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Re: Ecumenismo
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 09:09

O que divide é a ideolatria. Deus fala à Humanidade num contexto cultural. O que acontece é que alguns confundem contexto cultural com Fé, e daqui nasce o chauvinismo religioso.

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Editado 1 vezes. Última edição em 30/01/2006 09:10 por Albino O M Soares.

Re: Ecumenismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 12:40

Caro Fausto:

Eu creio que a Igreja tem clara consciência do que é o Ecumenismo e do que é o sincretismo. Só a «hermenêutica da suspeita» dos tradicionalistas continua a confundir ecumenismo com sincretismo.

Aqui fica uma sugestão muito séria: em vez da «literatura» tradicionalista, é mais seguro consultar o Catecismo da Igreja Católica, que foi publicado pelo Papa «em função da autoridade apostólica» de Sumo Pontífice (os Tradicionalistas esqueceram-se disto!). Estudem-se os números 817-822 do referido Catecismo. Têm certamente muito mais autoridade que os textos do senhor Fedeli e outros. Nenhum destes tradicionalistas tem «autoridade apostólica» (embora falem como se a tivessem)…

Ao contrário do que sugeres, no Ecumenismo (nas relações entre cristãos) ninguém abdica do seu Credo, porque todas as principais denominações ou «famílias» cristãs comungam do mesmo Credo. Ecumenismo não significa «nivelar por baixo», mas «por cima», por aquilo que é realmente essencial.

Ao contrário do que se vai apregoando entre os tradicionalistas, o Ecumenismo não é uma espécie de mero jogo de cedências na busca de um mínimo denominador comum para chegar a uma «religião de mínimos». Parte-se, certamente, daquilo que nos une, mas isso não é o mínimo, mas o máximo. E todos partimos na determinação de que querermos crescer no aprofundamento desse máximo. Claro que isso implica questões mais práticas e complicadas que têm a ver com a Liturgia, com a interpretação de certas verdades/dogmas, com normas disciplinares, etc. E não esqueço que um dos espinhos nesta descoberta passa pela própria Eucaristia, que não é coisa de pouca monta! Mas não invertamos a ordem das coisas.

Outro elemento fundamental no Ecumenismo é o de que todos, católicos e outros cristãos, somos chamados à conversão. É uma enorme arrogância dizer simplesmente que a falta e união da Igreja se deve aos «hereges» e «cismáticos». Houve também muitas culpas por parte de responsáveis da Igreja Católica. É importante ter isso em conta e não confundir tudo. A Igreja é santa, porque Cristo a santifica e lhe entrega o Espírito Santo, mas os cristãos são também pecadores e em muitas das divisões da Igreja entrou também o pecado dos católicos. Não sou eu quem o diz. É o Catecismo.

Além disto, é preciso nunca esquecer a noção de que há uma hierarquia de verdades, mesmo nos dogmas. Não tem o mesmo grau de importância a devoção dos Cinco Primeiros Sábados ou a Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria e o «kerigma» pascal. Também não tem o mesmo valor o culto aos santos e a Eucaristia. Ou será que vale tudo o mesmo?

Tendo tudo isto presente, note-se que não é nuclear da fé nem as estátuas dos santos nem sequer o culto a Maria. Por muito que isso te escandalize, não faz parte do núcleo da fé a necessidade de rezar a Ave Maria, nem tem muito sentido exigir a um protestante que ainda não chegou a esse nível que se reze a Nossa Senhora num encontro ecuménico. Se for possível que todos os cristãos rezem sem dificuldade a Ave Maria, isso será certamente um sinal muito bom, mas não é o núcleo da fé cristã, nem temos que começar por aí.

Em todo o caso, já aqui contei como num encontro entre católicos e luteranos para celebrar a assinatura do acordo luterano-católico sobre a graça, no final um coro protestante cantou o Ave Maria de Schubert, coisa que causou não pouca comoção entre os presentes. E já vai sendo tempo de acabar com visões sectárias da própria Igreja Católica.

Embora isso não venha nos jornais, tem havido alguns avanços importantes a nível ecuménico. É curioso notar que hoje cada vez mais entre os Protestantes se vai dando uma progressiva valorização da Tradição (embora ainda não a entendam exactamente como os Católicos) e do papel de Maria. Simultaneamente os católicos parecem finalmente mais despertos para a necessidade de conhecer mais a Palavra de Deus. Sinal de que o fim das querelas mais ou menos ideológicas também vai dando os seus frutos. Um exemplo: eu, católico, tive aulas de Mariologia dadas por um dominicano (católico) numa Escola de Teologia Protestante, com alunos católicos e protestantes, com enorme proveito para todos.

Por isso, quando perguntas se o ecumenismo trará bons frutos, respondo sem hesitação: claro que sim! Porque o Ecumenismo lembra-nos que a Verdade é Jesus Cristo e que todos somos chamados à conversão. Também os católicos. Também aqui dou um exemplo: certamente será desejável que todos os cristãos reconheçam o especial papel do Ministério Petrino. Mas isso não significa que tal Ministério tenha que ser exercido numa estrutura do Papado como conhecemos neste momento, ou que papa tenha que ser um Chefe de Estado. Porque «no princípio não foi assim».

Finalmente parece-me que confundes Ecumenismo cristão (ecumenismo propriamente dito) com diálogo inter-religioso (também chamado por alguns teólogos «macro-ecumenismo»). São coisas distintas e não devem ser tratadas da mesma forma. No primeiro caso comungamos do mesmo Credo (o «filioque» não é razão para se dizer que o nosso Credo difere do dos Ortodoxos), estamos irmanados no mesmo baptismo, somos todos membros do Corpo Místico de Cristo (por muito que isso custe aos tiques sectários dos tradicionalistas). Além disso, temos muito a aprender uns com os outros.

No segundo caso, é bastante diferente, porque estão em jogo linguagens às vezes completamente diferentes. Mas também aqui há que reconhecer que o Espírito «sopra onde quer» e que as «sementes do Verbo» transcendem os limites da própria Igreja.

Shalom!

Alef

PS.: A seguir, o texto do Catecismo da Igreja Católica a que me referia. Em espanhol, porque parece não existir ainda uma versão portuguesa do Catecismo da Igreja Católica na Internet. Um texto para ser lido com muita atenção.

Citação:

Las heridas de la unidad

817 De hecho, "en esta una y única Iglesia de Dios, aparecieron ya desde los primeros tiempos algunas escisiones que el apóstol reprueba severamente como condenables; y en siglos posteriores surgieron disensiones más amplias y comunidades no pequeñas se separaron de la comunión plena con la Iglesia católica y, a veces, no sin culpa de los hombres de ambas partes" (UR 3). Tales rupturas que lesionan la unidad del Cuerpo de Cristo (se distingue la herejía, la apostasía y el cisma [cf ⇒ CIC can. 751]) no se producen sin el pecado de los hombres:

Ubi peccata sunt, ibi est multitudo, ibi schismata, ibi haereses, ibi discussiones. Ubi autem virtus, ibi singularitas, ibi unio, ex quo omnium credentium erat cor unum et anima una ("Donde hay pecados, allí hay desunión, cismas, herejías, discusiones. Pero donde hay virtud, allí hay unión, de donde resultaba que todos los creyentes tenían un solo corazón y una sola alma" Orígenes, hom. in Ezech. 9, 1).

818 Los que nacen hoy en las comunidades surgidas de tales rupturas "y son instruidos en la fe de Cristo, no pueden ser acusados del pecado de la separación y la Iglesia católica los abraza con respeto y amor fraternos... justificados por la fe en el bautismo, se han incorporado a Cristo; por tanto, con todo derecho se honran con el nombre de cristianos y son reconocidos con razón por los hijos de la Iglesia católica como hermanos en el Señor" (UR 3).

819 Además, "muchos elementos de santificación y de verdad" (LG 8) existen fuera de los límites visibles de la Iglesia católica: "la palabra de Dios escrita, la vida de la gracia, la fe, la esperanza y la caridad y otros dones interiores del Espíritu Santo y los elementos visibles" (UR 3; cf LG 15). El Espíritu de Cristo se sirve de estas Iglesias y comunidades eclesiales como medios de salvación cuya fuerza viene de la plenitud de gracia y de verdad que Cristo ha confiado a la Iglesia católica. Todos estos bienes provienen de Cristo y conducen a Él (cf UR 3) y de por sí impelen a "la unidad católica" (LG 8).

Hacia la unidad

820 Aquella unidad "que Cristo concedió desde el principio a la Iglesia... creemos que subsiste indefectible en la Iglesia católica y esperamos que crezca hasta la consumación de los tiempos" (UR 4). Cristo da permanentemente a su Iglesia el don de la unidad, pero la Iglesia debe orar y trabajar siempre para mantener, reforzar y perfeccionar la unidad que Cristo quiere para ella. Por eso Cristo mismo rogó en la hora de su Pasión, y no cesa de rogar al Padre por la unidad de sus discípulos: "Que todos sean uno. Como tú, Padre, en mí y yo en ti, que ellos sean también uno en nosotros, para que el mundo crea que tú me has enviado" (Jn 17, 21). El deseo de volver a encontrar la unidad de todos los cristianos es un don de Cristo y un llamamiento del Espíritu Santo (cf UR 1).

