Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Ir para a página: 123Próximo
Página actual: 1 de 3
Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 29 de November de 2006 23:41

Segundo notícia do jornal PÚBLICO, o Presidente da República, Cavaco Silva, decidiu convocar o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez para 11 de Fevereiro de 2007, justificando a decisão com o facto de o tema ser objecto de debate na sociedade, apesar de ter havido já um referendo sobre a matéria.

O tema do aborto já tem sido amplamente discutido aqui no Fórum Paroquias.org, e, continuará a sê-lo sempre que as pessoas assim o entenderem.

Todavia, mais do que discutir o tema, quisemos com a criação deste tópico criar um espaço de registo de testemunhos daqueles que vão votar NÃO neste referendo. Só NÃO não basta. É preciso que esclareçamos as pessoas porque é que votamos NÃO, para que as pessoas entendam que o que está em jogo neste referendo não é a descriminalização do aborto, mas sim a sua total liberalização até às 10 semanas por vontade exclusiva da mulher.

NOTA: Neste tópico não serão permitidas discussões, apenas testemunhos de quem pretende votar NÃO. Outras mensagens sobre o aborto ou sobre o referendo devem ser registadas aqui. Cada utilizador deve participar apenas com uma mensagem.




“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

NÃO. Claramente e sem qualquer dúvida é NÃO.
1. É NÃO porque a gravidez não é fruto apenas da mulher. É também do homem. Seja marido ou não, ele será pai da criança. Ele é tanto pai como ela é mãe.
Também eu sou pai e o futuro dos meus filhos é tão da responsabilidade da mãe como minha. Como pai, recuso-me a aceitar que apenas um dos pais disponha do futuro dos filhos. Sobretudo, quando se trata de colocar um fim na sua vida.

2. Sou contra que as mulheres que abortam sejam levadas a Tribunal e sejam presas por esse facto. Concordo com a descriminalização das mulheres grávidas que abortam. Considero que quem deve ser levado a Tribunal seriam médicos, enfermeiras ou todas as pessoas que realizam o aborto.
Porém, não é isso que está em causa neste referendo. Neste referendo está em causa a total liberalização do aborto até às 10 semanas por opção exclusiva da mulher. Por isso, voto NÃO.

3. Num país que se vê confrontado com o aumento da idade da reforma para evitar o colapso da Segurança Social, onde as filas de espera para adopção de crianças são cada vez maiores e os processos demoram imenso tempo, o Estado deve-se preocupar em aumentar a natalidade e não proporcionar o aborto e a sua consequente diminuição.

4. Há ainda muito trabalho a ser feito na área da contracepção e planeamento familiar. Com a informação e meios que hoje dispomos é possível descer significativamente o número de gravidezes indesejadas. São estas que potencialmente levarão ao aborto. São estas que o Estado deve ajudar os casais a diminuir e não proporcionar o aborto como uma saída para uma contracepção inexistente.

Luís Gonzaga



Editado 2 vezes. Última edição em 14/02/2007 22:51 por Luis Gonzaga.

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 30 de November de 2006 09:43

Vou votar NÃO.

Não o faço apenas por ser cristã e não me esquecer da Palavra de DEus «Antes de te haver formado no ventre materno,Eu já te conhecia" (Jr 1, 5).

Esta questão do aborto não é apenas religiosa, como se diz muitas vezes. Trata-se do direito à Vida, um direito constitucional.

Sendo assim, aqui deixo as principais razões por que vou votar NÃO:

- O direito à Vida é constitucional. Quer queiramos quer não, mesmo quando ainda somos uma célula, somos Vida. No momento da fecundação já há vida. Quanto mais às 10 semanas (o limite proposto pelo Governo). Nessa altura, o coração já bate.

- A nova lei que se pretende aprovar tem em conta apenas a escolha da mulher. Então e o pai?

- Diz-se que o corpo é da mulher. É verdade se estivermos a falar apenas do seu corpo. Sobre ele tem todos os direitos, sobre a vida que está dentro dela não.

- A despenalização só vai levar ao aumento de abortos, como se verificou nos países que optaram pela despenalização. O que se deve fazer é criminalizar as pessoas que estão nas clínicas ou em casas onde se pratica o aborto. Esses, sim, devem ser criminalizados. Ora, assim, só se tem de mudar a lei, não é preciso despenalizar o aborto.

- Tal como nesses países, os casais vão continuar sem apoios para terem os filhos e não será feito qualquer investimento no planeamento familiar. A maioria das mulheres não tem os filhos, porque não tem ajuda. Se tivesse, optaria por tê-los.

- A maioria das mulheres e homens que optam pelo aborto sentem-se culpados para o resto da vida e precisam muitas vezes de apoio psicológico. Mais uma razão de como o aborto não deve ser despenalizado. Deve-se, antes, apostar em políticas de planeamento familiar e em melhores políticas de adopção.

- Além disso, em que locais é que as mulheres poderão fazer o aborto caso vença o Sim? Tendo em conta os problemas financeiros do Estado, as filas de espera nos hospitais, acho que esses locais serão, inevitavelmente privados. Então e as mulheres pobres? Perante isto, acho que o aborto clandestino vai continuar ...

