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Porquê Deus?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 23 de November de 2006 22:03

Caros amigos.

Hoje, numa conversa com uma pessoa que me dizia que tinha algumas questões sobre a espiritualidade e religião mas que ainda não tinha obtido resposta, deparei-me com uma questão "existencial". Surgiu a seguinte questão: para alguém que não acredita em Deus e não coloca a questão da fé, como despertá-la para a espiritualidade?

Ao contrário de outros tempos, hoje de nada serve dizermos às pessoas que se não acreditarem em Deus, vão para o inferno... se não acreditam em Deus, também não acreditam no inferno. O apelo da salvação também pouco lhe poderá dizer pois ela pode não se sentir perdida.
Então, para quem não coloca a "questão" de Deus, como ajudar ao primeiro despertar?

Como crente, eu tenho algumas respostas possíveis mas não sei se estão certas, nem se serão as mais adequadas.

1. Supondo que eu não acredito em Deus, eu posso-me perguntar porque é que uma grande maioria das pessoas diz que acredita e confia em Deus. Nesse sentido, também eu posso querer descobrir esse Deus de que as pessoas falam e validar por mim próprio que Deus existe, e, se existir, poderei me relacionar com ele.

2. O ser humano tem várias dimensões ou componentes: física (corpo), mental (mente), emocional/social ("coração") e espiritual (alma). Assim, faz sentido desenvolver a dimensão espiritual tal como faz sentido desenvolver as outras dimensões. Se desprezamos a dimensão espiritual, ficamos como que coxos no nosso Ser, tal como se desprezássemos qualquer uma das outras dimensões.
Esta segunda resposta tem um senão, que é alguém poder argumentar porque razão nós temos uma dimensão espiritual. Não temos e ponto final.

A questão também pode ser colocada noutra perspectiva, talvez um pouco "consumista", para que ou porquê é que eu preciso de Deus?

Gostava de ter o vosso habitual contributo positivo e construtivo para esta questão.

Obrigado,
Luís Gonzaga



Editado 1 vezes. Última edição em 11/02/2007 16:21 por Luis Gonzaga.

Re: Porquê Deus?
Escrito por: (IP registado)
Data: 24 de November de 2006 08:49

Antes de mais, penso que se pode ser espiritual sem a ideia cristã de Deus. Por outro, acho que mais importante do que despertar nos outros a crença em Deus, é despertar neles (e em nós) um sentido de ética coerente. Afinal, há ateus (e agnósticos) bem mais cristãos que nós que dizemos que seguimos a Cristo.

A discussão parece-me que tem de ser a esse nível. Ao nível do "porquê" e "para quê" estamos neste mundo. Deus (Aquele em que acreditamos) não nos pede nada que não seja natural ou bizarro, pede-nos que vivamos de uma forma que acaba por ser a melhor para nós. Quando se procura descobrir a forma optimal de viver, acaba-se por se procurar também a Deus, acho eu.

Por outro lado, a outra pessoa acaba por ter curiosidade. Se soubermos respeitar a sua não-crença (ou a sua crença numa não existência de Deus) e mesmo assim encontrarmos uma linguagem comum (a linguagem do Amor), a outra pessoa não terá outro remédio senão aceitar que é possível conviver com a ideia de Deus. Depois, logo se vê.

Re: Porquê Deus?
Escrito por: dimensao7 (IP registado)
Data: 24 de November de 2006 10:30

Saravá Lugo

As tuas perguntas podem talvez resumir-se numa só: Como é que Deus se torna realidade na vida de uma pessoa?

A resposta estará já na própria pergunta. De facto é Deus que se torna realidade para o homem e não o homem que chega a Deus.

Não foi por muito procurar que Moisés descobre Deus, foi no inesperado encontro com a sarça ardente. Não foi por meditar nas escrituras que o judeu Paulo de Tarso teve um rebate de consciencia e deixou de perseguir os cristãos, foi num rompante de luz e na experiência traumatizante da cegueira. Não foi porque tinham uma fé inabalável que os discípulos de Emaús proclamam a ressureição de Jesus, mas sim porque o ressuscitado se lhes revela subitamente no caminho.

