Vaticano contra encarniçamento terapêutico - 11/12/2006 - 11:09

O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, Cardeal Javier Lozano Barragán, afirmou que a Igreja Católica considera "inaceitável" o uso de tratamentos desproporcionais e inúteis para manter os doentes terminais vivos.
Em entrevista publicada Domingo pelo jornal "La Repubblica", o Cardeal mexicano reiterou a rejeição da Igreja Católica à eutanásia e também à terapia para prolongar a vida de pacientes terminais, o encarinçamento terapêutico.

"A Igreja não poderá nunca admitir essa terapia, uma prática inaceitável porque comporta o uso de meios desproporcionais e absolutamente inúteis para a cura de um doente terminal", apontou. O responsável acrescentou mesmo que esta é "uma prática cruel, que só prolonga a agonia, a dor e o sofrimento".

Vaticano contra encarniçamento terapêutico - 11/12/2006 - 11:09

O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, Cardeal Javier Lozano Barragán, afirmou que a Igreja Católica considera "inaceitável" o uso de tratamentos desproporcionais e inúteis para manter os doentes terminais vivos.
Em entrevista publicada Domingo pelo jornal "La Repubblica", o Cardeal mexicano reiterou a rejeição da Igreja Católica à eutanásia e também à terapia para prolongar a vida de pacientes terminais, o encarinçamento terapêutico.

"A Igreja não poderá nunca admitir essa terapia, uma prática inaceitável porque comporta o uso de meios desproporcionais e absolutamente inúteis para a cura de um doente terminal", apontou. O responsável acrescentou mesmo que esta é "uma prática cruel, que só prolonga a agonia, a dor e o sofrimento".


[www.catolicanet.com]

Já agora, este conceito aplica-se a prematuros inviáveis e a anencéfalos.

Acho que já se aplica há muito tempo CP. Só meia dúzia de tradicionalistas continuam a insistir que não.

Quer se admita ou não, há muitos anos que se andam a desligar máquinas num vazio legal e com um silencio revelador por parte da Igreja.

O estranho é que nunca ninguém fala destas coisas e a malta assim um pouco mais revolucionária preferem trazer bandeiras como o senhor que se quer matar e que não consegue ou aquele que numa situação de sofrimento extremo não quer mais aquela vida.

Muitas vezes as pessoas falam da eutanásia e incluiem no mesmo saco a admnistração de medicação para provocar a morte e o simples acto de deixar a natureza tomar o seu curso.

EU conheço um par de pessoas que morreram de cancro que optaram por não se sujeitar à quimioterapia para aproveitarem de uma maneira mais humana os ultimos momentos da sua passagem por aqui.

Um deles nem era crente mas partiu a dizer "Que o Chefe tenha paciência com as minhas coisas!"

Não sei se alguma vez pensaram nisto, mas eu por exemplo gostava de morrer em casa e não num hospital ligado a uma máquina.

Em comunhão

Caro Tilleu:

"

Citação:

há muitos anos que se andam a desligar máquinas num vazio legal "...

Não é verdade. Há critérios clínicos e critérios deontológicos e legais para desligar de ventiladores pessoas em morte cerebral.

Quanto aos tratamentos violentos e desnecessários, que provocam sofrimento inútil, é consensual que devem ser evitados em nome da dignidade humana. ( Como vês, a vida não é o valor máximo ... a ser assim , seria sempre um imperativo ético prolongar o mais possível a vida qualquer que fosse a circunstãncia...)



Editado 1 vezes. Última edição em 12/12/2006 11:21 por catolicapraticante.

Acredito que haja uma diferença muito grande entre uma pessoa em morte cerebral e uma ingravidez indesejada.

Mas isso é só a minha opinião. ;)

Sempre pensei que não houvesse nada que estabelecesse quando se devia desligar o ventilador. Pelo menos sei que se pede para se ser discreto quando se recebe a notícia que se vai ter um transplante.

Em comunhão

Citação:

Tillelul
"Pelo menos sei que se pede para se ser discreto quando se recebe a notícia que se vai ter um transplante. "

Não tenho conhecimento disso.( Queres com isso lançar alguma suspeita ou vergionha pela lícita doação de orgãos humanos para trasnplante??

Talvez seja assim na Polónia. Em Portugal quando existe um dador compatível, o receptor e família não escondem a alegria e a gratidão pela dádiva de vida. E divulgam a notícia aos amigos.

Estou a falar em Portugal.

Conheço uma senhora que recebeu um transplante dos 2 rins e que lhe pediram descrição. Não estou a falar de nenhum contrabando, simplesmente que fosse um daquelas coisas que ficasse sempre entre a família.

Outro exemplo, um rapaz que conheci esteve em coma profundo, optaram por nunca desligar a máquina. Hoje em dia o rapaz é um vegetal que já não precisa do ventilador mas apenas está... será que é lícito ter desligado a máquina na altura em que não iria sobreviver?

Lembro-me do caso daquela rapariga dos estados unidos, em que o ex-marido pediu e conseguiu que se desligasse a máquina... onde fica o limite do desproporcional e do inútil?

São muitas questões e não sei se todas tÊm resposta que se poda enquadrar numa lei.

Em comunhão

Acho muito estranha essa história dos rins!! Claro que há doentes que não querem que se saiba que foram transplantados - estão no seu direito, e daí talves a história que te contaram - mas isso é uma exigência do doente e não da equipa médica.
Os transplantes não são nenhum segredo ou actividade secreta - são procedimentos que devem ser feitos com transparência e visibilidade.


2 - Quanto rapaz que não foi desligado da máquina - não o foi porque não havia critérios clínicos para tal.
Quanto ao coma profundo , pode-se estar em coma profundo sem haver morte cerebral. E claro que num doente em coma se mantém a ventilação assistida se houver necessidade.

Só quando o indivíduo está morto é que se "desliga a máquina". E pode-se estar morto com o coração a bater..., com os rins a funcionar, com a pele rosada, com cabelos a crescer...
Quem está "de fora" e desconhece os procedimentos médicos tende a interpretar erroneamente ou a deturpar algumasintervenções mais especializadas.



Editado 1 vezes. Última edição em 12/12/2006 21:40 por catolicapraticante.

Que bom seria que este argumento "Quem está "de fora" e desconhece os procedimentos médicos tende a interpretar erroneamente ou a deturpar algumasintervenções mais especializadas." fosse igualmente usado em todas as matérias, nomeadamente éticas e teológias. Como todos podem mandar bitaites, tambem tu caro tilleul podes mandar os teus.
Falta fazer aqui o teste da Bazofia....
Porque é tudo uma questão de opinião: Onde estão estudos serios que apresentem os numeros daqueles que receberam orgãos e fizeram uma festa? Qual a percentagem dos que se calaram?
Perdoem a ironia, mas quando se quer calar a opinião dos outros vale tudo. Até a a autoridade.
Por outras palavras, Tilleu, como nao pescas nada do assunto, cala-te e deixa falar quem sabe.

Esta é digna do Lopes da Silva



Editado 1 vezes. Última edição em 13/12/2006 00:30 por Paulo.

O diácono já está a descambar.....



Editado 2 vezes. Última edição em 13/12/2006 01:02 por catolicapraticante.