- POr último, não faz sentido fazer-se, num momento, a apologia à despenalização do aborto, e, noutro, falar-se dos problemas que estão a surgir na sequência de termos um país com uma população cada vez mais envelhecida.

- E não nos esqueçamos que, mesmo que o aborto seja feito numa clínica onde haja todas as condições, a mulher pode ficar com sequelas complicadas.

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: (IP registado)
Data: 30 de November de 2006 10:24

Tirado deste blog, no qual participo (o texto que cito foi escrito por mim):

Esta questão é demasiado complicada. Para mim, vai bem para além de dicotomias simplistas.

Não sei se concordo com a possibilidade de se poder abortar no caso de violação ou no caso de deficiência do nascituro (mas aceito-o como sendo, de momento, facto consumado, sobre o qual não tenho de pensar). Não tenho o mínimo de dúvidas de que o aborto deve ser permitido no caso de perigo de vida para a mulher.

Não, não considero o nascituro (que palavra conveniente) uma pessoa como eu ou como quem me lê. Não fazemos funerais a abortos (naturais) de 3 meses, mas já fazemos a crianças de 3 meses. É porque alguma diferença há. Não obstante, é vida, tende para gente, homem ou mulher.

Acho que faz sentido (na discussão actual) discutir se se deve poder abortar até às 8 ou até às 12 semanas, se se deve alargar o número de casos em que se pode abortar (para poder, por exemplo, incluir o caso de adolescentes que não têm maturidade ainda para ser mães, seja aos 12 ou aos 19; sei que é complicado, mas com criatividade tudo se faz) ou restringir a prática do aborto. Acho que faz sentido discutir as penas. Não acho que faça sentido despenalizar, pura e simplesmente. Sinto que o aborto não é uma área em que o Estado possa estar calado; por regra, e a menos que haja razões lícitas, tem de se dar um sinal de reprovação a esta prática.

Para ser mais concreto, acho mesmo que se deveria aprofundar o que significa haver lesões para a saúde psíquica da mulher grávida (aqui cabem, quanto a mim, as adolescentes grávidas cujos pais imaginam virginais, a mulher com 5 filhos casada com um bêbado que a maltrata, sei lá, as piores situações). É mais uma questão de interpretação da lei do que necessidade de a alterar.

Feito isso, quem abortar sem ser por essas razões (qualquer uma das atrás indicadas), mas por critérios egoístas, desculpem-me, mas não me importo muito que vá para a cadeia. Mas talvez seja a minha insensibilidade masculina. Submeto-me ao contraditório, com a consciência de que sei pouco, e com a vontade de aprender dos outros.

PS: Permitir-se o aborto a uma mulher porque esta não tem como sustentar o filho é demissão da solidariedade na sociedade, e é o que me choca mais que tudo.

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 30 de November de 2006 12:10

Eu voto NÃO!

A vida do Ser Humano não pode ser especial numa altura e então tem que ser preservada, e deixar de ser especial noutras alturas e já poder ser abortada. É uma incoerência de todo o tamanho.

A vida começa com a concepção, e citando a Bíbia como a Maria João,

«Antes de te haver formado no ventre materno,Eu já te conhecia" (Jr 1, 5).

Agora pensem como quiserem.

E tal como eu disse na outra thread, não é por estar liberalizado e despenalizado até às 10 semanas, que o aborto vai deixar de ser feito. Essa é outra falácia de todo o tamanho.
Se eu quiser abortar, aborto sendo legal ou ilegal. Nada me vai impedir de cometer o acto.

Quanto às mulheres irem para a cadeia,bem, também acho que as coisas não são bem assim. Há que investigar se foi um aborto forçado ou de livre vontade. Sim porque há muitas e boas mulheres que abortam de livre vontade. Outras nem por isso. Nisso não há dúvidas.

Os meus paizinhos nunca foram pessoas com muito dinheiro e mesmo com o 4º filho não planeado, e com conselhos de pessoas para abortar, tiveram o filho e hoje somos muito felizes.

Voto NÂO!

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 01 de December de 2006 00:56

Vou votar NAO por muitos motivos.
Ha alguns anos conheci os priests for Life e com eles conheci uma outra visão do aborto. Eles trabalham directamente com mulheres que abortaram. Com eles conheci outro grande drama - o da mulher que aborta.
Comecei a trabalhar mais de perto com a Vinhas de Raquel que acompanham e procuram curar o trauma que o aborto provoca também nas mulheres.
Todos sabemos que nenhuma mulher aborta de animo leve. Muitas pensam que é uma solução. Mas o aborto é apenas mais um problema. Uma criança nunca é um problema.
Tenho vindo a aprender que a melhor forma de evitar este problema, é que a mulher nunca tenha de abortar.
Vou votar não, porque amo tanto a minha mãe que sempre soube que a minha vida não lhe pertencia. Porque ela me ama tanto que me deu ao meu Criador.
Vou votar não por que o sou o devo a grandes mulheres. À minha mãe que com o meu pai colaboraram com Deus na obra da criação. Á minha avó que abdicou da sua vida por amor a mim. A minha professora primaria que me ensinou a rezar e perceber que Deus me Ama.
Vou votar não porque amo muito esta vida. Porque a vejo como uma oportunidade de ser feliz.
Porque tenho obrigaçao de ajudar os outros a serem felizes também.
Vou votar Não, porque a maior alegria que Deus me tem dado estes anos tem sido o sorriso das crianças da creche que mal eu entro correm para me abraçar. Se não é Cristo ali.... não é em mais lado nenhum.
Abraço a todos.

