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Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 24 de October de 2005 23:56

Caro Camilo

Agradeço o testemunho que aqui deixou. Louvo também a sua atitude de elevada cidadania e de cristão.

No entanto, acha que aqueles pais teriam deixado as suas filhas na roda? Não me parece. As crianças não foram retiradas à tutela dos pais, porque a asistente social não foi capaz de resolver o problema com os meios que dispunha ou por muitas outras razões que não cabe aqui explorar. Ou talvez caiba, mas nunca mais daqui sairíamos…

De resto, com os impostos que pagamos, não acha que deveríamos ter um sistema funcional? È bem verdade que o sistema do “Estado Providência” está na falência há décadas e parece que também ninguém quer olhar para o assunto com olhos de gente…e sempre que se fala na substituição para um sistema alternativo, quase que cai o “Carmo e a Trindade”.

Meu amigo, julgo ter explanado longamente a minha opinião sobre a roda. Acho que pode ter consequências nefastas e abre precedentes ainda piores. Depois do seu testemunho que é louvável, continuo cada vez mais convicta da responsabilidade de cada um de nós dentro do Todo. E que para vivermos num país melhor temos de ter a coragem de assumir determinadas posições com coragem, determinação, mas principalmente ser capaz de as levar até ao fim e não como acontece em Portugal que tudo muda de 4 em 4 ou mesmo de ano a ano.

Sou da opinião, que em matérias sociais e humanas, temos de pensar bem e fazer melhor, todos concertados e sempre a longo médio e longo prazo. Em termos sociais os males menores, não são suficientes, porque em meu entender, o mais importante são as pessoas, centelhas de Deus, únicas e irrepetíveis. Devemos cuidar uns dos outros como cuidamos de nós próprios.

Bem-haja

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 25 de October de 2005 01:10

mas ainda não enumerou as possiveis consequencias nefastas

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 25 de October de 2005 02:30

Caro amigo

Se reler o que escrevi em anteriores respostas, verá que enumerei variadíssimos.

Começa logo por não ser possível acompanhar social e psicologicamente a família progenitora, se quiser de forma mais delicada, de origem.

Depois pode ainda colocar-se a questão do seguimento dado às crianças. Vão mesmo para adopção? que garantias são dadas de que não são desviadas para outros rumos e outras intenções.

Sabe, as coisas feitas com pouca clareza e às escondidas não me soam bem. Isto em matéria de princípio pode por si só abrir outros precedentes.

Há quanto tempo foi reposta a roda na Alemanha? Esperemos uns anos para ver o outro lado da questão. “Nem tudo são rosas, meu senhor!”

É obvio que a passagem das famílias, que entregam os seus filhos para adopção, pelo apoio social, não é fácil, mas é pelo menos feito às “claras” e será certamente, mais profícuo para as famílias. Muitas das famílias que entregam os filhos para adopção são disfuncionais e têm vidas desregradas, naturalmente, precisam de ajuda e apoio. É obvio que a primeira reacção é sempre a negação dos próprios problemas, bem como as naturais resistências à mudança, mas é ai que o sistema nunca deveria falhar e onde, a meu ver, falha cada vez mais.

Já reparou que o Estado se arroga o direito de controlar tantas coisas das nossas vidas e no entanto onde deveria (entenda-se Dever fazer), estar mais presente é onde geralmente falha mais. Não há aqui também um mau governo da nação desde tempos remotos? Não deveríamos todos ter a coragem de enfrentar o touro? Por mais quanto tempo vamos ser permissivos no que toca à intervenção do Estado na educação e na acção social?

È só isto que me preocupa no que toca a esta questão. As pessoas. Não a resolução imediata dos problemas, mas uma resolução efectivamente capaz de resolver as situações a médio e longo prazo.

Uma religiosa disse-me uma vez: “Se não formos capazes de resolver os pequenos problemas não seremos capazes de resolver os grandes”.

Por isso meu bom amigo, creio que o mais importante é ter a coragem e a força de carácter de pôr mãos à obra. Não é tarefa fácil, mas nós cristãos já deveríamos estar habituados a isso.

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 00:56

é muitissimo mais facil controlar meia duzia de instituições, que acho que devem estar ligada a hospitais, do que detectar e acompanhar milhares de familias nas quais poderão surgir algumas dezenas ou centenas de casos que se enquadram no perfil da mulher que abandona os seus filhos.

