permitir permitem, acho que se pode permitir quase todas as liberdade de expressão.

Excepções:

1 - incentivos ao ódio e à violencia

2 - calunias de facto


Mas é um erro permitir manifestações provocatorias.
Numa visita de George W. Bush não devem ser permitidas manifestações de militantes arabes em frente ao local aonde ele vai discursar.

Permitir uma manifestação anti-tourada em frente ao campo pequeno num dia de tourada é dar azo a que no final da tourada no campo pequeno tenhamos outra tourada entre os manifestantes e os aficcionados.

Claro que se queremos ver cenas tristes e a policia de choque em acção podemos permitir manifestações coincidentes da extrema-direita e da extrema-esquerda.

A prudencia obriga a que não sejam permitidas manifestações provocatorias e hostis nos mesmos locais.

Só por má fé alguem pode considerar a religião algo estranho á sociedade e depois dedicar parte do seu tempo a fazer uma manifestação a combater a influencia de uma religião na sociedade. O simples facto de fazer a manifestação mostra que a religião não é estranha à sociedade. Aliás essa posição seria extremamente descriminatoria.

Isso concordo contigo.

Mas penso que devemos compreender os pontos de vista nos dois lados.

Por este tópico ter sido lançado com a notícia de campanha para boicotar a ida do Papa a Valência aqui vai um artigo escrito no Jornal Público de hoje (9/7/06):

"Bento, amigo, a família está contigo!"
Kathleen Gomes


Papa e a família tradicional foram aclamados em Valência.
Zapatero e o casamento homossexual ouviram apupos

O "papamóvel" à prova de bala passa numa rua de Valência e Juan Jodar, 59 anos, só tem tempo para gritar "Viva el Papa!". Para este pai de cinco filhos, Bento XVI veio para "travar a anarquia reinante", diz à AFP. Jodar sabe quem é o responsável: Luiz Rodriguez Zapatero, o chefe do Governo socialista espanhol, está "à beira de destruir todos os valores morais cristãos" ao ter legalizado o casamento gay, suprimido o ensino religioso obrigatório nas escolas públicas e agilizado o divórcio.
Bento XVI encerra esta manhã, em Valência, o V Encontro Mundial da Família, organizado pelo Vaticano, com a celebração de uma missa onde se espera a afluência de 1,5 milhões de pessoas. Um banho de multidão - vinda de vários pontos de Espanha e do mundo - num bastião do catolicismo cada vez mais laico: apesar de 79 por cento dos espanhóis se considerarem católicos, menos de metade acredita em Deus e apenas 20 por cento vai à missa.
Por causa das reformas liberais do Governo de Zapatero, a Igreja espanhola esperava que Joseph Ratzinger falasse "com dureza" em Valência. Mas ontem o Papa preferiu adoptar um tom conciliador, afirmando, antes de partir para Espanha, que está na altura de "chamar a atenção para as coisas positivas, de forma a que se perceba por que é que a Igreja não aceita certas coisas mas, ao mesmo tempo, quer respeitar as pessoas e ajudá-las".
Já no avião, reiterou a posição da Igreja Católica face ao casamento: "Segundo a natureza humana, o homem e a mulher são feitos um para o outro e são eles que podem dar um futuro à humanidade."

Papa visitou Jesus
Bento XVI foi recebido com honras de chefe de Estado. No aeroporto esperavam-no os reis Juan Carlos e Sofia e um aperto de mão de Zapatero. O primeiro-ministro e o Papa reencontraram-se à tarde, numa reunião "extraordinariamente cordial" e sem recriminações papais, disse fonte do Governo espanhol à imprensa.
Das duas vezes, Zapatero foi apupado e assobiado pela multidão. O Vaticano admitiu "uma certa irritação" por Zapatero não estar presente na missa papal deste domingo. Questionado sobre o assunto, Bento XVI disse apenas que "não se convida ninguém, vai quem quer". Um porta-voz papal lembrou que líderes comunistas como Fidel Castro ou o ex-Presidente polaco Wojciech Jaruzelski assistiram à missa quando João Paulo II visitou os seus países.
No seu discurso à chegada, Bento XVI destacou o carácter "insubstituível" que a "família fundada no matrimónio" tem para a Igreja e o seu "papel central para a sociedade".
Os tempos mudam e, por isso, um Sumo Pontífice é hoje recebido com palavras de ordem que já tiveram carga política ou até com o fervor de uma torcida futebolística. "Bento, amigo, a família está contigo!" ou "Benedicto, oé", gritavam os milhares de pessoas alinhadas ao longo dos quilómetros percorridos pelo "papamóvel" entre o aeroporto e a catedral de Valência.
Numa alteração de última hora ao programa, Bento XVI visitou uma das entradas da estação de metro de Jesus, onde na segunda-feira se deu o acidente que matou 42 pessoas. O Papa rezou brevemente pelas vítimas e familiares e depôs uma coroa de flores brancas."