821 Para responder adecuadamente a este llamamiento se exige:

— una renovación permanente de la Iglesia en una fidelidad mayor a su vocación. Esta renovación es el alma del movimiento hacia la unidad (UR 6);

— la conversión del corazón para "llevar una vida más pura, según el Evangelio" (cf UR 7), porque la infidelidad de los miembros al don de Cristo es la causa de las divisiones;

— la oración en común, porque "esta conversión del corazón y santidad de vida, junto con las oraciones privadas y públicas por la unidad de los cristianos, deben considerarse como el alma de todo el movimiento ecuménico, y pueden llamarse con razón ecumenismo espiritual" (cf UR 8);

— el fraterno conocimiento recíproco (cf UR 9);

— la formación ecuménica de los fieles y especialmente de los sacerdotes (cf UR 10);

— el diálogo entre los teólogos y los encuentros entre los cristianos de diferentes Iglesias y comunidades (cf UR 4, 9, 11);

— la colaboración entre cristianos en los diferentes campos de servicio a los hombres (cf UR 12).

822 "La preocupación por el restablecimiento de la unión atañe a la Iglesia entera, tanto a los fieles como a los pastores" (cf UR 5). Pero hay que ser "conocedor de que este santo propósito de reconciliar a todos los cristianos en la unidad de la única Iglesia de Jesucristo excede las fuerzas y la capacidad humana". Por eso hay que poner toda la esperanza "en la oración de Cristo por la Iglesia, en el amor del Padre para con nosotros, y en el poder del Espíritu Santo" (UR 24).


Re: Ecumenismo
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 15:57

Alef, aprecio a forma com que trata os tópicos deste fórum (não apenas este).

Contudo, devo lembra-lo que a finalidade do ecumenismo é facilitar e promover a entrada dos que ainda não professam a nossa fé católica na Única e Santa Igreja de Cristo.

Também me valendo do catecismo, transcrevo este trecho que você já deve conhecer:

846 "Fora da Igreja não há salvação"

Como entender esta afirmação, com freqüência repetida pelos Padres da Igreja? Formulada de maneira positiva, ela significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça através da Igreja que é o seu corpo:

Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da Salvação é Cristo, que se nos torna presente no seu corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, no qual os homens entram pelo batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar, ou então perseverar. (grifo meu)

Imagino que você pensa, Alef, que para facilitar a entrada destes irmãos na nossa Igreja, devamos abrir mão de alguns elementos, digamos não-essenciais, uma vez que, como você mesmo disse, "há uma hierarquia de verdades, mesmo nos dogmas".

Mas até que ponto poderemos ir ou iremos, Alef, nesta caminhada ecumênica? Será que teremos que abdicar da Eucaristia? Ou do culto aos santos e a Virgem Maria?

Me desculpe, Alef, você entender que a finalidade do ecumenismo é recuperar as ovelhas desgarradas, trazendo-as de volta ao lugar onde elas poderão beber da única fonte da Verdade. E este lugar é a nossa Santa e UNA Igreja Católica.

Re: Ecumenismo
Escrito por: Susete (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 16:59

ecumenismo
substantivo masculino

1. tendêndia para formar uma única família em todo o Mundo;
2. RELIGIÃO movimento tendente a unir todas as igrejas cristãs;

(De ecúmena+-ismo)

In: Infopédia

Re: Ecumenismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 23:32

Caro Fausto:

Dizes que «a finalidade do ecumenismo é facilitar e promover a entrada dos que ainda não professam a nossa fé católica na Única e Santa Igreja de Cristo».

É uma afirmação que se presta a muitas possíveis interpretações, nem todas muito correctas.

Eu direi, com o Catecismo, que o objectivo é o cumprimento daquele desejo de Jesus: «Que todos sejam um». Trata-se, portanto, de trabalhar para recuperar a unidade de todos os cristãos.

Numa interpretação mais literal, a tua afirmação parece pressupor a ideia de que o Ecumenismo significa que a Igreja Católica não tem que mudar em nada de nada, enquanto são os outros que têm que regressar à Igreja Católica, tornando-se efectivamente iguais aos actuais católicos em todas as suas manifestações: doutrinais, disciplinares, litúrgicas, etc.

Ora, partir desse suposto parece-me falsear a palavra Ecumenismo. Torna-se perfeitamente supérflua. E é entendido pelas outras igrejas e comunidades cristãs como pura arrogância ou prepotência. E não terão alguma razão? Não somos os católicos também chamados à conversão? Não teremos que rever muita coisa das nossas manifestações «católicas»? Dei anteriormente o exemplo do Papado, mas há muitos mais.

Por outro lado, é preciso ter em conta que a unidade da Igreja não tem que significar absoluto uniformismo. Lembro que mesmo na teologia católica há posições bastante divergentes em questões importantes e todas elas válidas. Busquem-se todas as respostas que foram dadas ao longo da história da Igreja à pergunta «Porque é que Deus encarnou?» e ver-se-á ao que me refiro. Além desta diversidade teológica, há também considerável diversidade litúrgica dentro da mesma Igreja Católica. Isto significa que algumas das posições que hoje são tidas por «heréticas» ou «cismáticas», com os devidos matizes, poderão encontrar «legitimidade» num contexto católico (universal) melhor entendido. Um exemplo: durante séculos católicos e protestantes andaram a digladiar-se por causa da teologia da graça e há poucos anos viram que, apesar de algumas diferenças importantes, nem tudo era tão diferente como se julgava e nem tudo é herético. Há posições teológicas luteranas que estão muito próximas das de alguns católicos que as de alguns católicos entre si. Não será possível um trabalho análogo no que diz respeito ao Ministério Petrino (e ao Papado) com os Ortodoxos e com os Anglicanos da «High Church»? Perderiam os católicos algo com isso? Certamente não; todos ganharão. Muito significativo foi já o levantamento da mútua excomunhão entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras. Um «pequeno» gesto que pode augurar algo de bom.

De resto, há diferenças teológicas que já não são estritamente católicas ou protestantes, mas transversais. Dou um exemplo: em alguns aspectos o protestante Karl Barth está mais próximo do católico Urs von Balthasar que este do também católico Karl Rahner. E o protestante W. Pannenberg está em alguns pontos mais próximo do católico Rahner que este do católico Balthasar. E de outra forma: Pannenberg está mais próximo em muitos aspectos de Rahner que de Karl Barth.

É claro que há graus bastante distintos de proximidade e de trabalho a fazer.

De qualquer forma, não podemos ver a questão em termos de «abrir mão de alguns elementos». Não se trata propriamente disso. Trata-se, antes, de não antepor o menos essencial ao essencial. Um exemplo mais ou menos hipotético e à falta de melhor no momento em que escrevo estas linhas: não se trata de abolir a oração do terço ou o culto aos santos em nome de uma Igreja que inclua os protestantes, mas de uma Igreja onde o rezar do terço ou o culto aos santos não seja obstáculo à unidade. Talvez isso implique da nossa parte um entendimento mais aprofundado do culto mariano e aos santos, mas isso não significará certamente uma perda, nem um «abdicar», mas um crescer e aprofundar da fé.

E quanto à Eucaristia, de modo nenhum iremos abdicar da Eucaristia. Mas acredito que todos temos ainda muito a aprofundar na Eucaristia. A revalorização da epiclese na Reforma Litúrgica que se seguiu ao Concílio é também um sinal de algo que os Ortodoxos nos apontavam e com muita razão: na sua «necessidade apologética» de se demarcar de Ortodoxos e Protestantes, a Igreja Católica quase esqueceu a teologia do Espírito Santo. Crítica muito acertada, de que finalmente nos começamos a «redimir».

É claro que queremos todos que todos se reúnam (melhor: que nos reunamos!) na mesma Igreja, que é Una, Santa, Católica e Apostólica. Mas isso não significa que a Igreja Católica, tal como a conhecemos hoje, não precise de reformar-se nunca. Pelo contrário. Todos precisamos de conversão. Possivelmente, à medida que progredirmos nesse caminho de conversão, todos, católicos, ortodoxos e protestantes nos encontraremos mais e mais na mesma Igreja, que é Una, santa, Católica (=universal) e Apostólica.

Certamente tudo isto conjuga com o princípio «Fora da Igreja não há salvação». Só que é um princípio muito mal entendido. «Fora da Igreja não há salvação» não é exactamente o mesmo que dizer que só os católicos se salvam. Afirmar tal coisa seria uma heresia, como bem mostra o famoso caso do Padre Leonard Feeney, excomungado por defender publicamente a interpretação mais rigorista do citado aforismo. Sugiro que se veja neste fórum o debate à volta desse tópico: «Que significa dizer que "Fora da Igreja não há salvação"?». Se for necessário, pode-se retomar lá a «conversa».

Alef

Re: Ecumenismo
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 00:27

Caro Fausto,

Compreendo os teus receios em relação ao Ecumenismo, sobretudo, pelo que pude perceber, vives no Brasil. Talvez a realidade brasileira seja (muito) diferente da portuguesa e por isso as pessoas não vejam o Ecumenismo como um bom caminho. Pessoalmente, o Ecumenismo é o único caminho. Nós acreditamos numa Igreja Una e não pode ser Una quando se está dividida há quase mil anos.