Aliás creio que o perfil tipico não é tanto o da familia destruturada mas sim o da mulher só que não quer sequer que se saiba que teve um bebé e que por vezes até o tem fora do sistema hospitalar.

pretender que as crianças que são abandonadas fiquem com as suas familias extremamente disfuncionais e que aí sejam acompanhadas até que essas familias estejam novamente equilibradas, se alguma vez o vierem a ser parece-me quase macabro. Aliás tendo em conta o repudio social que a rejeição de um filho provoca muitas dessas mulheres se inquiridas face a face negariam querer abandonar o seu filho.
Quando detectada uma familia altamente disfuncional muitas vezes é necessario retirar-lhe os filhos mesmo contra a vontade dos pais.

A assistencia social actualmente funciona bastante mal, coloca-la a funcionar da forma que pretendia exigiria muito dinheiro e não estou a ver vontade politica para isso.

A criação de rodas dos expostos não inviabiliza que o sistema de apoio às familias se aperfeiçoe. Não vejo aqui a incompatibilidade que parece ver.

Entretanto encontrei este artigo sobre o tema que é talvez o melhor que até agora li e responde a algumas das suas perguntas:

[64.233.183.104]

4. HEADLINE: EU -- For centuries, desperately poor mothers came to the Annunziata church in Naples to push their newborns into a dark slot within a wooden turntable embedded in a convent wall. A few turns, they hoped, and their child would have a better life. From medieval times or earlier, women across Europe resorted to systems like "the wheel" to abandon infants they were too poor or ashamed to keep. Such arrangements were abolished more than a century ago as uncivilized.
But newscasts about babies tossed in trash bins or into toilet bowls have prompted modern versions of the "wheel" to make a comeback on the continent. The systems have names like "babyklappe" (baby slot) in Austria and Germany; "babyfenster" (baby window) in Switzerland; "babybox" in the Czech Republic; "culle per vite" (cradles for life) in Italy.

Many are sophisticated incubator-like containers that heat up when a baby is placed inside. In some cases an alarm sounds after a few minutes, giving the mother a chance to say goodbye before attendants come to fetch the baby.


Baby slots are increasingly being advocated or considered by doctors and social workers who say Europe's anti-abandonment strategies are inadequate. Some of them point to the continent's rising numbers of illegal immigrant women, whose clandestine status, experts fear, may put them under pressure to abandon their babies.

"It's hard to persuade them to go to the gynecologist, let alone a hospital," said Enrico Serpieri, an official in Rome's municipal office which deals with social problems. "These women can't distinguish between authorities like the police and a hospital."


Several European countries offer guarantees that women can give birth anonymously in hospitals and leave their baby behind. In July, Italy's equal opportunity minister, Stefania Prestigiacomo, launched a campaign to raise awareness about a 1975 law that guarantees women here illegally won't be deported if they decide to give birth anonymously in a hospital.

Trying to broaden the campaign, Italian female deputies in the European parliament in September promoted "Operation Live" to push for toll-free numbers across Europe to help women learn their options and an EU-wide system for monitoring child abandonment.

A week before the "Operation Live" initiative in Strasbourg, Italians were shocked by back-to-back cases of newborns found dead in trash bins. In one case, an 18-year-old Chinese woman was arrested in the northern town of Forli on a charge of homicide. The case was discovered because the mother sought treatment for hemorrhaging.

Two days after her arrest came reports that a 23-year-old Ukrainian illegally working in a bar near Naples left her baby in a trash can to die. She and four other clandestine immigrants, who were believed to have helped her discard her infant, were arrested.

This summer, the grisly discovery in eastern Germany of nine newborns whose remains were stuffed into flower pots and a fish tank in a garden fueled calls in that country for more baby slots.

"It is a scandal that in a civilized land, mothers must bring their children into the world in train station toilets and bathtubs because they are too afraid to go to a hospital," said Dr. Juergen Moysich, chairman of SterniPaark, a group that organized Hamburg's "baby slot" program.

Hamburg started its baby slot program in 2000 after a newborn was found dead in a garbage container. The first "babyklappe" was stationed at a day care center near the train station in a poor neighborhood. So far, 22 babies have been left in Hamburg's two "slots," with seven of those infants later reclaimed by their birth mothers. Three babies were handed over directly by mothers who called SterniPark's hot line, the group said.

