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Re: Perdão
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 07 de September de 2006 20:09

Ovelha Tresmalhada

"Nesta perspectiva, se tomada à letra e sem a consideração de outras passagens do Evangelho, seríamos tentados a dizer, absurdamente, que nem Jesus foi santo..."

Não acredita que Jesus é Deus?

Quanto ao texto do JCN o problema é distinguir entre santos e pecadores. Que dizer de frases como:

Citação:
Jesus Cristo tem dois propósitos no mundo. O primeiro são os santos, (...) A segunda finalidade, muito mais influente, são os pecadores.

Citação:
os santos são apenas pecadores a quem Jesus decidiu salvar de forma preventiva

pontosvista

Re: Perdão
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 07 de September de 2006 20:53

Caro pontosvista,

"seríamos tentados a dizer, absurdamente, que nem Jesus foi santo..." - escrevi eu.

Como é possível ver nestas palavras o contrário do que elas dizem? A tentação de, com base numa simples passagem interpretada à letra, concluir que nem Jesus era Santo considerei-a eu um ABSURDO! O que significa que jamais alguém, no seu perfeito juízo, pode inferir, sem mais, da passagem do Evangelho que citei, que Jesus não era Santo e que não era Deus.

Mas respondendo-lhe directamente: para mim, Jesus é, obviamente Deus,(o obviamente deriva, obviamente, da Fé :-)) a segunda pessoa da santíssima Trindade.

Quanto às 2 passagens do JCN que transcreveu, nem sei que lhe diga: ou ele se exprimiu mal, ou eu, que não estudei Teologia, estou mal (in)formado, ou então admito que têm mesmo o seu quê de controverso. Tanto quanto aprendi, Jesus veio pelos pecadores, não pelos justos - Ele o disse. Uma única finalidade, portanto, não duas. O conceito de salvação preventiva, esse escapa-me completamente, nunca o vi referido em lado nenhum (a não ser, talvez, a propósito da doutrina da predestinação de Calvino, mas que não será propriamente a mesma coisa que salvação preventiva de alguns pecadores).

Re: Perdão
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 07 de September de 2006 21:16

Caro OT:

EScreveste que:
"Mas há também, todos o sentimos, uma inclinação poderosa para o mal, que ninguém sabe exactamente donde veio "...

Essa visão do homem dividido entre bem e o mal não me convence, pessoalmente, nem está de acordo com a minha mundivivência ou a experiência que tenho da "alma " humana.

Acreditar nesta tensão entre o bem e e mal intrínseca á "natureza" humana" ( Coloco o conceito entre aspas , é uma noçã que não comungo)teríamos de acreditar que o ser humano é por natureza um ser esquizofrénico, ( esquizofrenia significa mente dividida), em permanente tensão consigo mesmo, numa angústia permanente e niilista.

O que me parece é que, se alguma coisa caracteriza o ser humano é o bem, a busca do bem , desde a sua forma mais simples e básica ( o princípio do prazer, a abusca do bem estar, da satisfaçã, da alegria, do bem estar. E isto desde que começamos a existir como seres humanos...

Se temso alguma inclinação poderosa 8 pderosíssima mesmo) é para o bem e para a vida ... e eigualmente poderosa é a essa frça obscura que nos leva a fugir da morte e a evitar o sofrimento !!!

E isto é algo universal e invariável em todas as culturas!!!
Aliás alguns cinetistas falam do gene altru´sita e

A alma humana não é um permanente campo de batalha entre o mal e o bem mas entre o bem e o menso bem!! Dito de outra forma - tdos temos dentro d enós sombras e obscuridades , mas essas sombras são a nossa ausência de luz e não umaforça do mal em si mesma... por exemplo, a agressividade pode levar-nos ao crime, mas sem a agressividade seríamos seres passivos e a nossa espécie nunca sobreviveria...

A ideia de que "A nossa condição natural é a de pecadores em busca da santidade"
é uma ideia que diz mais de quem a formula do que propriamente das palavras de Jesus sobre o amor fraterno.
A nossa condição "natural"( o que quer que isso seja) , o nosso devir, é a de seres humanos em busca da nossa humanidade. e só dessa forma estaremos mais próximos do rosto de deus dequem fomos criados á imagem e semelhança.


E "essa definição da Igreja enquanto porto de abrigo dos maus, e não como clube dos bons" não me tranquiliza, sobretudo porque quem advoga essa visão tende a achar pecadores incuráveis todos os que não pertencem ao clube.

E "porto de abrigo dos maus"???

Isso explica muita coisa.

Re: Perdão
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 07 de September de 2006 23:14

Cara catolicapraticante,

Respeito a tua visão optimista sobre a natureza humana. Mas eu tendo a ser mais pragmático e realista. Creio que a inclinação para o mal existe no coração de todos os homens e é muito poderosa. Por vezes, manifesta-se de forma devastadora, quer na história individual de cada um, quer na história da humanidade. Para não ir mais longe, basta pensar nas incomensuráveis tragédias do século XX, todas causadas pela maldade humana - a tal maldade que existe e brota do íntimo de cada um.