Não é a primeira vejo nas mensagens de alguém do Brasil uma certa competição proselitista em relação às Igrejas Cristãs, ditas Protestantes. E aqui há uma ressalva importante a fazer: 1) Não existem "seitas protestantes". Existem Igreja Cristãs plenamente reconhecidas no Conselho Mundial de Igrejas que surgiram no tempo da Reforma. Estas Igrejas Cristãs são também conhecidas como Protestantes, se não estou em erro, devido a uma manifestação de pessoas que protestavam contra algo que aconteceu por essa altura (não me lembro já o quê, mas alguém possa complementar) e daí surgiu o nome. Alguns exemplos de Igrejas Cristãs: Luterana, Presbiteriana, Metodista, Anglicana (embora não seja Protestante), Baptista, entre outras (mas não tantas quantas se possa pensar). Estamos a falar de Igrejas com alguns séculos de existência. A estas Igrejas chamamos de Igrejas Protestantes, Igrejas da Reforma ou Igrejas Cristãs.

Depois existem outras realidades que eu tenho alguma relutância em chamar Igrejas e que são muito mais recentes, e sobre muitas delas temos ouvido algumas histórias pouco abonatórias. Estou a falar da Igreja Maná, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), entre outras… É a estas que nos referimos quando falamos de "seitas".

Existem duas outras instituições que embora façam referência a Jesus Cristo, não são cristãs. Estou a falar das Testemunhas de Jeová e da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, esta última também conhecidos como "Mórmons". Ambas não reconhecem a divindade de Jesus Cristo nem acreditam na Santíssima Trindade.

Quando falamos de Ecumenismo estamos a falar da voltarmos a ter uma única Igreja Cristã (como tivemos nos primeiros mil anos do Cristianismo) que seria verdadeiramente una, para além de santa, católica e apostólica. Neste caso, estamos a falar da união de Católicos (Romanos), Ortodoxos (Gregos) e das Igrejas Cristãs do tempo da Reforma. Nada mais.

Quando falamos de Ecumenismo não falamos em nos juntar com a IURD ou Igreja Maná.

Quando falamos de Ecumenismo estamos a falar na união de Igrejas que têm o mesmo Credo! Por isso, Fausto, não faz sentido falar em abdicar nada do Credo, pois este é igual em todas estas Igrejas (existe um pequeno pormenor com o Filioque com os Ortodoxos, mas é um detalhe). Todavia é curioso que os exemplos que apontas como termos que abdicar não estão no Credo, como é o caso do culto das imagens de barro. Não deixa de ser curioso que nós católicos passemos a vida a falar das estátuas e da devoção mariana como se fossem centrais na nossa fé e não façamos qualquer caso do Espírito Santo. Esse sim, terceira pessoa da Santíssima Trindade.

Como diz o Alef e muito bem, também nós católicos somos chamados à conversão para essa Igreja Cristã, e é pena que em muitos sítios e muitas pessoas pensem que por "termos" o sucessor de Pedro, são os outros que têm que fazer todo o caminho de conversão. Como se nós já tivéssemos tudo feito.

Luís Gonzaga

Re: Ecumenismo
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 01:12

Por aquilo que sei no Brasil, e não só, grande parte dos protestantes pertence a seitas (e não estou a aplicar o termo levianamente) muito recentes, de inspiração pentecostal, orientadas por pessoas de escassa formação, agressivas contra a igreja catolica.

Há presentemente no mundo 40 mil denominações cristãs, quase todas protestantes. Em termos numericos o protestantismo classico está em perca, o que está vigoroso é o protestantismo pentecostal.

Há que fazer antes do mais o ecumenismo do coração. Amar o irmão cristão que tem algumas divergencias de fé em relação a nós, ou seja os protestantes e os ortodoxos.

Se os amarmos procuraremos entende-los, falar com eles para esclarecer divergencias, muitas vezes provocadas por faltas de dialogo, questões linguisticas. Lembro que recentemente os catolicos e os luteranos chegaram a acordo sobre um texto sobre a salvação (pela fé, pelas obras que tornam manifesta essa fé... uma polemica antiga e que pelos vistos dialogando tudo se resolveu, seriam apenas perspectivas diferentes, problemas mais de linguagem que realmente de fé).
Aqui a acção deverá passar por praticas pastorais que sejam cada vez mais comuns, em que o espirito de competição seja substituido pelo espirito de colaboração até chegar ao espirito de comunhão.

Depois o ecumenismo da inteligencia, da fé, da teologia. Aqui é o lugar da acção dos teologos e dos pastores (a começar pelo Papa) das diferentes igrejas.

O dialogo ecumenico em que deposito mais esperanças é com os ortodoxos. Aqui as diferenças teologicas são pequenas. Existe o problema mal resolvido do papel do Papa e dos bispos na Igreja. Problema que mal foi aflorado no Vaticano II. Este problema e o azedume resultante de questões antigas (aqui entra o ecumenismo do coração) são os principais obstaculos à plena comunhão com os ortodoxos.

E creio que aqui está tambem um dos principais motivos de algum conservadorismo pastoral da igreja catolica. Há a fundada esperança de se conseguir a plena união com as igrejas ortodoxas. Mas pelo que julgo saber as igrejas ortodoxas são bem conservadoras que a igreja catolica e o facto de ter sido perseguida pelo comunismo acentuou esse conservadorismo e agravou os azedumes.

Aqui nesta ponta da europa quase só temos contactos com protestantes e vemos o dialogo ecumenico principalmente como um dialogo entre a igreja catolica e as variadas denominações protestantes. Mas eu vejo-o muito mais como o dialogo entre a Igreja Catolica e as Igrejas Ortodoxas.

É aí que eu penso que está a grande esperança do ecumenismo nas proximas decadas.

o que implica uma reflexão sobre o papel do Papa e dos bispos na vida da Igreja Una, Santa, Catolica e bastante Ortodoxa.

Re: Ecumenismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 10:28

Camilo:

Como referiu o Luís, o Brasil é uma realidade completamente diferente da portuguesa.
Uma amiga minha ( que trabalhou como religiosas no Brasil durante seis anos) afirma que a diversidade das "Igrejas" protestantes , do lado Católicoa é igualada pela diversidade dos "movimentos" Católicos , alguns dos quais, como os Pentecostais e outros do mesmo tipo conseguem ter o mesmo tipo de "colorido" que as Igrejas protestantes.


Como o Luís referiu as Igrejas Ortodoxa ( e mesmo a Católica de rito Grego, são profundamente tradicionalistas na maior parte dos valores, e mesmo nos rituais de culto e celebração. Uma boa Missa ortodoxa dura três horas, e se for uma celebração especial....Penso , por exemplo que alguns defensores da Missa tridentina se podem perfeitamente incluir na categoria de Ortodoxos.

Mas depois, há alguns elementos inovadores - como os padres casarem e terem uma família, como qualquer outro homem.

Em suma - retomo as palavras de um Pastor protestante numa celebração ecuménica - o diálogo ecuménico é possível sem que cada qum perca a sua identidade. Ecumenismo não é sincretismo, mas muito mais é o que o que nos une que aquilo que nos separa...E , se temos o mesmo credo, rezamos o mesmo Pai-Nosso e colocamos o Evangelho no centro das nossas crenças, parece que o Ecumenismo é um processo inevitável.

Mas Ecumenismo não é Proselitismo, como parecem de fener alguns católicos...

Aliás, do que tenho observado, existem maiores diferenças e diversidades entre os vários Movimentos dentro da Igreja Católica do que entre as várias confissões cristãs.


Re: Ecumenismo
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 14:27

Alef, eu sigo (ou me esforço em seguir) o que diz a Igreja - e você concorda comigo que o catecismo é uma referência importante neste sentido. Também o são as encíclicas, os concílios, etc.

Repito aqui novamente um trecho de minha mensagem anterior:

Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar, ou então perseverar.

O que pode ser mais claro que isto?

Não tente por mil artifícios dizer que o qualificativo "católica" de Igreja esteja dissociado da identidade da Igreja Católica Apostólica Romana. Agindo assim, você mostra não ter compreendido o catecismo:

834 As Igrejas particulares são plenamente católicas pela comunhão com uma delas: a Igreja de Roma, 'que preside à caridade'.

(A definição do que sejam as igrejas particulares estão no parágrafo 833 - por favor não queira dar outro sentido ao que está escrito ali).

Assim, o ecumenismo deve ser como um sopro sobre um pedaço de carvão em brasas, em torno do qual estão outros pedaços apagados - a chama se espalha e se aviva. Mas não pode ser o contrário: apagar o carvão em brasas para que ele fique semelhante aos pedaços apagados a sua volta.

---x---

Luiz Gonzaga, dizer que o ecumenismo é o único caminho é um tanto temerário. Ainda mais que esta afirmação compete com "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida". Entendi a ênfase que quis dar, mas seria bom sermos um pouco mais precisos nas nossas opiniões.

