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Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 18:37

Cristina e pontosvista,

a mim disseram-me e fui procurar. Mas não achei documento oficial. Procurando em alguns sites, consegui encontrar alguma coisa. Penso que servirá para já.

[www.montfort.org.br]

Pro multis significa "por muitos", decide o Vaticano
Catholic World News
Vaticano, 18 de Novembro (CWNews.com) - O Vaticano ordenou que a expressão pro multis seja traduzida como "por muitos" em todas as novas traduções da Oração Eucarística, segundo averiguou a agência Catholic World News.

Embora "por muitos" seja a tradução literal da expressão latina, as traduções atualmente em uso traduzem a expressão como "por todos". Traduções equivalentes (für alle; for all; per tutti) estão em uso em diversas outras línguas.

O Cardeal Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino, escreveu para os Presidentes das Conferências Episcopais do mundo todo, informando-os da decisão do Vaticano. Para os países onde uma mudança na tradução será necessária, a carta do Cardeal direciona os Bispos a se prepararem para introduzir "nos próximos um ou dois anos" a nova tradução da expressão nos textos litúrgicos aprovados .

A tradução do pro multis foi tema de uma discussão considerável, em razão das graves questões teológicas envolvidas. A expressão aparece quando o sacerdote consagra o vinho, dizendo (na tradução atual):

...será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados.

Já a versão do Missal em latim, que dita a norma para a liturgia romana, diz:

...qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum.

Os críticos da tradução atual, desde que esta apareceu, argumentaram que traduzir pro multis como "por todos" não só distorce o sentido do original em latim, como também passa a impressão de que todos os homens serão salvos, independentemente de sua relação com Cristo e com Sua Igreja. A tradução mais natural, "por muitos", sugere de modo mais preciso que, embora o sofrimento redentor de Cristo torne a salvação disponível a todos, disso não se segue que todos os homens se salvarão.

O Cardeal Arinze, em sua carta aos presidentes das conferências episcopais, explica as razões da decisão do Vaticano:

* Os Evangelhos Sinóticos (Mt 26,28; Mc 14,24) fazem referência específica a "muitos" pelos quais o Senhor oferece o Sacrifício, e essa palavra foi enfatizada por alguns exegetas em conexão com as palavras do profeta Isaías (53, 11-12). Teria sido perfeitamente possível aos textos do Evangelho dizer "por todos" (por exemplo, cf. Lucas 12,41); ao invés, a fórmula apresentada na narrativa da instituição [da Eucaristia] é "por muitos", e as palavras foram fielmente traduzidas assim na maioria das versões bíblicas modernas.
* O Rito Romano em latim sempre disse pro multis e nunca pro omnibus na consagração do cálice.
* As anáforas dos diversos ritos orientais sejam em grego, siríaco, armênio, línguas eslavas, etc., contêm o equivalente verbal do latim pro multis em suas respectivas línguas.
* "Por muitos" é uma tradução fiel de pro multis, ao passo que "por todos" está mais para uma explicação do tipo que cabe mais propriamente à catequese.
* A expressão "por muitos", embora permanecendo aberta à inclusão de cada pessoa humana, reflete também o fato de que essa salvação não é aplicada de modo mecânico, independentemente da vontade e da participação de cada um; pelo contrário, o fiel é convidado a aceitar na fé o dom oferecido e a receber a vida sobrenatural que é dada àqueles que participam nesse mistério, agindo de acordo em sua vida, de modo a ser contado no número dos "muitos" aos quais o texto se refere.
* De acordo com a instrução Liturgiam Authenticam, deve ser feito um esforço para uma maior fidelidade aos textos latinos nas edições típicas [do Missal].


Documento do Vaticano:

Congregatio de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum

Prot. N. 467/05/L - [www.cwnews.com]

Roma, 17 de outubro de 2006

Sua Eminência/Excelência,

Em julho de 2005, esta Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, por acordo com a Congregação para a Doutrina da Fé, escreveu a todos os Presidentes das Conferências Episcopais para requisitar sua opinião ponderada acerca da tradução, para os diversos vernáculos, da expressão pro multis na fórmula para a consagração do Preciosí­ssimo Sangue durante a celebração da Santa Missa (ref. Prot. N. 467/05/L de 9 de julho de 2005).