É verdade que, para a grande maioria, a descoberta de Deus não se realiza através de acontecimentos tão espectaculares. Talvez um livro que nos fez pensar, um exemplo de vida que nos fez dizer: “Quando for grande quero ser assim!”. Uma visita a um lugar sagrado que nos deixou uma inquietação por saber mais da sua história. Estou a recordar-me um inesperado email que terá mudado a vida de uma jovem, história contada pela Ana (aka Rita) há já algum tempo aqui no forum. A verdade é que não há receitas porque como dizia D. José Policarpo:

“Deus, na nossa vida, não é uma conclusão é um acontecimento, que adquire frequentemente a radicalidade do inesperado. Jesus no Evangelho, compara esse acontecimento surpreendente ao inopinado de um ladrão que assalta a casa.”

E mais á frente no mesmo texto ele conclui:

“Talvez todos nós, incluindo a própria Igreja, tenhamos despendido demasiadas energias a discorrer sobre Deus, quando, afinal, basta deixá-lo acontecer, irromper na nossa vida através desses acontecimentos e ter a humildade de O reconhecer. Só a partir daí a nossa racionalidade integra Deus no horizonte da realidade.”

Chegado aqui, não posso deixar de concluir que, se em verdade Deus acontece na nossa vida antes de qualquer racionalização, a verdadeira fé não pode ser contudo irracional. Isto porque ela se deve fundamentar na realidade das experiencias do caminho da nossa vida e não em fundamentalismos místicos ou pietistas. É esse o grande desafio do crente o encontrar a racionalidade da sua fé, o descobrir as “provas de Deus” no seu dia a dia.
É esta também uma porta de entrada para os descrentes, sempre mais sensíveis ao exemplo que à retórica, que assim “através dessa racionalidade assumida, poderão chegar às portas da fé, na aceitação realista do fenómeno religioso”.

Não creio no entanto, ao contrário do que deixas supor, que uma pessoa que não assuma o seu lado espiritual seja necessariamente “coxa”. Um leão não tem de ter conhecimento do seu lugar na cadeia alimentar para ser um predador. Da mesma forma um homem não tem de ter consciência do seu espírito para ser espiritual.

Tenho para mim que, muitos bons humanistas agnósticos, terão feito mais pessoas acreditarem que Deus existe que muitos maus religiosos. Aliás, nos tempos que correm, creio ser precisamente os maus exemplos dalguns ditos religiosos que afastam as pessoas da religião muito mais que a retórica de muitos ateístas. Mais uma vez a realidade do exemplo a falar mais alto que o blá, blá, blá da conversa fiada. Ou dito de outra forma, para quem como tu gosta de futebol, o facto de se ser sócio de um clube não quer dizer que se saiba jogar à bola, ou que se perceba de desporto. Pode limitar-se a ser um holigan.

Sei que gostas de recomendar livros, por isso recomendo-te também um :
“Diálogos sobre a Fé” da “Editorial Notícias”compilação de cartas públicamente trocadas entre D. José Policarpo e Eduardo Prado Coelho e publicadas originalmente pelo Diário de Notícias.
São daí as citações que aqui deixei.
Penso que ao lê-lo poderás encontrar respostas mais aprofundadas às tuas questões. Quanto mais não seja é sempre uma delícia verificar que quando a honestidade e a elevação estão presentes é sempre possível o diálogo fecundo entre duas pessoas mesmo que uma seja um intelectual laico, agnóstico assumido, e outra um lider religioso.

Que a luz do Espírito ilumine a tua busca.



Editado 1 vezes. Última edição em 24/11/2006 10:34 por dimensao7.

Re: Porquê Deus?
Escrito por: (IP registado)
Data: 24 de November de 2006 10:37

Dimensao7, gostei de ler o teu comentário!