"Nós acreditamos numa Igreja Una e não pode ser Una quando se está dividida há quase mil anos." Luiz, você parece ter esquecido do Credo Niceno-Constatinopolitano que rezamos na missa. Onde está a sua fé? A Igreja é una sim, desde a sua fundação. Será que você costuma ir a missa? Ou será que nunca foi? Começo a ter dúvidas em relação a sua identidade religiosa.

---x---

Em relação ao que o Camilo escreveu:

"Aqui nesta ponta da europa quase só temos contactos com protestantes e vemos o dialogo ecumenico principalmente como um dialogo entre a igreja catolica e as variadas denominações protestantes. Mas eu vejo-o muito mais como o dialogo entre a Igreja Catolica e as Igrejas Ortodoxas."

Parece que ele disse isso lendo o catecismo:

838 Com as Igrejas Ortodoxas, esta comunhão é tão profunda 'que falta bem pouco para que ela atinja a plenitude que autoriza uma celebração comum da Eucaristia do Senhor'.

---x---

Finalmente, quero pedir à catolicapraticante que justifique a sua afirmação: "existem maiores diferenças e diversidades entre os vários Movimentos dentro da Igreja Católica do que entre as várias confissões cristãs".

É difícil acreditar nisto, visto que existem dezenas de milhares de "confissões cristãs", que se formaram justamente por existirem diferentes pontos de vista.

A Igreja Católica é una. Se fosse diferente, resultaria na multiplicidade de credos.

Quem sabe pesquisando na Internet as várias denominações protestantes cheguemos a alguma conclusão...

Re: Ecumenismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 15:21

Caro Fausto:

Eu não faço tais dissociações. Mas também não faço restrições abusivas, como seria o dizer que «fora da Igreja não há salvação» significa que só os católicos se salvam. Ou considera o Fausto que apenas os católicos se salvam? Podia clarificar melhor o que significa para si o axioma «Extra Ecclesiam nulla salus»?

Repete então a frase: «Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar, ou então perseverar».

Comento. Por um lado, isto em nada contradiz o que eu disse anteriormente, porque eu não disse que qualquer denominação ou Igreja me serve. E não considero que seja indiferente ser católico ou de outra Igreja ou comunidade cristã.

Por outro lado, esta frase deve ser muito bem lida. Preste-se atenção à forma verbal «sabendo». A situação descrita pela frase seria um caso de contumácia. Pergunto: será que os não-católicos «sabem que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária»? Pessoalmente, parece-me que não. De resto, mais que simples contumácia, seria um agir contra a própria consciência.

Note-se ainda: esta frase é talvez mais importante para os católicos que para os não-católicos. Um importante aviso aos que são católicos: eles «sabem» tudo isso, pelo que sair da Igreja Católica é, nesse contexto, negar o «locus» que eles sabem ser de salvação.

Ora, curiosamente, é precisamente neste contexto que se torna mais conhecido o axioma «Extra Ecclesiam nulla salus», ligado a S. Cipriano (embora já existisse antes): não era tanto uma frase para os que estavam fora da Igreja, mas para os que, estando dentro, se sentiam tentados a apostatar, por causa das perseguições. Estes que apostatavam incorriam realmente no conteúdo dessa frase que o Fausto cita: sabiam que a Igreja era o seu «locus» de salvação, mas não estavam dispostos a perseverar. S. Cipriano usa o mesmo discurso para os que, por desobediência, se colocam em risco de excomunhão.

S. Cipriano usa o axioma muitas vezes nos seus textos. Aqui cito, em tradução inglesa, um dos textos mais conhecidos, este referindo-se aos que incorrem no perigo de excomunhão:
Citação:
«Let them not think that the way of salvation exists for them, if they have refused to obey the bishops or priests. . . . The proud and insolent are killed with the sword of the Spirit, when they are cast out from the Church. for they cannot live outside, since there is only one house of God, and there can be no salvation for anyone except in the Church» Epist. 4, 4; Corpus Scriptorum Ecclesiasticorum Latinorum, 3, 2:476-77.
Não há como colocar os textos no seu contexto!…

Quanto à metáfora do carvão, não me atribua a má metáfora, porque não me pertence. Parece ser criação ou livre interpretação sua, pelo que lha devolvo. Já fui bastante claro em muitas mensagens que escrevi sobre o assunto.

Alef

Re: Ecumenismo
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 19:00

Alef, já que você gosta de citações, abaixo listo algumas também, começando por São Cipriano:

São Cipriano (séc. III): "Não há salvação fora da Igreja".

Credo de Santo Atanásio (séc. IV), oficial da Igreja Católica: " Todo aquele queira se salvar, antes de tudo é preciso que mantenha a fé católica; e aquele que não a guardar íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá para sempre (...) está é a fé católica e aquele que não crer fiel e firmemente, não poderá se salvar".

Papa Inocêncio III (1198-1216): "De coração cremos e com a boca confessamos uma só Igreja, que não de hereges, só a Santa, Romana, Católica e Apostólica, fora da qual cremos que ninguém se salva".

IV Concílio de Latrão(1215), infalível, Canon I: "...Há apenas uma Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo...". Canon III: "Nós excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé sobre a qual nós, acima, explanamos...".

Papa Bonifácio VIII (1294-1303): "Por apego da fé, estamos obrigados a crer e manter que há uma só e Santa Igreja Católica e a mesma apostólica e nós firmemente cremos e simplemente a confessamos e fora dela não há salvação nem perdão dos pecados (...) Romano Pontífice, o declaramos, o decidimos, definimos e pronunciamos como de toda necessidade de salvação para toda criatura humana.

Concílio de Florença (1438-1445): "Firmemente crê, professa e predica que ninguém que não esteja dentro da Igreja Católica, não somente os pagãos, mas também, judeus, os hereges e os cismáticos, não poderão participar da vida eterna e irão para o fogo eterno que está preparado para o diabo e seus anjos, a não ser que antes de sua morte se unirem a Ela(...).

O Concílio infalível de Trento (1545-1563) além de condenar e excomungar os protestantes, reiterou tudo o que os Concílios anteriores declararam, e ainda proferiu : "... nossa fé católica, sem a qual é impossível agradar a Deus..."

Papa Pio IV (1559-1565), um dos papas do Concílio de Trento: "... Esta verdadeira fé católica, fora da qual ninguém pode se salvar..." (Profissão de fé da Bula "Iniunctum nobis" de 1564)

Papa Benedito IV (1740-1758): "Esta fé da Igreja Católica, fora da qual ninguém pode se salvar...".

---x---

Mas Alef deve ter uma interpretação para cada uma das declarações acima, baseado em suas próprias convicções. Alef, onde está a sua fé? E falando nisso, você costuma ir à missa? Tem comungado? Também tenho dúvidas em relação a sua identidade religiosa.

Sabe por que?

Porque você adora interpretar. Como os protestantes. Tudo na sua boca precisa ter outro sentido. Você não se conforma com o que a Igreja Católica ensina. Prefere ensinar algo diferente. (Algo verdadeiro?)
---x---

Alef, aqui neste fórum eu tento me sustentar no que os documentos da Igreja explicitamente falam, sem necessidade de interpretação.

Quem sabe você, Alef, seja talvez até um grande teólogo da Igreja Católica, escondido sob esse pseudônimo. Quem sabe possamos saber um pouco mais de você...

Mas mesmo que fosse, Alef, eu ainda fico com o que a Igreja sempre ensinou, e sempre ensinará.




Re: Ecumenismo
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 21:10

Caro Fausto,

Não precisas de ter dúvidas em relação à minha identidade religiosa. Sou Católico. Sempre fui e creio que sempre serei, se o Espírito Santo me continuar a ajudar como o tem feito até aqui.

Como sabes, a Igreja Cristã foi fundada por Jesus Cristo e pela Sua pregação, pela pregação dos discípulos e, sucessivamente, por outros cristãos por eles instruídos (sucessão apostólica). Esta Igreja Cristã que é Una, Santa, Católica e Apostólica hoje não se encontra unida! Quando na missa rezamos o Credo e dizemos «Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica» não nos estamos a referir simplesmente à Igreja Católica (Romana), mas sim a toda a Igreja de Cristo (que não se esgota na Igreja Católica Romana). Os Ortodoxos também rezam o credo e também dizem «Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica», assim como algumas Igrejas Protestantes. Achas que se o termo «católica» dessa frase se resumisse simplesmente à Igreja Católica Romana as outras Igrejas continuariam a ter o Credo como seu acto de fé?

A Igreja Católica Romana tem o seu Sumo Pontífice em S. Pedro e no seu sucessor. Como sabes, Pedro não foi o único apóstolo. Por exemplo, o seu irmão André, também apóstolo, pregou em Constantinopla e pela sucessão apostólica temos hoje o Patriarca de Constantinopla. Como podemos falar de Igreja unida quando a sucessão de dois apóstolos, irmãos, não estão unidos?