Since the introduction of baby slots in Hamburg, four infants - three of them dead - have been found abandoned in the city, fewer than in 1999 alone when five discarded newborns were found.

In all, Germany has 78 "babyklappe" facilities, and about a dozen more are planned in various cities.

In Hungary, 34 infants have been left in a dozen incubators around the country, generally near hospital entrances, since 1996. In Austria, 12 infants have been slid into a "babyklappe" in the last five years.


Baby-slots would help "a woman who is desperate but who wants to save her child and doesn't have the courage ... to go to a hospital," said Enrico Guida, health director of Annunziata's maternity and pediatric hospital.

Guida said that after this summer's cases of abandonment he began sounding out colleagues about putting a baby-slot either at the hospital or somewhere else in Naples, which has some of Italy's poorest neighborhoods.

Apparently no central office keeps track of the total number of women who resort to the Italian law on anonymous births, but a small sampling indicates they are few. Of the 1,300 babies born last year at Annunziata, six weren't recognized by their mother. In Rome, where 25,943 babies were born in 2004, the number was 26.

An Italian Catholic, anti-abortion group Movement for Life in the past 10 years has placed a half-dozen "cradles for life" near convents in Italy, but says no babies have ever been left in them.
Nobody knows how many newborns are discarded each year because the crime can easily go undetected. (Associated Press Worldstream October 7, 2005)



Editado 1 vezes. Última edição em 26/10/2005 00:58 por camilo.

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 02:26

Camilo:

Eu não tenho dúvidas de que a “roda” tem muitos adeptos e de que muita gente o aplaudirá, principalmente entre os imigrantes ilegais. Apenas acho que essa não é a melhor estratégia, para quem quer um país civilizado e humanizado e planificado.

Acho que é uma opção demasiado facilitista e permissiva e que desresponsabiliza as famílias de origem.


As opções apresentadas são: Legalizar o aborto; impedir em qualquer dos casos e situações o aborto; penalizar quem o faz; ou então a roda.

O que eu estou a propor é outra coisa, é olhar para as mães e para as famílias, caso a caso, com olhos de Amor e sem facilitismos, o chamado “Amor firme”, que traduzido em politicas sócias produza uma planificação sustentada.

Com o dinheiro que o Estado gasta em eleições e referendos, já se poupavam uns bons trocados que poderiam ser canalizados para apoiar muitas famílias auxiliando-as a não rejeitar os seus filhos.

Mas estas questões não se colocam apenas nas classes desfavorecidas, há gente bem abonada que pratica o aborto e que seria bem capaz de deixar o seu filho na roda. Acha isto de bom cristão?

Continuo a achar que o mais importante é que aprendamos a lidar com as nossas emoções e sentimentos, não vejo como a roda seja uma boa solução. Pelo contrário, em primeira análise, facilita e permite a desresponsabilização do sujeito, e se isto em substância já é mau a forma não me parece a melhor.

Onde cabe a noção de cidadão responsável? Para além de que o anonimato levanta outra questão, a da filiação, como sabe em “tugal” já não há filhos de pais incógnitos. Quer voltar a tê-los?

Não imaginava que a roda estivesse tão implementada na Europa. Isso preocupa-me. É bem provável um dia seja colocada essa questão em Portugal…refiro-me fora deste fórum.


Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 11:06

Os filhos adoptivos são filhos de pais incognitos, quem está no BI como pais são os adoptivos ou os naturais? De qualquer modo é uma questão menorissima.

As eleições são precisas ou quer um estado ditatorial?

Olhar para as familias caso a caso parece-me irrealista com o anonimato das cidades que temos. Eu no meu predio não sei o que fazem a maior parte dos meus vizinhos, pode até morar aqui pessoas que desconheço, quanto mais o anónimo estado pode saber o que se passa na intimidade dessas familias.

Neste caso não facilitar nem permitir coloca em risco os bebés e até as suas mães, algumas das quais nem vão ao hospital porque estão ilegalmente em Portugal. Não passa pela cabeça a niguém que a roda seja uma solução unica ou sequer preferencial, acho isso sim, que devia ser mais uma opção que as mães deviam ter, opção que não inviabiliza que se reforce e aperfeiçoe o acompanhamento social das potenciais "dadoras" dos bebés. Acho que no imediato a roda iria permitir salvar algumas vidas humanas e isso é o mais importante.