Re: Porquê Deus?
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 24 de November de 2006 13:56

Vejam aqui a falar da Espiritualidade!

[www.josealem.com.br]


Espiritualidade não é um acréscimo cultural, um condicionamento social, uma mera tradição religiosa. Espiritualidade é um “órgão” do ser humano. Precisamente aquele “órgão” que só ele possui e o faz ser humano. É algo que não cabe no biológico nem no psicológico, no racional ou cultural e social. É uma dimensão que abrange a todas mas a todas supera.

É dessa dimensão oculta, real e presente, que inquieta e provoca no coração de todo ser humano aquela busca incessante que Agostinho, jovem buscador da verdade da vida, expressou quando descobriu que o que buscava estava muito além do que encontrava e ao mesmo tempo, estava tão próximo: “Inquieto está o nosso coração, Senhor, até que repouse em ti” .

Na trajetória dessa descoberta não faltam os radicais e reducionistas que evocam o lado sombrio do ser humano com fundamentalismos religiosos ou político sociais, com os espiritualismos desencarnados que diminuem e confundem a espiritualidade humana com as práticas devocionistas e supersticiosas, ou os que sem conhecer o espírito humano fazem o mercado da salvação vendendo ilusões, explorando o sofrimento, a doença e o desamparo humano.

Nessa confusa condição é bom lembrar que “O ser humano é feito para ultrapassar a si mesmo”. Ultrapassar além de todo limite, de todo conhecimento, estando sempre aberto ao infinito, o seu espírito.



José Alem - Espiritualidade

Re: Porquê Deus?
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 24 de November de 2006 16:15

Desperta a simples observação do mundo criado, sacramento do Criador.
Desperta o encantamento com a beleza e harmonia da criação.
Desperta a observação do corpo humano , organismo mais complexo criado.
Desperta a imensidão do universo, que só de imaginar nos faz perder o ar...
a música, o balé, as artes em geral ...tudo que apenas o espírito ( nous) tem sede...
um professor meu disse que desperta colocar esta pessoa a rezar de joelhos..he, he,he ..ele deve ter razão ... pois diante de tamanha grandeza , a Criação só podemos mesmo cair de joelhos..



Editado 1 vezes. Última edição em 24/11/2006 16:20 por Chris Luz BR.

Re: Porquê Deus?
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 24 de November de 2006 23:33

Santo Agostinho fez um itinerário semelhante a esse. Porquê Deus, neste caso na Pessoa de Cristo.
O Homem é um ser incompleto. Não tenhamos a prentensão de conhecer e alcançar tudo. Como ser finito que é, o conhecimento do homem é igualmente finito. Mas há um desejo de infinitude no seu coração. Um desejo de eternidade. Seguindo o pensamento de Santo ANselmo e o seu argumento ontologico descobrimos que só um ser infinito, e perfeito pode inscrever no coração do homem essas ideias.
Alcançamos os conceitos pelas semelhanças. Só posso conhecer a infinitude a partir de algo infinito.
São João diz que Deus é amor. O Genesis diz que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Creio que essa Imagem e semelhança que trazemos em nós, é a capacidade de Amar. QUanto mais amamos, mais perto estamos de Deus.
Olhando para as guerras, para os odios, as invejas, as divisões que existem entre as pessoas, é facil reconhecer que isso não é obra de Deus. São desvios humanos, fragilidades nossas.
Todos os homens tem o seu deus a quem prestam culto. Seja o carro, as roupas, o clube de futebol, a net... tanta coisa a quem prestamos culto.
Reconhecendo a sua imperfeição o homem caminha a procura dessa perfeição. Sentindo-se incompleto, procura uma companheira. Sentido-se imperfeito, incompleto procura.
Santo Agostinho reconhece que o que procurava fora estava afinal dentro de si. Reconhece que o seu coração fora feito por Deus e para Deus. E só quando o encontrou, pode ficar tranquilo.
É assim com cada um de nós.
Há pois que promover o encontro da alma com o Seu amado, na linguagem do Cantico dos Cânticos.

