EStava a ler o Le MOnde e reparei nesta notícia.




Le concert de Noël au Vatican, traditionnel rendez-vous de variété apprécié de l'ancien pape Jean Paul II, a été supprimé en raison du peu d'attrait qu'éprouve le pape Benoît XVI à l'égard des grands shows pop-rock, rapportent jeudi des médias italiens.

"Le pape Ratzinger préfère Mozart et Bach à la musique +pop+, et ainsi se termine, après douze ans, le traditionnel concert de Noël au Vatican", explique La Stampa.


Para quem não percebe francês, o que se passa é que o concerto de Natal que reúne vários artistas e no qual o Papa João Paulo II estava sempre presente, vai acabar. Como se sabe, o anterior Papa aderia a este tipo de manifestações para se aproximar dos mais jovens e mostrar que a Igreja não é só de velhos, como há por aí muitos jovens a pensar. Era uma forma de tentar passar a imagem de que Deus também chama os jovens.

Agora, o actual Papa decide acabar com tudo isto, porque não gosta de pop e prefere música clássica!

Concerteza, tem todo o direito! Mas João Paulo II, que eu saiba, aderia a estes espectáculos a pensar na aproximação aos jovens que têm cada vez mais dúvidas sobre DEus. Não pensava se gostava da música.

Sinceramente há coisas que não percebo. Não é querer entrar na onda de descrédito que tem havido em relação a este Papa, mas sinceramente, por vezes tem atitudes que parece que quer voltar ao tempo em que o Papa não saía do Vaticano e não ia de terra em terra ensinar a todos os povos.


Maria João Garcia

Eu sou muito crítico, mas aqui acho que é mais uma questão de estilo. Se este Papa tem a sensibilidade virada para um determinado tipo de música e não gosta de outra, e se a sua personalidade não é muito dada ao tipo de manifestações que eram a imagem de marca de JP II, acho que se compreende esta atitude.

Pessoalmente, tenho vindo a reflectir sobre o conceito de beleza, e de estética. Num mundo em que se dá muita atenção à técnica e cada vez menos à Arte e à Filosofia, penso que um Papa deste "calibre" pode ser providencial.

Para mim, a questão que acho fundamental aqui é a da liberdade. Que o Papa siga a sua sensibilidade acho óptimo, mas dará aos outros liberdade para seguir a deles?

Até agora, do pouco que sei, parece que o Papa tem dado mostras de respeitar a liberdade alheia, ao encontrar-se com pessoas dentro da Igreja mas que se encontravam/encontram algo marginalizados. Parece (estarei a extrapolar?) passar a mensagem de que somos todos Igreja.

Citação:

Pessoalmente, tenho vindo a reflectir sobre o conceito de beleza, e de estética. Num mundo em que se dá muita atenção à técnica e cada vez menos à Arte e à Filosofia, penso que um Papa deste "calibre" pode ser providencial.

Não estou convecido que seja por aqui que se fará chegar o Evangelho ao mundo de hoje. Do que tenho visto na diocese de Lisboa, o Patriarca também é muito dado à beleza mas isso não parece dar nada de novo. Vive-se muito ainda a sonhar com os tempos em que as grandes obras de arte estavam ligadas à religião.

pontosvista

Poderá não ser a melhor forma da Igreja se expandir, sem dúvida. Será pouco eficaz, talvez, e dirá pouco à maioria dos cristãos. Mas poderá ser uma forma de se abandonar a infantilidade espiritual e voltar a permitir voos mais altos. Ou seja, talvez seja da forma que a Igreja incorpore mais espírito crítico, ao abrir-se à cultura.

Se calhar sou ingénuo...

Para quem não gosta de música pop-rock o concerto poderia ser uma seca.

*=?.0

Acho que ninguém seria obrigado a ir. :)

Mas, estamos a falar do Papa. Se se tratava de um encontro que era importante para os jovens, por que não continuá-lo?

Volto a repetir, a principal razão de João Paulo II para ir aquele concerto era aproximar-se dos jovens e mostrar que DEus também os chama. O actual Papa, o ano passado, nem sequer lá foi.

S. Paulo também se fez judeu entre os judeus e grego entre os gregos...


Maria João Garcia

Concordo plenamente consigo, Maria João Garcia.
Afinal nem tudo o que fazemos na vida é do nosso agrado. Muitas coisas fazemos só para ver felizes os outros e isso é muito importante.Ficar feliz por ver felizes os outros.

Maria João Piedade