As respostas recebidas das Conferências Episcopais foram estudadas pelas duas Congregações e um relato foi feito para o Santo Padre. Sob a direção dele, esta Congregação agora escreve a Sua Eminência/Excelência nos seguintes termos:

1. Um texto correspondente às palavras pro multis, transmitido pela Igreja, constitui a fórmula em uso pelo Rito Romano em Latim desde os primeiros séculos. Nos últimos 30 anos aproximadamente, alguns textos em vernáculo aprovados contiveram a tradução interpretativa "por todos", "per tutti", ou equivalentes.

2. Não há absolutamente qualquer dúvida sobre a validade das Missas celebradas com o uso de uma fórmula devidamente aprovada contendo a fórmula equivalente a "por todos", conforme a Congregação para a Doutrina da Fé já declarou (cf. Sacra Congregatio pro Doctrina Fidei, Declaratio de sensu tribuendo adprobationi versionum formularum sacramentalium, 25 Ianuarii 1974, AAS 66 [1974], 661). Com efeito, a fórmula "por todos" indubitavelmente corresponderia a uma interpretação correta da intenção do Senhor expressada no texto. É um dogma de fé que Cristo morreu na Cruz por todos os homens e mulheres (cf. João 11:52; 2 Coríntios 5,14-15; Tito 2,11; 1 João 2,2).

3. Há, contudo, muitos argumentos em favor de uma tradução mais precisa da fórmula tradicional pro multis:

a. Os Evangelhos Sinóticos (Mat eus 26,28; Marcos 14,24) fazem referência especí­fica a "muitos" (πολλων = pollôn) pelos quais o Senhor oferece o Sacrifí­cio, e essa formulação foi enfatizada por alguns estudiosos bí­blicos em conexão com as palavras do profeta Isaí­as (53, 11-12). Teria sido perfeitamente possí­vel aos textos evangélicos terem dito "por todos" (por exemplo, cf. Lucas 12,41); todavia, a fórmula apresentada na narrativa da instituição é "por muitos", e as palavras foram fielmente traduzidas assim na maioria das versões modernas da Bíblia.

b. O Rito Romano em Latim sempre disse pro multis e nunca pro omnibus na consagração do cálice.

c. As anáforas dos diversos Ritos Orientais, sejam em grego, sirí­aco, armênio, lí­nguas eslavas, etc., contêm o equivalente verbal do latim pro multis em suas respectivas lí­nguas.

d. "Por muitos" é uma tradução fiel de pro multis, ao passo que "por todos" é, ao invés, uma explicação do tipo que pertence propriamente à catequese.

e. A expressão "por muitos", embora permaneça aberta à inclusão de cada pessoa humana, reflete também o fato de que essa salvação não é efetuada de um modo automático, sem o concurso da vontade ou a participação de cada um; pelo contrário, o fiel é convidado a aceitar na fé o dom oferecido e a receber a vida sobrenatural que é dada àqueles que participam neste mistério, pondo também isso em prática na vida, para ser contado no número daqueles "muitos" aos quais o texto faz referência.

f. De acordo com a Instrução Liturgiam Authenticam, deve haver o esforço para uma maior fidelidade aos textos latinos contidos nas edições tí­picas.
As Conferências dos Bispos daqueles países onde a fórmula "por todos" ou sua equivalente está atualmente em vigor são, portanto, requisitadas a realizar a catequese necessária aos fiéis sobre essa questão nos próximos um ou dois anos, para prepará-los para a introdução de uma tradução vernacular precisa da fórmula pro multis (ou seja, "por muitos", "per molti", etc.) na próxima tradução do Missal Romano que os Bispos e a Santa Sé aprovarem para uso em seu paí­s.