Nota: usei sublinhados e negrito. Expliquei que era no "Jornal Público" que era de hoje (9/7/06) por ter receio que, se tivesse dito apenas Público e que era de hoje, me viessem pedir esclarecimentos...alguém poderia pensar que era o público que assistia a um espectáculo (ficava ambíguo...) e o dia de hoje (eu não sei se alguém que está a ler isto está na Austrália...e aí já é dia 10/7/06... E lá perdia eu uma quantidade de tempo a explicar o que era óbvio.

A propósito do Obvio..o que se passa com o luis? não o tenho visto nestas paragens... será que se fartou disto...espero que não... Ele escreve com tanto sentido de humor...diz s coisas sérias de um modo tão divertido... tenho saudades do luís.

luís
Aparece... se puderes e se tiveres pachorra para explicar o óbvio...são poucas pessoas que não entendem. Só que fazem muito barulho...será que tu te assustaste com a muitidão (menos de meia dúzia)?...


O tópico é anti-tudo. Eu direi que, afinal, é anti-nada. A negação da negação é a afirmação.

Viva o Papa!!!(peço desculpa a quem se irrita com os vivas)...mas eu não resisti...

A primeira visita de Bento XVi a Espanha está a ser contestada por diferentes sectores da Igreja católica, que lamentam o que chamam de ambiente de papolatria criado pel C. Episcopal Espanhola. A denúncia mais contundente é feita contra "os gastos impressionantes para receber o papa", considerados "uma ostentação contrária ao Evangelho e uma violência moral para os pobres", diz o padre Antonio Garay, membro do Movimento Curas Obreros.(...) O sacerdote contesta não só os 600.000 Euros gastos no altar climatizado(...) mas também as obras (180 metros) no paço Episcopal de val~encia para receber Bento XVI por uma noite.
Foram gastos 400.ooo Euros só em bandeiras do vaticano.


Expresso, hoje

Tinha que ser...estava à espera....sem comentários...Quem é o autor?

O autor é um Jornalista do Expresso.

Parece-me um ponto de vista respeitável...

[www.agenciafinanceira.iol.pt]

com base neste artigo o expresso arrecadou cerca de 17 milhões de euros em receitas de publicidade no primeiro semestre de 2005.
Essas receitas representavam 70% das receitas totais.

Sendo assim estimo que o expresso tenha de receitas anuais totais cerca de 48.5 milhões de euros. O que dá, dividindo pelas 52 semanas do ano, 930 mil euros por cada edição semanal do expresso.

Ou seja cada edição do expresso custa praticamente tanto como as despesas que critica.

Mas com uma diferença, o encontro mundial da familia e a visita mundial é um acontecimento de nivel mundial.
Uma edição do expresso é apenas mais uma entre centenas de outras que são feitas por esse mundo fora todas as semanas.

Camilo:
A tua argumentação é do mais absoluto non sense. ( as usual)
O Expresso é um jornal que pertence a uma empresa e tem como objectivos o lucro.Não é uma isntituição caritativa enm religiosa.

A não ser que a tua comparação signifique que par ati a Igreja é uma empresa lucrativa e então já é legítima a tua crítica

Por último, o Expresso não Criticou mas noticiou uma Crítica.
Há uam grande diferença entre uma coisa e outra... A liberdade d eImprensa passa por aí.

Apenas sublinhei que as despesas que pretendem afirmar como avultadas são-no realmente para as pessoas quando o comparam com as suas despesas e ganhos familiares. Mas se compararmos com outros eventos de igual ou menor dimensão, se compararmos com as despesas de empresas vemos que realmente para dimensão do evento são até modestas.
Quase todas as pessoas têm enormes dificuldades em percepcionar as proporções de algo que saia fora da sua dimensão habitual.

a igreja não é uma empresa que tenha como objectivo o lucro mas tambem não é uma mera organização de assistencia social como me parece que alguns julgam.

Cada vez que se faz alguma cerimonia religiosa de maior dimensão com o objectivo de difundir a fé aparecem este tipo de criticas. Aliás estas são recorrentes no que se referem aos gastos que se fazem para embelezar as liturgias (a começar pelas igrejas).