Quanto à questão que o Alef levanta e com toda a pertinência, existem em alguns sectores católicos (tradicionalistas e conservadores) a tentativa de justificar que só dentro da Igreja Católica Romana há salvação, pelo que as outras Igrejas e os outros cristãos se se querem salvar, então terão que se converter. Isto é ERRADO (com direito a ex-comunhão do seu autor - Padre Leonard Feeney)! Já foi discutido aqui no fórum no tópico «Que significa dizer que "Fora da Igreja não há salvação"?», e recomendo a leitura do seguinte artigo (em inglês): IS THERE SALVATION OUTSIDE THE CHURCH?.

Se repararem, neste artigo fala-se sempre de Igreja como Corpo Místico de Cristo e nunca como Igreja Católica Romana. O que se pretende mostrar é se é possível alguém se salvar se estiver fora da Igreja de Cristo. Isto é, é possível um não cristão se salvar? É disso que estamos a falar. Tenho pena que alguns católicos tentem utilizar este argumento para ir mais longe e questionarem se é possível um não católico se salvar.

Como dizia um padre e professor meu amigo «Sim, os católicos também se podem salvar.»

Termino com a citação das conclusões do artigo da EWTN para que quem leia este tópico, e depois de ler, sobretudo, algumas frases que o Fausto cita dos Padres da Igreja, não fique com a ideia errada da posição da Igreja.

Luís Gonzaga


Citação:
IS THERE SALVATION OUTSIDE THE CHURCH? by Fr. William Most

SUMMARY AND CONCLUSION

We found restrictive texts in Hermas, St. Justin, St. Irenaeus, Clement of Alexandria, Origen, St. Cyprian, Lactantius, St. Augustine, St. Cyril of Alexandria, and St. Fulgentius. There are also five Magisterium texts that seem restrictive.

We found broad texts much more widely. Only three of the above ten Fathers who have restrictive texts lack broad texts: St. Cyprian, Lactantius, and St. Fulgentius. All others, plus many more, do have them.

Broad texts are found in: First Clement, St. Justin, Hermas, Second Clement, St. Irenaeus, Clement of Alexandria, Origen, Hegemonius, Arnobius, Eusebius of Caesarea, St. Gregory of Nazianzus, St. John Chrysostom, St. Ambrose, St. Augustine, St. Prosper, St. Nilus, St. Cyril of Alexandria, Theodoret, St. Leo the Great, St. Gregory the Great, Primasius, and St. John Damascene. We added two samples of later writers with broad texts: Haymo and Oecumenius.

We find many of the Fathers specifically answering the charge of Celsus (why did Christ come so late)--St. Justin, St. Irenaeus, Origen, Hegemonius, Arnobius, St. John Chrysostom, St. Augustine (though not all explicitly mention Celsus).

Very many speak of the Church as always existing: Hermas, Second Clement, Clement of Alexandria, Origen, Eusebius, St. Augustine, St. Leo, St. Gregory, St. John Damascene.

The idea that theophanies in the Old Testament times were really by the Logos is very common among the Fathers. So it is not strange that we find many of the Fathers speak of the Logos as present to men to save them: St. Justin, St. Irenaeus, St. John Chrysostom, St. Augustine.

Closely related is the idea that pagans can be saved if they follow the law written on hearts by the Spirit of Christ, or the Logos, as in Romans 2:15:[98] Origen, Hegemonius, St. John Chrysostom, St. Cyril of Alexandria, Theodoret, Primasius.

What is the common denominator? Though not all mention Cel- sus specifically, it seems that underlying all broad texts is the conviction that somehow in the past, God did provide for all men- -this is something sometimes explicitly tied to Romans 3:29-30 (He is not the God only of the Jews). This is the fact of which all seem convinced. But just how that provision is worked out is less clear, and often the writers do not attempt to explain.

Yet we can build on these data to reconcile the two kinds of texts, so as to solve the problem of "Extra Ecclesiam nulla salus." St. Justin gives the best starting point. He says that those who followed the Logos, who is in each person, were Christians, even though they were considered atheists, such as Socrates and Heraclitus. As we said above, Justin was using the language of Stoicism--part of the usual tactics of apologists, who were eager to show the similarity of Christian thought to that of the best philosophers. But does Justin really mean to give us just Stoicism or to play on the vagueness of the word Logos (Word/reason)? Of course not. So if we ask in precisely what way the Logos was present to Socrates and others, we could utilize the insights of many other Fathers: The Logos was there to write the law on hearts (cf. Rom 2:15). Modern experimental anthropology concurs; pagans do know the moral law surprisingly well. How do they know it? It seems to become known in some interior way, though not by mere reasoning. That interior way, even though the pagans did not recognize what it was, is God, or the Spirit of God, or the Spirit of Christ, or the Logos--all mean the same. St. Paul clearly has this thought, for in Rom 2:15 he obviously echoes Jeremiah 31:33 (prophecy of new covenant): "I will write my law on their hearts."

So God did and does indeed write His law on the hearts of men. Objectively, this is done by the Spirit of God, the divine Logos, as we said. As Justin says, those who follow the Logos were and are Christians.

Now if we add still other words of St. Paul in Romans we can go further. In Rom 8:9: "Anyone who does not have the Spirit of Christ, does not belong to Him." So, those who do have the Spirit of Christ, and follow the Logos as He writes the law on their hearts, do indeed belong to Christ. But still further, according to the same Paul, to belong to Christ means to be a member of Christ (cf. 1 Cor 12:27). Again further, to be a member of Christ, is also to be a member of His Church for the Church is the Body of Christ.

So we seem to have found the much needed solution: Those who follow the Spirit of Christ, the Logos who writes the law on their hearts, are Christians, are members of Christ, are members of His Church. They may lack indeed external adherence; they may never have heard of the Church. But yet, in the substantial sense, without formal adherence, they do belong to Christ, to His Church.

They can also be called sons of God, for Romans 8:14 adds: "All who are led by the Spirit are sons of God." As sons, of course, they are coheirs with Christ (Rom 8:17), and so will inherit the kingdom with Him.

We can even add that objectively--though probably those who drafted the text or voted for it did not realize it--Vatican II taught the same thing: "For all who belong to Christ, having His Spirit, coalesce into one Church."[99]

In saying this, we are not contradicting the teaching of Pius XII (Mystical Body Encyclical). He spoke of some as being ordered to the Church by a certain desire which they did not recognize. We admit that. To add to truth is not to deny truth.

Three possible objections remain. First: is our solution indifferentist? Not at all. For we insist that even these people who belong without formal adherence have the objective obligation to formally enter the Church. It is only their ignorance that excuses them. As we saw, Pius IX, so strong against indifferentism, concurs in our conclusion that somehow these people can be saved.

Second: are we proposing mere naturalism, i.e., if one is naturally good, that is enough? Not at all. First the natural law is God's law too; second, these people objectively follow the Spirit of God, and so are on the supernatural plane; finally, they also have available actual graces, and use them, as the Vatican II's broad text said. God always offers actual graces to those who do what they can.

Thirdly and finally: some would say that the Fathers and the Magisterium speak only of people before Christ--after He came, formal entrance into the Church is necessary. We reply: First, the Magisterium texts speak in the present tense, not the past. Thus, Pius IX: "God by no means allows anyone to be punished with eternal punishments. . . ." And the Holy Office said: "It is not always required. . . ." Vatican II similarly: "They who without their own fault . . . can attain eternal salvation." Second, the statements of the Fathers show a basic conviction that God must have made provision for men before Christ: the same thinking applies to those after Christ. Further, St. Paul in Romans 5:15-19 insists strongly and over and over again that the redemption is more abundant than the fall. But if the coming of Christ caused countless millions to lose in practice all chance of salvation, then the redemption would not be superabundant--it would be a tragedy, a harsh tragedy for these persons. And God would not act as if He were their God--as St. Paul asserts in Romans 3:29-30.

This file is an appendix of the book OUR FATHER'S PLAN by Fr. William Most. Published by Christendom Press, 2101 Shenandoah Shores Road, Front Royal 22630, 703-636-2900.

Re: Ecumenismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 21:31

Caro Fausto:

Vou ser muito breve e claro contigo.

1. Não me respondeste à dupla questão que te coloquei e gostava que o fizesses. De novo:

a) Que significa para ti o axioma «Não há salvação fora da Igreja»?
b) Consideras que apenas os católicos se salvam?

Peço-te que sejas o mais claro possível e justifiques.


2. Fizeste bem em colocar todas essas citações, que me parecem de grande importância. Espero que as comentes e relaciones entre si e com os seguintes documentos: o Decreto do Concílio «Unitatis Redintegratio», a Encíclica «Ut Unum Sint» e a Declaração «Dominus Jesus». A que conclusões concretas chegas?


3. Fizeste muito mal em entrar num terreno muito perigoso, ao fazer considerações que vão para lá do que escrevi, isto é, sobre mim, sobre a minha vida religiosa pessoal. Um aviso muito claro: não te admito esse abuso. Como dizem as regras deste fórum, aqui debatem-se temas, ideias, argumentos, não as pessoas que os proferem. Portanto, caro Fausto, de modo nenhum tens o direito de me «perguntar» em jeito de desafio, como matéria de argumentação «ad hominem», se tenho fé, se costumo ir à missa, se tenho comungado. Podes ter as dúvidas que entenderes sobre a minha «identidade religiosa» (terminologia tua), mas não te admito que faças disso matéria de argumentação. Explico-me? Se entenderes que estou errado na minha forma de expor as matérias, contrapõe fundamentadamente e com lealdade, mas não entres no campo da argumentação «ad hominem».