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 11:54

Amiga Tony:

O Camilo utiliza sistematicamente argumentos sem sentido.

1) A roda deve ser implementada em Portugal porque está implementada na Alemanha e em mais dois países europeus. Logo, como é uma ideia "estrangeira" é boa.

Não me parece grande argumento.Mas, a ser aceite, teríamos de usar essa argumentação noutras matérias.
A começar, por exemplo ela despenalização do aborto até ás 10 semanas, que é uma legislação seguida praticamente em TODOS os países europeus.
Ou na legalização Eutanásia, como na Holanda
Ou na aceitação do casamento e a adopção por casais homossexuais, como na nossa vizinha Espanha e noutros países europeus.

Posto isto, é um argumento sem substrato afirmar que se deve implementar uma determinada prática só porque isso se faz noutro país europeu.

2) Ao contrário do que o acmilo pretende, a roda dos enjeitados não está a implementada na Europa .

Pelo contrário. É uma situação absolutamente excepcional em países desenvolvidos e olhada com muitas reticências e profunda rejeição pela maioria dos técnicos especializados que tem como missão cuidar de crianças, mães e famílias.


3)O que se passa é que algumas multinacionais internacionais bem financiadas que

se intitulam hipocritamente pró-vida defendem abertamente a política do retorno

ao medieval uso roda dos expostos ou dos enjeitados em vez dos procedimentos

regulares de adopção, apenas por questões economicistas.

Trata-se afinal de transformar adopção num grande mercado, conseguindo a

matéria-prima do negócio ( as crianças), com os menores custos possíveis.



4) O Camilo ( e estas multinacionais ) Partem do pressuposto que muitas mulheres

grávidas nem sequer devem ter acesso a Cuidados hospitalares no momento do parto.

A ideia da "roda dos expostos" parte da premissa que se deve incentivar as mulheres em processos de dificuldades económicas ou situações de exclusão social , ( como as imigrantes) a terem os seus filhos fora dos hospitais e das maternidades.

Ou seja, em vez de se criarem estruturas e alternativas para que estas mulheres grávidas e parturientes tenham acesso a cuidados médicos, defende-se a demissão completa do EStado face a este problema. ( mais uma vez o primadao do mercado versus a solidariedade socaisl)

A referência do camilo á questão da população imigrante na Europa, não deixa de ser contraditória, porque, em muitos países paíse europeus onde se observa uma discreta subida da natalidade, esse indicador demográfico resulta curiosamente da população imigrante a residir nesses países.

Adoptar como "política" atirar com estas parturientes para fora do sistemas se saúde e dar-çhes como alternativa a possibilidade de enfiarem os seus recém nascidos em caixotes de enjeitados, não me aprece lá muito congruente com incentivos ao aumento natalidade...

É verdade que isto isto reduz imediatamente os custos económicos e sociais de partos consequência de gravidezes não desejadas. ( mas uma vez o factor $$$$)

Mas, incentivar a smulheres a ter filhos fora dos hospitais / maternidaes traz riscos aumentados de mortalidade materna e infantil.

5) Depois, de acordo com argumentacão do Camilo, as mulheres devem ser incentivadas a Abandonar anonimamente os seus filhos, em caixas ou caixotes. se nõ tiverem condições para os criar e acolher.

6) Diz o Camilo que este abandono anónimo e crianças é bom porque é discreto e quem o faz não é alvo de crítica social.

Bem para começar, há os aspectos práticos. Uma mulher, logo depois de dar á luz não está em condições físicas ou psicológicas de tomar decisões sobre o que fazer ao seu
filho, nem em condições de se deslocar a pé e enfiar o seu bebé dentro de uma desses
"caixotes de abandono".


Alguém o terá de fazer por elas. Ora a probabilidade destas mulheres sofrerem pressões terríveis para abandonarem os seus bebés ou até os bebés serem-lhes retirados contar a sua vontade é elevadíssima nestas circunstâncias.

Havendo esta possibilidade de abandono anónimo e forçado, através a existência das “rodas dos enjeitados” , as mulheres, como escreveu o Camilo, ", may put them under pressure to abandon their babies."

O que não acontece quando a suas mulheres têm os seus filhos ( mesmo se resultantes e uma gravidez não desejada) numa unidade hospitalar, com acompanhamento médico e especializado e seguem os normais procedimentos em termos de decisão de adopção.