Talvez julguem que é indiferente às pessoas fazerem-se cerimonias bonitas ou feias. Ou talvez lhes seja indiferente as pessoas gostarem ou não das cerimonias religiosas. No entanto se as cerimonias forem feias as pessoas afastam-se mais.

No final a propria mensagem evangelica que apela ao amor e à ajuda aos mais pobres, aos mais fracos, fica prejudicada.

A beleza das cerimonias passa tambem por despesas em adornos, paramentos, uma igreja decente e limpa, instrumentos musicais.

Gastar 600.000 Euros num altar que irá ser usado por uma hora e meia parece-me um insulto aos pobres. A crítica não foi de vários sectores da igreja e estas palavras são de um Padre.

Realmente há pessoas para quem os padres são tudo. Veja-se a mensagem anterior. Por o padre ter dito ...tem mais valor...
Quando isto acontece penso: será que essas pessoas se dão conta de que são Igreja?
Esse jogo dos números é muito interessante...tem a ver com a duração do evento...se for para ir a um país longíquo duas pessoas, durante uns quantos dias, isso já não é insulto aos pobres... soube tão bem viajar, em óptimas condições...nós os dois...merecemos...os pobres que fiquem em casa, sem ventoinha nem ar condicionado...estava-se tão bem...

Olhem, Anti-tudo conheço os do Diário Ateísta. São supostamente intelectuais burros que não têm maturidade para acreditar em algo que a ciência não pode provar. Lá está. (e mal educados... chama o Papa de pastor alemão, a juventude católica de jumentude e outras coisas)

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

MJ:

1)As palavras de um padre, não têm mais valor que as de um leigo. O que tem mais valor é a Verdade e a Justiça.As palavras deste padres são apenas um exemplo, Houve outras figuras importantes da igreja espanhorla e da sociedade civil que fizerem as mesmas reflexões.


2)

Citação:

soube tão bem viajar, em óptimas condições...nós os dois...merecemos...os pobres que fiquem em casa, sem ventoinha nem ar condicionado...estava-se tão bem...

Que tu aproves a ostentação e vivas com normalidade viagens de luxo como o teu parceiro ( não sei se és casada)
, é problema teu. Deverás gerir isso com a tua consciência.

São as tuas vivências pessoais - nada disto tem a ver com os gastos opulentos do vaticano, que é o que está em análise.

3)Que tu consideres que as pessoas que valorizam a opinião dos padres são contra a Igreja, é problema teu.

Citação:

Por o padre ter dito ...tem mais valor...
Quando isto acontece penso: será que essas pessoas se dão conta de que são Igreja

4) Que consideres normal uma despesa de 600.000 Euros por uma duas horas ou gastos exorbitantes em certos caprichos exibicionistas, é problema teu.

Mas nem todos pensam como tu.

E embora te custe muito, as pessoas que pensam de forma diferente de ti, dentro da igreja, manifestam-se com clareza.

Dizem-me alguns amigos em Valência que afinal a homilia do Papa foi mais light do que o esperado e trouxe algumas desilusões aos que esperravm aum manifesto político.
O papa exaltou o valor da família, de uma for ma positiva e pedagógica, com serenidae, sem atacar ou criticar ninguém.

"Do altar construído propositadamente para o encontro, no topo da Cidade das Artes e das Ciências, o Papa apelou a "todas as famílias do mundo" que alimentem "um amor incansável e generoso". Sem mais alusões a temas de ruptura, terminou com uma "mensagem de esperança", salientando que se os casais permanecerem abertos à fé, "o Espírito não os abandonará".

[jn.sapo.pt]

O Papa foi bastante correcto. Não deu qualquer motivo para haver protestos por causa dos espanhóis que quiseram boicotar a sua visita.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

será que foi apenas por isso? Eu acho que foi sobretudo para dar um exemplo cristão de respeito e amor. E simultaneamente, e bem, para não favorecer as manifestações supostamente católicas anti-Zapatero. Um bom exemplo, sem dúvida. Disse tudo o que tinha a dizer, de forma clara, mas respeitadora e cordata... Muito bem.

Ábraço fraterno,

Miguel

Concordo. :)

Além disso, e já agora, para nao emiscuir claramente a Igreja na esfera do político e marcar a separação necessária entre a Igreja e o Estado (bem ao contrário do que algum do seu clero): por isso, julgo que nem uma palavra explícita contra as medidas ditas como "anti-família" do governo espanhol.

Abraço fraterno,

Miguel

C.P:
Gostava de saber se achas que há pessoas importantes? Quem?
Não tens nada a ver com a minha vida pessoal.