Com a expressão de minha alta estima e respeito, permaneço, Sua Eminência/Excelência,

Devotamente Seu em Cristo,

Francis Cardeal Arinze, Prefeito

(tradução e destaques nossos)

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 18:38

Diogo

Não é questão de ser dificil entender. Só perguntei.

Do texto que fizeste um link nada consta.

Tenho lido é que vai haver uma liberalização da Missa em Latim no rito antigo que seriam optimas notícias. Mas em relação a alteração das traduções nada vi.

A explicação do Alef é muito boa e convincente. Não tenho qualquer reserva à formula actual. O que me faz especie é que sejam utilizadas formulas consoante a lingua.

Cristina Dinis Saraiva

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 18:48

Gostava de perguntar pelo menos ao Alef e ao Paulo.

Estes são assuntos complicados a que devemos dar muita atenção porque não é qualquer um que sabe destas matérias.

Gostei de ler o que o Alef escreveu mas não percebi bem se ele conclui que faz ou não faz muito sentido mudar-se a linguagem do rito. Tal como o Vaticano decreta.

Para mim, eu sei que morrer por todos não quer dizer que estejamos todos salvos e que não precisemos de praticar o amor que Deus nos pede.

O que é sabido é que as coisas vão mudar em relação ao "para todos" por "para muitos". Faz ou não sentido fazer esta mudança?

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 19:08

Caro s7v7n:

Do que escrevi parece ficar claro que o uso da expressão «por todos» é tão legítimo como o da expressão «por muitos».

Pessoalmente, pela proximidade ao texto latino eu teria mantido a expressão «por muitos» na tradução para vernáculo, mas tal não aconteceu. Preferiu-se a expressão «por todos» e nada tenho a opor.

Mas, uma vez que se estabeleceu a expressão «por todos», não me parece muito oportuno «voltar atrás». Fica-se com a impressão que se pretende apenas «apaziguar» certos tradicionalistas que têm medo que se salvem todos. ;-)

Ou seja, não vejo grande necessidade de determinar a obrigação de voltar à expressão «por muitos», sendo que hoje mais facilmente somos levados a pensar que «por muitos» exclui alguém e esta acepção parece estranha ao texto bíblico. Ou seja, usa-se uma expressão que necessitará de posterior catequese, como refere o documento que citaste.

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 26/11/2006 19:28 por Alef.

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 19:26

Obrigado! ;)

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 19:30

Cristina, como expliquei o link leva-te a uma constituição que apoia (pois dá incentivo à autenticidade litúrgica) esta mudança.
Pontos de vista, quem diz que vai é a Congregação PAra ao Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, quando enviou uma carta a todas as Conferências Episcopais ordenando que se deve proceder à mudança.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 19:37

Perante uma alteração destas, não sei se fique contente por não se alterarem outras coisas mais problemáticas, se fique triste por se pensar que estes detalhes têm qualquer relevância para a Evangelização.

Diogo

O que eu queria saber era a origem da notícia, que parece ser esta.

pontosvista

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 19:39

Bom, isso não sei... vou tentar saber.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 22:39

A Net é uma coisa fantástica está cá tudo é preciso é saber procurar.

Deixo-vos a carta que a Prefeito para o Culto Divino Cardeal Arinze enviou par as Conferencias Episcopais. Em Portugal receberam uma.


"[To their Eminences / Excellencies, Presidents of the National Episcopal Conferences]

Congregatio de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum


Rome, 17 October 2006

Your Eminence / Your Excellency,

In July 2005 this Congregation for the Divine Worship and the Discipline of the Sacraments, by agreement with the Congregation for the Doctrine for the Doctrine of the Faith, wrote to all Presidents of Conferences of Bishops to ask their considered opinion regarding the translation into the various vernaculars of the expression pro multis in the formula for the consecration of the Precious Blood during the celebration of Holy Mass (ref. Prot. N. 467/05/L of 9 July 2005).

