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Re: Um novo concílio?
Escrito por: Zé (IP registado)
Data: 08 de May de 2006 14:22
Gostava de sublinhar a seguinte frase do Camilo:
"O preservativo reduz a probabilidade de contágio. Deve dar-se a informação correcta às pessoas. Difundir uma ideia de absoluta segurança que o preservativo não tem é enganá-las. Levará algumas pessoas a terem comportamentos que colocarão em risco a sua vida e a de outras pessoas."
No fundo, este parece-me ser o caminho a percorrer, por todos: dar a informação correcta às pessoas. Os preservativos não são infalíveis, mas obviamente devem ser usados por pessoas que tenham comportamentos de risco. Isto deve ser dito, e também pela Igreja. Em simultâneo, deve-se explicar que uma relação sexual só faz sentido dentro de um determinado contexto. Tem de se falar do assunto pela positiva, não pela negativa. E, dada a realidade actual, tem de se apresentar todas as escolhas (inclusivamente, ter múltiplos parceiros sexuais) e reflectir sobre os riscos, a forma de os minorar, e as consequências morais das nossas escolhas. A Igreja tem os meios humanos para promover uma verdadeira discussão, e julgo que tem essa obrigação. Até porque na posição actual, causa escândalo a muitos crentes, sem necessidade nenhuma. Acho que se deve confiar mais na inteligência das pessoas...
Quanto ao uso de preservativo como meio de prevenir uma gravidez, é outra questão. Mas o que disse no parágrafo anterior parece-me que devia ser consensual. Salvaria vidas e formaria consciências.
Desculpem ter-me afastado um bocado do tema.
PS: Camilo, concordas? Gostava de saber a tua opinião.
Re: Um novo concílio?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 02:23
Acho que as pessoas gostam de tudo muito simplificado.
Falta de tempo, cansaço, interesse?
causa escandalo a muitos crentes
O quê?
Os preservativos não são infalíveis, mas obviamente devem ser usados por pessoas que tenham comportamentos de risco. Isto deve ser dito, e também pela Igreja.
Mas alguem com um minimo de inteligencia acha que um homem que frequente uma prostituta ou uma mulher e um homem que tenham sexo depois de um encontro casual vai deixar de usar preservativo porque a Igreja diz isto ou aquilo sobre o preservativo?
As campanhas oficiais a divulgar o preservativo muitas vezes pareceram campanhas a legitimar e promover a promiscuidade.
E se é verdade que em situações de risco o preservativo deve ser usado (do mal o menos, ja que não houve força moral suficiente para evitar a promiscuidade que haja ao menos para evitar o risco para a vida) também é verdade que as campanhas oficiais muitas vezes deram uma imagem falseada da segurança que o preservativo confere.
Não sei se alguma vez houve ou não uma posição oficial da igreja sobre o que se deve fazer em situações como a prostituição.
Para mim é obvio.
O ideal é o sexo apenas dentro de um casamento feito com amor, em que a função primaria de gerar novas vidas não seja sistematicamente negada.
Fora isso temos o sexo pré-matrimonial, entre namorados que julgam que um dia irão casar ou entre pessoas que vivem já juntas porque os seus condicionantes morais, sociais e culturais as levaram a substimar o casamento. Num casal fiel o preservativo como meio de prevenção de doenças não é necessario.
Fora isto o que temos?
Sexo casual. Promiscuidade. Prostituição.
Mas essas pessoas ligam a minima ao que diz a Igreja? Um cliente de uma prostituta usa ou deixa de usar o preservativo por causa do que diz a Igreja? Se ouvissem a Igreja não caiam nessa fraqueza.
Nessas situações o preservativo é realmente o mal menor. melhor seria nunca se terem dado mas já que se deram então o melhor então é evitar males maiores.
Depois surgem as vitimas inocentes. O parceiro traido que pode ser contagiado. Aí o preservativo é tambem um mal menor. Mas é preciso sublinhar que não é 100% eficaz, que existem doenças que em portugal matam tanto como a SIDA e paras as quais são preservativo não é eficaz.
pergunto-me quantas pessoas morrem em portugal porque depositaram uma excessiva confiança em são preservativo. Em particular quantas vitimas inocentes de companheiros promiscuos.
É que o cancro do utero e a hepatite nao são muito eficazmente prevenidos pelo preservativo.