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 02 de December de 2006 03:55

Pensamento


Vou votar não ao "Aborto" porque o que sou o devo a uma grande mulher. À minha mãe que com o meu pai colaboraram com Deus na obra da criação.


Paulo

[www.paroquias.org]


Recolhido por Rita*

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 02 de December de 2006 17:26

Tenciono votar não, porque a despenalização do aborto, tal como está prevista, pressupõe transformar um crime contra a vida e a humanidade em direito, pressupõe que médicos e médicas do Serviço Nacional de Saúde serão obrigados a induzir abortos por ordem administrativa e porque está sujacente a uma estratégia de uniformização do papel social do homem e da mulher. Vou votar não, para dizer não à fascização da sociedade portuguesa e à vida por cotas. Vou votar não, porque não aceito que em meu nome se extreminem 40.000 criançaspor ano, para promover a promiscuidade e irresponsabilidade sexuais.
É certo que não concordo que as mulheres vão para a cadeia por abortarem, mas o que há a fazer é rever as leis e dar-lhe um carácter mais humanizante, pois que há muitas formas de corrigir comportamentos desajustados.

*=?.0

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 03 de December de 2006 18:15

Já que todos somos a favor do "Não" a Resnascença está a fazer uma Campanha de Natal para oferecer um enxoval a um Bebé era bom, que quem pudesse ajudasse nesta campanha também. Se todos dermos um pouquinho do que temos, isso é contribuir para o "Não"

[www.rr.pt]

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Felisberto Areias Lopes (IP registado)
Data: 05 de December de 2006 23:59

Claramente o meu voto é não, o que se pertende com este referendo é apenas a legalização do aborto até as dez semanas. A actual lei, já salvaguarda as situações especifícas, e esta nova lei, apenas vem dar à sociedade, um sinal de banalização do aborto; como se a vida fosse refrendável.Como um dos movimentos anti-aborto lançado hoje, também eu lanço um apelo ao governo, que apartir de doze de fevereiro o governo invista o dinheiro que pensava dar a clinicas de morte que se pertendem instalar no nosso país a casais e mães que com muitas díficuldades optam por ter os seus filhos.
Felisberto Lopes

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 06 de December de 2006 02:25

Nunca fiz um aborto, mas se algum dia for confrontada com essa situação, a qual, presumo, só se colará em caso de dificuldades económicas ou por vicissitudes da vida, gostaria de ser apoiada pelo colectivo, leia-se comunidade envolvente e Estado, em sentido amplo, no sentido de não abortar e gostaria, principalmente, que fosse a sociedade que me pressionasse a ter o filho e que ao mesmo tempo me proporcionasse as condições físicas, económicas, materiais e emocionais para que mais uma criança pudesse vir a este mundo com toda a dignidade que cada centelha de Deus merece, pois cada um de nós é único e irrepetível no mundo. a unica forma de conseguir este estado de evolução é dizendo não!.

Paz na terra entre os Homens

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 06 de December de 2006 22:49

Depois da concepção forma-se um novo ser vivo. Biologicamente é inegavel que deve ser classificado como ser humano.
Até a 14º dia pode ocorrer a gemelação ou até a fusão do/s pré-embrião/ões, o que levanta algumas duvidas sobre a possivel aceitabilidade do aborto antes desta data.
A partir daí é inequivoco que esse ser vivo, esse ser humano, é o mesmo que veremos no feto, no bebé, na criança, jovem, adulto ou idoso. São apenas diferentes fases de desenvolvimento do mesmo ser vivo.
A diferenciação entre ser humano e pessoa humana é artificial. Atribuir o estatudo de pessoa em função da capacidade do ser mina inexoravelmente a radical igualdade da dignidade de todos os seres humanos. A coerencia com esta logica implicaria atribuir direitos diferentes a pessoas diferentes e até atribuir direitos superiores a muitos animais que aqueles que são atribuidos aos bebés que têm capacidades inferiores a estes animais.

Sendo assim o aborto só deve ser permitido em casos de risco de vida ou grave risco para a saude e tolerado antes do 14º dia.

Podem existir circunstancias que atenuem ou até eliminem completamente a culpabilidade de quem aborta mas essas circunstancias podem e devem ser avaliadas caso a caso e não deve dar-se uma aministia previa a todos os que cometam este horror. Noutros crimes verifica-se o mesmo (por isso há 8 anos ninguem é preso por fogo posto).