Por outro lado, enfiar uma criança recém nascida num caixote de uma instituição, em plena rua e sob vigilãmcia de cãmaras ( que é o que acontece nesses procedimentos) não me aparece nada discreto ....



7) Aceitar, incentivar e institucionalizar o abandono anónimo de crianças, é

bastante mais barato do que implementar modelos consistentes de adopção, em que as

famílias, e, particularmente, as mulheres que decidem dar os filhos para adopção,

adoptar, possam ser acompanhadas e apoiadas no seu processo de decisão.

Em muitos casos, tal como em situações de uma gravidez indesejada , a opção de não

ficar com aquele filho pode resultar exclusivamente de circunstâncias socio-

económicas pontuais , que pode devem ser resolvidas e balizadas
. tornando possível

que aquela criança tenha acesso a um direito fundamental – á sua família de pertença.
-

Em suma - a utilização roda é indefensàvel do ponto de vista ético e jurídico e dos princípios cristãos.

A roda é algo de bárbaro e absolutamente desumano .
E como muito bem escreveu a Tony, "

em matérias sociais e humanas, temos de pensar bem e fazer melhor, todos concertados e sempre a longo médio e longo prazo. Em termos sociais os males menores, não são suficientes, porque em meu entender, o mais importante são as pessoas, centelhas de Deus, únicas e irrepetíveis. Devemos cuidar uns dos outros como cuidamos de nós próprios. "

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:09

8) Reforço alguns tópicos argumentação inteligente da Tony.

Incentivar oa abandono anónimo de crianças ", facilita e permite a desresponsabilização do sujeito", e se isto em substância já é mau a forma não me parece a melhor.

Onde cabe a noção de cidadão responsável
?


Pra terminar, as posições extremistas aqui defendidas pelo camilo não têm qualquer eco na sociedde portuguesa, nem me parece que venham a ter.

Ao contrário de outros países, mesmo na Europa, em Portugal, os cidadãos imigrantes,

mesmo que em situação de ilegalidade, e, em especial as parturientes e as crianças,

segundo a nossa legislação têm acesso a cuidados de saúde globais e tendencialemnte

gratuitos em todas a sinstituições do sistema nacional de saúde.



Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:14

já que teve tanto trabalho a escrever um post tão comprido podia ter tido um pouco desse trabalho a tentar entender o que eu disse. É que manifestamente não entendeu, diz que eu disse o contrario daquilo que realmente disse.

As crianças são encaminhadas para adopção pela assistencia social estatal, é a 1ª vez que ouço dizer que Portugal é uma multinacional. (riso).

Obviamente as crianças também não são imediatamente dadas a um casal que as queira adoptar, existe um tempo de espera para o caso de alguma mãe mudar de opinião, o que já tem acontecido.

o seu ponto 7) não tem qualquer incompatibilidade com a roda.

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:25

Realmente a iliteracia tem destas coisa...

"é a 1ª vez que ouço dizer que Portugal é uma multinacional. "

Aonde é que ouviu dizer???

Aconselho a desenvolver a capacidade de ler atentamente a minha exposição, com tranquilidade e tentando compreender o seu conteúdo.
Penso que está clara e é facilmente inteligível, mas s etiver alguma dificulade pontual posso tentar esclarece-lo melhor.


De quelquer forma, não conheço ninguém com responssabilidades científicas, técnicas, socais ou até políticas, que defenda a sua tese, pelo que, pelo manos em portugal a possibilidade de se tornaraceitável institucionalmente o abandono anónimo de crianças em caixotes, parece-me fora de questão.

ESte tese é defenddida por algumas multinacionais , tipo alguns movimentos extremistas pretensamente pró-vida.

Mas não tem tido eco na sociede portuguesa.

Felizmente.

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:27

Correcção ortográfica:


"De qualquer forma, não conheço ninguém com responsabilidades científicas, técnicas,

sociais ou até políticas, que defenda a sua tese, pelo que, pelo menos em Portugal, a

possibilidade de se tornar aceitável institucionalmente o abandono anónimo de crianças

em caixotes, parece-me fora de questão.


Esta tese é defendida por algumas multinacionais , tipo alguns movimentos extremistas

pretensamente pró-vida.

Mas não tem tido eco na sociede portuguesa.

Felizmente.