The replies received from the Bishops' Conferences were studied by the two Congregations and a report was made to the Holy Father. At his direction, this Congregation now writes to Your Eminence / Your Excellency in the following terms:


1. A text corresponding to the words pro multis, handed down by the Church, constitutes the formula that has been in use in the Roman Rite in Latin from the earliest centuries. In the past 30 years or so, some approved vernacular texts have carried the interpretive translation "for all", "per tutti", or equivalents.

2. There is no doubt whatsoever regarding the validity of Masses celebrated with the use of a duly approved formula containing a formula equivalent to "for all", as the Congregation for the Doctrine of the Faith has already declared (cf. Sacra Congregatio pro Doctrina Fidei, Declaratio de sensu tribuendo adprobationi versionum formularum sacramentalium, 25 Ianuarii 1974, AAS 66 [1974], 661). Indeed, the formula "for all" would undoubtedly correspond to a correct interpretation of the Lord's intention expressed in the text. It is a dogma of faith that Christ died on the Cross for all men and women (cf. John 11:52; 2 Corinthians 5,14-15; Titus 2,11; 1 John 2,2).

3. There are, however, many arguments in favour of a more precise rendering of the traditional formula pro multis:
a. The Synoptic Gospels (Mt 26,28; Mk 14,24) make specific reference to "many" (πολλων = pollôn) for whom the Lord is offering the Sacrifice, and this wording has been emphasized by some biblical scholars in connection with the words of the prophet Isaiah (53, 11-12). It would have been entirely possible in the Gospel texts to have said "for all" (for example, cf. Luke 12,41); instead, the formula given in the institution narrative is "for many", and the words have been faithfully translated thus in most modern biblical versions.

b. The Roman Rite in Latin has always said pro multis and never pro omnibus in the consecration of the chalice.

c. The anaphoras of the various Oriental Rites, whether in Greek, Syriac, Armenian, the Slavic languages, etc., contain the verbal equivalent of the Latin pro multis in their respective languages.

d. "For many" is a faithful translation of pro multis, whereas "for all" is rather an explanation of the sort that belongs properly to catechesis.

e. The expression "for many", while remaining open to the inclusion of each human person, is reflective also of the fact that this salvation is not brought about in some mechanistic way, without one's willing or participation; rather, the believer is invited to accept in faith the gift that is being offered and to receive the supernatural life that is given to those who participate in this mystery, living it out in their lives as well so as to be numbered among the "many" to whom the text refers.

f. In line with the Instruction Liturgiam authenticam, effort should be made to be more faithful to the Latin texts in the typical editions.
The Bishops' Conferences of those countries where the formula "for all" or its equivalent is currently in use are therefore requested to undertake the necessary catechesis for the faithful on this matter in the next one or two years to prepare them for the introduction of a precise vernacular translation of the formula pro multis (e.g, "for many", "per molti", etc.) in the next translation of the Roman Missal that the Bishops and the Holy See will approve for use in their country.

With the expression of my high esteem and respect, I remain, Your Eminence/Your Excellency,

Devotedly Yours in Christ,

Francis Card. Arinze, Prefect




Cristina Dinis Saraiva

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 23:03

Cristina

A mesma carta em português estava já nesta página, publicada pelo S7v7n. O que interessa é saber qual a fiabilidade do site onde foi obtida. Não dás link e o do S7v7n não parece funcionar.

pontosvista

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 23:10

pontosvista,

também fui ver naquele link e não está nem em inglês nem em outra língua o texto do comunicado. Fala apenas da mudança. E mesmo assim temos que procurar porque já existem outras notícias por cima. De qualquer maneira acho que não deverá haver dúvidas. Penso eu. Ou anda muita gente a gozar com as pessoas. O que não penso que seja o caso.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 27 de November de 2006 02:12

Citação:
Com efeito, a fórmula "por todos" indubitavelmente corresponderia a uma interpretação correta da intenção do Senhor expressada no texto
.
Que estranho. O Catecismo Romano que o actual catecismo diz que é "uma obra de primeira grandeza como resumo da doutrina cristã" faz uma exegese do texto bíblico e reza assim:

As palavras que se ajuntam ‘por vós e por muitos’ foram tomadas uma de São Mateus, outra de São Lucas. A Santa Igreja, guiada pelo Espírito de Deus, coordenou-as numa só frase, para que exprimissem o fruto e vantagem da Paixão.