4. E depois deste infeliz incidente, voltemos ao debate sereno dos TEMAS e argumentos. Que te parece? Podes começar por responder às questões do ponto 1.

Shalom!

Alef

Re: Ecumenismo
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 01:42

Meu caro Fausto,

Há já muito que não tinha tanto prazer a ler uma mensagem por aqui. A sério. Porque acho que é muito autêntico no que refere e isso é, antes de mais, uma valia grande para qualquer um de nós. Muito obrigado. Depois, quero dizer-lhe que não pretendo mostrar uma verdade. Aceito bem o que diz e apenas quero conversar, nada mais. Aceito bem a sua participação e alegro-me por existirem católicos que pensem sobre os problemas, mesmo quando cheguem a conclusões diferentes das minhas.

1. A questão da salvação dos católicos parece-me a mim complicada: não é suficiente ser católico para a salvação (ou pelo menos não é suficiente ser um praticante ‘tradicional’). Isto para mim é claro. Não bastaria uma pessoa dizer ‘Eu sou católico, baptizar-se e receber outros sacramentos para se salvar... mas, por outro lado, será que é indispensável ser católico para a salvação ? Não sei se me farei entender... Será que todos os protestantes são intrinsecamente maus? Será que todos os que não seguem uma orientação católica estrita estarão condenados? Durante muito tempo eu próprio estive nesse caso: um tipo de formação católica, mas sem especial relação com a ‘prática’... Na faculdade conheci pessoas incríveis e que hoje até ocupam lugares importantes no Estado (não significa isso nada de especial em relação a elas). E, no entanto, pareciam-me pessoas incríveis, que apesar de não serem católicas, de um ponto de vista estrito, me pareciam incríveis como pessoas, na dedicação aos outros e no compromisso social... Estariam condenados?? Ao longo da minha (ainda breve, espero, lololol) vida, conheci mesmo uma pessoa que, mais tarde, soube ser Testemunha de Jeová. E, no entanto, é uma pessoa incrível, absolutamente única, de grande profundidade espiritual. Eu próprio lhe disse em tempos que não deveria deixar sem mais o grupo que tinha enformado a sua vida... a sua existência era antes de mais em Cristo, depois noutra coisa qualquer. Claro: não acreditamos exactamente nas mesmas coisas nem estamos de acordo sobre tudo: mas eu cresci também com ela! E muito! E, no entanto... estará ela condenada??? Eu SEI que não... nem pode estar...se eu, que sou eu, não a condeno (que disparate!!), porque a condenará Deus? Só por ser ‘Jeová’?

2. Eu acredito que a Igreja Católica se foi aproximando da verdade ao longo do tempo... Mesmo a Igreja dos primeiros Apóstolos estava longe do que era o Cristo! Não percebia tudo e interpretava mal alguns problemas: os primeiros cristãos eram tão mais diversos do que nós hoje! A Igreja foi e vai compreendendo aos poucos a Verdade. Não a tomou toda de uma vez: está a compreendê-la aos poucos. Deus não é abarcável de uma só vez nem sequer por aqueles que mais de perto lidaram/lidam com ele: Deus é compreendido (daí ser Verbo) progressivamente. Por isso digo que a nossa própria Igreja Católica não apresentou sempre a única verdade de forma uniforme e definitiva e totalmente compreendida! A própria Igreja foi-se aproximando da verdade, ao longo dos séculos. A verdade é Cristo, e, a ele, nós só o descobriremos na eternidade... a Igreja, guiada pelo Espírito, é também intérprete do próprio Espírito. Não há nenhum “Ditado”. O Espírito não dita nada a ninguém... o Espírito inspira a Igreja e guia-a... mas, quantos erros nas interpretações desta... quantas incompreensões: naturalmente, é uma interpretação pessoal, mas a pregação pontifícia a favor das Cruzadas na Idade Média foi ou não uma incompreensão contextual? Foi ou não a interpretação de muitos bispos sobre a Inquisição um erro claro, como o Papa João Paulo II afirmou? Foi ou não o ataque de Pio IX contra a Modernidade e a Denocracia um erro, ou deveríamos voltar ao absolutismo monárquico ‘gratia dei’? A Igreja defende a Verdade, transmite-a, mas não ‘acerta’ sempre na interpretação do Espírito que não cessa de falar. Somos felizes nós que conhecemos tanta coisa e a história e todos os que nos antecederam. Longe de me afastarem da fé, todos esses homens que foram interpretando, possivelmente acertando umas vezes, errando talvez outras, dão-me a certeza da presença divina, d’Ele que SÓ É VERBO e que como todo o Verbo é palavra humanamente interpretável.

3. Neste sentido, se assino por baixo a afirmação da Igreja Católica como fundada por Deus através de Jeus Cristo, sei que esta Igreja é também profundamente humana e, por isso, mesmo se depositária da Verdade, não me parece única capaz de interpretar a Verdade. É verdade que as portas do Inferno nada poderão contra ela... mas é também verdade que o próprio Pedro é incapaz de compreender, logo após lhe terem sido dadas as chaves do Reino, a missão de Cristo, acaba por o negar e por fim nem sequer percebe muito bem o papel de Paulo na missão pós-Ressurreição. Não chamará isso à atenção para a, por vezes, incapacidade da Igreja (e da sua hierarquia) em preceberem 100% tudo o que a mensagem de Cristo exige?

Durante séculos os católicos defrontaram-se com a ideia de que éramos os eleitos... E foi interessante esta pretensão. No entanto, é também claro que Deus não escolhe apenas uns quantos, que têm a sorte de o ouvir: Deus chama todos os homens à conversão contínua: TODOS. E essa conversão é, ANTES DE TUDO, uma conversão a Cristo. Isso é o mais importante. Não estou a dissociar a conversão a Cristo de uma qualquer pertença à Igreja. Estou a colocar as coisas no seu justo lugar: não há pertença à Igreja sem relação com Cristo, nem mesmo pelo Baptismo. Cristo é o que dá sentido à Igreja cristã, de outro modo seria uma associação com fins X ou Y mas não em Cristo.
Julgo que é também nesse sentido que os primeiros Padres da Igreja terão referido o axioma ‘Extra Ecclesiam nulla salus’. Isto é: não há salvação fora de Cristo, que é cabeça da Igreja. E a Igreja é uma assembleia, antes de mais, de cidadãos: de cidadãos votados ao Céu, mas de cidadãos que obtêm a sua cidadania nova nas águas do Baptismo, que (mais do que um mero rito exterior) implica toda uma conversão interior. Não há baptismo sem propósito de conversão. É a CONVERSÃO que dá sentido ao Baptismo... de outro modo, qual o sentido? Sendo assim, a conversão em Cristo, se é realizada em comunidade, é antes de mais individual e, por isso, apenas avaliável por Deus e pela nossa consciência. Ninguém é dono da consciência de ninguém: todos somos livres. E a fé é um dom gratuito que ninguém, nem qualquer instituição tem o poder de dar ou retirar ou sequer avaliar.
Voltando ao início: a salvação fora da Igreja é uma impossibilidade, não porque seja uma salvação ‘des-institucionalizada’, como se a salvação estivesse apenas dependente de uma institucionalização; a salvação fora da Igreja é uma impossibilidade, porque ela seria sem Cristo, que é quem dá sentido à Igreja, como assembleia dos Crentes. Isso é o que os primeiros Padres queriam dizer...

4. Ora, é pela fé que nos aproximamos de Cristo: e a fé é puro dom de Deus. Que a oferece... apenas aos católicos ? Será? Não terão os outros fé? Não será Cristo também guia das suas vidas? Defender isso é nunca ter falado por exemplo com um protestante ou com um ortodoxo. O primeiro critério para se ser Cristão é configurar a nossa vida a Cristo. Por isso, como o Luís disse, não há várias religiões cristãs, mas sim vários grupos ou confissões, como lhe quiseres chamar: todos somos cristãos. Não há uma Igreja cristã: há várias assembleias. E isso é escandaloso!

O Ecumenismo surge desta constatação: é escandaloso estarmos separados, se todos somos HONESTAMENTE cristãos. Não havia falta de honestidade em Lutero ou Calvino. Não digo, entenda-se, que tivessem razão em tudo e em todos os métodos. Em muita coisa estariam, TAL COMO NÓS, errados. Mas, não teriam eles alguma razão em muitas das suas críticas e reivindicações? Era a hierarquia romana da Igreja de inícios do século XVI modelo para algum cristão? Dava essa hierarquia, pelo menos aparentemente, segurança quanto às suas interpretações e sobretudo à sua prática do Evangelho? Acaso era o Espírito que escolhia os papas e bispos ou a diplomacia imperial, castelhano-aragonesa e francesa? Era esta uma boa intérprete do Espírito? Mas, mesmo que houvesse falta de honestidade nos fundadores, poderíamos considerar que os monges ortodoxos do monte Athos estão condenados ao Inferno? Defenderias que gerações e gerações de pastores suecos, que não se cansaram de anunciar o Evangelho, mesmo sem aceitar o exercício romano do ministério petrino (porque é disso que realmente se trata), estariam condenados ao Inferno? E os prostestantes mortos em S. Bartolomeu ou no cerco a La Rochelle? Foram mortos justamente? Por razões religiosas? E, no entanto, os ‘Te Deum’ soaram depois das suas mortes... Compreenderam as ‘várias Igrejas’ que nunca foram tão pouco IGREJA como quando combateram umas contra as outras?