A alma como campo de batalha é uma experiência vivencial, julgo que de toda a gente, em maior ou menor grau. Foi-o do Apóstolo Paulo e de tantos e tantos daqueles a quem chamamos grandes santos (seriam eles, na tua perspectiva, esquizofrénicos, por sentirem a mente dividida, numa angústia permanente e nihilista?)

O próprio Cristo, em tudo igual a nós excepto no pecado, não deixou de ser tentado, sentindo, como nós, ele que era Deus, mas era também Homem, precisamente essa tensão entre as duas forças contraditórias dentro de si próprio. E foi com um grito que derrotou a presença aliciadora do Mal: va de retro!

Admito que a minha visão do Homem como "um pecador em busca da santidade" esteja errada. Mas creio que tem fortíssimos alicerces no Evangelho e em tudo quanto a Igreja anda a ensinar desde há 2 mil anos. E eu, pelo menos, é exactamente assim que me sinto: um inveterado pecador que aspira à santidade e que não encontra melhor refúgio, melhor abrigo do que em Cristo e na sua Igreja, que me acolhe e me ama, e onde encontro tantos como eu, limitados, frágeis, imperfeitos, mas sem desistir de lutar todos os dias contra aquilo a que chamas sombras e obscuridades, na procura de mais Luz, mais Alegria, mais Amor e mais Vida.

Abrigo dos maus, sim! Não vejo qualquer problema nesta definição. Tal como aquela mulher que, secretamente, sem entrar oficialmente para o "clube", ousou tocar ao de leve, mas confiante, no manto de Cristo e ficou curada, assim também todos os pecadores se podem acolher na Igreja de Cristo, na certeza de que serão amorosamente aceites e curados, pela infinita misericórdia de Deus, que é quem a governa.

Re: Perdão
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de September de 2006 08:34

Caro OT:

Existem vários mitos sobre a maldade humana ( e um deles , que tu afloraste, é a ideia que o século XX foi particularmente violento ou mais violento do que séculos anteriores).

Não éverdade que eu tenho uma visão optimista do ser humano.
Nem adopto integralmente a versão do naif do "bom selvagem" - pelo contrário.

Mas porque o discurso "diabolizante" sobre a "natureza humana", tem normalmente subjacente um certo tipo de "receitas" ideológicas ( algumas disfarçadas de princípios religiosos) sobre as formas de normativizar comportamentos numa perspectiva que retira ao homem a sua capacidade de escolher . E, sobretudo, a responsabilidade pelos seus actos.

Ora a capacidade de escolha e a responsabilidade pelo nosso existir é o que nos faz humanos.

E isso implica algumas pontuais tensões interiores mas nunca uma clivagem a absoluta a avassaladora nem tensões esquizofrenizantes entre o bem e o mal.

Até porque - esse é que é o drama - há sempre um pouco de mal no bem e sempre um pouco de bem no mal...pelo que as visões maniqueístas do tipo JCN são muito giras como figura literária mas em nada ajudam a vida concreta das pessoas.

E , no fundo, é o Bem que buscamos, sempre e sempre!!!

Talvez seja isso a busca da santidade, não sei.

E Não sabia que alguns grandes santos tenham sido esquizofrénicos. (nem foi isso que escrevi) Mas é provável que sim.... basta pensar nas alucinações de alguns...

Re: Perdão
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 01 de June de 2007 01:55

Estive tentado a iniciar um novo tópico com o que segue, tão forte é a notícia que transcrevo a seguir, mas também é bom que se integre neste tópico já existente. Como não havemos de nos comover com isto? Somos capazes do pior e também do melhor. Não deixem de ler, com tempo.

Todos nos lembramos da fotografia da «menina do Vietnam», fugindo aterrorizada, a quem um ataque americano de «napalm» lhe queimou a roupa que trazia vestida e 65% do corpo.

Como saberão, essa menina, Kim Phuc, sobreviveu e, depois de muitas peripécias, é hoje Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO. Ler esta notícia e o seu testemunho é dispor-se a receber uma grande lição.

Alef





Citação:
LA NIÑA DE LA FOTO DE VIETNAM, EN ESPAÑA

Kim Phuc: 'El perdón es más poderoso que cualquier otra arma'