Re: Porquê Deus?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 25 de November de 2006 22:24

Caro Dimensao7.

Obrigado pela tua mensagem. Gostei de a ler. Fico na dúvida, à semelhança de outras repostas, se de facto respondem à questão que coloquei.

Não concordo inteiramente com aquilo que dizes logo num dos primeiros parágrafos: «Não foi por muito procurar que Moisés descobre Deus, foi no inesperado encontro com a sarça ardente. Não foi por meditar nas escrituras que o judeu Paulo de Tarso teve um rebate de consciencia e deixou de perseguir os cristãos, foi num rompante de luz e na experiência traumatizante da cegueira. Não foi porque tinham uma fé inabalável que os discípulos de Emaús proclamam a ressureição de Jesus, mas sim porque o ressuscitado se lhes revela subitamente no caminho.» Qualquer um dos exemplos que apontaste, eram pessoas de fé. Moisés por exemplo, se o não fosse, ao ver a sarça ardente, provavelmente não ligaria.

Quando dizes «De facto é Deus que se torna realidade para o homem e não o homem que chega a Deus.», mas o homem tem de aderir a esse convite. Deus nunca se nos impõe. Relembro aquela imagem de Jesus Cristo a bater à porta mas a porta não tem maçaneta do lado de fora. Isto é, Jesus bate à porta e espera que a porta lhe seja aberta.

É este estar a atento à presença do Espírito Santo nas nossas vidas, ao convite de Deus para adesão ao seu Amor que vos pergunto, para alguém que não acredita em Deus e não coloca a questão da fé, como despertá-la para a espiritualidade?

A questão que coloco não é no plano racional ou teológico, mas sim espiritual.

Caro Paulo.

Também gostei de ler a tua mensagem, mas também acho que não responde à questão que coloquei. Concordo contigo quando dizes «Santo Agostinho reconhece que o que procurava fora estava afinal dentro de si. Reconhece que o seu coração fora feito por Deus e para Deus. E só quando o encontrou, pode ficar tranquilo.» mas não tem sido esta uma das críticas da Igreja Católica ao New Age, quando algumas destas correntes afirmam que encontramos Deus dentro de nós e não fora de nós?

Concordo novamente contigo quando dizes «Há pois que promover o encontro da alma com o Seu amado, na linguagem do Cantico dos Cânticos.» mas a minha pergunta ia nesse sentido, "como" promover esse encontro?

Um abraço a todos,

Luís Gonzaga

Re: Porquê Deus?
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 25 de November de 2006 23:11

Parece-me que estou a perceber melhor o tópico. Mas ainda não me sinto em condições de responder: não o assimilei.

Re: Porquê Deus?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 19:50

Caro Luís Gonzaga:

"
Citação:
para alguém que não acredita em Deus e não coloca a questão da fé, como despertá-la para a espiritualidade?


Sinceramente, penso que só há uma resposta.
Com o testemunho de vida dos crentes. sem palavras e sem discursos, sem parangonas e sem marketings religiosos.

Já te aconteceu , provavelmente estar com pessoas donde emana uma "presença", como se no seu olhar estivesse o indizível. Normalmente são pessoas com uma bondade e espiritualidade intensas, perante as quais não conseguimos ficar indiferentes, e suscitam da prate dos outrso uma aproximação instintiva, uma perplexidade inteior, um desejo de "buscar o mais..."
E Nem todas são pessoas "religiosas", no sentido habitual do termo. Podem ser pedagogos, artistas, ou até doentes mentais profundos.
Confesso que tive a sorte ( um amigo meu diz que é a Graça, mas ue mulher de pouca fé, acho a palvara um pouco forte de mais) de me cruzar com algumas dessas pessoas.

A expressão "vinde e vede" implica uma busca pessoal mas ao mesmo tempo a certeza de um acolhimento, mas antes dessa busca pessoal, há como quem "despertar interior".