5. E mais: seremos honestamente Cristãos enquanto: a) continuarmos divididos dos nossos irmãos? b) continuarmos a teimar em não reconhecer nos outros e na sua religiosidade nenhum valor? c) sustentarmos que são apenas os outros que estão mal e que têm de mudar coisas enquanto em nós tudo é perfeito?

a) Não há Igreja dividida. A Igreja é, em si mesma Una. E não foram sempre os outros que se separaram. Foi a Igreja Católica que os separou ao afastar-se, ela própria, da mensagem cristã. Não é um axioma: é uma constatação historicamente comprovada. Só o regresso de TODOS a uma única Igreja nos pode tornar A TODOS verdadeiramente cristãos.

b) Não é honesto da nossa parte não reconhecer qualquer valor aos outros (e o contrário também é verdadeiro): a teologia protestante é hoje indissociável de qualquer pensamento sério sobre Deus; o apego protestante ao vernáculo permitiu um florescimento inaudito e um conhecimento impar da Bíblia entre os fiéis que só o gosto pelo obscurantismo e pela ignorância pode defender; a religiosidade e o sentido do sagrado entre os ortodoxos têm ainda hoje muito a ensinar: só quem nunca foi a uma celebração ortodoxa pôde achar que Deus não está ali...

c) Nos outros nem tudo é perfeito; em nós também não... a história uma vez mais comprova esta ideia de ambos os lados...

6. A minha ideia sobre o Ecumenismo baseia-se muito naquilo que o Luís já expôs: eu NÃO ACHO que tenhamos de abdicar do terço ou da devoção a Maria e aos santos. Era só o que faltava. Mas acho que podemos, por exemplo, purificá-las: sabes certamente que há muito de Mariolatria e um autêntico culto a Nossa Senhora entre muitos católicos que não é apoiado por qualquer reflexão ou teologia séria ou que o culto dos santos tem muitas vezes mais de pagão ou de supersticioso que de cristão. Não devem acabar, claro que não: mas podem ser catequizados e reconduzidos muitas vezes ao seu justo lugar na fé. O que os protestantes não têm o direito é de nos impor que não prestemos qualquer devoção a Maria. Mas, por outro lado, não podemos exigir que eles passem todos a rezar o terço como nós: isso não é fundamental na fé; não é um dogma e ninguém se salva só por rezar não sei quantos terços... (já sei que me vão bater).

O Ecumenismo passa antes de mais pelo conhecimento mútuo e pela descoberta do OUTRO... e pelo respeito intrínseco que daí decorre. Depois, da aproximação doutrinal e religiosa, que longe de procurar a unicidade, deve procurar a unidade no essencial (Cristo) e a diversidade no acessório.

Quando eu amar os meus irmãos protestantes, então o Ecumenismo já começou em mim.

Abraço fraterno

Miguel




Editado 1 vezes. Última edição em 01/02/2006 01:45 por rmcf.

Re: Ecumenismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 12:03

A recente encíclica papalaborda estas questões..."Do ponto de vista do ecumenismo, parece-me que Bento XVI continua coerente com o seu sonho de um ecumenismo
> interiorizado.
Não se trata de convocar "concílios inter-confessionais" para chegar a "acordos
dogmáticos
" assentes num mínimo denominador comun.
Trata-se de acreditar que a unidade virá do Amor (O auxílio virá do Senhor) e da aprendizagem que fizermos do verdadeiro amor, tornando-nos capazes de nos amarmos na diferença, sem medo de "purificar a razão", porque nem tudo o que o livre-exame ou uma autoridade distorcida apresentam corresponderá à Verdade..."





Re: Ecumenismo
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 12:34

The Portugal News: 11/1/03:
The Future of God

Delegates attending the Vatican and United Nations (UN) inspired annual interfaith congress, "The Future of God," held during October in Fatima, heard how the Shrine is to be developed into a centre where all the religions of the world will gather to pay homage to their various gods.

Addressing Hindu, Muslim, Jewish, Orthodox, Buddhist and African Pagan representatives, the Shrine’s rector, Roman Catholic Monsignor Luciano Guerra, stated: "The future of Fatima, or the adoration of God and His mother at this holy Shrine, must pass through the creation of a shrine where different religions can mingle...."

The Hindu representative, Ansshok Ansraj, described how already in the Far East millions of Hindus are getting "positive vibrations" from visiting Marian shrines without endangering their faith.

Monsignor Guerra pointed out that the very fact that Fatima is the name of a Muslim and Mohammed’s daughter is indicative that the Shrine must be open to the co-existence of various faiths and beliefs. According to the Monsignor: "Therefore we must assume that it was the will of the Blessed Virgin Mary that this comes about this way." Traditional Catholics opposed to the Congress were described by the Monsignor as "old-fashioned, narrow-minded, fanatic extremists and provocateurs."

One of the principle speakers, the Jesuit theologian Father Jacques Dupuis, was insistent that the religions of the world must unite. "The religion of the future will be a general converging of religions in a universal Christ that will satisfy all," he said.

The Belgium-born theologian argued: "The other religious traditions in the world are part of God’s plan for humanity, and the Holy Spirit is operating and present in Buddhist, Hindu, and other sacred writings of Christian and non-Christian faiths as well." In an impassioned plea he said: "The universality of God’s kingdom permits this, and this is nothing more than a diversified form of sharing in the same mystery of salvation. In the end, it is hoped that the Christian will become a better Christian and each Hindu a better Hindu."

An official statement put out by the Congress called for a non-proselytising approach by all religions. "What is needed is that each religion be true to its faith integrally and treat each religion on the same footing of equality with no inferior or superiority complexes." It emphasized that the secret to peace amongst all religions is admitting that contradictions exist between creeds but to concentrate on what unites them, as opposed to what separates them.


Re: Ecumenismo
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 12:43

Sobre a Humanidade não pesa qualquer maldição.
Sobre a Humanidade está a benção de Deus e também de Jesus Cristo.
Sabemos que tudo é mais fácil, quando aceitamos viver numa dimensão comunitária.
Deste modo, aqueles que fazem questão de se reduzirem ao puro individualismo, talvez tenham dificuldade em alcançar a salvação, ou seja atingir o despojamento necessário ao encontro com Deus e com o reino de Deus, já presente neste mundo de múltiplas formas. Negar que a salvação está próxima de todo e qualquer pessoa é negar o próprio Jesus Cristo e a Boa -Nova.

*=?.0

Re: Ecumenismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 13:12

Caro Fausto:

Pelos vistos, gostas muito de literatura panfletária e pareces ser muito «tímido» em responder às várias perguntas que te foram colocadas. Espero que não as esqueças. Nenhuma delas. Entretanto, aqui vão alguns textos que poderão ajudar-te a esclarecer os «boatos» e/ou meias-verdades que nada mais pretendem do que atirar areia para os olhos do outro.

Alef

Citação:
DECLARAÇÃO DO BISPO DA DIOCESE DE LEIRIA-FATIMA/2004.10.12



Comunicação aos peregrinos:


Depois de ter apresentado o Presidente da Peregrinação Aniversária Internacional de Outubro, Sua Eminência o Arcebispo de Bombaim Cardeal Dias, e de ter lembrado que o tema especial do mês é a oração pelos governantes, entendo dirigir aos Peregrinos de Fátima uma breve comunicação sobre acontecimentos que recentemente têm perturbado a imagem da Pastoral neste Santuário Mariano.

Temos apostado na clareza, por isso estamos a publicar cuidadosamente todos os documentos, projectos e contas, para que não haja segredos ou ocultações. E assim ouso expor sumariamente os seguintes factos:

1. Em 27 de Novembro de 2001 o Prémio Nobel Dalai Lama visitou o Santuário de Fátima, como têm feito outras Personalidades, e que procuramos acolher com toda a seriedade, segundo os princípios da Igreja no que concerne a relações ecuménicas ou inter-religiosas, que cumprimos com todo o rigor e solicitude. Foi o que aconteceu na visita de Dalai Lama.

2. Em 10 -12 de Outubro de 2003 foi realizado no Centro Pastoral Paulo VI um Congresso Internacional sobre ‘O Presente do homem - O Futuro de Deus - O lugar dos Santuários na relação com o Sagrado”. Participaram notáveis oradores, e teve o patrocínio científico da Universidade Católica Portuguesa. Surgiram, entretanto, alguns mal entendidos ou equívocos, que foram esclarecidos. Hoje mesmo foi apresentado o primeiro exemplar das Actas com os textos integrais das lições e comunicações pronunciadas no referido Congresso, e que serão divulgadas nos próximos dias.

