007 07:04 por catolicapraticante.

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 07:01

E por falara em avanços e retrocessos civilizacionais, há algumas áreas em que Portugal está sempre na cauda, o que explica certa mentalidade:

DATA DA OBTENÇÃO DO DIREITO DE VOTO PARA AS MULHERES, sem quaisqer restrições:

1890 Wyoming (EUA)
1906 Finlândia
1913 Noruega
1915 Dinamarca
1917 Rússia (na sequência da Revolução)
1919 Alemanha (de Weimar) e Holanda
1920 Restantes EUA
1921 Suécia
1928 Inglaterra
1944 França
1947 Japão
1948 Itália
1949 Bélgica
1975 Portugal

católica praticante

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 07:36

O que se aprende por cá... O Marquês de Pombal, ateu. A modernidade, nascida «ex nihilo»...

Matem o pai...

Alef

Re: Existem actos que um cristão não pode defender?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 10:31

;))
Foi uma ironia alef. Interessante a tua referência freudiana...

Isso e terem sido os protestantes a inventar o abolicionismo.

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 07/06/2007 10:35 por catolicapraticante.

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