A liberalização do aborto irá implicar um aumento do numero de abortos, uma maior aceitabilidade social e consequentemente moral do aborto, vai aumentar a despesa publica, vamos pagar para se fazerem muitos abortos e uma diminuição de uma já excessivamente baixa taxa de natalidade. Mas de tudo isto o que é verdadeiramente grave é o mais que previsivel aumento do numero de abortos, sendo que o aborto mata um ser humano.

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 09 de December de 2006 01:34

À pergunta, tal como está formulada, eu só posso responder NÃO! (nos termos da lei, a resposta só pode ser um monossílabo, sem mais).

Para além de tudo o que já disse noutros posts sobre o assunto, permitam-me só mais este desabafo ou lamento: o Estado, o Estado laico, moderno e civilizado, o Estado de Direito que tanto prezamos, essa sofisticada forma de organização política do corpo social em que todos nos inserimos e que tanto custou a construir às gerações que nos antecederam, deve encorajar, defender e promover, sempre e em todas as circunstâncias, a Vida - não pode, jamais, executar, ele próprio, levianamente, a morte, e não pode desinteressar-se de que outros o façam ou até reconhecer-lhes o direito(!) a fazê-lo.

Uma sociedade onde se considere ser coisa normal, aceitável, moralmente neutra, aniquilar, a simples pedido de alguém, vidas humanas em gestação, precisamente nos estabelecimentos cuja razão de ser foi sempre, desde os primórdios da civilização, a de salvar a vida de cada um, é uma sociedade doente, moralmente desorientada, irracional, a resvalar para a barbárie.

Para poupar ao vexame da perseguição judicial as mulheres que abortam pressionadas por razões que elas sentem, mal ou bem, no íntimo das suas consciências, como intransponíveis, é despropositado que o Estado institucionalize o direito a abortar, a simples pedido, nos seus hospitais, com a condição única, arbitrariamente fixada, de que a gravidez não tenha mais de 10 semanas! Não é sensato e parece-me mesmo repugnante que, para acabar com aquilo que muitos julgam ser um mal (perseguir e castigar penalmente quem aborta) se crie um mal monstruosamente maior, que é inscrever na lei o direito de exigir do Estado, a simples pedido, a prestação desse serviço medonho que é a destruição de seres humanos na fase inicial das suas vidas, sem que se verifique a existência de alguma razão objectiva, excepcional, que exija o sacrifício desse bem para salvaguardar um bem de valor idêntico ou superior.

Mero colaborador de Deus na transmissão do dom maravilhoso que é a vida, não pode o Homem, desencadeado que seja, pela sua própria vontade e segundo as leis naturais, esse transcendente mistério do Outro que emerge, seu igual, seu irmão, único, irrepetível, amado desde toda a eternidade, não pode o homem - dizia
- decidir amputar-lhe a vida corpórea (a espiritual, essa nem Deus a destruirá jamais!), sem uma razão muito imperiosa que justifique ou torne desculpável esse acto funesto ablativo da dádiva mais valiosa que a raça humana conhece - a Vida!

Que não se condenem penalmente as mulheres que abortam, pelo menos na esmagadora maioria dos casos, não parece desrazoável e muitos estariam dispostos a aceitá-lo. MAs que, para isso, tenha que se retirar qualquer tutela jurídica à vida intra-uterina de idade não superior às 10 semanas e instituir o direito a fazer abortar essa vida, livremente, a simples pedido, é um erro crasso, um erro estúpido, um sinal de desumanidade.

Votarei NÃO, não pela razão odiosa de querer ver mulheres na cadeia, mas porque quero impedir que se estabeleça o direito de matar, "legalmente", vidas de inocentes, só porque quem as traz no ventre o pediu, sem ter que invocar e sem ter que se comprovar que há motivos muitíssimo excepcionais, sérios, graves e imperiosos para o fazer, que justifiquem o aborto à luz daquilo que a lei e a moral sempre reconheceram, a teoria do mal menor.

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Ana A. (IP registado)
Data: 17 de December de 2006 01:20

