Mensagem do Presidente . O Conselho . Os Conselheiros . A SECP
10 DE JUNHO
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Caras e Caros Compatriotas,
Nesta quadra comemorativa do 10 de Junho, realizam-se em todos os países onde residem Portugueses, manifestações que marcam o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Quando se reside no estrangeiro, vive-se com mais força o sentimento de identidade portuguesa. Sente-se de uma maneira diferente o sentido da palavra Portugal.
As milhares de associações de Portugueses que no estrangeiro mantêm acesa a chama da “portugalidade” compreendem este sentimento e por isso dão uma importância especial às comemorações do 10 de Junho.
A recente recepção que os nossos compatriotas que residem no estrangeiro organizaram à Selecção portuguesa aquando da sua chegada à Alemanha, é uma das provas mais visíveis que, em qualquer país onde residam, os Portugueses conservam valores patrióticos que perduram de geração em geração.
Ser português tem ainda mais valor quando o Dia nacional é também consagrado a um poeta e quando a Revolução que restabeleceu a democracia foi feita com cravos.
Luís de Camões cantou a epopeia marítima dos Portugueses, a sua partida para novos mundos, as suas aventuras “por mares nunca antes navegados”.
Não sabemos como Camões teria cantado a nossa saída de Portugal, as “aventuras” que cada um de nós teve nos países de acolhimento, mas levaria certamente para Portugal, o mesmo sentimento de “pertença” que corre dentro de quem emigrou e de quem é descendente de Portugueses.
O dia 10 de Junho é também o Dia das Comunidades Portuguesas.
Devem ser raros os Portugueses que não têm parentes na emigração. No entanto, as Comunidades têm sido esquecidas ao longo destes anos.
Portugal continua a pensar em 10 milhões de habitantes e a esquecer que tem 15 milhões de Portugueses.
Hoje, somos homenageados nos países onde residimos, que reconhecem o valor do nosso trabalho, a importância das nossas Comunidades e a contribuição que demos à construção e ao desenvolvimento dos (também nossos) países de residência.
Mas Portugal continua a não compreender que, pela importância numérica, pela motivação pessoal e pelas funções cada vez mais importantes que cada um de nós vai ocupando na sociedade, podemos úteis ao país.
Nos países onde residimos somos honestos, trabalhadores e empreendedores. Para Portugal somos muitas vezes um fardo: prevê-se encerrar algumas estruturas consulares para fazer economias, transfere-se pouco a pouco o ensino do português para a responsabilidade dos países de residência,...
Mas nesta quadra de “festas”, quero continuar a esperar de ver um dia o “interesse nacional” sobrepor-se àqueles que teimam em não nos querer “ver”.
Um dia, Portugal vai enfim compreender a importância de ter, nas suas Comunidades, deputados, vereadores municipais, cantores, pintores, escritores, cientistas, desportistas de alto nível, grandes empresários,...
O Conselho das Comunidades Portuguesas, enquanto órgão de consulta do Governo para as questões relacionadas com a emigração e as Comunidades portuguesas, organismo representativo dos Portugueses que residem no estrangeiro, tem transmitido esta mensagem aos Governantes do país.
É verdade que muitas vezes temos a impressão que não somos ouvidos. Há assuntos que são recorrentes e que todos os anos se repetem: por exemplo, continuamos a pedir uma rede se serviços consulares mais densa e eficaz, continuamos a pedir que ensinem português aos nossos filhos,...
Temos a ingrata tarefa de levantar constantemente os problemas que afectam os Portugueses que residem no estrangeiro. Esta é uma das nossas principais funções.
Mas nesta data, parece-me importante dizer que, por vezes, há passos positivos que são dados e que devem ser salientados: a abertura de postos consulares na ilha da Córsega e em Manchester, a abertura de Centros emissores de Bilhetes de identidade nas Comunidades, a redução do tempo de entrega de passaportes e bilhetes de identidade que chegou a ser de vários anos,...
Vamos ficar com estes exemplos positivos e com a participação dos Conselheiros das Comunidades a nível local, nas suas áreas de residência, cujas acções nem sempre são reconhecidas, mas que devem ser homenageadas.
Não posso deixar de lançar um apelo muito particular a todas as Compatriotas e a todos os Compatriotas que residem no estrangeiro: a nossa participação cívica é de extrema importância, tanto para Portugal como para os países onde residimos.
Convido todos aqueles que ainda não o fizeram, para se inscreverem nos cadernos eleitorais nos Consulados de Portugal. Nós também somos Portugal. Também devemos participar na construção democrática do país. A nossa simples inscrição nos cadernos eleitorais vai fazer com que os políticos de Portugal olhem enfim para nós. Certamente por interesse, mas em democracia a escolha é sempre nossa.
Aqueles que residem em países onde também podem participar nos actos eleitorais locais ou nacionais, também o devem fazer. As Comunidades e as suas organizações são ganharão com a nossa participação.
Tenho a honra de ter sido convidado por S. Exa o Presidente da República, Dr. Cavaco Silva, para as Comemorações do 10 de Junho, no Porto. Participo nestas Comemorações com a responsabilidade de quem tem uma missão de representação “do tamanho do mundo”.
Nesta altura, aproveito para enviar uma saudação particular a todos os Portugueses que residem fora de Portugal, nos mais variados países (alguns até em países que vivem actualmente momentos difíceis) e que são verdadeiros Embaixadores de Portugal nos cinco Continentes.
Carlos Pereira
Presidente do Conselho Permanente
Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP)
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