Daí que se devam dar os dados correctos às pessoas para elas depois poderem escolher perante os riscos que correm.
Re: Um novo concílio?
Escrito por: Zé (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 09:12
Eu acho escandaloso que se diga que o preservativo é um mal. O preservativo é um meio de evitar doenças, e enquanto tal, é um bem. Agora, segundo a linha oficial da Igreja, não faz sentido que os católicos o usem. Mas daí a afirmar que o preservativo é um mal, vai uma grande distância. O mal, para a Igreja, está na atitude que leva ao usar-se o preservativo.
Não se pode reduzir as respostas a esta questão ao sim ou não. Numa altura em que morrem muitas pessoas de doenças sexualmente transmissíveis, acho que a Igreja deveria fazer um ponto da situação e um grande esforço para esclarecer as populações. É uma questão de humanidade.
"Mas alguem com um minimo de inteligencia acha que um homem que frequente uma prostituta ou uma mulher e um homem que tenham sexo depois de um encontro casual vai deixar de usar preservativo porque a Igreja diz isto ou aquilo sobre o preservativo? "
A questão não é essa, mas a de se concertar estratégias para combater DST. Por alguma razão alguns bispos consideram ser seu dever fazer distribuição de preservativos...
Re: Um novo concílio?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 10:48
Normalmente quando se coloca a questão do uso do preservativo para evitar a transmissão de doenças essa situação não é boa. É uma situação de promiscuidade.
E aí está a questão do mal menor.
É um mal maior alguem ter sexo casual ou com uma prostituta sem preservativo e um mal menor tê-lo com preservativo.
Dizer que é um bem usar o preservativo numa situação de promiscuidade valida como boa essa situaçao.
Re: Um novo concílio?
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 10:53
E não apenas alguns bispos. Já aqui contei que, pelo menos no Peru, que é um caso que conheço directamente, as missões fazem esclarecimentos sobre o uso do preservativo... e nesse caso não é apenas pelas DST, mas por uma questão de planeamento familiar... Como é que os religiosos fazem isso? Porque percebem que famílias que já vivem na miséria, sem condições a curto prazo para uma qualquer melhoria de vida, não podem ter muito mais do que 2/3 crianças (e não 8 e 9 como de facto é habitual... a maioria das vezes morrendo de subnutrição, falta de higiene, etc, umas 2/3 por família!!). Lá, os missionários também combatem as más condições de vida, claro. Essa é a prioridade. Mas isso é muito lento. A curto prazo, o uso do preservativo (e não só, claro) é uma das maneiras de combater a pobreza extrema...
Abraço fraterno
Miguel
Re: Um novo concílio?
Escrito por: Zé (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 10:55
Muito bem, vou então tentar colocar a questão de outro modo.
Não deveria a Igreja fazer então a apologia desse meio de minorar o mal para os casos em que o mal existe?
Re: Um novo concílio?
Escrito por: Zé (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 11:10
Miguel, eu não estava a chegar tão longe. :)
Mas de facto, também acho que pedir a um casal abstinência sexual para não terem filhos não faz sentido. Não sei qual é o maior pecado: usar preservativo ou ser irresponsável ao ponto de se ter objectivamente mais filhos que aqueles que se pode alimentar e educar. E não se trata de egoísmo, mas de responsabilidade.
Re: Um novo concílio?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 20 de May de 2006 00:34
Zé Escreveu:
> Muito bem, vou então tentar colocar a questão de outro modo.
>
> Não deveria a Igreja fazer então a apologia desse meio de minorar o mal para os casos em que o mal existe?
O mal menor quer dizer isso mesmo.
Agora não acho recomendavel que a Igreja passar a ideia de que a promiscuidade com preservativo não é mal nenhum.
Aliás até acho mal os serviço de saude propaguem a enganadora ideia de que a prostituição ou o sexo casual é sexo seguro desde que seja usado São Preservativo. Bem sei que o tratamento da Sida é caro e por isso é mais seguro para o estado não pagar esses tratamentos mas o risco de outras doenças, muitas delas igualmente perigosas, é bem real. o seu tratamento é mais barato mas o sofrimento que provocam não difere muito do da Sida.
Pois é, São euro e São Preservativo andam de mãos dadas.
Re: Um novo concílio?
Escrito por: Zé (IP registado)
Data: 20 de May de 2006 00:47
Concordo.
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