"De fato, se consideramos sua virtude, devemos reconhecer que o Salvador derramou o Sangue pela salvação de todos os homens. Se atendemos, porém, ao fruto que os homens dele auferem, não custa compreender que sua eficácia se não estende a todos, mas só a ‘muitos’ homens.

"Dizendo, pois, ‘por vós’, Nosso Senhor tinha em vista quer as pessoas presentes, quer os eleitos dentre os judeus, como o eram os discípulos a quem falava, com excepção de Judas.

"No entanto, ao acrescentar ‘por muitos’, queria aludir aos outros eleitos, fossem judeus ou gentios. Houve, pois, acerto em não dizer ‘por todos’, visto que o texto só alude aos frutos da Paixão, e esta surtiu efeito salutar unicamente para os escolhidos."

Estes romanos andam loucos!

Epafras



Editado 1 vezes. Última edição em 27/11/2006 02:32 por Epafras.

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de November de 2006 03:30

Um bocadito Epafras, concordo contigo.

;))

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 27 de November de 2006 09:58

Só gostava de lembrar que existem certos sites que fazem passar uma imagem séria e descompremetida mas no final tudo se revela um amontoado de mentiras e boatos com o simples objectivo de destabilizar e criar discussão.

O site Montfort não pode nem é um a fonte isenta ou imparcial. Selecciona com um método meticuloso as notícias que publica, amplia e dá destaque ao que lhe interessa, corta e recompôe como mais lhe convêm e censura e cataloga de herege tudo o que sai da sua esfera de pensamento.

As pseudo-notícias deste site primam sempre pela dificuldade de encontrar co-referências fide-dignas. Tudo está sempre rodeado de secretismo, do disse-que-me-disse favorável a teorias da conspiração, cabalas maçónicas, ataques comunistas infiltrados no Vaticano e da heresia Conciliar.

Mas existe mérito, não o retiro ao Professor Fideli. Mérito de conseguir ao estilo de uma IURD ou uma das demais seitas popularizadas conseguir fazer passar a sua mensagem, de ter gente que o considera uma voz responsável e acima de tudo conseguir que se fale dele.

O site CWnews... é uma incógnita porque não consigo descobrir para quem estão a trabalhar, a não ser num caminho que visa pura e simplesmente desfazer todo e qualquer trabalho que promova a união dos cristãos.

Denunciei durante o ano passado as constantes mentiras e difamações sobre o Irmão Roger, recomendo que façam agora uma comparação entre este da artigo da CWNews e este da Zenit. Tenham atenção por exemplo na forma como ambos os sites se referem ao Arcebipo de Canterbury e a discrepância na interpretação das palavras do Papa.

Por tudo isto, vou fazer como o S. Tomé esperar para ver.

Quanto às mudanças em si... acho que é um questão muito mais de semântica do que qualquer outra coisa. Ninguém pode negar que Ele morreu por todos mas não deixa de ser verdade nem todos aceitam essa salvação.

No fundo penso que isto também resume um bocadinho a imagem que se tem da Igreja. Será que se quer uma Igreja para muitos, para todos ou só para alguns iluminados.?

Em comunhão

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de November de 2006 17:03

Tens razão Tilleul, isto faz-me lembrar aquela notícia de que as mulheres seriam proibidas de ser acólitas ...

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 27 de November de 2006 17:59

Não existem acólitas. O acolitado é uma instituição laical reservada a homens, e neste momento reservado àqueles que se preparam para exercer o ministério ordenado. Por isso apenas existem acolitos.
Em Portugal, á falta de outra expressão, emprega-se o termo acolitos aqueles que ajudam o sacerdote no altar. No brasil chamam-se coroinhas, em inglaterra, meninos de coro.
Contudo, e no afinal, não exitem mesmo Acolitas. Do mesmo modo que não existem padras, nem bispas, nem papisas.
Só nas fabulas e literatura fantasiosa.

"Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 27 de November de 2006 19:21

Qual é a diferença entre um acólito e uma rapariga que ajuda na missa exactamente como um acólito?

Já agora também só há leitores e não leitoras?

Em comunhão

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de November de 2006 19:23

As acólitas existem. è lamentável que a misoginia de alguns os impeça de ver a realidade. Coitados.

Aqui fica a informação:


"Alberto Gomes diz que haverá uns 20 mil acólitos e acólitas em Portugal. "Os rapazes ainda têm um peso preponderante", diz. Não é o caso em Vila Franca de Xira.

O pároco desta cidade, Vítor Gonçalves, 37 anos, tem três dezenas de acólitos, metade de cada sexo, entre os 10 e os 32 anos. Na paróquia desde 1996, Vítor Gonçalves diz que já encontrou o grupo misto "a funcionar bem". Uma reunião mensal, a preparação de actos que requerem mais exigência e a formação cristã em sentido lato - "não só litúrgica" - são algumas das componentes da vida desse grupo, que tem uma "identidade própria, mas não funciona como grupo fechado". "O estímulo mútuo e o convívio" são duas dimensões destacadas por este pároco.

"Não há motivo para se voltar atrás", diz Vítor Gonçalves, a propósito da proposta em estudo. A mesma opinião tem José Manuel Marques Pereira, responsável do Secretariado Diocesano de Liturgia, de Aveiro.

"Quando se fala de igualdade entre homens e mulheres, não faria sentido uma decisão destas."

Na diocese de Aveiro, onde existem algumas centenas de acólitos - as raparigas e mulheres serão metade -, este responsável nota que "elas são mais fiéis" neste serviço: "Os rapazes, como têm que pôr a veste, são muitas vezes ridicularizados na escola e ficam envergonhados. As raparigas não." O padre Marques Pereira acrescenta que não se pode querer as mulheres "apenas para lavar panos"

Fonte - Notícia do forum paróquias



Editado 1 vezes. Última edição em 27/11/2006 19:24 por catolicapraticante.

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 28 de November de 2006 01:06

Esta-se a fugir a questão que tinha bastante pertinencia. Contudo parece-me que há aqui um erro que é importante corrigir.
Ninguem tem o "direito a" na Igreja. Acreditando que é o Espirito Santo quem dirige a Igreja, tudo nela é vocação. Tem-se vindo nos ultimos anos a querer importar do mundo conceitos como Igualdade dos Sexos,que leva em ultima análise a discussões como a ordenação de mulheres, como se a Igreja fosse apenas uma sociedade humana. É humana sim, mas tambem divina e rege-se segundo a vontade de Deus e não das modas.
O Curioso e a constante alusão a que Igreja tem de aceitar a evolução da sociedade e importar comceitos do mundo que a rodeia, e a mesma alusão a que a Igreja não tem de exportar conceitos para o mundo em nome do laicismo.
Então o sociedade civil é laica, como tal a Igreja não tem de se intrometer. Mas na Igreja tudo se pode intrometer. Missas com musica rap, hip hop.
Penso que devemos ser prudentes nas afirmações que fazemos e na coerencia das nossas ideias, sob pena de não compreendermos verdadeiramente a essencia da Igreja. Humana enquanto composta por homens, divina porque a sua origem está em Deus. Esta tensão leva necessáriamente a que a permeablidade entre ambas as realidades exista de forma prudente.
Tem os laicistas advogado que a Igreja não pode impor ao mundo o seu conceito moral. A visão da Igreja para o mundo é algo a rejeitar.
Ha pois que ser coerente. Levar ao fim o argumento de que a Igreja não pode interferir no pensamento do mundo, implica que as modas do mundo não tem lugar na Igreja.

Re: "Por muitos" ou "por todos"? ("Pro multis" ou "pro omnibus"?)
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 28 de November de 2006 01:18

Mas há Igreja fora do mundo?

Abrao fraterno,

Miguel

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