É verdade que uma mulher não é um útero. Mas tb é verdade, que não é apenas um clítoris.
O que se passa é que é emancipada, moderna e de mentalidade avançada a mulher que opta por ser um clítoris, ao passo que a mulher que decide ser mãe - ou um útero (?) -, especialmente se for mãe de mais do que um filho ou de dois, é considerada uma maluca, uma parideira, um útero sem personalidade própria, etc.
Toda a gente sabe que, num casal fértil, uma relação sexual pode culminar em gravidez.
Se uma mulher não quer ser um útero, que seja responsável pelo que faz.
Mais: considero que abortar nem sequer é fruto de uma decisão, quanto mais de uma decisão que não é de ânimo leve. Quem é que decide o que quer que seja sob uma situação de desespero? Reage, não decide.
E depois, que me desculpem, existem tantas alternativas ao aborto - associações, casas, linhas de apoio a grávidas de risco (infelizmente NÃO APOIADAS PELO ESTADO) - que só recorre ao aborto quem nunca considerou outra opção. Além do mais, essa de que uma mulher não faz um aborto de ânimo leve não é bem verdade: infelizmente, conheço muito bem quem não hesitaria em recorrer ao aborto.
O mal está em a sociedade considerar um feto uma não-vida quando, na comunidade científica nem sequer há unanimidade acerca disso. Ora, se não há consenso científico, a ética recomenda prudência.
Ora, se alguém diz a uma mulher em desespero -poranto, que não está bem emcionalmente - que livrar-se do empecilho que traz dentro da barriga é uma opção tão legítima como escolher entre vestir umas calças ou uma saia, é lógico que a mulher o vai fazer, e por todos os meios - lá está: é a reacção, não a decisão.
Menos uma boca a alimentar, menos um subsídio a dar. É a lógica que serve, antes de mais, os interesses do Estado.
Depois, vamos pensar nos lucros fabulosos que clínicas abortivas podem vir a dar em impostos.
Vamos pensar, também, nos empresários sem escrúpulos que não hesitam em despedir grávidas ou mães que amamentam: passarão concerteza a chantagear a m
mulher "ou o aborto, ou rua". Simples. A mesma situação aplica-se a namorados, ou maridos déspotas: "ou abortas, ou ficas sózinha". Ou ainda, se uma mãe quiser reclamar os seus direitos, poderá ouvir algo como: "Não reclame. Tivesse feito um aborto, que nada disto acontecia." Todos beneficiam, excepto a mulher e o filho desta. É a desresponsabilização total!
Depois, ninguém, em Portugal, cumpre pena efectiva por ter abortado. A humilhação de que tanto falam os "pró-escolha" deve-se ao circo montado precisamente por eles em frente aos tribunais: a mulher em causa não é condenada, mas toda a gente fica a saber quem ela é. Weird...
A mesma história com a imposição das 10 semanas...e quem se descobrir indesejavelmente grávida depois deste prazo? pois...querem ver que às 10 semanas e 1 dia o feto passaria a ser uma vida? weird again...
E finalmente - que isto vai sendo um testamento daqueles - a questão da aplicação dos impostos. Admite-se que eu esteja a descontar para dar melhores condições de vida à minha filha e, no final de contas, o meu dinheiro vai mas é para condenar bebés indefesos à morte por opção da mãe-que-quis-ser-um-clítoris-mas-tem-horror-a-ser-um-útero?
Dizem: a moral de alguns...mas é a moral de alguns que quer salvar AMBAS as vidas. Na "moral" de outros...uma das vidas é SEMPRE suprimida.
Na minha opinião, a única forma de a mulher não ser humilhada, de ter uma saúde reprodutiva, de não sofrer sequelas...é não abortar.
Mas isso, meus caros, dá trabalho. Dá trabalho aos que poderiam fazer alguma coisa pelas grávidas em risco e não querem fazer. Porque para acabar com o mal é cortá-lo pela raíz, não é pôr-lhe remendos.
Voto NÃO.

Ana A.

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 22 de December de 2006 15:24

Aborto: votar não coloca Portugal pioneiro do Humanismo

Jornal de Notícias, 22 de Dezembro de 2006

Matilde Sousa Franco

Na Faculdade de Direito da Universidade do Porto foi lançada a reimpressão do actual livro Vida e Direito. Reflexões sobre um Referendo. Porque a Vida é um Direito!, Principia, 1998. Uma obra a não perder, essencial para a compreensão desta problemática.

Apresento uma súmula da intervenção que fiz a propósito do aborto. No texto que apresentei na Assembleia da República, em 19 de Outubro p.p., como Declaração de Voto aquando da votação do referendo do aborto, expliquei que tenho profunda discordância quanto a este assunto. Fui a única deputada que invocou objecção de consciência para votar contra, na medida em que tenho disciplina de voto (outros deputados de movimentos agregados aos partidos têm liberdade de voto). Aliás, fui a única deputada a votar contra (com um deputado do Partido da Terra).

O aborto não é de políticas de esquerda ou direita, como finalmente se reconhece, nem é um problema apenas religioso, apesar de cristãos, islâmicos, judeus, hindus, budistas se lhe oporem. Cito um pouco da Declaração de Voto. O aborto "é sobretudo uma questão de consciência, mas até um assunto pragmático... pode haver uma diminuição da população. Por razões práticas, desde recentemente, a Suécia e a França fomentam políticas pró-natalidade...
Proponho: adequada prevenção do aborto, apoio à maternidade, agilização da adopção (existem muito mais pedidos de adopção do que crianças adoptáveis), etc. Pretendo que se incentive uma cultura de afectos, essencial numa sociedade mas justa e solidária.

O referendo não vai sequer resolver graves problemas das mulheres. Não quero ver mulheres nos tribunais e, para isso, é necessário alterar em profundidade a legislação... Ao longo dos séculos, Portugal tem tido a coragem de se afirmar a nível mundial pelo Humanismo, sendo pioneiro nas abolições da escravatura e da pena de morte, vanguardista no apoio a crianças, na defesa e valorização das mulheres e nos cuidados para com os mais fracos em geral.

Voto contra este Projecto de Resolução, inclusivamente porque gostava que, mais uma vez, Portugal se distinguisse agora por ser pioneiro mundial do Humanismo, numa renovada cultura a favor dos Valores e da Vida".