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:34

Quanto ao ponto 7)

7) Aceitar, incentivar e institucionalizar o abandono anónimo de crianças, é

bastante mais barato do que implementar modelos consistentes de adopção
, em que as

famílias, e, particularmente, as mulheres que decidem dar os filhos para adopção,

adoptar, possam ser acompanhadas e apoiadas no seu processo de decisão.

Em muitos casos, tal como em situações de uma gravidez indesejada , a opção de não

ficar com aquele filho pode resultar exclusivamente de circunstâncias socio-

económicas pontuais , que pode devem ser resolvidas e balizadas. tornando possível

que aquela criança tenha acesso a um direito fundamental – á sua família de pertença.
-

Em suma - a utilização roda é indefensàvel do ponto de vista ético e jurídico e dos princípios cristãos. "


Não vejo como este ponto possa defender a tese da roda dos enjeitados. ou que não tenha incompatibilidae com a sua aceitação.

Porque, ao que ao contrário dos valores defendidos pelo camilo e subjacentes à defesa

da "tese da roda dos desvalidos ", o facto de ser uma "solução ser mais barata" ...

não significa que seja uma solução humanamente aceitável do ponto de vista de

princípios éticos e jurídicos fundamentais.


O facto de ser mais barato não significa que seja melhor ou que seja um alternativa

aceitável.

Talvez não. tenha compreendido bem o que escrevi nesse parágrafo.



Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:36

3)O que se passa é que algumas multinacionais internacionais bem financiadas que se intitulam hipocritamente pró-vida defendem abertamente a política do retorno ao medieval uso roda dos expostos ou dos enjeitados em vez dos procedimentos regulares de adopção, apenas por questões economicistas.

Trata-se afinal de transformar adopção num grande mercado, conseguindo a matéria-prima do negócio ( as crianças), com os menores custos possíveis.




Como as crianças deixadas numa roda seguem o mesmo caminho das outras sendo a sua adopção controlada pelo estado deduzi que Portugal deve ser uma multinacional (riso)

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:45

Foi uma dedução errada segundo os princípios lógicos essenciais que devem ser utilizados na análise de um texto.

Mas se quiser, eu explico de uma forma mais simples e acessível.






Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:58

1) Como é óbvio, "algumas multinacionais internacionais bem financiadas que se intitulam hipocritamente pró-vida " são os movimentos internacionais ditos Pro-Life (com várias sucursais em quase todos os países) e não o EStado Português.

Pelo que o camilo confundido isto parece-me estranho ...LOL

Será que não sabe a diferença entre um Estado soberano e uma multinacional?

2) Subjacentes a estas organizações estão determinados modelos económicos que privilegiam o primado do Mercado versus intervenção reguladora do EStado, mesmo em áreas tão fulcrais como a regulação de questões sociais ( adopção, cuidados de saúde, políticas de poioa á infãncia)

3) Segundo esta perspectiva de mercado, típica destas organizações, as crianças são uma "mercadoria escassa" ou um "bem, de consumo" dentro dos mecanismos de mercado que devem regular a adopção.

Quanto mais crianças abandonadas melhor , ( mais matéria-prima) , ain por cima a bixos custos...Pelo que se devem adoptar políticas que incentivem ao abandono rápido anónimo e sem responsabilidades de mais crianças, como "os caixotes de enjeitados".

Já percebeu?


Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 13:41

Por último, mesmo na alemanha, esta medida tem sido intensamente criticada por amplos sectores opinião pública:
[www.toledoblade.com]

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 18:22

eu sei bem que o estado portugues não é uma multinacional mas tambem sei, como a CP sabe, que as adopções são efectuadas por entidades estatais e ninguem lucra com elas.

Explique lá como é que alguem lucra o que quer que seja com uma adopção aqui ou na alemanha.

As adopções dos bebés da roda dariam tanto lucro a essas misteriosas entidades que não identifica como as adopções que são feitas actualmente.

O que se prentende evitar é isto:
[jn.sapo.pt]

Lisboa
Bebé encontrada no Areeiro encontra-se bem de saúde


A recém-nascida que na segunda-feira foi encontrada abandonada na casa de banho da estação da CP do Areeiro, em Lisboa, encontra-se bem de saúde, embora permaneça internada, disse, ao JN, o presidente do conselho de administração do hospital de D.Estafânia, Luís Nunes.

O clínico adiantou não haver qualquer problema com a menina, mas que esta continua em vigilância para evitar possíveis infecções, devido ao frio que apanhou e às condições em que foi encontrada.