* El 8 de junio se cumplen 35 años de la imagen que mejor reflejó el horror de Vietnam
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* La famosa niña es embajadora de la Unesco y dirige una fundación de ayuda a la infancia
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* Estuvo 14 meses en el hospital y sufrió 17 operaciones por las quemaduras del napalm
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* A pesar del tiempo transcurrido, aún sufre fuertes dolores en todo el cuerpo
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MADRID.- La fotografía de una niña corriendo despavorida por una carretera, desnuda y abrasada por el napalm fue la imagen de la guerra de Vietnam. Y la que mejor ha reflejado el impacto de los conflictos en la infancia. Han pasado 35 años y Kim Phuc, la famosa niña de la foto, ha vuelto a recordar ese horror, durante un acto de apoyo a la campaña 'Reescribamos el futuro' de Save the Children.
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"El 8 de junio de 1972, todos estábamos escondidos en el templo. Los soldados escucharon a los aviones sobrevolando el lugar y gritaron, ¡corran, corran! Corrí con mis hermanos y mis primos, y cuando me quise dar cuenta había perdido mi ropa, y mi piel empezaba arder. El dolor era tan terrible que perdí la consciencia", ha relatado en un perfecto español la actual directora de una Fundación que lleva su nombre, que entonces tenía nueve años.
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Kim sufrió quemaduras en el 65% de su cuerpo, pero Nick Ut, el fotógrafo vietnamita autor de la foto que dio la vuelta al mundo y ganó el Pulitzer en 1973, la recogió, la llevó a hospital y le salvó la vida. Permaneció hospitalizada 14 meses y ha sufrido 17 operaciones, pero sobrevivió.
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'Me desmayaba del dolor'
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"Yo no sabía lo que era el dolor. Me había caído de la bicicleta alguna vez, pero el napalm es lo peor que puedan imaginar. Es quemarte con gasolina por debajo de la piel. Me desmayaba cada vez que las enfermeras me metían en la tina y cortaban la piel muerta. Pero no morí. Dentro de mí había una niña pequeña y fuerte, que quería vivir", ha señalado.
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Si no fuera por las cicatrices que deforman su cuerpo, al verla hoy con su sonrisa permanente y su buen humor, nadie imaginaría su drama personal.
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Pero la recuperación no fue fácil. "Tuve lástima de mí misma. Quería ponerme camisetas de manga corta y no podía. Miraba mis brazos y me preguntaba ¿por qué a mí? Llegué a pensar que no tendría novio, ni me casaría, ni tendría un bebé", afirma Kim, quien asegura que logró superarlo "gracias al amor de mi familia y de Dios".
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Una vez recuperada, su primer deseo fue volver a la escuela. Soñaba con ser doctora. Sin embargo, el Gobierno decidió convertirla en un icono propagandístico y tuvo que interrumpir sus estudios. "Los soldados venían a buscarme a clase para hacer entrevistas con periodistas extranjeros", explica.
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Pero su deseo de aprender logró imponerse y obtuvo el permiso para seguir estudiando en la Universidad de La Habana, donde aprendió el español. Allí conoció a otro estudiante vietnamita, Bui Huy Toan, con el que se casó y se fue de luna de miel a Moscú. En su vuelo de regreso a la isla, la pareja desertó cuando su avión aterrizó en Canadá, donde actualmente residen con sus dos hijos, Tomás y Steven.
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Embajadora de la paz
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Una de las lecciones que ha aprendido con esta experiencia es a pedir perdón. Sólo al hablar de ello pierde la sonrisa. "Cuando leí la primer vez las palabras de Jesús 'amar a tus enemigos', no sabía como hacerlo. Soy humana, tengo mucho dolor, muchas cicatrices y he sido víctima mucho tiempo. Creí que sería imposible. Tuve que rezar mucho y no fue fácil, pero al final lo logré", afirma emocionada.
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En 1996, la Fundación para la Memoria de los Veteranos de Vietnam la invitó a Washington y allí conoció a uno de los pilotos que participaron en el bombardeo de Trang Bang, su aldea. Kim Phuc le perdonó públicamente entre sollozos, convirtiéndose en el símbolo mundial de la reconciliación. "El perdón es más poderoso que cualquier arma del mundo", ha dicho.
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Un año después fue nombrada Embajadora de Buena Voluntad por la UNESCO. En 1997 creó la Fundación Kim Phuc, que se dedica a ayudar con los niños víctimas de la guerra y la violencia en países como Timor, Rumanía o Afganistán, y a defender la educación como la mejor herramienta de futuro.
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Según Save the Children hay 39 millones de niños afectados por conflictos armados que no reciben educación, a pesar de que una formación adecuada podría protegerles de males derivados de ella como las minas antipersona o los reclutamientos. La campaña de la ONG pretnde proporcionar educación a 8 millones de niños antes de 2010.
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La fotografía de Nick Ut ha controlado la vida de esta mujer, frágil como una flor de loto por fuera, pero con una voluntad interior de hierro. Cansada de intentar escapar, Kim decidió trabajar con esta imagen. "Mi foto es un símbolo de la guerra, pero mi vida es un símbolo de amor, esperanza y perdón".
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A pesar del tiempo transcurrido, Kim Phuc sufre fuertes dolores de cabeza y corporales. "Me dan masajes y cremas y rezo mucho. Algunas veces me pongo a caminar y canto, para distraer mi mente", ha relatado esta heroína, que no ha dudado en entonar una melodía vietnamita, ante una audiencia estremecida por sus palabras.
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MARTA ARROYO

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«El Mundo», 31/05/2007.

Foto da notícia aqui.



Editado 1 vezes. Última edição em 01/06/2007 01:55 por Alef.

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