Na Universidade do Porto, sublinhei alguns aspectos muito pragmáticos e da maior actualidade. Depois de eu ter escrito a Declaração de Voto, a Comissão Europeia recomendou políticas pró-natalidade, insertas no que significativamente chamou Cinco maneiras de desactivar a bomba de relógio demográfica.

A Alemanha apressou-se a implementar medidas nesse sentido, mas a "a bomba de relógio demográfica" é previsível e visível há décadas e, entretanto, nos países onde se liberalizou o aborto, diminuíram em largos milhares os nascimentos, aumentando o total de abortos (legais + clandestinos), o que contribuiu para os gravíssimos problemas de falta de mão de obra, falta de quem pague a segurança social dos mais velhos, etc; os milhões de imigrantes é que têm ajudado os europeus.

No primeiro Fórum sobre o Futuro Demográfico da Europa, realizado dias depois, em 30 de Outubro p.p.,Vladimir Spidla, membro da Comissão Europeia responsável pelo Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades, disse: "uma Europa que promove renovação demográfica é uma Europa em que se procuram criar as pré condições para que os Europeus estejam aptos a atingir os seus objectivos familiares".

Portugal tem um défice de 47 mil nascimentos/ano. Para haver renovação de gerações era necessário que nascesse uma média de 2.1 filhos por cada mulher, mas essa média é de apenas 1.4. Desde 1983 verifica-se continuo decréscimo de número de partos, tendo nascido menos 900 mil crianças.

Cito Edgar Morin, A Sociedade em Busca de Valores:"... a sociedade desintegra-se... o único cimento que resta é o sentimento da solidariedade vivida".

Portugal pode e deve, por razões históricas e de auto-estima, ser agora outra vez uma luz para o Mundo, concretizando afinal o sonho do Re António Vieira, de Fernando Pessoa e de tantos outros. Espero que com o voto muito expressivo no Não ao aborto, Portugal concretize este sonho secular de ser cabeça de um império espiritual mundial, numa solidariedade vivida e motor de renovado Humanismo.





Pedro Aguiar Pinto

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: AHonório (IP registado)
Data: 30 de December de 2006 19:31

Sai da minha frente, já!

Quero lá saber se és bom, feio, grande, lindo, diminuído, estúpido, mau, pequeno, inteligente, indefeso, prisioneiro sem juízo, abjecto ou atrasadito,...
Pouco me importa o que quer que sejas. És um apêndice chato e acessório!
Nos meus medos, eu tenho justificações para todo o género dessas coisas.
Belas, sonantes, entorpecentes, opiáceas, inebriantes, demolidoras,
jubilosas, ufanantes, teatrais, hilariantes e até, às vezes, comovedoras.
Eu nem sei se atingi a verdade, se tenho a verdade ou se
sou mesmo uma extensão da própria Verdade.
Tenho anestésicos relaxantes, de modo que eu já nem preciso pensar.
É assim que se percebe, como sou tão campeão, nem preciso reflectir, sequer. Reputo até isso como próprio dos fracos.
Eu tenho umas tantas ideias que até me dão muito jeito, até porque há por aí uns tantos que resolvem olhar para ninharias misturadas com velharias.
E eu tenho pressa. Muita pressa.
Não tenho tempo para tirar o pó e separá-lo de um possível valor nele opaco e misturado. Como tal, dá-me muito mais jeito enrolar tudo numa velha teia de aranha e deitar nebulosamente tudo fora. Quero construir tudo de novo...
Assim, com um simples rótulo, sou rápido e eficiente.
...
Claro que não, esses tipos são antiquados, não se percebe logo!
...
Não! Como é que eu estou metido no meio dessa velharia toda? Nem pó!
...
Claro, eu quero é ser campeão! O último a chegar, quero lá saber! Que se dane!. Isso é atraso!
Olhe, sabe que mais, esse ’gajo’, para já, nem é gente. ´Tá a ver. Como é que ‘esse qualquer coisa’ tem direitos para entortar a minha distracção!
...
Pois claro, quero distrair-me, posso?
...
....
Mas afinal, veja lá como é que anda por aí! Atropelar as pessoas, isso é maneira de...
...
Não me viu ou não me quis ver? Já sou bem grande, não tem desculpa!
....
Ah! E se fosse pequeno, já podia atropelar-me, ... veja bem a miséria que vai dentro de si. Para si, só os grandes é que têm direitos, não? Sou corajoso e enfrento...
...
Eu não sou isso, ‘tá bem!
Sim, para mim os pequenos também podem ter algum valor...
Valor, sim, pois....
Sim, isso.