Instado a comentar se alguém teria aparecido para reclamar a criança, Luís Nunes não quis comentar, escudando-se no facto de o caso ter sido entrgue ao tribunal, que se encarregará da bebé. "Nós somos apenas o sítio onde ela está", dise. Quanto à hipótese de os profissionais de saúde que estão a cuidar da criança já lhe terem «dado» um nome, o médico limitou-se a dizer que se "ela ficar connosco algum tempo é natural que isso venha a acontecer".

Recorde-se que a bebé tinha pouca horas de vida quando foi deixada na casa de banho da estação do Areeiro, embrulhada numa toalha. M.C.

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 19:57

Compreendo a sua dificuldade na interpretação de textos.

Sinceramente, não consigo explicar de uma forma mais básica.

Mas olhe, sinceramente, não sei qual a diferença entre abandonar uma criança numa

casa de banho ou num "caixote"( Baby-drop box).

Em termos morais, é precisamente a mesma coisa.

Nos dois casos, a criança corre perigo de vida porque não foi um parto assistido.

E que tal , em vez de falsas soluções, prevenir as gravidezes indesejadas que estão

na origem do abandono de crianças?



Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 20:03

Vejo que não consegue responder, não consegue porque não há quem lucre, não existem tais multinacionais que mencionou.

A diferença moral está em que muitas crianças abandonadas numa caixote do lixo ou numa casa de banho morrem, logo em termos morais não é a mesma coisa, aliás aquela bebé até pode ter nascido num hospital. Em termos morais como bem sabe é diferente expor 1 bebé a riscos graves de vida ou não o expor. Aliás é moralmente melhor deixar uma bebé numa roda para adopção que mata-la com um aborto.

quanto ao planeamento familiar até posso concordar mas não há nesse ponto incompatibilidade com a esta opção que devia ser dada às mulheres mães

Re: a reinvenção da roda dos expostos na alemanha
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 21:28

Católica

Obrigada pelas tuas explicações foram muito clarificadoras. Excelente trabalho de análise.

Camilo: não posso deixar de concordar com a católica em tudo o que ela disse.

Quanto à sua expressão: “Aliás é moralmente melhor deixar uma bebé numa roda para adopção que mata-la com um aborto.”

Devo dizer que não há moral que seja meio boa.

Eis a definição de moral:

Definição de Moral na WEB
• A moral é conjunto de regras e prescrições a respeito do comportamento, de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada, estabelecidas e aceitas por determinada comunidade humana durante determinado período de tempo.
pt.wikipedia.org/wiki/Moral

• Conjunto de costumes e juízos morais de um indivíduo ou de uma sociedade; teoria que visa orientar a ação humana submetida ao dever e com vistas ao bem; conjunto de normas livre e conscientemente aceitas que visam organizar as relações dos indivíduos na sociedade.
www.ceismael.com.br/oratoria/oratoria028.htm
Logo a moral não é boa nem má é exactamente o que acima se transcreve.

O que o Camilo está a dizer é que é um mal menor, logo em si mesmo um mal, ou seja contrário ao principio de bem. Assim, assumindo que se trata de um mal, logo não pode ser bem, muito menos um bem-comum.

Posto isto e depois de ler os seus últimos textos, entende-se que em matéria de princípio o abandono de crianças seja num caixote do lixo ou numa “roda” institucionalizada, refere-se em qualquer dos caos um abandono anónimo de crianças.

Ora, se o princípio de abandono anónimo de crianças é mau, como constato das suas palavras, as quais volto a citar: “Aliás é moralmente melhor deixar uma bebé numa roda para adopção que mata-la com um aborto”, então aceitar e favorecer uma prática que assume diferentes formas é igualmente mau.

Desta feita, o resultado só pode ser um: procurar outras formas de solucionar o problema do abandono anónimo de crianças ao qual não é possível responsabilizar ninguém, que não seja o próprio sistema.

Então, se este é o cerne da questão, que seja Estado a procurar soluções planificadas e sustentadas a médio e longo prazo para este problema, ao qual podemos acrescentar o do aborto, negligência, maus-tratos, abandono escolar, etc.…todos estes problemas tem pontos comuns portanto não pode haver uma resposta para cada caso, (isso é o que tem sido feito até agora) mas sim uma resposta sistémica, concertada, planificada e sustentada.

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