Editado 2 vezes. Última edição em 26/11/2006 19:59 por catolicapraticante.

Re: Porquê Deus?
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 29 de November de 2006 15:56

É uma questão de liberdade. Para mim Deus é o denominador comum na nossa origem e no nosso destino, no sentido e no propósito de viver.

Re: Porquê Deus?
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 30 de November de 2006 15:32

*Vi isto no site do padre Alem e entendi que devia colacar aqui:*
****


Creio porque existe o amor que faz entender que Deus existe e por isso é o amor eterno, total, pleno, verdadeiro. E cada vez que amamos de algum modo nós tocamos Deus e o revelamos a nós mesmo e aos outros.
Creio porque vejo o amor encarnado em Cristo na sua vida, nas suas palavras, na sua morte, na sua ressurreição que eu vou descobrindo não como mera doutrina mas como experiência de vida concreta, que não cabe em definições nem em explicações lógicas demais.
Creio porque sei que a vida é dotada de um Espírito que lhe dá sentido e valor. Esse espírito é Alguém que “sopra” e anima a existência.
Creio porque uma pessoa da nossa raça, Maria de Nazaré, mostrou com sua vida e suas atitudes que a vida é fé, é amor, é estar e ser em Deus. Nela, um ser humano encontra a sua própria imagem e semelhança. A imagem e semelhança do próprio Deus.


[www.josealem.com.br]

Re: Porquê Deus?
Escrito por: AHonório (IP registado)
Data: 01 de January de 2007 00:37

A Fé. E se alguém visse o que Deus Vê.

Se algum humano pudesse deter a capacidade de Deus, para ver por um minuto, (só ver, sem ter o poder de interagir) deveria fartar-se de rir antes de atingir a verdadeira dimensão de uma imensa tristeza.
Suponha. Primeiro, observar tantos ao mesmo tempo a querer fazer negócio consigo e a tentar enganá-lo. Do tipo: toma lá um chouriço, mas dá-me cá um porco gordo...
Depois, olhando mais para o lado, descobriria, tanto malandro com vontade de por Deus a trabalhar só para si.
Mais ao lado, ali ao fundo, como(?!) tantos, muito solitários, ruminando e congeminando dia e noite o modo mais eficiente de ludibriar o próximo. Havendo para todos os gostos: às claras, por baixo da mesa, com um sorriso, com e sem violência...
Olha, olha. Ena tantos, ali a roubar... E a quem roubam... ?! Oh! Não pode ser!
E ali, outros, muitos mais, a preparar o golpe! Ena, que fila deles!
Olha, olha, caso raro, aquele ali que é grande e parece tão humilde.
Eih! Olha aquele mais adiante que parece que é grande e, afinal, é tão abjecto cheio de perfídia miserável!
Mas qual é função daquele ali, o importante? Olha como ele é, o que não é!
Olha aquela viúva a pagar impostos e aquele ali a fazer de Bocaça, juntando o que até nem será capaz de gastar! E aquele preguiçoso e invejoso a receber...Não acredito!
Olha tanto palerma a ser paulatinamente espoliado e com a mesma vontade, a mesma inconfessa vontade, mudar de mó!
Que mixórdia!
Tanto sacrifício inglório e ali, pior, tanta glória sem sacrifício útil!...
E representantes de Deus na Terra sem alvará.... candidatos, são aos montes...

Depois, as preces:
Eh! Eh! Olha tantos com vontade de tomar o lugar de Deus! Mesmo sem terem sequer a capacidade de decidir com clareza se se deve ou não matar uma simples formiga que encontrou no açucareiro...
Olha outros, zangados com Deus por que não lhes fez de escravo, bombeiro arauto, bruxo, milagreiro, polícia, trapaceiro, puxão de orelhas antes de ter feito asneira grossa ou até lhe deu um safanão que ele, absorvido noutra onda, nem percebeu para quê....