Gostaria, gosto “que venham a mim as crancinhas”. Às vezes...mas o que eu eu quero é ser grande, compreende?
...
Sim, se fosse anão, torto, coxo, ... até seria um azar do caraças... Se mesmo assim já tenho problemas...
...
Claro, gostaria que me dessem a mão... Com milagre ou sem milagre, com uma reza exorcista ou com uma poção mágica qualquer, queria lá saber...
....
Sim, às vezes dava jeito... mesmo de um desconhecido. Claro que aceitava! Você não aceitava?
...
Mas, mas afinal, quem é você?
....
Olha, eu e tu somos o mesmo, desfasados no tempo. Sou a tua voz quando eras bom, feio, pequeno, lindo, diminuído, estúpido, mau, grande, inteligente, indefeso, prisioneiro sem juízo, atrasadito ou abjecto...... Não tinhas nada. Deformavas uma casa emprestada. Davas murros de protesto. Teu pai dizia que eras futebolista. Eras um estorvo no ganha-pão da tua mãe a quem ajudaste a tornar mais feia e velha. Teu pai escutava por fora. E ainda assim, todos diziam que tudo era tão belo, só por ti, e mesmo apesar de te não conhecerem.
Ah! Gostarias que tirasse alguns adjectivos àquela frase acima, não é?. Está bem, tira. Faz dois montinhos com eles. Mas olha, não esqueças, desses dois montinhos eu vou escolher aquele com que vais ficar. Sabes, é que tens de partilhar tudo contigo mesmo. E, se queres viver em equilíbrio contigo, sê condescendente na divisão, não vás tu ficar depois da divisão, com uma parte muito pobre, que te torne, então, o viver demasiado penoso...
Aí sim, então, quando já fores capaz de dividir contigo mesmo, estarás a caminho de vislumbrar a etapa seguinte – dividir com os outros.
Vês, como ainda estás tão longe?
Como é que tu ainda desejas, às vezes, aquele milagre do belo ou doutro adjectivo qualquer?!
Já pensaste se alguém te acha antes, ainda e apenas mais um estorvo, por aí, numa distracção qualquer?

Não seria melhor aprenderes a saber viver com a Natureza que te dá e tira o ser?
Ah! Mas, olha, não vás só pelo fácil. Procura qualidade. Há muito por aí. Misturado. Acha. Serve-te de um daqueles melhores adjectivos que escolheste para ti, ali acima. Vais ver que encontras depois um sorriso gradual, superior, cada vez maior e feliz. Lembra-te, só é verdadeiramente bela, a beleza que trazes escondida dentro de ti, porque é com ela que vês o mundo onde sorris.
....

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Sister of Mercy (IP registado)
Data: 01 de January de 2007 22:34

Eu vou votar NÃO porque:

-o feto é considerado vida humana para quase todos os efeitos excepto heranças e funerais. Não se pode vender, doar ou fazer experiências em fetos humanos e os homens não podem matá-los, mesmo que sejam os pais, porque hão-de as mães poder matá-los?

-a prova de que o feto é humano é que os partidários do SIM nunca tentam sequer demonstrar o contrário. Falam da mulher e nunca do feto. Se me demonstrassem que não era humano, eu seria a favor. Sem demonstração, como vamos dizer "o aborto talvez esteja realmente a matar uma pessoa, mas dá tanto jeito que vamos legalizá-lo"?

-o aborto não é nenhuma libertação feminina, pelo contrário! Só se é livre quando se é adulto, responsável e independente. As mulheres livres usam responsavelmente a contracepção e não "têm" que abortar e muito menos por causa do que vai dizer a vizinhança ou porque querem continuar casadas com bêbados espancadores de crianças!

-se as mulheres que querem abortar o fizerem nos hospitais públicos, passam à frente de quem realmente precisa de ser operada. Se não passarem à frente, é porque vão para clínicas privadas. De qualquer das maneiras, a saúde dos pobres é que paga

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: fcarreira (IP registado)
Data: 01 de January de 2007 22:56

Chamo-me Rosa. Em Agosto de 1975 vim de Angola sem nada: sem dinheiro, sem bens...

O meu marido arranjou um emprego a 30km de casa e o que ganhava quase ficava nas despesas de transporte e alimentação.

Em Fevereiro de 76 engravidei, mas nem por um segundo me passou pela ideia não ter esse filho.

Eu, grávida, andava por dia cerca de 10 km a pé (2 horas de caminho) para ir trabalhar e contar os tostões ao fim do mês.

Mas o meu filho nasceu, graças a Deus. Criei-o e eduquei-o, assim como a uma irmã que nasceu dois anos e meio depois, com graves problemas de saúde.

Com muito sacrifício? Sim. Mas também com muito Amor.

Hoje os meus filhos estão VIVOS e eu sou uma avó Feliz. Ela é professora, ele é engenheiro e DEFENDEM A VIDA, porque


O AMOR É MAIS FORTE DO QUE A MORTE.


E se eu, só por não ter posses abortasse???....

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 02:22

Diácono promete fazer campanha no dia 11/02


Ilídio Mesquita vota "não"


Um responsável religioso por cinco aldeias do Nordeste Transmontano vai apelar ao voto no "Não" no domingo do referendo ao aborto, mesmo que lhe custe um processo na Comissão Nacional de Eleições (CNE).