Acrescentarei que está em bom curso a construção da igreja da Santíssima Trindade, para a qual o Papa ofereceu uma pedra extraída do túmulo de S. Pedro, que será um grande espaço de culto católico e de evangelização, com outras vivências na pastoral de conjunto do Santuário, nomeadamente da reconciliação sacramental, e que esperamos venha a ser inaugurada, Deo volente, no dia 13 de Maio de 2007.

3. No dia 19 de Abril de 2004 visitou o Santuário de Fátima uma Comunidade Hindu de Lisboa, com cerca de 50 pessoas, acompanhadas pelo seu líder religioso, que subiu até junto da imagem de Nossa Senhora a quem cantou uma canção a favor da concórdia e da paz. Poderá ter havido benigna condescendência por parte dos funcionários que os acolheram, mas tudo decorreu com dignidade. Já foi explicado que não se tratou de uma celebração inter-religiosa. Ao recorrerem a Nossa Senhora de Fátima, os nossos irmãos hindus testemunharam sinceramente que aceitam a sua intercessão maternal a favor de todos os homens. De qualquer modo prestaremos mais atenção, para que não surjam ambíguas interpretações. Toda a equipa sacerdotal do Santuário merece total confiança e garantia de doutrina e comunhão em Igreja.

4. Finalmente, aproveito para informar que amanhã, dia 13 de Outubro, vai começar oficialmente o processo canónico para a canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto. Rezamos à Mãe, que aqui apareceu “mais brilhante que o sol”, para que nos ajude a sermos irmãos sinceros e activos na construção do reino de verdade, de justiça, de amor e de paz, com o único Salvador Jesus Cristo.

Fátima, 12 de Outubro 2004.

Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima

Fonte: Santuário de Fátima



ESCLARECIMENTO DA REITORIA DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA - 2004-06-29


A Igreja da Santíssima Trindade não será um «templo ecuménico»


1- Os leitores da «Voz da Fátima» estarão recordados de um Comunicado da Reitoria do Santuário, publicado em Janeiro 2004, com o título «Fátima Santuário de todas as religiões?».

2- Os movimentos que então se salientaram na oposição ao nosso Congresso de Outubro aí recordado, aproveitaram agora a vinda de um grupo de hindus ao Santuário, noticiada na «Voz da Fátima» de Maio 2004, para se relançarem na sua campanha maciça de carácter anti-ecuménico e mesmo contra o diálogo inter-religioso.

3- Dado que nos chegam pedidos de esclarecimento, e a fim de encontrar uma forma de a todos responder com celeridade, redigimos este breve comunicado, dando por conhecidos os princípios já apresentados quanto ao acolhimento de irmãos de outras confissões ou religiões, e fixando-nos nos dois pontos agora em foco: a vinda de um grupo de hindus e o destino da nova igreja da Santíssima Trindade.

4- O grupo hindu escreveu-nos com antecedência, dizendo que desejava «reconstituir a visita efectuada pelo Sr. ‘Morari Bapur’, que precedeu a de Sua Santidade o Papa João Paulo II», em Maio de 1982.

5- Até junto da Imagem de Nossa Senhora subiu o sacerdote que traziam consigo e um tradutor, tendo os restantes membros ficado em baixo.

6- O sacerdote cantou uma oração durante alguns minutos. Não fez qualquer gesto, não realizou qualquer rito, sobre ou fora do altar. O tradutor explicou que ele pedira «à Santíssima Mãe que desse aos governantes das nações sabedoria e discernimento, para que no mundo pudesse haver paz, paz, paz».

7- Anotamos que esta intenção da paz, por ser universal, é a mesma, ao que supomos, que vem trazendo ao Santuário outras personalidades não católicas, como por exemplo o Dalai Lama, o Presidente da República da União Indiana, e as esposas dos Presidentes Clinton e Arafat. Os grupos cristãos não católicos virão também com a intenção de pedir a unidade da Igreja. Embora não com grande frequência, têm sido acolhidos alguns altos representantes das Igrejas ortodoxas. Recentemente umas dezenas de sacerdotes anglicanos, acompanhados do seu Bispo, realizaram um retiro espiritual, numa das casas do Santuário.

8- Feita a oração na Capelinha, os peregrinos hindus foram recebidos, numa sala, pelo Senhor Bispo de Leiria-Fátima e pelo Reitor do Santuário, a quem disseram que vieram por devoção para com a «Santíssima Mãe». Não falaram em semelhança, ou transferência deste nome para qualquer entidade da sua religião. Deve por isso ser dado o devido desconto a aproximações que tenham sido invocadas pelos media, cuja presença não pudemos preparar, por dela termos tido conhecimento tardio.

9- Quanto à igreja da Santíssima Trindade, e uma vez que persiste a vontade de a chamar «templo ecuménico», podemos dizer que esta denominação, aliás susceptível de interpretação católica, não é do Santuário, e não temos, nem nunca tivemos, intenção de realizar, na igreja em construção, quaisquer celebrações que não estejam previstas nas directrizes da Igreja Católica. O Santuário procura ser fiel à mensagem de que Deus o fez depositário, e não pode deixar de notar o carácter nitidamente católico que a mesma inculca, tanto nas aparições do Anjo, que nos inspiraram na escolha do título da futura igreja, como nas de Nossa Senhora, que contêm alusões dramáticas ao papel mediador do Papa e dos Bispos, na unidade da Igreja, e para a paz do mundo.

10- Na esperança de que nos compreendam todos os irmãos que desejam e rezam pela união possível de todos os cristãos, de todos os crentes, e de todos os homens, elevamos também nós a nossa prece a Nossa Senhora de Fátima, para que nos fortaleça na vontade de unir e nos livre de todo o espírito de dissensão e polémica.

Santuário de Fátima, 29 de Junho de 2004, solenidade de S. Pedro e S. Paulo.

O Reitor: P. Luciano Guerra

Fonte: Santuário de Fátima


Re: Ecumenismo
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 13:31

SANTUÁRIO LAMENTA ENCONTROS DE GAYS -
O "Correio da Manhã" do dia 14, publica uma notícia assinada pelo jornalista Carlos Ferreira sobre a contestação do Santuário de Fátima a alegados encontros de gays nas imediações do recinto.

"Fátima: nas casas de banho e parques
SANTUÁRIO LAMENTA ENCONTROS DE GAYS

O Santuário de Fátima lamentou ontem "profundamente" o uso de espaços nas imediações do recinto de culto para encontros homossexuais, promovidos em roteiros 'gay' na internet.

Em pelo menos quatro sítios são indicadas as "casas de banho públicas e os parques de estacionamento" do Santuário, uma situação que o reitor monsenhor Luciano Guerra afirma que "poderá prejudicar os visitantes e peregrinos" que necessitem de usar aqueles espaços.

O Santuário "protesta contra" os encontros homossexuais e "embora reconheça a dificuldade em tomar medidas, elas terão de ser tomadas", refere o reitor, adiantando que "lamenta profundamente" o que está a acontecer.

Monsenhor Luciano Guerra salienta que "a zona é vasta, as baterias de casas de banho e os parques de estacionamento são necessários e usados com frequência pelos visitantes e, durante a noite, pelos caravanistas", daí que reforce "a dificuldade em tomar medidas radicais".

No entanto, apesar disso, "vão ser tomadas medidas de restrição, tanto nos parques, como nas casas de banho", conclui o reitor do Santuário de Fátima.

A utilização de espaços do 'Altar do Mundo' para encontros 'gay' é conhecida das autoridades policias há algum tempo e na região pelo menos desde a realização da 'Gay Pride Leiria', em Julho de 2002.

Nessa altura, um dos sítios destinados a homossexuais divulgou um roteiro da "vida gay/lésbica", onde indicava também como "locais de engate" a área de descanso da A1, a Sul de Fátima, e zonas junto a um centro comercial e um bar, no centro da Cova da Iria.

Os responsáveis por este sítio da internet salientavam como atractivo as fáceis ligações rodoviárias, por exemplo em autocarros expresso, entre Fátima e as principais cidades portuguesas e aconselhavam "muita discrição" e "cuidado com os vigilantes", tendo em conta "as susceptibilidades que podem causar a residentes e peregrinos".

Quanto à acção policial, ela apenas pode desenvolver-se quando se verifica a existência de um crime, como aconteceu duas vezes no último ano nas casas de banho do Santuário, uma delas referente a uma agressão violenta."

Re: Ecumenismo
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 13:44

E o que tem isso a ver com o Ecumenismo? lol... E não são os gay livres de se encontrarem onde bem quiserem desde que não vão contra a lei? Portugal é um país livre. Se se proibisse encontrso de gays em qualquer lugar que fosse, por que não outras proibições: por exemplo - não entra no santuário quem usa preservativos; e quem não for católico 'praticante', etc etc etc... por amor de Deus!!!

Mas enfim... voltemos ao tema... Caro Fausto, faço minhas as palavras do Alef: dentro de toda a liberdade de opinião que tem caracterizado este forum, e com todo o respeito por todas as posições, continuas a não responder às questões...



Editado 1 vezes. Última edição em 01/02/2006 13:45 por rmcf.

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