È para rir:
Um dia um capitão estava debaixo de fogo do inimigo e berrava ordens para todo o lado:
“Tu, ataca por ali. Tu, dá a volta por além e cerca-os dali. Tu, faz uma barragem de fogo por aqui, enquanto eu vou com o resto do pessoal por ali.”
“Perdão, desculpe, eu sou o Capelão do batalhão. Não tenho arma...”
“Ai não! Então reze. Mas reze com força... ou então, estamos todos lixados.”
Agora, como exercício, justifique, porque é que Deus deveria aceitar a prece do Capelão e não as do inimigo que também eram filhos de Deus...

Preces para por Deus trabalhar para o bem, sem nada bulirem de per si.
Preces para tantos bens-querer de consequências até perigosas para outros.
Preces para o Senhor me dar a mim e tirar ao meu vizinho.
Preces para o meu clube ganhar.... e o teu, no mínimo, partir as pernas...
Preces para ambições no meu ordenado e poder até comprar um Ferrari ...
Preces para o meu ordenado dar para eu gastar nas minhas paixões pouco edificantes...
(Cada um que ponha aqui as suas.... Vá, seja generoso....
Olhe, olhe!. Bem, bem, não engane Deus, veja lá se aquela ali, não está escondida atrás daquela desculpa esfarrapada... Vá, ponha-a também aqui, ande. E vá pensando se..., ...,)
Sim, comprar a justiça. Inchar. Arrasar tudo à volta com os meus poderes...
Senhor, faz sol na minha eira... Senhor, faz chuva no meu nabal.
“Como, se tens a eira que eu te emprestei ao lado do nabal que emprestei àquele?”
Bom, e é melhor que não seja no verão, senão veja quantos, com o coação pequenino, pedindo que não lhes arda a casa e os outros a pedir, à peça, e ao maior número possível de horas a arder... E, no meio daquela fumaça toda, como se pensa “nas medidas” para diminuir o CO2 do planeta...

E, se Deus atendesse um pedido de modo evidente e convincente?
Oh! Estava feito! Era um escravo. Duvida?
Bem, olhe, ninguém fazia mais nada, senão exigir que Deus trabalhasse...
E que se pusesse a pau, não se expusesse muito, senão...

Nisto, terminou o minuto. Ouve-se no Céu: “Vou destruir esta cidade!”
Aonde é que eu já li isto?
Eu sei. Você também já leu, provavelmente...
Nisto, o humano observador, vê as forças de um maremoto eminentemente quase a explodirem ou a colisão fulminante de um meteorito e, depois de ser tão usado, tão ludibriado e tentado (e só durante o seu tal minuto), você seria advogado de quem?... Ou lá viria outra vez a contagem decrescente: “Senhor se nela houver 50 ...... até 2 justos, então, se o houver, em atenção a este justo... Senhor, suspende a colisão.”

Aí, o humano, vendo o que Deus visse, sem a capacidade de Deus ter, toldado na compreensão e, por fim, olhando-se transparente ao espelho do óculo de Deus, que alegria teria?
Provavelmente, apenas e só, se Deus tirasse o óculo de ver maleitas e chorassem ambos...


Quanto à fé, é um privilégio. “Não fostes vós que me escolhestes. Fui Eu que vos escolhi”.
Eu não vejo o ar que respiro, no entanto, sinto-o por todo o lado.
Aos descrentes, que não julgo, suponho que até serão ainda maiores se, ainda assim, o óculo das maleitas do Criador os não acusar. E, se forem capazes de aguentar mais que eu, na primeira dor de barriga sem chamar por Ele, então, ... então, só pode ser, é porque receberam mais força para resistir, até o pára-quedas se abrir. E, se falhou de todo, resta mesmo é clamar para que o Santo Poder de Deus nos acuda!

Re: Porquê Deus?
Escrito por: luis (IP registado)
Data: 02 de January de 2007 10:54

Se toda a gente passou o reveillon com a mesma disposição do AH, 2007 vai ser um ano lixado.



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