O diácono Ilídio Mesquita garantiu à Lusa que nas celebrações religiosas do dia 11 de Fevereiro vai dizer aos fiéis "Eu voto Não e aconselho, peço, imploro aos cristãos que estão aqui para fazerem o mesmo". E isto mesmo sujeitando-se "a ser penalizado pela CNE", disse, referindo-se à proibição legal de no dia de um acto eleitoral ser feita campanha.

O religioso é responsável pela paróquia de Soutelo Mourisco, que integra Cabanas e Vilar Douro, e ainda Veigas e Pinhovelo, no concelho de Macedo de Cavaleiros. Embora entenda que "os párocos não devem imiscuir-se na política", considera que a questão em causa "não é política" e "exige o envolvimento de toda a sociedade em defesa da vida, principalmente numa região como a de Trás-os-Montes, com taxas tão baixas de natalidade e cada vez mais desertificada".

"Nós não queremos que as mulheres sejam penalizadas, mas mais do que o referendo ao aborto era importante dar condições às mães para terem filhos", defendeu o diácono, que tem 40 anos e é conhecido na região pelas suas funções na área social, à frente de uma associação de Macedo de Cavaleiros, que já criou duas empresas de inserção para mulheres. Na actual discussão lamenta que "a questão dos direitos das mulheres pareça resumida ao aborto e não se exijam mais condições, como o apoio na maternidade, mais escolas para educarem os filhos e outras questões sócio-económicas".

Menos directo na defesa do "não" ao aborto será José Bento, um jovem padre responsável por uma das paróquias da cidade de Bragança. Não abdicará, no entanto, de "apelar à vida" nas suas homilias. "Já fiz algumas referências e vou continuar a fazê-lo, sempre pela positiva", disse à Lusa. Esta é também a atitude que o bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. António Moreira Montes, espera de todos os párocos, com os quais vai reunir-se dia 15.

Para o bispo, que é também vice-presidente da Conferência Episcopal, "o apelo à vida decorre da afirmação da doutrina normal da Igreja e estranho seria o contrário". Entende por isso não haver "nenhuma campanha especial", embora admita que "a questão está mais presente por causa do referendo".

D. António Moreira Montes "aprova e apoia" o movimento "Nordeste pela Vida", que deverá ser oficializado nos próximos dias em Bragança, por iniciativa da associação cristã "Famílias". Este grupo está já a desenvolver algumas acções em defesa da vida, que dizem não ser referendável".

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: ana reis (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 18:12

Eu nao vou votar,pois nao tenho idade,mas sou contra o aborto!!!porque? simplesmente porque apesar de ainda ser muito nova já apanhei 2 sustos ao pensar que estáva grávida por pura irresponsabilidade...
por muito nova que uma pessoa seja ou por ter muitas dificuldades financeiras nao me parece que a soluçao seja abortar...qualquer mulher k engravide 'nao pode' dizer que nao tem maturidade para criar um filho, pois essa mesma mulher já teve maturidade para o fazer,assim como o pai...nos centros d saúde existe pilulas e preservativos grátis...ninguem pode dizer que nao comprou porque está com falta de dinheiro...
como ja mencionei atrás, ja por 2 vezes que pensei estar grávida e nem a mim nem ao meu namorado nos passou pela cabeça abortar, mas sim como contar aos nossos pais!!!
depois tambem onde é que iriam ser feitos os abortos?
em clinicas privadas?_nao m parece, pois nem toda agente tem possibilidades para as pagar!
em hospitais?_hum...pelo que sei há enormes filas de espera para operações com a intenção de salvar vidas.mas para abortar nao se pode esperar,nao é!?entao essas mulheres teriam que passar à frente de toda a gente que quer salvar a sua vida para tirar a vida a um ser que por sinal até foram elas que o fizeram!!! nao me parece justo..!

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 13 de January de 2007 17:35

D. António Marto, reafirma posição


O Bispo de Leiria-Fátima renovou esta manhã, em Fátima, o apelo à participação dos católicos em acções de defesa da vida.

O fenómeno do aborto como chaga social é sintoma de um mal-estar profundo de cultura, civilização e da própria sociedade.

D. António Marto alertou para o alastramento de uma visão materialista que reduz o conceito de vida humana a um mero produto material ou biológico e também para a visão pragmática que remete por completo essa sensibilidade para as fronteiras do bem-estar social.

A nossa sociedade, disse o Bispo, é frágil e vive em função dessa lógica utilitarista.

Contra a morte silenciosa de seres humanos indefesos e inocentes, o Bispo de Leiria-Fátima define o aborto como chaga social para a qual é preciso dar respostas urgentes, respostas solidárias que galvanizem todos os sectores da sociedade e do Estado para ajudar a dar apoio concreto às mulheres que sofrem.

D. António Marto disse ainda que a liberalização do aborto, embora disfarçada sob forma jurídica de despenalização não é resposta digna nem condigna. É uma fuga em frente para não se atacar um problema nas suas raízes.

Foram palavras de D. António Marto, na homilia da missa que assinala a peregrinação de 13 de Janeiro, este ano, com o tema "Acolher a vida como um dom de Deus".



[www.rr.pt]

Ir para a página: 123Próximo
Página actual: 1 de 3


Este tópico foi encerrado

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.